A escolha de uma médica
Quando eu era nova, minha família era muito pobre. Minha mãe era paralítica, presa à cama e tomava remédios o ano todo, e meu pai passou anos trabalhando fora do vilarejo. As pessoas no vilarejo nos menosprezavam, e meu irmão e minha irmã eram frequentemente assediados por malfeitores no vilarejo. Quando eu tinha sete anos de idade, eu fui perseguida e espancada por um valentão no vilarejo. Fiquei com tanto medo que desenvolvi um problema cardíaco. Já que não tínhamos dinheiro para o tratamento, houve efeitos secundários. Assim, a partir desse momento, eu decidi que, quando crescesse, eu me tornaria uma médica excelente, curaria a minha mãe e a mim mesma, e ganharia muito dinheiro, para que a minha família pudesse ter uma vida boa e fosse respeitada.
Depois de me formar em medicina, fui designada para trabalhar numa clínica de saúde na periferia. Eu não me contentei em trabalhar numa clínica pequena, por isso me esforcei muito para melhorar minhas habilidades profissionais e ser transferida para um hospital na cidade. Para garantir que isso acontecesse, fui para um hospital maior, para estudos adicionais, e também estudei medicina aplicada. Depois de voltar para a clínica, eu trabalhei muito para ser promovida. Eu trabalhava dia e noite, e todos os dias eu me cansava tanto que minhas costas doíam. Quando voltava para casa, tudo que conseguia fazer era cair na cama. Finalmente, fui transferida para um hospital especializado na cidade. Três anos depois, fui promovida de novo; dessa vez, a médica. Já que eu trabalhava com consciência e responsabilidade, e minhas habilidades eram extraordinárias, eu era muito popular no hospital, e muitas pessoas me procuravam. Aos poucos, comecei a ganhar mais e também financiei o negócio do meu irmão. Meus sogros me elogiavam com frequência na frente dos outros, e meu marido também gostava muito de mim. Tudo isso satisfazia muito a minha vaidade, e eu achava que estava vivendo uma vida maravilhosa.
Mas todas essas coisas tiveram um preço. Devido à pressão contínua e aos meus horários irregulares de trabalho e descanso, eu desenvolvi insônia. Ela foi piorando cada vez mais, e nenhum remédio conseguia tratá-la com eficácia. Depois disso, desenvolvi problemas estomacais e espondilose lombar, e logo surgiram também problemas cardíacos. Bastava eu ouvir um choro de criança e eu ficava com dor de cabeça, meu coração palpitava, e minhas mãos tremiam. Os especialistas do hospital provincial diagnosticaram uma fibrilação ventricular, o que significava que eu não dava conta de qualquer estímulo, por menor que fosse, e não existiam evidências documentadas de uma cura. A doença só podia ser controlada com um tratamento cardiovascular especial. Essas palavras me pegaram totalmente de surpresa. Foi como se eu tivesse perdido toda a esperança. Pensei: eu era jovem, mas tinha uma doença incurável. De que adiantavam fama e dinheiro? Essas coisas não podiam aliviar a minha dor. Então pensei: eu tratava as doenças dos outros todos os dias, mas não conseguia curar minha própria doença. Eu me sentia muito atormentada e melancólica. Quando não conseguia dormir à noite, eu ficava olhando para o teto e chorava em silêncio. Sentia que viver assim era difícil e exaustivo demais. Também me sentia totalmente desesperançosa. Quando desenvolvi essa doença, minha vida estava só começando e eu não sabia como viveria no futuro. Que sentido fazia continuar desse jeito?
