Reflexões após a expulsão

19 de Junho de 2024

Por Zhengliang, China

Depois de aceitar a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias, eu estava sempre divulgando o evangelho na igreja. Mais tarde, tornei-me líder de grupo e fiquei encarregado do trabalho evangelístico de quatro ou cinco igrejas. Com trabalho duro, por um período, o trabalho evangelístico produziu alguns resultados, e fiquei bastante satisfeito comigo mesmo. Principalmente alguns líderes de igreja que deparavam com dificuldades no trabalho evangelístico buscavam minha comunhão, e os irmãos também me tinham em alta conta. Então, fiquei muito feliz, pensando: “Parece que entendo um bocado da verdade e tenho um pouco da verdade realidade”.

Em 2013, voltei à igreja local para divulgar o evangelho. Pensei comigo: “Como estive fora no último ano ou mais, divulgando o evangelho, adquiri bastante prática e passei a entender algumas verdades. Agora que estou de volta à igreja, eles certamente se concentrarão em me preparar, e quando ouvirem minha comunhão, com certeza será diferente do que foi no passado. Talvez eu até seja escolhido nas eleições para ser líder de igreja”. Alguns dias depois, uma líder de igreja chamada Jia Xin veio à minha casa. Ela disse que seu dever a estava desgastando muito, e que alguns colegas disseram que ela não conseguia resolver problemas, que estava sempre meio sonolenta nas reuniões, e que ela não tinha a obra do Espírito Santo e deveria se responsabilizar e pedir dispensa. Ela disse que os pregadores a haviam incentivado a fazer o mesmo. Além disso, ela fez questão de enfatizar que esses dois pregadores já haviam sido dispensados por ela, mas nunca fizeram autorreflexão e até disseram que ela os estava reprimindo. Jia Xin nos perguntou como deveria vivenciar essas circunstâncias. Ao ouvi-la dizer tudo isso, fiquei com muita raiva, e pensei: “Isso não é retaliação? Já fiz parceria com Jia Xin antes, e ela realmente sofria e pagava um preço ao pregar o evangelho. Às vezes, os novos crentes trabalhavam até tarde, porém ela sempre se rebelava contra sua carne e ia se reunir com eles. Ela é bastante responsável; como podem dizer que ela não tem a obra do Espírito Santo? Eles não a estão reprimindo? É isso que os falsos líderes e os obreiros fazem. Não, não posso deixar isso passar. Agora que estou de volta, tenho que ajudá-la”. Logo depois, fui com minha esposa tentar entender e investigar essa questão. Enquanto investigávamos, fiquei bastante satisfeito comigo, e pensei: “Sou bom em discernir; acabo de retornar à igreja e já estou discernindo falsos líderes. Se esses falsos líderes e obreiros puderem ser denunciados e dispensados, terei feito uma bela ação. Depois que eles forem dispensados, talvez eu tenha a chance de ser escolhido como líder. Será realmente como matar dois coelhos com uma cajadada só”. Quando pensei nisso, meu “senso de justiça” ficou ainda mais forte. Depois de alguns dias, descobri que Jia Xin havia sido removida de seu cargo por vários colegas. Os colegas dissecaram o comportamento de Jia Xin nas reuniões e ajudaram os irmãos a discerni-la. Ao ouvir essa notícia, fui tomado pela raiva, e pensei: “Jia Xin pode renunciar e sofrer mais do que qualquer um de vocês. Como poderia ser uma falsa líder que não tem a obra do Espírito Santo? Vocês todos podem ser removidos; ela, não”. Eu acreditava que aquilo era um ato de retaliação, e então espalhei, nos locais de reunião, a acusação de que esses eram falsos líderes e obreiros, e que remover Jia Xin não se alinhava aos arranjos de trabalho. Isso fez com que os irmãos não conseguissem levar uma vida de igreja normal, e a igreja ficou um pouco caótica.

