Adulterações em meus sacrifícios para Deus

20 de Janeiro de 2022

Por Jiang Ping, China

Um dia no abril passado, de repente, senti essa dor terrível no lado direito da coluna. Pensei que devia ter sido uma torção e não dei muita atenção, achando que ficaria bem se colocasse um curativo medicinal. Mas o curativo não adiantou nada. A dor só piorou. Era como se fosse perfurada com uma agulha — era uma dor aguda desde o peito até a coluna. Quando piorava, parecia que alguém estava rasgando minha carne e ossos. A dor era tão intensa, não consigo nem a descrever. Doía tanto que nem consegui dormir durante algumas noites. Eu não aguentava mais fisicamente e quis ver um médico, mas eu acabara de organizar uma reunião para compartilhar o evangelho com algumas pessoas. A consulta certamente adiaria isso. Pensei em ir alguns dias depois, depois da reunião, além disso, tudo estava nas mãos de Deus. Eu só precisava continuar cumprindo meu dever e me sentiria melhor em alguns dias. Eu resisti àquela dor e fui ao hospital depois daquela reunião. O médico me disse em voz muito séria: “Por que esperou tanto com a consulta? Isso não é coisa pequena. É herpes causado por um vírus, é um herpes interno. Já está aparecendo na pele. Se não receber tratamento imediato e o vírus invadir a medula do osso, isso pode até ser fatal”. Fiquei perplexa. Nunca imaginei que poderia ser algo tão sério, que poderia até custar a minha vida. Pensei: “Tenho compartilhado o evangelho e cumprindo meu dever durante os últimos anos, como isso pôde acontecer comigo? Deixei meu lar e minha carreira para trás para cumprir meu dever, e sofri e paguei um preço. Nunca traí a Deus, nem quando fui presa e torturada brutalmente pelo Partido Comunista. Continuei cumprindo meu dever depois da prisão. Por que Deus não está me protegendo?”. Pensando nisso, fiquei mais agitada. Eu estava lutando contra as lágrimas e senti um vazio em meu coração. É uma condição crônica, o único jeito de controlá-la é com remédios. Muita coisa estava acontecendo na igreja, então continuei cumprindo meu dever enquanto recebia tratamento. Quando saía de bicicleta, qualquer saliência na estrada causava uma dor angustiante. Às vezes, dava um suador tremendo, e havia momentos em que eu era acometida por um surto de dor e nem conseguia ficar sentada. Quando voltava do meu dever, eu me deitava, sentindo que não me restava um pingo de força e que não conseguia nem falar.

Eu sabia que isso estava acontecendo com a permissão de Deus. Eu estava orando, e buscando, e refletindo sobre o que eu poderia estar fazendo que não estivesse alinhado com a vontade de Deus, mas ainda me agarrava a esse pingo de esperança de que, enquanto reconhecesse meu erro e cumprisse meu dever, Deus poderia me curar. Mas dois meses se passaram num piscar de olhos e não melhorei. Eu estava preocupada. Eu já estava mal por tanto tempo — o que eu faria se nunca mais melhorasse? Além disso, eu nunca parei de cumprir meu dever. Continuei compartilhando o evangelho mesmo doente, por que, então, Deus não estava me curando? Quanto mais pensava nisso, mais injustiçada e aborrecida eu me sentia. Se nunca me recuperasse, viria o dia em que não poderia nem mais cumprir o meu dever. Não seria capaz de fazer boas obras, como, então, poderia ser salva? Perguntei-me se tudo que eu tinha dado ao longo dos anos tinha sido em vão. Pensei que deveria guardar minha energia para a minha saúde e ver o que aconteceria. Depois disso, não coloquei mais tanto o meu coração no meu dever. Em nossas reuniões de grupo, eu fazia perguntas superficiais sobre possíveis alvos evangelísticos, e quando ninguém precisava da minha ajuda, eu ia para casa e descansava. Eu estava com medo de me esgotar e ficar ainda mais doente. Durante aquele tempo, eu me preocupava somente com minha doença e estava num estado deprimido. Não estava ganhando nenhuma luz das palavras de Deus, e minha comunhão nas reuniões era seca. Eu me sentia muito distante de Deus. Em minha dor, orei a Deus: “Ó Deus! Estou muito mal e me sentindo muito fraca. Não tenho forças para o meu dever e estou ressentida de Ti. Por favor, guia-me a entender a Tua vontade. Quero me submeter, refletir sobre mim mesma e aprender uma lição”.