Justamente quando eu estava sofrendo e impotente, a salvação do Senhor Jesus me alcançou. Depois de crer no Senhor, minha doença cardíaca de anos e minha insônia foram curadas milagrosamente. Eu estava muito grata ao Senhor por me dar essa graça imensa. Para retribuir o amor do Senhor, eu ia a reuniões e pregava o evangelho ativamente. Em julho de 2006, aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias e acolhi o retorno do Senhor. Eu estava muito animada. Ao comer e beber a palavra de Deus Todo-Poderoso, entendi o mistério dos três estágios da obra de Deus, o propósito do plano de gerenciamento de Deus e que Deus faz a obra de julgamento nos últimos dias para nos salvar do pecado e da influência sombria de Satanás, para permitir que sejamos salvos por Deus e para finalmente nos levar para o reino de Deus. Nas palavras de Deus, vi a esperança de ser salva e de entrar no reino dos céus, e a palavra de Deus Todo-Poderoso era como comida para a minha alma esfomeada. Um dia, li esta passagem das palavras de Deus Todo-Poderoso: “Você está ciente do fardo sobre seus ombros, da sua comissão e da sua responsabilidade? Onde está seu senso de missão histórica? Como você servirá adequadamente como mestre na próxima era? Você tem um forte senso do papel de mestre? Como explicaria o mestre de todas as coisas? Será que é mesmo o mestre de todas as criaturas vivas e de todas as coisas físicas no mundo? Quais são os seus planos para o progresso da próxima fase da obra? Quantas pessoas estão à sua espera para que você seja seu pastor? A sua tarefa é pesada? Elas são pobres, lastimáveis, cegas e perdidas, lamentando na escuridão — onde está o caminho? Como elas anseiam para que a luz, como uma estrela cadente, desça repentinamente e disperse as forças da escuridão que oprimem a humanidade há tantos anos! Quem pode saber a extensão de sua esperança ansiosa, e como anelam, dia e noite, por isso? Mesmo num dia em que a luz passa brilhando, essas pessoas profundamente sofridas permanecem presas em um calabouço escuro sem esperança de libertação; quando deixarão de chorar? Terrível é o infortúnio desses espíritos frágeis, que nunca receberam descanso e que, há muito tempo, são mantidos presos nesse estado por laços impiedosos e história congelada. E quem já ouviu o som dos seus lamentos? Quem já contemplou seu estado miserável? Alguma vez já lhe ocorreu como o coração de Deus está entristecido e ansioso? Como Ele pode suportar ver a humanidade inocente, que Ele criou com Suas próprias mãos, sofrer tamanho tormento? Afinal de contas, os seres humanos são as vítimas que foram envenenadas. E, embora o homem tenha sobrevivido até hoje, quem poderia saber que a humanidade foi, há muito tempo, envenenada pelo maligno? Você se esqueceu de que é uma das vítimas? Em nome de seu amor a Deus, você não está disposto a se esforçar para salvar esses sobreviventes? Você não está disposto a dedicar toda a sua energia para retribuir ao Deus que ama a humanidade como Sua própria carne e sangue?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Como você deve cuidar de sua missão futura”). A palavra de Deus me inspirou. Ele espera que nós nos levantemos e espalhemos o evangelho de Deus para aqueles que ainda estão nas trevas e anseiam desesperadamente pela aparição de Deus, para que eles possam retornar para a casa de Deus, aceitar a salvação de Deus e não sofrer mais os danos de Satanás. O amor de Deus pela humanidade é realmente grande demais! Quando pensei em como eu era afortunada por ouvir a voz do Senhor e acolhê-Lo, eu quis pregar o evangelho àqueles em minha igreja original e dizer-lhes que Deus tinha retornado. Assim, eu pregava o evangelho enquanto trabalhava. Na época, graças à maravilhosa obra do Espírito Santo, os líderes e obreiros e alguns crentes das cinco igrejas da minha denominação original aceitaram a nova obra de Deus e formaram uma nova igreja. Eu fui eleita como diaconisa e assumi a responsabilidade pelo trabalho da igreja. Vi as bênçãos e a orientação de Deus, e isso me deixou muito animada. Pensei: “Farei o melhor que puder para fazer o trabalho da igreja para trazer mais pessoas de volta para a casa de Deus”.