Algum tempo depois, uma irmã veio para lidar com o caos na igreja. Ela disse que sua investigação havia mostrado que Jia Xin não sabia comunicar a verdade e não conseguia resolver os problemas reais dos irmãos. Ela disse que Jia Xin era realmente uma falsa líder que não conseguia fazer trabalho real, e que, de acordo com os princípios, ela deveria ser dispensada. Mas ao ouvir essa irmã dizer isso, fiquei um pouco desconfiado, pensando: “Estávamos errados mesmo quanto a isso? Não pode ser! Eu também tenho uma base para como julgar as pessoas; não serei desorientado por todos vocês. Vocês estão apoiando os líderes e os obreiros”. Depois disso, não ouvi mais nada que a irmã disse, pensando apenas que ela havia lidado com as coisas de forma injusta. Então escrevi uma carta de denúncia com outras três pessoas, dizendo que esses líderes e obreiros que estavam removendo Jia Xin não respeitavam os princípios e a estavam retaliando. Entretanto, o processo de escrever essa carta de denúncia não foi nada tranquilo. Enquanto a escrevíamos, divergíamos o tempo todo, cada um defendendo sua opinião. Escrevemos a carta várias vezes, e a cada vez surgiam erros novos. Eu tive dúvidas, e pensei: “Será que o nosso relato não está de acordo com a intenção de Deus? Se não estiver, não devemos fazer isso”. Mas pensei, também: “Se eu recuar disso e os outros realmente denunciarem e dispensarem os falsos líderes, o mérito será deles. Então tudo isso não terá sido em vão? Os irmãos certamente pensariam que são eles os que entendem a verdade, que têm discernimento e senso de justiça. Ninguém pensaria bem de mim”. Então, quando a carta de denúncia foi concluída, assinei meu nome, e também denunciamos a irmã que estava lidando com o caos na igreja. Depois de entregar a carta, fiquei muito satisfeito comigo mesmo. Pensei: “Desta vez, quando os falsos líderes e obreiros forem dispensados e os líderes superiores virem que eu entendo a verdade e sei discernir pessoas, eles podem até quebrar o protocolo para me promover. Todos os irmãos elogiarão meu calibre; quão esplêndido será!”. Vários dias depois, recebi uma carta dos líderes superiores falando de quão graves estavam as prisões do Partido Comunista, e que eles precisavam de um tempo para analisar e lidar com essa carta de denúncia. Uma irmã disse: “as prisões só vão piorar, no futuro. Se esperarmos que os líderes superiores lidem com isso, será tarde demais. Mesmo que não sejamos líderes ou obreiros, ainda temos que ajudar os irmãos a ser mais criteriosos”. Fiquei ouvindo, pensando: “é isso mesmo. Ajudar os irmãos a ter mais discernimento não é uma forma de desempenhar o dever? Quando esses falsos líderes forem dispensados, todos certamente me darão crédito por essa conquista, e talvez eu possa ser eleito líder”. Então, fui aos locais de reunião e disse que os líderes e os obreiros que estavam removendo Jia Xin não se alinhavam aos princípios. Eu também disse que Jia Xin não era uma falsa líder, e que ela desempenhava o dever do amanhecer ao anoitecer e podia fazer trabalho real. Nessa época, quando se reuniam, os irmãos não comunicavam as palavras de Deus, e só comentavam sobre essas questões. Alguns irmãos foram desorientados por nós e ficaram do nosso lado, desenvolveram preconceitos contra os líderes e os obreiros, dizendo que eles eram falsos. Alguns nem mesmo os recebiam em casa; como resultado, os líderes e os obreiros não puderam mais desempenhar seus deveres normalmente. Algumas pessoas com discernimento tomaram o partido dos líderes e obreiros, dizendo que estávamos perturbando a vida de igreja. Dessa forma, duas facções foram formadas na igreja; éramos como dois exércitos lutando um contra o outro. Sempre que nos reuníamos, discutíamos essas questões, e os irmãos perderam sua vida de igreja normal. O caos na igreja continuou assim por vários meses.