Em minha busca, li esta passagem das palavras de Deus: “Primeiro, quando as pessoas começam a acreditar em Deus, qual delas não tem seus próprios objetivos, motivações e ambições? Mesmo que uma parte delas acredite na existência de Deus e tenha visto a existência de Deus, sua crença em Deus ainda contém essas motivações, e seu objetivo final em acreditar em Deus é receber Suas bênçãos e as coisas que elas querem. […] Toda pessoa constantemente faz tais cálculos em seu coração e elas fazem exigências a Deus que trazem em si suas motivações, ambições e uma mentalidade transacional. Isto quer dizer que, em seu coração, o homem está constantemente colocando Deus a prova, constantemente concebendo planos sobre Deus e constantemente argumentando a favor do seu próprio fim individual com Deus, e tentando extrair uma declaração de Deus, vendo se Deus pode ou não dar a ele o que ele quer. Ao mesmo tempo em que busca a Deus, o homem não trata Deus como Deus. O homem sempre tentou fazer acordos com Deus, fazendo exigências incessantes a Ele, e até mesmo pressionando-O a cada passo, tentando tomar um quilômetro depois de receber um centímetro. Ao mesmo tempo em que tenta fazer acordos com Deus, o homem também discute com Ele, e há até mesmo pessoas que, quando as provações lhes sobrevêm ou se encontram em certas situações, frequentemente se tornam fracas, passivas e negligentes em Sua obra, e cheias de reclamações sobre Deus. Desde o tempo em que o homem começou a acreditar em Deus, ele tem considerado que Deus é uma cornucópia, um canivete suíço, e considera-se o maior credor de Deus, como se tentar receber bênçãos e promessas de Deus fosse seu direito intrínseco e obrigação, enquanto a responsabilidade de Deus fosse proteger e cuidar do homem e prover para ele. Essa é a compreensão básica da ‘crença em Deus’ de todos aqueles que acreditam em Deus, e tal é sua compreensão mais profunda do conceito de crença em Deus(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II”). Eu me senti muito culpada quando refleti sobre as palavras de Deus. Eu simplesmente não estava tratando Deus como Deus em minha fé, mas só queria bênçãos Dele. Estive tratando Deus como um canivete suíço, como uma cornucópia desde a minha conversão, pensando que, contanto que continuasse a me despender por Deus, Ele me manteria sã e salva, que eu nunca enfrentaria doença nem tragédia e que escaparia de desastres de todos os tipos. Acabaria sendo salva, com um lindo destino. Eu tinha deixado família e carreira para trás para cumprir meu dever por anos, tinha sofrido e dado muito e nunca recuei, nem mesmo quando fui presa e torturada pelo PCCh. Mas quando adoeci, sobretudo quando vi que meus problemas de saúde estavam se arrastando, Culpei a Deus e tentei argumentar com Ele. Eu estava computando todo meu sofrimento, pensando que tudo que tinha dado tinha sido um desperdício e comecei a ser desleixada em meu dever. Vi que todos os meus anos de fé não foram para ganhar a verdade e obedecer a Deus, mas para trocar meu sofrimento e trabalho pela graça e bênçãos de Deus. Eu queria aplicar uma perspectiva transacional humana a Deus. Isso não era enganar e usar a Deus? Eu era tão egoísta e desprezível! Pensei em como Deus está salvando a humanidade. Ele nos deu tantas palavras para nos sustentar, e Ele até estabelece todos os tipos de situações para experimentarmos Sua obra para que possamos nos livrar da nossa corrupção e ser salvos. Mas eu não sabia que devia retribuir o amor de Deus. Em vez disso, só usava Deus e estava sempre calculando. Quando Ele não fez o que eu queria, comecei a agir sem me envolver em meu dever e a não me importar. Eu não estava sendo genuína com Deus. Eu não tinha nenhuma consciência nem razão! Vim para diante de Deus e orei: “Deus, eu tenho Te usado e enganado em minha fé. Sou tão egoísta e baixa. Mal sou humana! Deus, quero me arrepender diante de Ti. Por favor, guia-me”.