Em março de 2007, o supervisor me disse que queriam me treinar para ser uma líder de igreja. Hesitei um pouco. Pensei que ser uma líder de igreja significa ser responsável pelo trabalho de toda a igreja, o que significava que eu não teria tempo para trabalhar e que eu poderia perder meu emprego. Isso não significaria que todos os meus anos de trabalho teriam sido em vão? Além disso, meu marido certamente criaria problemas para mim. Assim, com isso em mente, não aceitei esse dever naquele momento. Depois me senti muito culpada. Eu sempre achava que devia a Deus. Orei a Deus, pedindo que Ele me guiasse a conhecer a mim mesma. Depois de orar, li uma passagem da palavra de Deus: “Se Eu colocasse algum dinheiro na frente de vocês neste momento e lhes desse a liberdade de escolher — e se Eu não os condenasse por sua escolha — então a maioria de vocês escolheria o dinheiro e abandonaria a verdade. Os melhores entre vocês desistiriam do dinheiro e escolheriam a verdade, com relutância, enquanto os intermediários pegariam o dinheiro com uma das mãos e a verdade com a outra. O rosto verdadeiro de vocês não se tornaria evidente? Ao escolher entre a verdade e qualquer coisa à qual vocês são leais, todos vocês fariam essa escolha, e sua atitude permaneceria a mesma. Não é assim? Não existem muitos entre vocês que têm oscilado entre o certo e o errado? Em disputas entre positivo e negativo, preto e branco, vocês certamente estão cientes das escolhas que fizeram entre família e Deus, filhos e Deus, paz e ruptura, riquezas e pobreza, status e normalidade, ser apoiado e ser descartado etc. […] Aparentemente, muitos anos de dedicação e esforço nada Me trouxeram senão seu abandono e desespero, mas Minhas esperanças para vocês crescem a cada dia, pois Meu dia foi completamente revelado diante de todos. No entanto, vocês persistem em buscar coisas sombrias e malignas, e se recusam a largar o controle sobre elas. Qual, então, será seu desfecho? Alguma vez vocês já consideraram isso com cuidado? Se fossem solicitados a escolher novamente, qual, então, seria sua atitude?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A quem você é leal?”). Quando ponderei as palavras de Deus, me senti muito envergonhada. Era como se Deus estivesse me julgando face a face. Eu alegava querer satisfazer a Deus, mas quando tive que fazer uma escolha, a fim de ficar com meu emprego invejável de médica, eu rejeitei meu dever. Vi que o que eu mais valorizava não era Deus, mas status e prestígio. Eu estava seguindo Satanás, estava sendo leal a Satanás e estava me rebelando contra Deus. Quando pensei nisso, me senti muito culpada. Eu queria fazer uma escolha diferente, renunciar ao meu trabalho e me despender por Deus. Mas eu também sabia que, se largasse meu emprego, minha família não concordaria, e não consegui renunciar a ele. Eu só podia vir para diante de Deus e orar, pedindo que Ele me conduzisse e guiasse. Depois de orar, lembrei-me daquele hino da palavra de Deus, “A vida mais significativa”: “Você é um ser criado — você deveria, é claro, adorar Deus e buscar uma vida com significado. Já que você é um ser humano, você deveria se despender por Deus e aguentar todo o sofrimento! Você deveria aceitar o pequeno sofrimento a que é submetido hoje com alegria e certeza e viver uma vida significativa, como Jó e Pedro. Vocês são pessoas que buscam o caminho correto, aquelas que buscam melhoria. Vocês são as pessoas que se levantam na nação do grande dragão vermelho, aqueles a quem Deus chama de justos. Não é essa a vida mais significativa?” (Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos). Enquanto cantava esse hino, tive uma sensação de autoacusação no coração. Sou um ser criado, tudo que tenho vem de Deus, desfrutei da graça infinita de Deus e recebi um suprimento de tantas palavras de vida de Deus, mas não queria retribuir o amor de Deus. Pelo bem de meu trabalho e futuro, eu recusei o dever. Como podia alegar que tinha consciência? Pensei em Jó. Ele era um homem conhecido no Oriente e era muito rico, mas ele não prezava fama e fortuna. Ele foi capaz de obedecer aos arranjos e orquestrações de Deus mesmo quando perdeu tudo, permaneceu firme em seu testemunho e humilhou Satanás. E Pedro, quando ele ouviu o chamado do Senhor Jesus, ele abandonou tudo e seguiu o Senhor. Ele pregou e testificou o evangelho do Senhor Jesus por toda parte, buscou amar e satisfazer a Deus e finalmente foi aperfeiçoado por Deus. Pensei: “Preciso imitá-los, aceitar o dever, renunciar aos meus interesses e não pensar em minhas perspectivas futuras”. Quando pensei isso, orei a Deus, pedindo que Ele me desse confiança e força e abrisse um caminho para mim. Mais tarde, por causa do barulho constante dos pacientes internados, eu tive um ataque cardíaco. Aproveitei essa oportunidade para pedir seis meses de licença e comecei a cumprir meu dever em tempo integral.
