Uma história sobre a denúncia de uma falsa líder

20 de Janeiro de 2022

Por Kaleb, Coreia do Sul

Em 2010, eu estava sempre em contato com uma das líderes da igreja, Lucia. Ela nos dizia com frequência: “Durante os últimos anos, Deus sempre tem sido gracioso comigo. Meus líderes sempre me transferem para igrejas que estão tendo dificuldades. Às vezes, não quero ir, mas sei que essa é a comissão de Deus, então não posso considerar meus interesses carnais. Tenho que ser leal a Deus, então eu aceito. Em cada igreja a que vou, faço minhas rondas, lidero algumas reuniões, e uma igreja que estava caótica volta ao normal, e a vida de igreja e o trabalho evangelístico voltam a ser eficientes. Às vezes, encontro dificuldades, mas oro a Deus, Deus abre um caminho adiante, e tudo corre sem problemas. Vejo quão maravilhosa é a obra de Deus…”. Ouvir a experiência da Lucia me fez admirá-la. Eu achava que ela podia suportar fardos e era uma líder capaz. Uma vez, antes de uma reunião, eu estava conversando casualmente, e Lucia me interrompeu para dizer: “O tempo aqui é tão precioso, não devemos ficar conversando quando estamos juntos. Usemos o tempo para comungar a palavra de Deus”. Ao ouvi-la dizer isso, eu pensei: “Ao longo dos anos, conheci muitos líderes, mas Lucia é a primeira que conheci que é tão consciente, tão piedosa e tão dedicada a buscar a verdade”. Eu a admirei ainda mais. Mas após interagir com ela por muito tempo, eu percebi que, embora sua comunhão fosse sempre persuasiva, e, por fora, ela parecesse ser alguém que buscava a verdade, ela muito raramente comungava como refletia sobre si e como vinha a se conhecer com base na palavra de Deus, ou sua experiência prática da palavra de Deus. A maior parte da sua comunhão consistia numa forma disfarçada de exaltar a si mesma e de se exibir para fazer com que os outros pensassem que ela era uma pessoa cultivada e colocada em papéis importantes pela igreja, para que os outros a admirassem. Mas mais sério do que isso era o fato de que, em alguns assuntos centrais que envolviam os interesses da igreja, ela não praticava a verdade e, de olhos bem abertos, mentia, enganava e fugia da responsabilidade. Por exemplo, Finn, que era responsável pelo trabalho da Lucia, cometeu transgressões na igreja. Ele desviou o dinheiro da igreja e se apropriou dele, então foi definido como um anticristo e expulso. Lucia estava bem ciente dos atos perversos de Finn e até participou deles. Mas depois da expulsão do Finn, Lucia não refletiu sobre si mesma nem se arrependeu diante de Deus, e também não admitiu ter tomado parte da maldade de Finn. Ela se retratou como totalmente inocente na questão, como se não soubesse de nada a respeito e não tivesse se envolvido. Nesse momento, descobri que a Lucia era uma hipócrita. Visto que Lucia era hábil em se disfarçar e enganar com palavras altivas, alguns irmãos que não tinham discernimento faziam uma expressão de admiração quando o nome dela era mencionado. Quando eu e um irmão parceiro meu vimos a conduta da Lucia e as consequências do trabalho e dos sermões dela, nós aplicamos os princípios para discernir falsos líderes, determinamos que a Lucia era uma falsa líder e escrevemos uma carta denunciando essas questões sobre a Lucia.

