Depois do terremoto

26 de Março de 2022

Por Jane, Filipinas

Eu aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias em julho de 2019. Mais tarde, li muitas das palavras de Deus Todo-Poderoso, e sempre que as lia, era como se Deus falasse face a face comigo. Isso me nutria tanto, e eu realmente apreciava isso. Era uma sensação que nunca tivera em toda a minha vida. Por meio da comunhão, aprendi que, enquanto vivemos, devemos ter fé, ler as palavras de Deus e cumprir o dever de um ser criado. E embora meu pai se opusesse à minha fé e se irritasse comigo com frequência, eu continuei indo às reuniões, pois sabia que era o único jeito de obter um entendimento melhor das palavras de Deus. Antes de ler as palavras de Deus, minha vida era tão vazia. Foi isso que me satisfez e me deu direção na vida. Eu sabia como as reuniões e a leitura das Suas palavras eram importantes para mim.

Mas não demorou e fui confrontada com uma tentação. Minha vizinha pediu que eu assumisse a vaga de vendedora na loja em que ela trabalhava, dizendo que eu poderia ganhar mais de quinhentos pesos por dia. Com certeza me contratariam. Achei que seria uma renda boa. Com esse dinheiro, eu poderia comprar as coisas que queria e também poderia ajudar meus pais. Mas se aceitasse o emprego, provavelmente não poderia participar das reuniões normalmente. Ainda assim, eu queria o dinheiro e relutei em perder essa chance. No fim, cedi à tentação e concordei em aceitar o emprego. Só assinei um contrato de um mês para poder voltar a participar das reuniões depois disso e, no meio-tempo, faria o possível para participar delas. Mas as coisas não correram como eu esperava. Foi impossível participar das reuniões. Eu não podia usar o celular no trabalho e só saía às seis da tarde. O caminho era longo, e quando chegava em casa, eu estava muito cansada. Não sobravam forças. Quando me atrasava, era tarde demais para participar. Com o tempo, senti que estava me afastando de Deus e fui tomada de um medo e um incômodo indefinido. Não sei por que, mas na época eu estava sempre triste. Eu sorria por fora, mas por dentro eu sofria. Era como se toda a luz tivesse desaparecido da minha vida. Às vezes, eu sentia tamanha escuridão que começava a chorar. Eu sentia muita falta das reuniões. Quando a loja estava vazia, eu anotava as palavras de Deus que conseguia lembrar no meu caderno e as lia e ponderava quando podia. Eu podia sentir a ajuda e a orientação de Deus. Ficava olhando para o calendário, contando os dias até o fim do meu contrato. Queria me livrar daquele emprego e voltar às reuniões.

Um dia, entrei no Facebook e vi algumas das palavras de Deus que um irmão tinha enviado. “Todas as formas de desastres acontecerão, uma após outra; todas as nações e todos os lugares experimentarão calamidades: pragas, fome, inundações, seca e terremotos estão por toda parte. Esses desastres não estão acontecendo em um ou dois lugares apenas, nem acabarão em um ou dois dias; mas, em vez disso, se expandirão por uma área cada vez maior e se tornarão cada vez mais severos. Durante esse tempo, pragas de todo tipo de inseto surgirão, uma após outra, e o fenômeno do canibalismo ocorrerá em todo lugar. Esse é o Meu julgamento sobre todas as nações e todos os povos(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 65”). “Minha misericórdia se expressa naqueles que Me amam e negam a si mesmos. A punição que ocorre aos perversos, entrementes, é precisamente a prova de Meu caráter justo e, mais ainda, testemunho da Minha ira. Quando o desastre vier, todos aqueles que a Mim se opõem prantearão ao caírem vitimados por fome e peste. Aqueles que cometeram toda espécie de perversidade, mas Me seguiram por muitos anos, não escaparão de pagar por seus pecados; eles, também, cairão no desastre, de um tipo raramente visto ao longo de milhões de anos, e viverão num constante estado de pânico e pavor. E aqueles dos Meus seguidores que mostraram lealdade a Mim hão de regozijar e aplaudir Meu poder. Eles experimentarão inefável contentamento e viverão numa alegria que nunca antes concedi ao ser humano. Porque Eu prezo as boas ações dos homens e abomino suas más obras. Desde que comecei a conduzir a humanidade, tenho esperado ardentemente ganhar um grupo de homens da mesma opinião que Eu. Aqueles cuja opinião é diferente da Minha, no entanto, deles nunca Me esqueci; sempre os odeio no Meu coração, esperando a chance de lhes administrar a Minha retribuição, o que Me dará satisfação de ver. Agora Meu dia finalmente chegou, e não preciso esperar mais!(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prepare boas ações suficientes para o seu destino”). Eu senti que as palavras de Deus eram autênticas e me assustei bastante. Vi que aquilo que Ele disse estava se cumprindo. Em Mindanao, os desastres vinham se acumulando: erupções vulcânicas, furacões, terremotos e pandemias, e estavam ocorrendo no mundo inteiro. Mas decidi ganhar dinheiro e me afastei de Deus. Eu temia que Deus não me protegeria num desastre e que eu perderia a vida. Então fiz uma oração: “Deus, por favor, perdoa-me por preferir o dinheiro a Ti. Sei que fui contra a Tua vontade, mas quero me arrepender”. Eu me convenci de que não era tarde demais para me arrepender, que eu ainda tinha chance de voltar às reuniões. Eu queria que o contrato terminasse logo para poder retomar o meu dever.