Li uma passagem de “A senda vem de ponderar com frequência sobre a verdade”: “Em muitos casos, as provações de Deus são fardos que ele dá às pessoas. Qualquer que seja o fardo que Deus lhe dê, esse é o peso que você deveria suportar, pois Deus o compreende e sabe que você será capaz de suportá-lo. O fardo que Deus lhe deu não excederá sua estatura ou os limites da sua resistência, então não há dúvida de que você será capaz de suportá-lo. Seja qual for o fardo que Deus lhe der, ou qual provação, lembre-se de uma coisa: se você entende a vontade de Deus, se você obtém o esclarecimento e a iluminação do Espírito Santo depois de orar, se essa provação significa Deus disciplinando-o ou lhe dando um aviso, não importa se você não entende. Contanto que você não deixe de cumprir o dever que deve cumprir e seja capaz de se dedicar a ele fielmente, Deus ficará satisfeito, e você terá se mantido firme em seu testemunho. […] Se, em sua fé em Deus e em sua busca da verdade, você é capaz de dizer: ‘Não importa que doença ou evento desagradável Deus permita sobrevir-me — não importa o que Deus faça —, devo obedecer e continuar no meu lugar como um ser criado. Antes de mais nada, devo colocar em prática esse aspecto — a obediência —, eu o implemento e vivo a realidade de obediência a Deus. Ademais, não devo descartar a comissão de Deus para mim e o dever que devo cumprir. Devo cumprir o meu dever até meu último suspiro’. Isso não é dar testemunho? Quando tem esse tipo de determinação e esse tipo de estado, você ainda é capaz de se queixar de Deus? Não, não é(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias). Ponderando sobre as palavras de Deus, consegui entender Sua vontade. Não importa que tipo de adversidade eu encontre — tudo é permitido por Deus, e Ele está me dando um fardo para carregar que devo aceitar e obedecer, e devo dar testemunho. Lembrei-me de Pedro, que foi capaz de obedecer a Deus em tudo que acontecia. Ele sofreu doença e viveu com privação, mas sempre foi devoto a Deus e nunca se queixou. Eu devia assumir o lugar de um ser criado como Pedro, submeter-me a tudo que Deus estabelecesse e aprender uma lição. Fiquei tomando remédios enquanto cumpria meu dever e não me senti tão limitada pela minha saúde. Depois de alguns meses de recuperação gradual, minha condição desapareceu. Eu era tão grata a Deus.