Um dia, os líderes superiores vieram investigar e entender o conteúdo da nossa carta de denúncia. Pensei comigo: “esses falsos líderes e obreiros serão dispensados, com certeza”. Justamente quando eu estava feliz com as coisas, uma das líderes usou as palavras de Deus para dissecar a natureza da nossa conduta. Ela disse que estávamos formando facções, dividindo a igreja e perturbando a vida de igreja, e que, como resultando, os líderes e os obreiros não podiam trabalhar normalmente, paralisando o trabalho da igreja. Ela disse que estávamos cometendo o mal. Disse também que, como líder, Jia Xin não sabia como orientar os irmãos a vivenciar a obra de Deus. Em vez disso, ela sempre tentava conquistar as pessoas e espalhar sua insatisfação entre os colegas. Como poderia ela ter a obra do Espírito Santo? Ela disse que Jia Xin não conseguia fazer trabalho real nem resolver os problemas dos irmãos, e que, por mais que parecesse se renunciar e se despender, ela era uma falsa líder e deveria ser dispensada; era isso que se alinhava aos princípios. Quando ouvi essa irmã comunicando e dissecando o fato de Jia Xin ser uma falsa líder, meu coração disparou, e eu pensei: “o que elas estão dizendo faz sentido. Jia Xin foi exposta e removida por esses colegas, e deveria ter refletido sobre si mesma e tentado se entender. Em vez disso, ela nos procurou várias vezes, sentindo-se injustiçada e extravasando suas queixas. Ela realmente não aceitava a verdade nem vivenciava a obra de Deus. Eu defendi Jia Xin e até julguei outros líderes e obreiros, perturbando a vida de igreja. A natureza disso é grave!”. No entanto, como eu não tinha a menor compreensão da minha conduta, na hora apenas reconheci que havia cometido um erro. No final, os líderes superiores disseram que havíamos perturbado gravemente a vida de igreja e que a natureza disso era grave. Eles arranjaram para que nos isolássemos em casa e refletíssemos.

Um dia, fui à casa da minha mãe, e ela me deu três avisos de expulsão. Olhando para eles, vi que, além de Jia Xin, para a minha surpresa, havia também avisos de expulsão para minha esposa e para mim. Os avisos diziam que Jia Xin era insidiosa e astuta, semeava discórdia e formava facções na igreja, e que, por fim, tinha sido considerada um anticristo e expulsa. Quanto a mim, eu tinha seguido esse anticristo em cometer o mal e interromper e perturbar a vida de igreja. Eu era cúmplice desse anticristo e, por isso, também fui expulso. Quando terminei de ler esses avisos de expulsão, eu simplesmente não conseguia acreditar no que via. Era como quando um prisioneiro vê o veredicto escrito de sua sentença de morte. Fiquei tão assustado que minhas pernas fraquejaram e eu não conseguia parar de tremer, e pensei: “fui expulso? Não deveríamos estar apenas refletindo em casa? Como pudemos ser expulsos? Eu realmente cometi um grande mal dessa vez”. Nesse momento, minha mente deu um branco, e corri para casa para contar à minha esposa sobre a nossa expulsão. Depois de contar a ela, não consegui mais me conter, sentei no chão e chorei. Pensei comigo: “estou acabado, agora estou realmente acabado. Minha jornada de crença em Deus chegou ao fim, e nunca mais poderei voltar à igreja. Desta vez, eu realmente ofendi o caráter de Deus, e talvez eu tenha que ser punido algum dia”. Quando pensei nisso, foi como se o meu coração tivesse sido apunhalado com uma faca; eu estava em extremo desespero e dor. Eu me odiei por ser capaz de fazer algo assim. Como poderia confiar cegamente nas palavras de Jia Xin? Não havia como compensar o grande distúrbio que eu havia causado à vida de igreja, e quanto mais eu pensava nisso, mais meu coração sofria. Todos os dias, eu não tinha vontade de fazer nada. Não conseguia comer nem ter uma boa noite de sono, e, depois de um tempo, tinha perdido mais de cinco quilos. Todos os dias, era como se eu estivesse esperando a morte. Eu achava que não tinha mais chance de ser salvo, que estava destinado a ser punido e ir para o inferno. Eu era como um paciente com câncer terminal, extremamente negativo e