Depois que mandamos a carta, esperávamos que os líderes superiores verificassem e entendessem o problema da Lucia, mas depois de duas semanas, ainda não tínhamos recebido uma resposta. Meu irmão parceiro e eu ficamos nos perguntando sobre isso. Um dia, Lucia veio toda feliz para uma reunião conosco e disse que os líderes superiores pretendiam cultivá-la. Eu não podia acreditar: “Em vez de ser dispensada, essa falsa líder está sendo cultivada e colocada em funções importantes? Nós a denunciamos equivocadamente porque não entendemos as verdades princípios e carecemos de discernimento?”. Cerca de um mês depois, Lucia veio novamente para dizer que a igreja estava planejando fazer uma eleição de líderes, e que uma maioria de irmãos tinha uma opinião positiva dela e pretendia reelegê-la. Quando ouvi isso, fiquei perplexo. Pensei: “Lucia é dissimulada e astuta. Ela não é apta para ser líder. Eu deveria escrever outra carta para denunciá-la”. Quando estava prestes a escrever a carta, hesitei: “Neste momento, tantas pessoas carecem de discernimento sobre a Lucia. Foram todos enganados por sua falsa aparência externa. Se eu escrever uma carta para denunciá-la de novo, e nossos líderes superiores não entenderem a situação real, será que eles pensarão que eu não consigo largar esse assunto? Além disso, se a Lucia descobrir que eu escrevi a carta, será que ela ficará magoada comigo e tentará me sabotar furtivamente? Ela é responsável por nos fornecer os livros da palavra de Deus, dos sermões e da comunhão da casa de Deus, então, se eu a ofender, ela não precisará me oprimir ativamente; simplesmente me ignorar, não me fornecer livros, bastará para me colocar em apuros”. Eu me senti em conflito ao pensar nessas coisas. Eu deveria denunciá-la novamente ou simplesmente esquecer o assunto? Enquanto considerava meus interesses, meu futuro e destino, era como se houvesse uma influência sombria e invisível me prendendo e restringindo. Eu relutei um pouco e, para me proteger da opressão, finalmente optei por uma concessão. Decidi não denunciá-la, por ora. Encontrei consolo dizendo a mim mesmo: “Pelo menos, agora temos discernimento sobre a Lucia e não seremos mais enganados por ela, então isso bastará, por ora. Talvez, um dia, Deus vai expor a Lucia e todos ganharão discernimento sobre ela e a verão pelo que ela realmente é. Ela será substituída naturalmente”.

Cerca de um mês depois, recebemos uma carta de duas irmãs. A carta dizia que elas tinham discernido que a Lucia era uma falsa líder e que queriam denunciá-la, e pediam a nossa opinião e se tínhamos algum conselho. Eu pensei: “Nós não recebemos uma resposta desde a última vez que denunciamos a Lucia. Se a denunciarmos novamente, com essas irmãs, será que os líderes superiores dirão que formamos uma panelinha para atacar a Lucia e estamos perturbando o trabalho da igreja? Se isso acontecer, é muito provável que, em vez de a Lucia ser demitida, seremos nós”. Com isso em mente, meu parceiro e eu respondemos às duas irmãs com uma carta, dizendo: “Vocês podem denunciá-la por conta própria. Nós já a denunciamos uma vez, por isso, desta vez, não a denunciaremos novamente”. Depois que respondemos, eu me senti muito arrependido. Percebi que eu as estava enganando para me proteger. Isso era me entregar e conceder a uma influência sombria. Para evitar essa condenação interna, usei as mesmas razões de antes para me consolar: “Por ora, muitas pessoas carecem de discernimento da Lucia. Se insistirmos em denunciá-la e defendermos sua demissão, os irmãos não permitirão. Tentarão protegê-la. Devemos esperar até que os irmãos tenham discernimento dela. Quando chegar a hora certa, ela será substituída naturalmente”. Embora fosse isso o que eu pensava, sempre que via passagens da palavra de Deus sobre expor falsos líderes e anticristos, a minha consciência me condenava. Eu tinha obviamente encontrado uma falsa líder, e no entanto eu não a denunciei nem a coloquei em evidência. Eu não estava tolerando Satanás enquanto ele interrompia e perturbava o trabalho da igreja? Todos os irmãos que nos hospedavam adoravam a Lucia, e quando expusemos o comportamento dela como falsa líder, eles não tentaram discerni-la, em vez disso, se ressentiram de nós e nos culparam, pensando que estávamos atacando a Lucia. Eu vi que essa falsa líder tinha enganado as pessoas muito profundamente. Eu não sabia quantos irmãos