Em setembro. Um dia, eu voltei após compartilhar o evangelho, e ele tinha aquele olhar, como se algo estivesse pesando sobre ele. Ele me disse que tinha feito um exame de rotina no dia anterior e que o médico o tinha instruído a voltar no dia seguinte para fazer uma ressonância. Aquilo me deixou bastante agitada, pois fazer uma ressonância não é comum. Perguntei-me se era algo sério. Eu fiquei me revirando naquela noite. Não consegui dormir. Tentei me consolar, pensando que, provavelmente, não era nada sério. Ele também era crente, e eu estive cumprindo um dever que me tirava de casa, de modo que Deus devia protegê-lo. Fui ao hospital com ele no dia seguinte. Surpreendentemente, ele estava com câncer do pâncreas. Fiquei perplexa quando soube disso. Fiquei chocada por ser câncer e ainda mais câncer do pâncreas. Eu sabia que era difícil de tratar e que progredia rapidamente. Também apresenta uma alta taxa de mortalidade, e algumas pessoas nem sequer sobrevivem alguns meses. Ele parecia estar cheio de vida, mas talvez lhe restassem apenas poucos meses. Era como se o céu estivesse desabando. Pensei: “Eu acabei de me recuperar, e agora meu marido tem câncer. Por que Deus não está nos protegendo?”. Sempre que pensava no câncer do meu marido, eu só conseguia chorar. Orei a Deus em minha dor, pedindo que Ele protegesse meu coração e me guiasse a entender a Sua vontade.

Li uma passagem nas palavras de Deus depois disso: “Em sua crença em Deus, o que as pessoas buscam é obter bênçãos para o futuro; esse é o objetivo delas em sua fé. Todas as pessoas têm essa intenção e essa esperança, mas a corrupção na natureza delas deve ser resolvida por meio de provações. Em quaisquer aspectos que você não esteja purificado, esses são os aspectos nos quais você deve ser refinado — esse é o arranjo de Deus. Deus cria um ambiente para você, forçando-o a ser refinado ali para que você possa conhecer a sua própria corrupção. No fim, você chega a um ponto no qual preferiria morrer e desistir de seus esquemas e desejos, e se submeter à soberania e ao arranjo de Deus. Portanto, se não têm vários anos de refinamento, se não suportam certa quantidade de sofrimento, as pessoas não serão capazes de se livrar do cativeiro da corrupção da carne em seus pensamentos e em seu coração. Em quaisquer aspectos que você ainda esteja sujeito ao cativeiro de Satanás, em quaisquer aspectos que você ainda tenha desejos próprios e exigências próprias, esses são os aspectos nos quais você deveria sofrer. Só por meio do sofrimento as lições podem ser aprendidas, lições essas que significam ser capaz de ganhar a verdade e entender a vontade de Deus. De fato, muitas verdades são entendidas por meio de vivenciar provações dolorosas. Ninguém pode entender a vontade de Deus, reconhecer a onipotência e a sabedoria de Deus nem apreciar o caráter justo de Deus quando está em um ambiente confortável e tranquilo ou quando as circunstâncias são favoráveis. Isso seria impossível!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como se deve satisfazer a Deus em meio a provações”). Refleti sobre mim mesma à luz disso. Quando eu estava doente, por meio do julgamento das palavras de Deus, percebi que eu tinha a perspectiva errada, que estava buscando bênçãos, e eu estava disposta a me submeter, melhorando ou não. Pensei que tinha renunciado ao meu impulso de buscar bênçãos, mas quando meu marido desenvolveu o câncer, voltei a culpar a Deus e O entender errado. Senti que Deus deveria nos proteger, pois éramos crentes. Vi o quanto minha motivação de receber bênçãos estava enraizada. Eu nunca teria percebido isso se Deus não tivesse me exposto dessa forma. Então percebi que havia uma lição que eu devia aprender com a doença do meu marido e que devia parar de culpar a Deus. Com calma, refleti sobre por que eu não conseguia evitar de me queixar de Deus e de O entender errado quando meu marido adoeceu, por que ainda estava buscando graça e bênçãos.