Mas os seis meses passaram rapidamente, e o diretor do hospital me chamou de volta para o trabalho. Na época, o trabalho evangelístico estava corrido, por isso conversei com meu marido e decidi voltar a trabalhar no ano seguinte. Mas dois meses depois, o hospital insistiu que eu voltasse a trabalhar, caso contrário não garantiriam meu emprego. Meu marido também começou a insistir que eu voltasse a trabalhar. A essa altura, eu estava um pouco preocupada: “O que devo fazer? Se não voltar ao trabalho, eu serei demitida no final do ano. Se isso acontecer, meus anos de trabalho não terão sido em vão? Mas se eu for trabalhar, meu tempo para o meu dever será limitado. Se não puder investir meu coração e minha alma, o trabalho da igreja será afetado”. Pensando nisso, não concordei em voltar. Meu marido não conseguiu me convencer, por isso ligou para meu irmão e a esposa dele para que me convencessem. Meu irmão disse: “Prenda-a em casa. Não a deixe sair. Se não conseguir controlá-la, quebre as pernas dela. Mesmo que fique paralisada, enquanto ela estiver em casa, ela poderá ficar com o emprego. Se ela perder o emprego, perderemos tudo”. Isso partiu meu coração. Pensei: “Você me trata desse jeito só porque eu acredito em Deus e trilho a senda certa. No passado, quando eu era bem-sucedida no trabalho, todos vocês aproveitavam meu sucesso e me recebiam com um sorriso. Agora vejo que vocês não ganham nada com minha fé em Deus e com o cumprimento do meu dever, então vocês se juntam para me impedir e dizer coisas tão impiedosas”. Quanto mais pensava nisso, mais chateada eu ficava. Senti a indiferença do afeto humano. Mas então pensei: “O que farei se o hospital realmente me demitir?”. Em silêncio, orei a Deus e então me lembrei de uma passagem da palavra de Deus. “Minhas intenções foram reveladas a você, e você não pode ignorá-las. Em vez disso, você deve concentrar toda a sua atenção nelas e deixar tudo o mais de lado para seguir de todo o coração. Eu sempre o manterei em Minhas mãos. Não seja sempre tímido, sob o controle de seu cônjuge; você deve permitir que Minha vontade seja cumprida” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 9”). A palavra de Deus me deu força e confiança. Deus é o Criador, e Deus é soberano sobre tudo. Se eu seria demitida do hospital, isso cabia aos arranjos soberanos de Deus. Eu acreditava que Deus abriria um caminho para mim. Eu não podia ser controlada pelo meu marido. Por mais que minha família me perseguisse, eu queria permanecer firme para satisfazer a Deus. Pensei no amor e no altruísmo de Deus, e isso me motivou ainda mais. Deus diz: “Deus está eternamente fazendo esforços para a sobrevivência da humanidade, mas o homem jamais contribui com algo para o bem da luz ou para a justiça. Mesmo que o homem faça um esforço por um tempo, não consegue resistir a um único golpe, pois o esforço do homem é sempre para o próprio bem, e não pelos outros. O homem é sempre egoísta, enquanto Deus é eternamente altruísta” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “É muito importante entender o caráter de Deus”). A humanidade corrupta sempre é egoísta, mas Deus é altruísta. Não importa como Deus opere, tudo que Ele faz é para o bem da vida das pessoas e é para nos