desesperado. Eu achava que ia morrer mais cedo ou mais tarde, então era melhor acabar logo com aquilo. Quando me vi no ponto de maior dor e desamparo, pensei na letra de um hino das palavras de Deus intitulado “Busque amar a Deus, não importa quão grande seja seu sofrimento”: “Hoje, a maioria das pessoas não tem esse conhecimento. Elas acreditam que o sofrimento é sem valor, são renunciadas pelo mundo, que sua vida familiar tem problemas, que não são amadas por Deus e sua perspectiva é sombria. O sofrimento de algumas pessoas chega ao extremo, e seus pensamentos se voltam para a morte. Isso não é verdadeiro amor por Deus; tais pessoas são covardes, não têm perseverança, são covardes e impotentes!(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Somente experimentando provações dolorosas é que você pode conhecer a amabilidade de Deus”). Ouvi esse hino várias vezes. Parecia que Deus estava usando esse hino para me dizer que Ele não queria que eu fosse tão fraco e impotente, que Ele não queria que eu perdesse minha fé Nele. Eu tinha feito tanto mal e já era alguém que havia sido expulso, e estava destinado a ser punido no futuro, mas Deus ainda me iluminou e me orientou a pensar nesse hino, não me deixando afundar ainda mais na negatividade. Fiquei extremamente comovido com isso, e uma ponta de esperança surgiu no meu coração, com um pouco de força. Mais tarde, li mais palavras de Deus que diziam: “Para seguir o Deus prático, precisamos ter esta determinação: não importa quão grandes sejam os ambientes que encontramos, nem que tipo de dificuldades enfrentemos, e não importa quão fracos ou negativos sejamos, não podemos perder a fé em nossa mudança de caráter, nem nas palavras que Deus proferiu. Deus fez uma promessa à humanidade, e isso exige que as pessoas tenham determinação, fé e perseverança para suportar. Deus não gosta de covardes; Ele gosta de pessoas determinadas. Mesmo que você tenha revelado muita corrupção, mesmo que tenha seguido a senda errada muitas vezes, ou cometido muitas transgressões, reclamado de Deus, ou resistido a Deus dentro da religião, ou abrigado blasfêmia contra Ele no coração, e assim por diante — Deus não olha para tudo isso. Deus só vê se alguém busca a verdade e se ele poderá mudar um dia(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A senda de prática para a mudança de caráter”). Vi que Deus não gostava de covardes; Ele gostava de pessoas decididas. Embora eu tivesse sido expulso por cometer um mal tão grande, o que Deus considerava importante era se eu podia ou não mudar. Se eu mudasse, mesmo que eu morresse e fosse punido no final, valeria a pena. Durante esse tempo, a letra do hino e as palavras de Deus ocasionalmente vinham à minha mente. Fiquei muito emocionado, e pensei que Deus não havia me abandonado. Em meu momento mais abatido e sombrio, Ele usou Suas palavras para me guiar, encorajar e confortar. Pensei que Deus amava muito o homem e que eu não podia continuar sendo negativo. A partir de então, eu acordava cedo todos os dias e persistia em comer e beber as palavras de Deus, refletindo sobre as maneiras pelas quais eu havia ofendido a Deus.

Um dia, li estas palavras de Deus: “Muitos na igreja não têm discernimento. Quando algo que desorienta ocorre, eles inesperadamente ficam do lado de Satanás; até se ofendem ao serem chamados de lacaios de Satanás. Embora as pessoas possam dizer que eles não têm discernimento, eles sempre ficam do lado sem a verdade, nunca ficam do lado da verdade no momento crítico, nunca se levantam e argumentam em prol da verdade. Eles carecem verdadeiramente de discernimento? Por que eles inesperadamente tomam o lado de Satanás? Por que nunca dizem uma palavra que seja justa e razoável para apoiar a verdade? Essa situação surgiu genuinamente como resultado de sua confusão momentânea? Quanto menos discernimento as pessoas têm, menos são capazes de ficar do lado da verdade. O que isso mostra? Não mostra que as pessoas sem discernimento amam o pecado? Não mostra que elas são a cria leal de Satanás? Por que é que elas são sempre capazes de ficar do lado de Satanás e falar a língua dele? Cada palavra e ato delas, as expressões em seu rosto, todos são suficientes para provar que elas não são um tipo de amante da verdade; antes, são pessoas que detestam a verdade. O fato de que podem ficar do lado de Satanás é suficiente para provar que Satanás realmente ama esses diabos mesquinhos que passam a vida lutando pela causa de Satanás. Todos esses fatos não são perfeitamente claros?