Mais tarde, vi um vídeo com uma leitura das palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Aos olhos dos anticristos, em sua mente e na maneira com que veem as coisas, deve haver alguns benefícios em seguir a Deus, eles não se mexerão sem incentivo. Se não há fama, ganho nem status a ser desfrutado, não faz sentido acreditar em Deus. Os primeiros benefícios que uma pessoa deve ganhar são as promessas e bênçãos mencionadas nas palavras de Deus, e elas também devem desfrutar de fama, ganho e status dentro da igreja. Crentes em Deus devem se destacar dos outros e devem ser especiais. Os incrédulos não deveriam receber essas coisas, e os crentes devem desfrutá-las; caso contrário, há certa dúvida se esse Deus é mesmo Deus. A lógica dos anticristos não transforma em verdade as palavras ‘Aqueles que acreditam em Deus devem desfrutar de bênçãos e da graça de Deus’? (Sim.) Essas palavras são a verdade? Essas palavras não são a verdade, são uma falácia, são a lógica de Satanás e não apresentam qualquer relação com a verdade. Alguma vez Deus disse: ‘Se as pessoas acreditarem em mim, elas certamente serão abençoadas; essa é a verdade’? Deus nunca disse nem fez isso.

Quando se trata de bênçãos e adversidades, há verdade que pode ser buscada. Quais são as palavras sábias às quais as pessoas deveriam aderir? Jó disse: ‘receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?’ (Jó 2:10). Essas palavras são a verdade? Essas são as palavras de um homem; elas não devem ser elevadas às alturas da verdade, embora parte delas se conforme à verdade. Que parte delas se conforma à verdade? Se as pessoas são abençoadas ou sofrem adversidade, está tudo nas mãos de Deus, tudo está sob o domínio de Deus. Isso é verdade. É nisso que os anticristos acreditam? (Não.) Por que eles não acreditam nisso, por que não reconhecem isso? Como crentes em Deus, os anticristos desejam ser abençoados e evitar adversidade. Quando veem alguém que é abençoado, que se beneficiou, que foi agraciado, que recebeu grandes lucros e que recebeu mais confortos materiais, um tratamento material melhor, eles acreditam que isso foi feito por Deus; caso contrário, essas não são ações de Deus. A implicação é: ‘Se Tu és Deus, então só podes abençoar as pessoas; não podes acometê-las com desastre ou sofrimento. Só assim há valor e sentido na fé das pessoas em Ti. Se, depois de Te seguirem, as pessoas ainda são afligidas por adversidade, se ainda sofrem, por que, então, devem crer em Ti?’. Eles não admitem que tudo está nas mãos de Deus, que Deus ordena tudo. E por que eles não admitem? Porque os anticristos temem a adversidade. Eles só querem se beneficiar, ser favorecidos, ser abençoados; não querem aceitar a soberania nem os arranjos de Deus, mas só receber benefícios de Deus. Esse é seu ponto de vista egoísta e desprezível(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Excurso Dois: Como Noé e Abraão ouviram as palavras de Deus e Lhe obedeceram (parte 1)”). “Todos os humanos corruptos vivem para si mesmos. Cada um por si e o diabo pega quem fica por último — esse é o resumo da natureza do homem. As pessoas creem em Deus por causa de si mesmas; abandonam coisas, despendem-se para Deus e são fiéis a Deus, mas ainda assim fazem todas essas coisas para si mesmas. Em suma, tudo é feito para o propósito de ganhar bênçãos para si mesmas. Na sociedade, tudo é feito pelo benefício pessoal; crer em Deus é algo que se faz apenas para ganhar bênçãos. É para ganhar bênçãos que as pessoas se desfazem de tudo e conseguem suportar muito sofrimento: tudo isso é evidência empírica da natureza corrupta do homem(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A diferença entre mudanças externas e mudanças no caráter”). As palavras de Deus revelam a perspectiva dos anticristos sobre bênçãos e infortúnios. Eles buscam bênçãos em sua fé e acham que devem ser abençoados por causa de sua fé. Se isso não acontece, acham que ter fé não faz sentido e podem até trair a Deus e O abandonar a qualquer momento. Percebi que eu tinha a mesma perspectiva sobre a fé. Pensava que, já que tinha feito todos esses sacrifícios, Deus devia abençoar a mim e a minha família com paz e boa saúde. Então, não importava se era eu ou meu marido que adoecia, eu culpava Deus e O entendia errado. Até fiz exigências insensatas a Ele, querendo que Ele curasse minha virose e o câncer do meu marido. Assim que Deus fazia algo que eu não gostava, eu deixava de querer me empenhar em meu dever. Percebi como a minha perspectiva sobre a fé tinha sido absurda. A verdade é que Deus nunca disse que coisas ruins não acometeriam os crentes. Ele governa sobre tudo — nascimento, morte, doença e saúde estão nas mãos Dele, e os crentes não são exceção. Nós recebemos não só bênçãos de Deus, mas também infortúnios. Cumprir um dever é a coisa mais básica que um ser criado deve fazer e nada tem a ver com ser abençoado ou não. Mas eu estava tão corrompida por Satanás que coisas como “cada um por si e o demônio pega quem fica por último” e “nunca mexa um dedo sem recompensa” eram venenos satânicos segundo os quais eu vivia. Eu só pensava em meus próprios interesses, vendo Deus como algo a ser usado por mim. Eu queria extorquir bênçãos de Deus em troca do meu sofrimento e trabalho árduo. Quando Deus fez algo que comprometeu meus interesses pessoais, eu me enchi de queixas e equívocos em relação a Ele e até argumentei com Ele e me opus a Ele. Que tipo de crente era eu? Eu era uma incrédula, uma pessoa egoísta, corrupta e mesquinha! Fiquei com muito medo quando percebi isso. Vi que eu não tinha me concentrado em buscar a verdade em minha fé, mas que só buscava graça e bênçãos. Eu estava numa senda contrária a Deus. Eu nunca ganharia a verdade assim, e meu caráter corrupto nunca mudaria. Eu acabaria sendo eliminada! Então vi realmente que Deus estava usando aquela situação para me julgar e me expor. Se Deus não tivesse me exposto desse jeito, eu não teria visto minha corrupção e fé contaminada. Não haveria como eu ser purificada e transformada. Agradeci a Deus de coração por Sua salvação.