ajudar a entender a verdade e conduzir-nos na senda certa na vida para que possamos ser salvos por Ele. Não importa quanto Deus faça pelas pessoas, Ele nunca exige nada de nós. Ele faz tudo isso em obscuridade. Enquanto isso, eu fazia tudo por mim mesma, para o meu benefício. Eu sabia que cumprir o meu dever e fazer o trabalho da igreja era minha responsabilidade e obrigação, mas eu temia que, se eu perdesse meu emprego, eu perderia minha fama e fortuna e a harmonia da minha família, por isso rejeitei o dever. Eu era tão egoísta, desprezível, e não tinha humanidade! Além disso, por meio da perseguição da minha família, também ganhei algum entendimento das emoções entre as pessoas. No passado, minha família me tratava bem porque eu tinha um bom emprego. Eu podia ajudá-los e melhorar a imagem deles, por isso eles me recebiam com um sorriso. Agora que eu pregava o evangelho e corria perigo de perder meu emprego, eles não tinham nada a ganhar, por isso me perseguiam e restringiam. Existe algum amor entre as pessoas? Só existe transação e troca. O amor da família também se baseia em interesses. Eles só me forçavam a buscar dinheiro, fama e prazer carnal. Isso não era amor por mim. Isso era prejudicar-me e arruinar-me. Quando entendi isso, eu não quis mais servir a Satanás. Eu só queria cumprir bem o meu dever e retribuir o amor de Deus.
Do nada, meu marido me proibiu de sair de casa. Ele até me ameaçou: “Se você não voltar ao trabalho, não permitirei que você acredite em Deus e não permitirei que aqueles que acreditam em Deus entrem na nossa casa”. Ele disse também que eu não devia culpá-lo por ser duro se eu perdesse o meu emprego. Quando ele disse isso, eu pensei: “Se eu não aceitar as exigências dele, ele me trancará em casa. Não poderei ter uma vida de igreja nem cumprir meu dever”. Assim, tive que prometer que eu voltaria a trabalhar no hospital. Mas o diretor do hospital temia que o barulho dos pacientes provocasse outro ataque cardíaco, por isso me transferiu para trabalhar no ambulatório do hospital geral. Mesmo quando não havia trabalho, eu era obrigada a ficar sentada no escritório, e assim não pude cumprir meu dever. Todos os dias eu ficava sentada sozinha no escritório, inquieta. Eu pensava no trabalho urgente que a igreja tinha a fazer enquanto eu estava presa ali. Eu sabia que o trabalho da igreja atrasaria e que a vida dos meus irmãos e irmãs sofreria, e eu me sentia muito culpada. Eu alegava querer cumprir bem o meu dever para satisfazer a Deus, mas assim que meu marido me perseguiu e impediu, eu cedi. Como eu podia dizer que era fiel e obediente a Deus? Quanto mais eu pensava nisso, mais triste ficava e não conseguia parar de chorar. Naquele momento, orei a Deus: “Deus, quero cumprir meu dever e me despender por Ti, mas sou constrangida por meu marido e meu ambiente. Por favor, dá-me força e confiança”. Depois de orar, li uma passagem da palavra de Deus: “Quando as pessoas tiverem um entendimento genuíno do caráter de Deus, quando conseguirem ver que o caráter de Deus é real, que ele é verdadeiramente santo, e verdadeiramente justo, e quando puderem louvar a santidade e a justiça de Deus de todo o coração, então elas realmente conhecerão Deus, e terão ganhado a verdade. Somente