Lembro-me que, em 15 de dezembro de 2019, eu estava muito apreensiva. Eu não sabia por que, mas tinha um pressentimento. Eu queria ir para casa e sair do shopping, não continuar trabalhando. Então uma colega pediu que eu a acompanhasse até o banheiro. Alguns minutos depois, quando estávamos entrando no shopping, de repente, o chão começou a balançar. Vi pessoas correndo do shopping. Algumas estavam apavoradas. Tinham coisas caindo das estantes por toda parte. Felizmente, estávamos perto da saída e conseguimos sair do prédio. Eu tremia tanto que eu parecia estar num berço, e foi difícil chegar a um lugar seguro. Em retrospectiva, eu saí do shopping para ir ao banheiro instantes antes do terremoto, e havia muitas pessoas ali, e tivemos que esperar um tempinho do lado de fora. O terremoto começou no instante em que voltei para dentro. O timing foi perfeito. Foi a proteção de Deus que me salvou do perigo. Fiquei muito comovida. Não porque tinha sobrevivido, mas porque vi o amor de Deus e que Ele estava comigo. Ele me salvou daquele terremoto. Clamei sem parar a Deus em meu coração: “Obrigada, Deus Todo-Poderoso, Tu me salvaste!”. Muitos pensamentos passaram pela minha cabeça lá fora. Eu sabia que tinha ganho algum dinheiro, mas eu me sentia agitada e desanimada. Dinheiro não é importante. Ele não serve para nada num terremoto. Vir para diante de Deus e receber a Sua salvação, só isso importa. Eu queria muito ir para casa e participar de uma reunião. Queria contar aos irmãos que Deus tinha me afastado do desastre e que eu tinha testemunhado Seu amor e Seus feitos.