eram vítimas dessa enganação, e senti ainda mais que falsos líderes são um obstáculo e uma pedra de tropeço para a entrada na vida do povo escolhido de Deus. Nesse momento, tudo que eu queria era que a Lucia fosse substituída assim que possível, mas eu não tinha coragem para escrever a carta para denunciá-la novamente. Simplesmente para não ofender os irmãos que estavam nos hospedando, não ousei expor a conduta da Lucia de novo. No meu coração, eu me condenava e me acusava. Perguntei-me como eu podia ser tão covarde e inútil. Eu vi uma falsa líder perturbando o trabalho da igreja e não ousei denunciá-la. Eu nem ousei falar a verdade. Eu não era apenas um lacaio de Satanás? Lembrei-me das palavras de Deus: “Todos vocês dizem que têm consideração pelo fardo de Deus e que defenderão o testemunho da igreja, mas quem dentre vocês realmente foi atencioso com o fardo de Deus? Perguntem a si mesmos: Você é alguém que demonstrou consideração pelo fardo de Deus? Você pode praticar a justiça para Deus? Você pode se levantar e falar por Mim? Você pode colocar a verdade em prática firmemente? Você tem coragem suficiente para lutar contra todos os atos de Satanás? Você seria capaz de colocar suas emoções de lado e expor Satanás em prol da Minha verdade? Você pode permitir que Minhas intenções sejam cumpridas em você? Você ofereceu seu coração nos momentos mais cruciais? Você é alguém que faz a Minha vontade? Faça a si mesmo essas perguntas e pense sobre elas com frequência(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 13”). Cada uma das perguntas de Deus me deixou envergonhado e constrangido. Normalmente, eu era bom em gritar slogans, dizendo que eu consideraria a vontade de Deus e seria firme no meu testemunho de Deus, e orava com frequência, dizendo que queria praticar a verdade e satisfazer a Deus. Mas no instante em que algo acontecia e eu precisava me levantar e proteger os interesses da igreja, eu enfiava a cabeça de volta na carapaça. Eu sabia claramente que os falsos líderes tinham de ser denunciados imediatamente, mas por temer ser oprimido e dispensado, eu não ousei denunciar a Lucia de novo e permiti que ela continuasse a prejudicar e enganar nossos irmãos. Pior ainda era o fato de que, quando vi os irmãos que me hospedavam sendo enganados pela Lucia, eu não pensei em como ajudá-los a ganhar discernimento sobre a falsa líder. Em vez disso, eu fiz concessões. Temendo que expor a Lucia os deixaria infelizes e que eles não nos hospedariam mais, fiquei em silêncio sobre a Lucia se comportar como falsa líder. Eu realmente fui egoísta e desprezível! Eu desfrutava de tudo que Deus me fornecia e recebia o acolhimento e o cuidado dos meus irmãos e irmãs, mas não tive a menor consideração pela vontade de Deus e não protegi o trabalho da igreja. Eu fiquei de fora e permiti que uma falsa líder detivesse poder dentro da igreja e perturbasse o trabalho da igreja. Onde estava a minha consciência, a minha razão? Eu era completamente indigno de viver diante de Deus!

Depois disso, li as palavras de Deus: “A família de Deus não permite permanecer aquelas que não praticam a verdade, nem permite permanecer aquelas que deliberadamente desmantelam a igreja. No entanto, agora não é o tempo de fazer a obra de expulsão; tais pessoas simplesmente serão expostas e eliminadas no fim. Mais nenhuma obra inútil deve ser despendida nessas pessoas; aquelas que pertencem a Satanás não podem ficar do lado da verdade, enquanto aquelas que buscam a verdade podem. As pessoas que não praticam a verdade são indignas de ouvir o caminho da verdade e indignas de dar testemunho da verdade. A verdade simplesmente não é para seus ouvidos; antes, é dirigida àquelas que a praticam. Antes que o fim de cada pessoa seja revelado, aquelas que perturbam a igreja e interrompem a obra de Deus primeiramente serão postas de lado por ora, para serem tratadas mais tarde. Uma vez que a obra estiver completa, cada uma dessas pessoas será exposta e depois elas serão eliminadas. Por ora, enquanto a verdade está sendo provida, elas serão ignoradas. Quando toda a verdade for revelada à humanidade, essas pessoas devem ser eliminadas; esse será o momento em que todas as pessoas serão classificadas segundo a sua espécie. As trapaças mesquinhas daquelas sem discernimento levarão à sua destruição nas mãos dos perversos, elas serão atraídas por eles, para nunca mais voltar. E tal