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Um alerta para aqueles que não praticam a verdade”). “Porque não amam a verdade, porque são incapazes de ficar do lado da verdade, porque seguem pessoas malignas e ficam do lado das pessoas malignas, porque estão em conluio com as pessoas malignas e desafiam Deus. Elas sabem perfeitamente bem que o que aquelas pessoas malignas irradiam é maldade; mesmo assim, endurecem seu coração e dão as costas à verdade para segui-las. Essas pessoas que não praticam a verdade, mas que fazem coisas destrutivas e abomináveis, não estão todas cometendo o mal? Embora haja entre elas aqueles que se intitulam reis e outros que as seguem, não é a mesma essa sua natureza que desafia a Deus? Que desculpa podem ter para alegar que Deus não os salva? Que desculpa podem ter para alegar que Deus não é justo? Não é a própria maldade deles que os está destruindo? Não é a própria rebeldia que os está arrastando para o inferno?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Um alerta para aqueles que não praticam a verdade”). Ao ler as palavras de Deus, me senti humilhado e angustiado. Eu ter sido capaz de fazer um mal tão grande não se deveu apenas à falta de discernimento; foi principalmente porque eu valorizava demais a reputação e o status. Jia Xin nos conquistou para proteger seu status de líder. Eu não discerni as intenções por trás de suas ações, nem vi se suas palavras se alinhavam aos fatos. Eu apenas a defendi às cegas, querendo ser um “lutador da justiça” e me exibir. E eu quis aproveitar a chance de alcançar o status de líder. Enquanto escrevíamos a carta de denúncia, ficou claro para mim que não tínhamos a orientação de Deus. Não conseguíamos chegar a um consenso em nossas opiniões, e meu coração não se sentia em paz. Mesmo assim, fui obstinado e prossegui com a carta, seguindo esse anticristo em cometer o mal. A irmã de nível superior que veio à igreja se comunicou para me ajudar e me expor, mas não mudei meu rumo, temendo ser desprezado pelos outros se eu reconhecesse meus erros. Fui aos locais de reunião e julguei as pessoas de forma arbitrária, espalhando a informação de que os líderes e os obreiros eram falsos. Meu objetivo era fazer com que os irmãos rejeitassem os líderes e os obreiros e pensassem bem de mim, para que eu pudesse ser escolhido em eleições futuras. Por causa dessas perturbações, os irmãos não conseguiam se reunir e comer e beber as palavras de Deus normalmente. Metade dos irmãos da igreja foi desorientada por nós, e, juntos, ficamos contra os líderes e os obreiros. Deus queria que os irmãos pudessem se reunir e comunicar Suas palavras normalmente e desempenhar bem seus deveres como um só. Quando Deus estava construindo a igreja, Satanás quis acabar com Sua obra. Enquanto isso, eu estava desempenhando o papel de servo e cúmplice de Satanás, interrompendo e perturbando o trabalho da igreja. Ao ter essas manifestações, eu não estava apenas tomando o lado errado por uma falta momentânea de discernimento. Minha natureza era a mesma de Jia Xin; nós dois gostávamos demais de reputação e status. Para obter status, criamos desordem na igreja, e eu fui expulso porque buscava status em vez de buscar a verdade. Pensando nisso, fiquei extremamente arrependido e me censurando. Ajoelhei-me no chão e me dei mais de cem tapas fortes no rosto. Eu queria me punir cruelmente para guardar essa lição na memória. Além disso, orei a Deus: “Deus, eu cometi o mal. Busquei status e perturbei o trabalho da igreja. Estou disposto a me arrepender, a autorrefletir adequadamente e a tentar entender minhas más ações”.