Naquele dia, a caminho de casa, eu me perguntei por que Deus tinha me protegido mesmo após eu ter me afastado Dele. Entrei no aplicativo da igreja e vi uma passagem das palavras de Deus Todo-Poderoso. “O amor de Deus é prático: através da graça de Deus, o homem evita um desastre depois do outro, e durante tudo isso, Deus demonstra reiteradamente Sua tolerância com a fraqueza do homem. O julgamento e o castigo de Deus permitem que as pessoas gradualmente venham a conhecer a corrupção da humanidade e a essência satânica. O que Deus provê, Sua iluminação do homem e Sua orientação permitem a humanidade conhecer cada vez mais da essência da verdade e conhecer de maneira crescente do que as pessoas precisam, que estrada devem tomar, para que vivem, o valor e o sentido de suas vidas e como percorrer a estrada à frente. Todas essas coisas que Deus faz são inseparáveis do Seu único propósito original. Qual é, pois, esse propósito? Por que Deus usa esses métodos para executar Sua obra no homem? Que resultado Ele quer alcançar? Em outras palavras, o que Ele quer ver no homem? O que Ele quer obter do homem? O que Deus quer ver é que o coração do homem pode ser reavivado. Esses métodos que Ele usa para operar no homem são um esforço contínuo para despertar o coração do homem, para despertar o espírito do homem, para capacitar o homem a entender de onde ele veio, quem está guiando, apoiando e provendo para ele e quem tem permitido ao homem viver até o dia presente; eles são um meio para capacitar o homem a entender quem é o Criador, a quem ele deve adorar, que tipo de estrada ele deve seguir e de que maneira o homem deveria chegar diante de Deus; eles são um meio para gradualmente reavivar o coração do homem, para que o homem conheça o coração de Deus, entenda o coração de Deus e compreenda o grande cuidado e pensamento por trás da Sua obra para salvar o homem. Quando o coração do homem é reavivado, o homem não deseja mais viver com um caráter degenerado e corrupto, mas, em vez disso, deseja seguir a verdade a fim de satisfazer a Deus. Quando o coração do homem foi despertado, o homem é capaz de afastar-se completamente de Satanás. Ele não será mais prejudicado por Satanás, não será mais controlado ou enganado por ele. Em vez disso, o homem pode cooperar proativamente na obra de Deus e Suas palavras para satisfazer o coração de Deus, alcançando assim o temor a Deus e a evitação do mal. Esse é o propósito original da obra de Deus(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único VI”). Isso me comoveu tanto. Pude ver o amor e a misericórdia de Deus. Decidi desistir das reuniões e do meu dever por prazeres carnais, então achei que Deus não me salvaria. Mas Ele me protegeu milagrosamente naquele terremoto, em vez de me deixar de lado. Deus queria que eu despertasse, parasse de cobiçar dinheiro, voltasse para diante Dele, buscasse a verdade e cumprisse um dever. Me senti muito sortuda. Eu não devia desperdiçar essa chance de Deus, devia me arrepender, renunciar aos prazeres carnais, voltar a cumprir o dever de um ser criado na igreja.

Quando meu contrato terminou, no fim de dezembro, investi todo o meu tempo e energia no meu dever. Sentia algumas fraquezas quando me deparava com problemas e, às vezes, ficava muito cansada, mas então me lembrava de que Deus tinha me protegido no terremoto. Não importava quantas dificuldades eu enfrentava, eu sabia que devia trabalhar muito e cumprir meu dever para retribuir o amor de Deus. Achava que era o único jeito de escapar da adversidade dos desastres e ter um bom destino. Então, um dia, assisti a um testemunho chamado “Por meio da doença, meu motivo de ser abençoado foi revelado”. Era o vídeo de um irmão, um crente de longa data, que também despendeu e trabalhou muito, cumprindo seu dever, até ficar muito doente. Ele estava péssimo e até culpava Deus. Achava que tinha dado tanto, por isso não devia ter ficado doente, e não entendia por que Deus não o tinha abençoado e protegido. Depois de ler as palavras de Deus, ele percebeu que ele não cumpria seu dever para buscar a verdade e obedecer a Deus, mas para ser abençoado e entrar no reino de Deus. Sua experiência me mostrou que meus motivos no meu dever também estavam manchados, pois eu esperava sempre que Deus me salvaria dos desastres. Tive medo de estar tentando fazer um acordo com Deus, igual a ele. Naquela noite, eu me perguntei: meu dever era para satisfazer a Deus ou para obter a graça de Deus? Lembrei-me da proteção que recebi durante o terremoto e do pavor que senti depois do ocorrido. Eu temia cair em desastre no futuro. Então, meu desejo de voltar a cumprir um dever era só a esperança de que Deus me salvaria dos desastres. Eu tinha os mesmo motivos e perspectivas do irmão do vídeo. Ele passou por doença; eu passei por um terremoto. Meus sacrifícios não eram para eu me submeter a Deus e satisfazê-Lo, eram só para que Ele me protegesse dos desastres, para que eu tivesse um bom destino e entrasse em Seu reino. Passei a noite muito transtornada. Não conseguia aceitar que eu estava só cumprindo meu dever em troca das bênçãos de Deus. Queria tanto ser genuína nele. Mas a realidade era que a minha fé servia para o meu próprio ganho. Eu não tinha um coração reverente e não obedecia nem adorava Deus como nosso Criador.