tratamento é o que elas merecem, porque não amam a verdade, porque são incapazes de ficar do lado da verdade, porque seguem pessoas malignas e ficam do lado das pessoas malignas, porque estão em conluio com as pessoas malignas e desafiam Deus. Elas sabem perfeitamente bem que o que aquelas pessoas malignas irradiam é maldade; mesmo assim, endurecem seu coração e dão as costas à verdade para segui-las. Essas pessoas que não praticam a verdade, mas que fazem coisas destrutivas e abomináveis, não estão todas cometendo o mal? Embora haja entre elas aqueles que se intitulam reis e outros que as seguem, não é a mesma essa sua natureza que desafia a Deus? Que desculpa podem ter para alegar que Deus não os salva? Que desculpa podem ter para alegar que Deus não é justo? Não é a própria maldade deles que os está destruindo? Não é a própria rebeldia que os está arrastando para o inferno? As pessoas que praticam a verdade serão, no fim, salvas e aperfeiçoadas por causa da verdade. Aqueles que não praticam a verdade trarão, no fim, a destruição sobre si mesmos por causa da verdade. Esses são os fins que esperam aqueles que praticam a verdade e aqueles que não a praticam(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Um alerta para aqueles que não praticam a verdade”). Eu vi que eu era o tipo de pessoa revelado pela palavra de Deus, o tipo de pessoa que não pratica a verdade. Eu era uma pessoa que Deus desprezava. Em tudo, eu tentava me preservar e proteger. Confrontado com uma falsa líder, eu não ousei aderir aos princípios, denunciá-la e evidenciá-la. Eu não estava simplesmente me ajoelhando diante de Satanás e conspirando com ele? Por fora, eu não estava do lado da Lucia, protegendo-a, mas eu não a denunciei nem expus como falsa líder. Eu permiti que ela confundisse e enganasse os irmãos na igreja e perturbasse e interrompesse o trabalho da igreja. Ao fazer isso, eu estava me colocando ao lado de Satanás. As palavras de Deus dizem: “Elas sabem perfeitamente bem que o que aquelas pessoas malignas irradiam é maldade; mesmo assim, endurecem seu coração e dão as costas à verdade para segui-las. Essas pessoas que não praticam a verdade, mas que fazem coisas destrutivas e abomináveis, não estão todas cometendo o mal?”. As palavras de Deus revelavam precisamente o meu comportamento. Lembrei-me daquilo que o Senhor Jesus disse: “Quem não é Comigo é contra Mim; e quem Comigo não ajunta, espalha(Matthew 12:30). Na batalha entre Deus e Satanás, não ficar do lado de Deus significa ficar do lado de Satanás. Não existe território neutro. Mas na questão de denunciar a falsa líder, eu estava tentando ser esperto, ser neutro, não me arriscar e proteger a mim mesmo. Isso não era apenas ficar ao lado de Satanás e trair a Deus? Eu pensava que muitas pessoas careciam de discernimento sobre a Lucia, mas uma vez que Deus a revelasse completamente e tivesse chegado a hora, ela seria naturalmente substituída. Por fora, essa ideia parecia muito razoável, mas, na verdade, eu estava fugindo da minha responsabilidade e procurando desculpas para evitar praticar a verdade. Eu fiquei basicamente esperando que Deus a revelasse, em vez de cumprir minha responsabilidade de expor e denunciá-la. Em essência, eu estava agradando uma falsa líder que estava fazendo mal e perturbando o trabalho da igreja. Não seria exagero chamar-me de cúmplice de uma falsa líder. Pensando sobre tudo isso, eu me odiei por ser tão egoísta, desprezível, fraco e incompetente. Eu era um inútil, um lacaio de Satanás! Eu não tinha nenhum testemunho na guerra contra o mal. Deus realmente odeia isso! Eu vim para diante de Deus e orei para me arrepender. Pedi a Deus a força para me libertar do controle das forças sombrias, para ficar ao lado de Deus e dizer “não” às forças de Satanás. Eu queria escrever outra carta denunciando a Lucia depois de reunir mais provas. Mas antes de conseguir isso, a igreja investigou e determinou que a Lucia era uma falsa líder que seguia a senda de um anticristo e a substituiu. Mais tarde, eu soube que a nossa carta de denúncia tinha sido interceptada e retida por outro falso líder. Esse falso líder também foi substituído por não fazer trabalho prático. Fiquei muito feliz quando soube disso, mas me senti culpado, também, pois eu tinha agido como um lacaio de Satanás nessa questão, não tinha protegido o trabalho da igreja nem sido firme no meu testemunho.