Depois disso, prossegui na autorreflexão, pensando: “Por que gosto tanto de status e sempre quero buscá-lo e obtê-lo? Por que sou tão arrogante e capaz de fazer essas coisas ruins?”. Li uma passagem das palavras de Deus: “Se, em seu coração, você realmente entender a verdade, você saberá como praticar a verdade e submeter-se a Deus e naturalmente começará a trilhar a senda de buscar a verdade. Se a senda que você trilha for a correta e estiver de acordo com as intenções de Deus, então a obra do Espírito Santo não o abandonará — nesse caso você correrá menos risco de trair a Deus. Sem a verdade, é fácil praticar o mal, e você o praticará a despeito de si mesmo. Por exemplo, se você tem um caráter arrogante e convencido, então ser ordenado a abster-se de se opor a Deus não faz diferença nenhuma, você não pode impedir, está fora de seu controle. Você não o faria de propósito; você o faria sob o domínio de sua natureza arrogante e convencida. Sua arrogância e convencimento fariam com que você desprezasse a Deus e O visse como um ser sem importância; fariam você se exaltar, e se colocar sempre na vitrine; levariam você a desprezar os outros, não deixariam ninguém em seu coração além de você mesmo; roubariam o lugar de Deus em seu coração e, no fim, levariam você a se sentar no lugar de Deus e a exigir que as pessoas se submetessem a você e a fazer com que você venerasse seus próprios pensamentos, ideias e noções como a verdade. Tanto mal é feito pelas pessoas sob o domínio da natureza arrogante e convencida delas!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente buscando a verdade pode-se alcançar uma mudança no caráter”). Por meio das palavras de Deus, entendi que a causa principal de eu ser capaz de fazer essas coisas más era o fato de eu ser muito arrogante, acreditar demais em mim mesmo e me valorizar demais. Eu achava que, por saber pregar o evangelho e resolver alguns problemas, isso significava que eu entendia a verdade e tinha realidade. Assim, fui capaz de acreditar cegamente em mim mesmo e agir com imprudência, e, como resultado, cometi todos aqueles atos malignos. Com relação à remoção de Jia Xin, eu nunca busquei adequadamente as verdades princípios. Eu vi que Jia Xin podia renunciar, despender-se, sofrer e pagar um preço em seu dever, então pensei que ela estava praticando a verdade e que tinha a obra do Espírito Santo. Pensei que, sem buscar a verdade, quem seria capaz de fazer todas essas coisas até esse ponto? Na realidade, ao discernir se alguém tem a obra do Espírito Santo, não se pode julgar com base no fato de ele parecer sofrer, pagar um preço, renunciar e se despender. Essas são coisas que qualquer pessoa entusiasmada pode fazer. Deve-se observar, principalmente, se essa pessoa é capaz de orar a Deus quando lhe acontecem coisas, e se, mesmo quando isso não estiver de acordo com suas noções, ela é capaz de largar, buscar a verdade, e se ela tem um coração que teme e se submete a Deus. Além disso, ela deve ser capaz de guiar o povo escolhido de Deus a vivenciar as palavras de Deus e se entender, e deve, também, resolver os problemas dos irmãos nos deveres. É isso que um líder e um obreiro devem fazer. Jia Xin era incapaz de fazer trabalho de líder, e menos ainda de ter a obra do Espírito Santo. Quando expuseram os problemas dela, ela não aceitou, e até reclamou de injustiças que percebeu e nos desorientou. Intencionalmente, ela espalhou, entre nós, a informação de que as denúncias feitas contra ela eram falsas, convencendo-nos para que a defendêssemos. Fomos desorientados por ela e contamos ao pessoal, na igreja, que os líderes e os obreiros a estavam reprimindo, o que fez com que a igreja se dividisse em facções e mergulhasse em caos. Jia Xin renunciou a si mesma e se despendeu um pouco, mas de modo algum buscou a verdade quando os problemas lhe aconteceram, nem refletiu nem tentou se entender. Para proteger seu status, ela causou interrupções e perturbações e detonou o trabalho da igreja. Ela se despendeu e sofreu, mas foi tudo para salvaguardar e satisfazer seu desejo pessoal de status. Assim que alguém lhe tocava o status, ela cometia atos malignos, como formar facções e semear a discórdia. Sua natureza era a de odiar a verdade; ela era um anticristo astuto, enganador, insidioso e cruel. Eu não tinha o menor discernimento. Eu segui Jia Xin em cometer o mal e julguei os líderes e os obreiros durante as reuniões, e, como resultado, os irmãos foram desorientados e ficaram do meu lado, excluindo os líderes e os obreiros. Isso causou perturbações sérias à vida da igreja. Eu tinha cometido um mal tão grande, mas ainda achava que tinha senso de justiça; fiquei mesmo tão confuso e arrogante que perdi toda a razão. Se entendesse um pouco da verdade e tivesse um coração temente a Deus, eu não teria cometido um mal tão grande. Eu vi que me faltava muita coisa e que o meu caráter era arrogante demais. Eu precisava muito do castigo e da disciplina de Deus para me purificar e mudar!