Mais tarde, busquei algumas verdades sobre isso e encontrei uma passagem de Deus. “Meus feitos são maiores em número que os grãos de areia nas praias e Minha sabedoria supera a de todos os filhos de Salomão, mas as pessoas simplesmente pensam em Mim como um médico de pouca importância e um professor desconhecido do homem. Quantos creem em Mim apenas para que Eu possa curá-los. Quantos creem em Mim apenas para que Eu possa usar Meus poderes para expulsar espíritos impuros de seu corpo e quantos creem em Mim simplesmente para que possam receber paz e alegria de Mim. Quantos creem em Mim apenas para exigir de Mim maior riqueza material. Quantos creem em Mim apenas para passar esta vida em paz e estar sãos e salvos no mundo por vir. Quantos creem em Mim para evitar o sofrimento do inferno e receber as bênçãos do céu. Quantos creem em Mim apenas em busca de conforto temporário, mas não buscam ganhar nada no mundo por vir. Quando Eu fiz descer Minha fúria sobre o homem e tomei toda a alegria e paz que ele outrora possuía, o homem se tornou duvidoso. Quando Eu dei ao homem o sofrimento do inferno e recuperei as bênçãos do céu, a vergonha do homem se transformou em raiva. Quando o homem Me pediu para curá-lo, Eu não lhe dei atenção e senti repulsa por ele; o homem apartou-se de Mim para buscar, ao contrário, a senda do curandeirismo e da feitiçaria. Quando Eu tirei tudo que o homem tinha exigido de Mim, todos desapareceram sem deixar vestígios. Assim, Eu digo que o homem tem fé em Mim porque Eu concedo graça demais e há muitíssimo mais a ganhar(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O que você sabe sobre a fé?”). As palavras revelaram perfeitamente o meu estado. Minha fé só servia para regozijar-me na graça Dele, para ser salva dos desastres por Ele. Depois do terremoto, renunciei ao meu desejo por dinheiro e prazer e voltei ao meu dever, mas, por mais que trabalhasse, eu só estava tentando fazer com que Deus me salvasse e protegesse dos desastres. Eu queria usar a chance de cumprir um dever em troca das bênçãos do reino de Deus. Eu estava cumprindo um dever só para o meu ganho — estava fazendo uma troca com Deus. Me senti tão envergonhada e culpada quando vi meus motivos egoístas e perspectivas erradas. Orei a Deus: “Ó Deus, sou tão corrupta. Todo o meu esforço tem sido transacional. Tenho enganado a ti. Deus, sou grata por expores minha corrupção e por permitires que eu conheça a mim mesma. Não quero cumprir mais o meu dever só por bênçãos. Só quero agradar a Ti”.