Quando a Lucia foi substituída, outra irmã assumiu temporariamente o trabalho da igreja, e eu pensei que isso tinha encerrado esse assunto, mas eu estava enganado. Cerca de um mês depois, o irmão que era meu parceiro me disse que a Lucia ainda estava obstinada após ter sido substituída. Ela estava espalhando entre os irmãos que a nova líder eleita era uma falsa líder, para enganar os irmãos para que simpatizassem com ela, e estava formando uma panelinha em volta de si para fazer com que a nova líder fosse dispensada e ela pudesse reassumir sua posição de líder. Quando soube disso, fiquei bem ansioso. Eu tinha que encontrar um jeito de informar nossos líderes superiores sobre a conduta maligna da Lucia assim que possível. Na época, a nova líder da igreja também estava escrevendo uma carta denunciando a situação da Lucia para os líderes superiores e estava tentando decidir como explicar a situação claramente. Sou muito bom em escrever, então tomei a iniciativa e me ofereci para escrever a carta de denúncia por ela. Na manhã seguinte, tendo terminado a carta de denúncia, meu parceiro disse de repente: “Coloque nossos nomes na carta também”. Fiquei perplexo ao ouvir isso, pensando: “Lucia é cruel, traiçoeira e sabe enganar os outros. Se não conseguirmos denunciá-la desta vez, e ela retomar o poder e se tornar líder de igreja de novo, dado o histórico dela de abuso de poder, expulsando aqueles dos quais se ressentia, ela certamente nos substituiria ou até mesmo expulsaria. Mas não assinar a carta não podia ser justificado, pois ela tinha sido escrita anonimamente por nós”. Pensei por um momento, e disse: “Vamos assinar a carta como anônimos”. A verdade é que eu queria fazer tudo que podia para me distanciar, para que, mesmo que eu fosse oprimido, não seria de forma tão severa. Meu parceiro lidou comigo, então: “Por que é tão difícil colocar seu nome? Você está sendo tão astuto!”. Esse comentário penetrou meu coração. Eu entendi que eu não podia mais ser astuto e tentar me proteger, e que eu devia praticar a verdade e ser uma pessoa honesta.

Mais tarde, refleti sobre mim mesmo. Por que é que sempre que acontecia algo que envolvia os interesses da igreja e que exigia que eu expressasse a minha opinião, eu ficava com medo, recuava e tentava proteger a mim mesmo? Que natureza me controlava quando eu fazia isso? Eu li as palavras de Deus: “Satanás corrompe as pessoas por meio da educação e da influência de governos nacionais, dos famosos e grandes. Suas palavras diabólicas têm se tornado a vida e natureza do homem. ‘Cada um por si e o demônio pega quem fica por último’ é um ditado satânico popular que tem sido plantado em cada um e isso tem se tornado a vida do homem. Existem outros dizeres das filosofias para viver que também são semelhantes. Satanás usa a cultura tradicional de cada nação para educar, enganar e corromper as pessoas, fazendo com que a humanidade caia e afunde em um abismo de destruição sem limites, e no fim, as pessoas são destruídas por Deus por servirem a Satanás e resistirem a Deus. Algumas pessoas têm servido como funcionários públicos há décadas. Imagine fazer-lhes a seguinte pergunta: ‘Você tem se dado tão bem nessa capacidade, quais são os principais ditados populares famosos segundo os quais você vive?’. Elas podem dizer: ‘A única coisa que eu entendo é esta: “As autoridades não dificultam as coisas para aqueles que dão presentes, e aqueles que não bajulam não nada conseguem nada”’. Essa é a filosofia satânica em que se baseia a sua carreira. Essas palavras não são representativas da natureza de tais pessoas? Usar quaisquer meios inescrupulosamente para obter posição tornou-se sua natureza; o oficialismo e o sucesso na carreira são seus alvos. Ainda restam muitos venenos satânicos na vida, na conduta e no comportamento das pessoas. Por exemplo, suas filosofias para viver, suas