Mais tarde, li mais das palavras de Deus: “Antes de enviar a Sua raiva, Deus já percebeu a essência de toda a questão de forma bastante clara e completa e Ele já formulou definições e conclusões precisas e claras. Assim, o objetivo de Deus em tudo que Ele faz é cristalino, assim como a Sua atitude. Ele não é confuso, cego, impulsivo ou descuidado e certamente não é sem princípios. Esse é o aspecto prático da ira de Deus e é por causa desse aspecto prático da ira de Deus que a humanidade atingiu sua existência normal. Sem a ira de Deus, a humanidade desceria a condições anormais de vida e todas as coisas justas, belas e boas seriam destruídas e deixariam de existir. Sem a ira de Deus, as leis e as regras de existência para os seres criados seriam violadas ou até completamente subvertidas. Desde a criação do homem, Deus tem usado continuamente o Seu caráter justo para salvaguardar e suster a existência normal da humanidade. Como o Seu caráter justo contém ira e majestade, todas as pessoas, eventos e coisas perversas, e todas as coisas que perturbam e prejudicam a existência normal da humanidade, são punidas, controladas e destruídas como resultado de Sua ira(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único II”). “Deus é possuidor desse tipo de caráter justo porque Ele detesta a malícia, as trevas, a rebeldia e os atos perversos de Satanás — corrompendo e devorando a humanidade — porque Ele detesta todos os atos pecaminosos em oposição a Ele e por causa de Sua essência santa e imaculada. É por causa disso que Ele não suportará que qualquer dos seres criados ou não criados se oponha a Ele ou O conteste abertamente. Até um indivíduo a quem Ele alguma vez tenha mostrado misericórdia ou a quem Ele tenha escolhido só precisa provocar o Seu caráter e transgredir os Seus princípios de paciência e tolerância para que Ele desencadeie e revele o Seu caráter justo que não tolera ofensa sem a menor ponta de misericórdia ou hesitação(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único II”). Por meio das palavras de Deus, entendi que o caráter justo de Deus não deve ser ofendido pelo homem. Deus tem princípios para condenar e eliminar alguém. Não se trata de um impulso momentâneo ou algo feito de qualquer jeito; antes, isso é feito quando Ele percebe a essência de alguém. Durante o tempo em que eu estava cometendo o mal, os irmãos me aconselharam várias vezes e pediram que eu refletisse sobre mim mesmo e não causasse interrupções e perturbações. Entretanto, eu não aceitei isso, e sempre que a comunhão de alguém não se alinhava aos meus pontos de vista, eu me opunha a ele, o que fez com que minhas maldades fossem cada vez mais graves. Desde minha desobediência inicial até causar uma perturbação mais tarde e, finalmente, dividir a igreja, cada um desses atos malignos era evidência da minha arrogância e presunção, minha aversão e ódio à verdade. Eu fui tão arrogante e intransigente, não aceitei a verdade enquanto não fui expulso. Deus já havia me dado várias chances de me arrepender, mas eu rejeitei todas. Se a igreja não tivesse me expulsado, nem a fúria de Deus nem o caos da igreja teriam diminuído. Pensei em como, antes de Deus destruir Sodoma, Ele advertiu o povo da cidade várias vezes de que eles deviam se arrepender, mas eles teimaram em antagonizá-Lo e não demonstraram o menor arrependimento. No final, Deus liberou Sua ira sobre Sodoma e destruiu a cidade. Agora, eu tinha vivenciado pessoalmente o caráter justo de Deus, e, embora meu coração estivesse muito atormentado e sofrendo, isso me impediu de fazer o mal e me fez ver que o caráter de Deus não é para ser ofendido, e que a verdade e a justiça são o que detém o poder na igreja. Agora, Deus ter me deixado continuar respirando e não ter tirado minha vida já era um sinal de Sua misericórdia. Se continuasse sem refletir e sem tentar me entender, eu acabaria sendo destruído por Deus. Fui para diante de Deus e orei a Ele: “Deus, eu cometi o mal e ofendi Teu caráter. O fato de eu ter sido expulso é Tua justiça. Minhas transgressões passadas não podem ser compensadas, e agora estou vivendo para me entender e me arrepender por Ti”. Eu resolvi que, qualquer que fosse o meu desfecho no futuro, eu buscaria a verdade e me livraria do meu caráter corrupto, não mais buscando reputação e status. Se Deus realmente me destruísse um dia, isso ainda seria Sua justiça. Eu não tinha grandes esperanças de entrar no reino; só queria começar de novo, ser um verdadeiro ser criado. Orei a Deus em meu coração, dizendo que, se Ele me desse mais uma chance, eu estava disposto a ser um dos menores seguidores na igreja. Estava disposto a desempenhar qualquer dever que me fosse designado; para mim, bastava fazer algo para a casa de Deus. Mais tarde, a igreja me encontrou e me fez ajudar os irmãos a comprar mercadorias. Eu me senti muito honrado.