quando conhecem Deus as pessoas vivem na luz. E o efeito direto de conhecer Deus de verdade é ser capaz de realmente amar e obedecer a Deus. Nas pessoas que entendem a verdade, e ganham a verdade, ocorre uma mudança real em sua visão de mundo e em sua perspectiva sobre a vida, e depois ocorre também uma mudança real em seu caráter de vida. Quando as pessoas têm os objetivos corretos na vida, são capazes de buscar a verdade e de se comportar de acordo com a verdade, quando se submetem totalmente a Deus e vivem segundo Suas palavras, quando se sentem em paz e iluminadas até o fundo da alma, quando seu coração está liberto da escuridão, e quando elas conseguem viver de forma completamente livre e irrestrita na presença de Deus, somente então elas levam uma vida humana genuína, e somente então elas se tornaram aqueles que possuem a verdade e humanidade. Além disso, todas as verdades que você entendeu e ganhou vieram das palavras de Deus e do Próprio Deus. Somente quando você ganhar a aprovação de Deus Altíssimo — o Governante do universo e de todas as coisas — e Ele disser que você é uma pessoa real que realmente vive uma semelhança humana, sua vida será a mais significativa de todas. Ter a aprovação de Deus significa que você obteve a verdade, e que você é alguém que possui a verdade e humanidade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a natureza do homem”). Depois de contemplar a palavra de Deus, entendi que, na nossa vida, só buscar a verdade, conhecer a Deus e ganhar a aprovação do Criador pode ser considerado algo glorioso. Só isso é vida real, e é isso que devo escolher. Eu estudei medicina desesperadamente em busca de fama e fortuna mundana. Depois de ter sucesso, eu fui apreciada por meus líderes e colegas e altamente respeitada por meus parentes e amigos, mas que bem me fizeram essas coisas? Não importava quanta fama ou riqueza material eu tinha, elas não podiam preencher o vazio na minha alma. Tudo isso deixava meu corpo cansado e doente, minha vida continuava miserável e sem sentido, e eu não tinha paz nem alegria. Pensei em como, após aceitar a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias, ao comer e beber as palavras de Deus, ao viver a vida de igreja e ao cumprir o meu dever, eu, sem perceber, tinha começado a entender a verdade. Eu sabia como me comportar, como adorar a Deus e como me livrar dos meus caracteres corruptos e viver uma humanidade normal. Tudo isso me deixava muito relaxada e liberta. Eu entendi que as pessoas são seres criados, e que só se viverem na presença de Deus e entenderem a verdade as pessoas têm paz e felicidade. Caso contrário, não importa como as pessoas vivam, sua vida é sempre vazia e sofrida. A essa altura, entendi que Deus permitiu a perseguição que eu enfrentava da parte da minha família. Por meio desse ambiente, eu era obrigada a vir para diante de Deus para confiar em Deus e buscar a verdade, o que me mostrou claramente a dor de viver sob o domínio de Satanás e me capacitou a escolher seguir a Deus e trilhar a senda de buscar a verdade. Quando entendi as boas intenções de Deus, meu coração se iluminou. Também fui liberta das restrições da família, saí do hospital e cumpri meu dever em tempo integral na igreja.