maneiras de fazer as coisas e suas máximas estão todas repletas dos venenos do grande dragão vermelho, e todos esses vêm de Satanás. Assim, todas as coisas que fluem pelos ossos e sangue das pessoas são de Satanás. […] A humanidade foi profundamente corrompida por Satanás. O veneno de Satanás flui pelo sangue de cada pessoa, e pode-se dizer que a natureza do homem é corrupta, maligna, antagônica e oposta a Deus, repleta das filosofias e dos venenos de Satanás e imersa neles. Ela se tornou completamente a natureza essência de Satanás. É por isso que as pessoas resistem a Deus e se opõem a Deus(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a natureza do homem”). Ao ler a palavra de Deus, eu entendi que eu não ousava confrontar falsos líderes e anticristos de frente porque eu vivia segundo a lógica, as leis e as filosofias mundanas de Satanás, tais como “cada um por si e o demônio pega quem fica por último”, “quanto menos problemas, melhor” e “pessoas sensatas sabem se proteger e evitam cometer erros”. Há também “que cada um cuide da sua vida”. Visto que eu vivia segundo esses venenos satânicos, eu era particularmente egoísta, desprezível, covarde e enganoso. Em tudo, eu pensava primeiro nos meus interesses e possíveis ganhos e perdas. Quando quis denunciar a Lucia pela primeira vez, eu não ousei fazê-lo porque queria me proteger. Agora, a Lucia estava formando uma panelinha, disputando poder na igreja e perturbando e interrompendo o trabalho da igreja, e ainda me faltava coragem para me levantar e praticar a verdade. Eu metia a cabeça na carapaça para me esconder, como uma tartaruga, temendo que, no instante em que mostrasse a cabeça, eu seria punido se fosse descoberto pela falsa líder, o anticristo. Nominalmente, eu acreditava e seguia a Deus, mas não havia lugar algum para Deus no meu coração. Eu até via a casa de Deus apenas como a sociedade, acreditava que a casa de Deus era um lugar sem justiça nem imparcialidade, onde eu precisava ter cuidado o tempo todo e aprender a me proteger, ou então correr o risco de ser oprimido e punido. Esse tipo de ponto de vista nada mais era do que calúnia e blasfêmia contra Deus! A casa de Deus não é o mundo exterior. Satanás reina no mundo, e os maus governam, e os bons só podem ser assediados e oprimidos. No entanto, a casa de Deus é governada por Cristo e pela verdade. Falsos líderes e anticristos não têm lugar para permanecer na casa de Deus, e quando o povo escolhido de Deus ganhar entendimento da verdade e discernimento, eles serão todos denunciados e evidenciados, banidos e expulsos. Essa é a justiça de Deus. As palavras de Deus dizem: “Os perversos certamente serão punidos(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus). A palavra de Deus é a verdade e o fato que Deus realizará. Eu vi também exemplos reais de falsos líderes e anticristos sendo substituídos ou expulsos. Isso não era a justiça de Deus? Mas tinha sido completamente cegado pelos meus interesses e pensara apenas em como me proteger. Eu acreditava em Deus, mas não acreditava na palavra de Deus, nem na sua fidelidade nem na sua justiça. Eu via as coisas através do ponto de vista de um incrédulo. Isso era a manifestação de um incrédulo! Se eu continuasse a viver segundo filosofias satânicas, não praticasse a verdade e não protegesse o trabalho da igreja, no fim eu seria condenado e expulso por Deus. Pensando nessas coisas, eu entendi que, na questão de denunciar a Lucia, eu tinha de cumprir as minhas responsabilidades ao máximo, e mesmo que fosse oprimido ou expulso pela Lucia, eu teria lições a aprender, e isso ocorreria com as boas intenções de Deus. Pensando nisso muito calmamente, coloquei meu nome na carta de denúncia. Nesse momento, eu me senti seguro e em paz e tive também uma sensação de orgulho. Senti que finalmente tinha me levantado e me tornado uma pessoa decente.