Um dia, em abril de 2016, um líder foi à minha casa e me disse: “Você foi aceito na igreja novamente, e a maioria dos irmãos concordou com essa decisão”. Na hora, fiquei tão emocionado que não soube o que dizer. Depois que o líder saiu, não consegui conter as lágrimas. Em meu coração, fiquei agradecendo e louvando a Deus sem parar! Eu orei a Deus: “Deus! Eu não esperava que Tu me darias a chance de voltar à igreja. Obrigado por estares ao meu lado, por me iluminares e me guiares para eu me entender. Deus! Estou disposto a valorizar esta oportunidade, e garanto que não mais cometerei o mal nem causarei perturbações. Se eu voltar aos meus caracteres antigos e perturbar a igreja, estou disposto a receber Tua punição”.

Depois de retornar à igreja, logo comecei a desempenhar meu dever. Certa vez, o líder de igreja me procurou e arranjou que eu desempenhasse um dever de anfitrião. Pensei comigo: “Como ele pôde me fazer desempenhar esse dever? Esse não é um dever para pessoas que estão envelhecendo? Se os irmãos soubessem disso, o que pensariam de mim?”. Pensei umas coisas sobre o líder e achei que ele estava desperdiçando meus talentos num trabalho trivial. No entanto, mais tarde, li as palavras de Deus que diziam: “Quando Deus exige que as pessoas cumpram bem o dever, Ele não está lhes pedindo que completem certo número de tarefas ou que realizem algum empreendimento grande, nem que desempenhem alguma grande empreitada. O que Deus quer é que as pessoas sejam capazes de fazer tudo o que puderem de maneira realista e de viver em concordância com Suas palavras. Deus não precisa de que você seja grande ou nobre, nem de que realize milagres, nem quer Ele ver surpresas agradáveis em você. Ele não precisa de tais coisas. Tudo de que Deus precisa é que você pratique resolutamente de acordo com as palavras Dele. Quando você ouvir as palavras de Deus, faça o que você entendeu, execute o que compreendeu, lembre-se bem do que ouviu e, então, quando chegar a hora de praticar, faça-o de acordo com as palavras de Deus. Permita que elas se tornem sua vida, suas realidades e o que você vive. Dessa forma, Deus ficará satisfeito(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O cumprimento adequado dos deveres exige cooperação harmoniosa”). Por meio das palavras de Deus, entendi que Deus não precisava que eu fizesse uma obra muito importante. O que Ele queria era que eu desempenhasse meu dever com os pés no chão. Mesmo que fosse um dever comum, contanto que eu ouvisse as palavras de Deus e o fizesse de acordo com Suas exigências, isso bastaria. Eu não podia desempenhar meu dever segundo minhas preferências, mas baseá-lo nas necessidades do trabalho da igreja. Eu devia me submeter aos arranjos da igreja e trabalhar quietinho para desempenhar bem meu dever. Era isso que uma pessoa com consciência e razão faria. Agora, ser confrontado com esse dever me revelou e testou. Sem essas circunstâncias, eu teria pensado que era bastante submisso a Deus e que meu caráter arrogante e meu desejo de buscar reputação e status já haviam mudado. Na realidade, eu ainda era bastante arrogante e presunçoso; tinha ambições e desejos desvairados e não estava disposto a ser o menor na multidão. Essa era a minha verdadeira estatura. Para ser purificado e mudar, eu precisava experimentar o julgamento e o castigo das palavras de Deus, bem como provações e refinamento. Reconhecendo isso, aceitei esse dever. Embora não soubesse cozinhar, eu poderia aprender diligentemente enquanto desempenhava meu dever e hospedar os irmãos de acordo com os princípios. Meu coração se sentiu em paz quando fiz isso. Graças a Deus por me salvar!

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