Mais tarde, uma irmã me enviou algumas das palavras de Deus, que me ajudaram a entender onde eu tinha errado na minha busca. As palavras de Deus dizem: “Em sua fé em Deus, qual é a senda que todos vocês estão trilhando agora? Se você não buscar a vida, e entendimento de si mesmo, e conhecimento de Deus como Pedro, você não está trilhando a senda de Pedro. Atualmente, a maioria das pessoas está neste tipo de estado: ‘A fim de ganhar bênçãos, preciso me despender por Deus e pagar um preço por Ele. A fim de ganhar bênçãos, preciso abandonar tudo por Deus; preciso completar o que Ele me confiou e desempenhar bem o meu dever’. Isso é dominado pela intenção de ganhar bênçãos, o que é um exemplo de despender-se inteiramente pelo propósito de obter recompensas de Deus e ganhar uma coroa. Tais pessoas não têm a verdade no coração e seu entendimento certamente consiste apenas em poucas palavras de doutrina com as quais elas se exibem para onde quer que vão. A senda delas é a de Paulo. A crença de tais pessoas é um ato de labuta constante e, lá no fundo, elas sentem que, quanto mais fizerem, mais isso provará sua lealdade a Deus; que, quanto mais fizerem, certamente Ele ficará mais satisfeito e que, quanto mais fizerem, mais merecerão que uma coroa lhes seja concedida diante de Deus e que certamente receberão as maiores bênçãos na Sua casa. Elas pensam que, se puderem suportar sofrimento, pregar e morrer por Cristo, se sacrificarem a própria vida e se conseguirem completar todos os deveres que Deus lhes confiou, estarão entre os mais abençoados de Deus — aqueles que ganham as maiores bênçãos — e uma coroa certamente lhes será concedida. Isso é precisamente o que Paulo imaginava e buscava; é exatamente a senda que ele trilhou, e foi sob a orientação de tais pensamentos que ele trabalhou para servir a Deus. Tais pensamentos e intenções não têm origem numa natureza satânica?” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como trilhar a senda de Pedro”). “Todos os humanos corruptos vivem para si mesmos. Cada um por si e o diabo pega quem fica por último — esse é o resumo da natureza do homem. As pessoas creem em Deus por causa de si mesmas; abandonam coisas, despendem-se para Deus e são fiéis a Deus, mas ainda assim fazem todas essas coisas para si mesmas. Em suma, tudo é feito para o propósito de ganhar bênçãos para si mesmas. Na sociedade, tudo é feito pelo benefício pessoal; crer em Deus é algo que se faz apenas para ganhar bênçãos. É para ganhar bênçãos que as pessoas se desfazem de tudo e conseguem suportar muito sofrimento: tudo isso é evidência empírica da natureza corrupta do homem(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A diferença entre mudanças externas e mudanças no caráter”). As palavras de Deus me ensinaram que muitas pessoas podem desistir de tudo para pagar um preço por Ele, mas o coração delas não quer satisfazer a Deus, mas obter bênçãos. Elas são iguais a Paulo. Paulo sofreu e viajou muito para espalhar o evangelho, mas ele só queria trocar esse trabalho e esforço pelas bênçãos de Deus. Depois de trabalhar muito, ele disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). Tudo que Paulo fez foi transacional. Era tudo por bênçãos, por recompensas, por uma coroa. Ele só se importava com o trabalho, não com a prática da verdade nem com a entrada na realidade das palavras de Deus. Por isso seu caráter nunca mudou. Por isso Deus nunca lhe deu Sua aprovação, mesmo que ele tenha espalhado o evangelho e ganho muitas pessoas. Refletindo sobre mim mesma, vi que eu era igual a Paulo. Desisti do emprego e dei todo o meu tempo e energia ao meu dever. Às vezes, fazia só uma refeição quando o dia era corrido. Mas não era para buscar a verdade nem para satisfazer a Deus, era para obter Suas bênçãos. Eu não estava tentando conhecer a mim mesma nem resolver minha corrupção, só queria que Deus visse quanto eu fazia para me salvar dos desastres, assim eu teria um bom destino e entraria em Seu reino. Vi quanto Satanás tinha me corrompido, quão egoísta eu era. Tudo que eu fazia era para mim mesma. Eu não tinha devoção nem amor real por Deus. Eu só amava a mim mesma. Ver isso me deixou transtornada. Eu orei: “Deus, por favor, ajuda-me a mudar meus motivos e minhas perspectivas erradas em meu dever. Quero cumprir meu dever como Tu exiges; não para mim mesma”.

Um tempo depois, li outra passagem das palavras de Deus que me comoveu bastante. As palavras de Deus dizem: “Eu não tenho outra escolha e tenho sido dedicado a vocês de todo o coração, mesmo assim vocês abrigam intenções maldosas e são indiferentes para Comigo. Essa é a extensão do seu dever, da sua única função. Não é assim? Vocês não sabem que fracassaram totalmente em desempenhar o dever de um ser criado? Como vocês podem ser considerados seres criados? Não está claro para vocês o que estão expressando e vivendo? Vocês fracassaram em cumprir seu dever, mas buscam ganhar a tolerância e a graça abundante de Deus. Tal graça não foi preparada para pessoas tão desprezíveis e baixas como vocês, mas para aqueles que não pedem nada e se sacrificam alegremente. Pessoas como vocês, essas mediocridades, são totalmente indignas de desfrutar da graça do céu. Somente dificuldades e punições intermináveis acompanharão seus dias! Se vocês não puderem ser fiéis a Mim, seu destino será o de sofrimento. Se não puderem ser responsáveis por Minhas palavras e Minha obra, seu desfecho será o de punição. Todas as bênçãos, graça e a vida maravilhosa do reino não terão nada a ver com vocês. Esse é o fim que vocês merecem ter e é consequência do que vocês mesmos fizeram! Os ignorantes e arrogantes não só não tentam dar o melhor de si, nem desempenham seu dever, como também estendem as mãos pedindo graça, como se o que pedem fosse merecido. E se deixam de ganhar o que pedem, tornam-se cada vez menos fiéis. Como tais pessoas podem ser consideradas razoáveis? Vocês são de calibre baixo e desprovidos de razão, completamente incapazes de cumprir o dever que devem cumprir durante a obra de gerenciamento. O seu valor já caiu verticalmente. Seu fracasso em Me retribuir por lhes mostrar tal graça já é um ato de extrema rebeldia, suficiente para condená-los e demonstrar sua covardia, incompetência, baixeza e indignidade. O que lhes dá o direito de manter suas mãos estendidas?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Antes de ler isso, eu não sabia quão gananciosa eu tinha sido. Eu tinha investido muito tempo no meu dever, mas, enquanto isso, tinha extraído bênçãos de Deus e feito um trato com Ele. Na verdade, eu não estava cumprindo o meu dever e não era um ser criado. Que direito eu tinha de exigir a graça de Deus, de exigir que Ele me salvasse dos desastres para que eu pudesse entrar no Seu reino? Sem a revelação das palavras de Deus, eu ainda não saberia quão rebelde e corrupta eu era ou quanto Deus odiava meus motivos desprezíveis. Eu só pensava em mim, não na vontade de Deus. Uma pessoa como eu não é digna das bênçãos e da salvação de Deus. Deus é justo e santo, e Ele gosta de pessoas devotas a Ele, que possam cumprir um dever com o coração puro. Mas eu tinha um coração puro e sincero? Nem um pouco. Eu tinha muita vergonha dos meus motivos desprezíveis e desejos extravagantes. Eu não merecia a graça de Deus. Eu queria mudar a mim mesma e os meus motivos, investir tudo que tinha no meu dever para satisfazer a Deus.