Mais tarde, li outra passagem, no quinto parágrafo de “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”. “Você pode pensar que crer em Deus é uma questão de sofrer ou de fazer todo tipo de coisas para Ele; você pode pensar que o propósito de crer em Deus é para que a sua carne esteja em paz, ou para que tudo corra bem em sua vida, ou para que você possa estar confortável e tranquilo em todas as coisas. No entanto, nenhuma dessas coisas é um propósito que as pessoas deveriam vincular a sua crença em Deus. Se você acredita com esses propósitos, então sua perspectiva está incorreta, e é simplesmente impossível que você seja aperfeiçoado. As ações de Deus, o justo caráter de Deus, Sua sabedoria, Suas palavras, Sua maravilha e insondabilidade são todas coisas que as pessoas devem entender. Tendo esse entendimento, você deveria usá-lo para tirar de seu coração todas as exigências, esperanças e noções pessoais. Somente ao eliminar essas coisas é que você pode cumprir as condições exigidas por Deus, e é somente ao fazer isso que você pode ter vida e satisfazer Deus. O propósito de crer em Deus é satisfazê-Lo e viver o caráter que Ele requer de tal modo que Suas ações e Sua glória possam se manifestar através deste grupo de pessoas indignas. Essa é a correta perspectiva para crer em Deus e também é a meta que você deveria buscar(“A Palavra manifesta em carne”). As palavras de Deus me mostraram o que eu deveria estar buscando. Não deveria estar buscando bênçãos nem qualquer tipo de benefício em minha fé, mas deveria buscar conhecer e satisfazer a Deus, ser igual a Jó sem quaisquer exigências ou demandas a Deus. Jó acreditava que tudo que ele tinha vinha de Deus, Então, não importava se Deus dava ou tirava, se ele recebia bênçãos ou infortúnios, ele obedecia a Deus incondicionalmente e louvava Sua justiça. Então, quando Satanás testou Jó, todos os seus bens foram roubados, seus filhos morreram, seu corpo se cobriu de chagas e ele se sentou em cinzas, raspando seu corpo com cacos. Ele nunca reclamou de Deus, mas continuou louvando Seu nome. Não importava o que Deus fizesse, Jó permaneceu no lugar de um ser criado, submetendo-se a Deus e adorando a Ele. Assim, a fé de Jó merece o elogio de Deus. Esse entendimento me deu uma senda de prática. Meu marido melhorando ou não, eu devia me submeter a Deus sem reclamar.