Mais ou menos um mês depois de enviada a carta de denúncia, finalmente recebemos a boa notícia. Lucia tinha cometido tantos atos perversos e se recusado a mudar que foi definida como um anticristo e expulsa da igreja. Aqueles malfeitores que seguiram a Lucia em seus atos malignos e na interrupção do trabalho da igreja também foram expulsos. Alguns que mostraram expressões de arrependimento não foram classificados como malfeitores e puderam permanecer na igreja e receberam a chance de se arrepender. Um caos que tinha continuado por vários meses finalmente cedera, e a vida de igreja normal foi retomada. Fiquei muito feliz ao ver esse resultado, mas também senti remorso e arrependimento, pois, na questão de denunciar a falsa líder, o anticristo, eu tinha sido egoísta e desprezível, e me protegi e até duvidei da justiça de Deus e do governo da verdade na casa de Deus. Grande parte de mim ainda era incrédula. Eu vi que eu era profundamente corrupto e que devia tanto a Deus. Eu jurei que, na próxima vez que algo similar acontecesse, eu ficaria do lado de Deus.

Quatro anos depois, algo semelhante voltou a acontecer. Os líderes da minha igreja, Kayden e dois outros, por falar palavras e doutrinas e não fazer trabalho prático, foram condenados como falsos líderes e dispensados, e a igreja enviou duas líderes para assumir responsabilidades temporariamente. Quando essas duas irmãs vieram, Kayden espalhou a falácia de que a nossa igreja não aceitava “esmolas de caridade”. Isso significava que ele não aceitava as duas irmãs transferidas de fora como nossas líderes. Eles começaram a inventar desculpas para atacar essas duas novas irmãs e persuadiram outros irmãos a ficar do lado deles e escrever uma carta de denúncia dizendo que elas deveriam ser devolvidas. Mais tarde, eles também me pediram para participar disso. Quando li a carta de denúncia que eles escreveram, eu vi que alguns dos comportamentos perversos que alegavam eram apenas exemplos de expor corrupção, não eram atos perversos. Outros eram completos exageros, e outros eram claramente acusações falsas e mentiras que distorciam os fatos. Suas condenações na carta eram exageradas, aleatórias e cruéis. Eu percebi que o propósito real da carta de denúncia não era proteger o trabalho da igreja, banir falsos líderes ou proteger o povo escolhido de Deus, era tomar o poder, reassumir suas posições como líderes de igreja, controlar a igreja e o povo escolhido de Deus. Eles eram anticristos! No início, não quis me envolver no assunto, pois meu líder de equipe também tinha sido enganado por eles e estava participando do relatório, e eu era apenas um crente normal, portanto eram pessoas que eu não podia me dar ao luxo de ofender. Mas quando pensei em como a anticristo Lucia havia sido denunciada e banida quatro anos antes, e em como eu não tivera um testemunho real, decidi não me esconder nem recuar novamente. Então comunguei com os irmãos e irmãs ao meu redor para que eles entendessem os objetivos e as intenções reais das pessoas que tinham escrito essa carta de denúncia e tivessem discernimento sobre eles. Depois disso, eu denunciei e expus à igreja os atos malignos que essa panelinha tinha cometido ao disputar o poder. A igreja investigou e verificou a situação, determinou que essas pessoas eram anticristos e as expulsou da igreja. Quando vi que a notícia da expulsão desse grupo de anticristos continha algumas das evidências que eu tinha fornecido, fiquei muito feliz e também me senti consolado. Eu me senti honrado por ter cumprido minhas responsabilidades nessa questão.

A experiência dessas coisas me permitiu ver a grande sabedoria da obra de Deus. Deus permitiu que esses falsos líderes e anticristos emergissem dentro da igreja para que eu pudesse desenvolver discernimento. Por meio de eles serem revelados e expulsos, eu ganhei certo conhecimento do caráter justo de Deus, vi como a casa de Deus é governada por Cristo e pela verdade, e a minha fé em Deus cresceu. Graças a Deus!

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