Numa reunião, li uma passagem das palavras de Deus que me ajudou muito. As palavras de Deus dizem: “Não há correlação entre o dever do homem e se ele é abençoado ou amaldiçoado. O dever é o que o homem deve cumprir; é sua vocação providencial, e não deveria depender de recompensa, condições ou razões. Só então ele está fazendo o seu dever. Ser abençoado é quando alguém é aperfeiçoado e desfruta das bênçãos de Deus após experimentar julgamento. Ser amaldiçoado é quando o caráter de alguém não muda depois de ter experimentado castigo e julgamento, é quando não experimenta ser aperfeiçoado, mas, sim, punido. Mas, independentemente de ser abençoados ou amaldiçoados, os seres criados devem cumprir seu dever, fazer o que devem fazer e fazer o que são capazes de fazer; isso é o mínimo que uma pessoa, uma pessoa que busca a Deus, deveria fazer. Você não deve fazer o seu dever apenas para ser abençoado e não deve se recusar a agir por medo de ser amaldiçoado. Deixe-Me dizer-lhes uma coisa só: o desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia. É através do processo de fazer o seu dever que o homem é gradualmente mudado e é através desse processo que ele demonstra sua lealdade. Assim, quanto mais você for capaz de fazer o seu dever, mais verdade você receberá e mais real sua expressão se tornará(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Depois de ler as palavras de Deus, pude ver que, já que sou um ser criado, eu devo cumprir o meu dever — essa é a minha responsabilidade. Eu não deveria exigir recompensas nem bênçãos de Deus e não deveria pensar se serei salva ou punida. Eu só devia pensar em como cumprir bem o meu dever. Eu costumava pensar que Deus não me puniria contanto que eu cumprisse um dever, e também que eu não cairia em desastre. Achava que Ele só pune pessoas que não O seguem nem cumprem um dever, então tentei usar meu dever como moeda de troca pela proteção de Deus. Então percebi que um dever é o mínimo que um ser criado dever fazer. Isso nada tem a ver com ser abençoado ou amaldiçoado. Quanto a se serei salva ou punida no fim, Deus vê se eu ganhei a verdade, se mudei. Essa é a justiça de Deus. Nos desastres, mesmo que eu me machuque ou morra, ainda assim devo me submeter ao governo de Deus e jamais culpá-Lo. E nunca devo usar o cumprimento do meu dever para tentar sobreviver aos desastres. Isso não é cumprir o dever de um ser criado. Devo me oferecer a Deus e cumprir um dever sem exigir nada em troca, pois Ele me criou. Depois disso, no meu dever, eu me analisava e me lembrava constantemente de que não devia cumpri-lo com fins egoístas, que devia satisfazer a Deus e trazer-Lhe alegria.

Graças a Deus! Deus usou essas situações para revelar minha corrupção e as minhas buscas incorretas, para que eu visse meus motivos desprezíveis de buscar bênçãos e fizesse algumas mudanças nas minhas buscas incorretas na fé. Agora, não estou cumprindo um dever para receber mais graça de Deus nem para escapar do desastre, só quero buscar a verdade e cumprir o meu dever para retribuir o amor de Deus.

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