Mais tarde, li isto nas palavras de Deus: “Deus já planejou completamente a gênese, o advento, a duração de vida e o fim de todas as criaturas de Deus, como também a missão de sua vida e o papel que exercem em toda a humanidade. Ninguém pode mudar essas coisas; essa é a autoridade do Criador. O advento de cada criatura, quanto tempo vive, a missão de sua vida — todas essas leis, cada uma delas é ordenada por Deus, da mesma forma como Deus ordenou a órbita de cada corpo celestial; que órbita esses corpos celestiais seguem, por quantos anos, como eles orbitam, que leis eles seguem — tudo isso foi ordenado por Deus há muito tempo, inalterado por milhares, por dezenas de milhares de anos. Isso é ordenado por Deus, e essa é a Sua autoridade(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só buscando a verdade pode-se conhecer os feitos de Deus”). As palavras de Deus me mostraram que nossos destino, tempo de vida e desfecho estão nas mãos do Criador. Deus ordena quando morremos, e nenhum de nós pode escapar disso. Antes de chegar a hora, mesmo que tenhamos câncer, não morreremos. Essa é a autoridade de Deus, e ninguém pode mudar isso. Entender isso me ajudou a relaxar um pouco. Eu sabia que a saúde do meu marido estava nas mãos de Deus e que eu só podia obedecer ao que Deus arranjava e cumprir o meu dever. Ele se submeteu à químio por um tempo no hospital e, surpreendentemente, não havia células cancerígenas em seu sangue. Todos os indicadores estavam normais. Metade do tumor também tinha sumido. O médico disse que era muito raro ver um caso assim, tão bem controlado. Nosso filho disse que o pai de seu colega desenvolveu o mesmo câncer. Ele fez químio uma vez e não suportou e morreu alguns meses depois. Eu fiquei tão grata a Deus quando ouvi tudo isso. O que mais me alegrou foi que meu marido sempre tinha sido um apenas um crente nominal, sempre em busca de dinheiro, mas depois de seu câncer, ele ganhou algum entendimento da onipotência e soberania de Deus, e então compartilhou seu testemunho dos feitos de Deus com amigos e parentes. Vi como a obra de Deus para salvar a humanidade é prática. Passar por tudo isso foi muito doloroso na época, mas aprendi uma lição e algo sobre mim mesma e corrigi minha busca na fé. Isso é o amor e a benção de Deus! Acabo de me lembrar de um hino das palavras de Deus: “Você deve tentar amar a Deus de verdade”. “Hoje, para acreditar no Deus prático, você deve embarcar na trilha certa. Se você acredita em Deus, você não deve apenas buscar bênçãos, mas amar a Deus e conhecer Deus. Por meio de Seu esclarecimento, por meio de sua busca individual, você pode comer e beber Sua palavra, desenvolver uma verdadeira compreensão de Deus e ter um verdadeiro amor por Deus que venha do fundo do coração. Em outras palavras, quando seu amor por Deus é o mais genuíno e ninguém pode destruir nem obstruir o caminho de seu amor por Ele, nesse momento, você está na trilha certa em sua crença em Deus. Isso prova que você pertence a Deus, pois seu coração já é posse de Deus, e nada mais pode então tomar posse de você(“Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos”).

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