Um dia, em dezembro de 2007, quando voltei para casa, meu marido estava furioso. Ele disse: “O hospital ligou. Disseram que, se você não voltar ao trabalho, você será demitida. Você precisa voltar ao trabalho agora mesmo. Se perder seu emprego, você perderá sua pensão e todos os seus benefícios!”. Fiquei um pouco perturbada quando ouvi isso. Pensei: “É verdade. Desde a minha infância, sonhei em ser uma boa médica e em alcançar fama. Depois de tanta luta, tenho fama e fortuna. Se eu desistir agora, não me restará nada”. Pensar nisso me deixou sem saber o que fazer, então orei a Deus em silêncio: “Deus, eu achava que tinha desistido de prestígio, fortuna e status. Mas agora que realmente tenho que largar o meu emprego, continuo um pouco triste. Deus, por favor, guia-me a entender a verdade e a não ser governada por essas coisas”. Depois de orar, li uma passagem da palavra de Deus. “Satanás usa a fama e o ganho para controlar os pensamentos do homem até que tudo em que as pessoas consigam pensar seja fama e ganho. Elas lutam por fama e ganho, passam por dificuldades por fama e ganho, suportam humilhação por fama e ganho, sacrificam tudo o que têm por fama e ganho e farão qualquer julgamento ou tomarão qualquer decisão para o bem de fama e ganho. Dessa forma, Satanás amarra as pessoas com grilhões invisíveis e elas não têm nem a força nem a coragem para se livrar deles. Elas, sem saber, carregam esses grilhões e caminham penosamente sempre adiante com grande dificuldade. Por causa dessa fama e ganho, a humanidade se afasta de Deus e O trai e se torna cada vez mais perversa. Dessa forma, portanto, uma geração após a outra é destruída em meio à fama e ao ganho de Satanás. Olhando agora para as ações de Satanás, seus motivos sinistros não são totalmente detestáveis? Talvez, hoje, vocês ainda não consigam discernir os motivos sinistros de Satanás por pensarem que não se pode viver sem fama e ganho. Vocês pensam que, se as pessoas deixarem para trás a fama e o ganho, elas não serão mais capazes de ver o caminho adiante, não serão mais capazes de ver seus objetivos, que seu futuro se tornará escuro, turvo e sombrio. Lentamente, porém, todos vocês reconhecerão um dia que fama e ganho são grilhões monstruosos que Satanás usa para amarrar o homem. Quando aquele dia vier, você resistirá completamente ao controle de Satanás e resistirá completamente aos grilhões que Satanás usa para amarrá-lo. Quando chegar a hora em que você desejar livrar-se de todas as coisas que Satanás tem incutido em você, você fará uma ruptura clara com Satanás e você detestará verdadeiramente tudo que Satanás trouxe para você. Só então a humanidade terá amor e anseio verdadeiro por Deus” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “O Próprio Deus, o Único VI”). Só depois de ler a palavra de Deus percebi quão profundamente Satanás tinha me prejudicado. Fama e ganho tinham se tornado a minha vida e tinham se tornado um obstáculo para praticar a verdade. Desde a minha infância, meus pais me ensinaram a “me distinguir dos demais” e a “honrar meus antepassados”, e eu achava que ter fama e ganho significava que eu estava levando uma vida significativa e valiosa. Eu achava que fama, ganho e status eram coisas positivas e que eram o único objetivo que eu devia buscar na vida, então busquei fama, ganho, dinheiro e prazer com teimosia. No fim, eu só tinha me atormentado amargamente a ponto de me esgotar. Prestígio e status nada mais são do que truques que Satanás usa para corromper e devorar as pessoas. Pensei em um dos meus colegas que morreu tragicamente em busca de fama e fortuna. Ele era diretor de um ambulatório, dedicado a trabalhar muito pela carreira. Ele sempre voltava tarde para casa. Queria ficar para tratar os pacientes e ganhar ainda mais. No fim, ele obteve fama e dinheiro, mas, uma noite, saiu do trabalho muito tarde, estava andando pela estrada num estado de completa exaustão, um carro o atropelou, e ele morreu. Outra colega minha tornou-se enfermeira-chefe ainda muito nova. Para os outros, o futuro dela parecia não ter limites, mas ela se ocupava demais com o trabalho. A caminho de casa, ela ainda estava conversando sobre o trabalho com colegas, quando, distraída, atravessou os trilhos ferroviários e foi morta por um trem aos vinte e poucos anos. Quando pensei nas experiências dos meus colegas, comecei a tremer de medo. Essas pessoas também eram altamente respeitadas e valorizadas pelas pessoas no hospital. Mas sem o cuidado e a proteção de Deus, de que lhes serviram fama e fortuna? Prestígio e status são os meios de Satanás para corromper e prejudicar as pessoas. São armadilhas armadas por Satanás para seduzir as pessoas a buscar fama e fortuna durante toda a sua vida para que fiquem longe de Deus e da salvação do Criador. Eu estava sofrendo a escravidão e as restrições de status e prestígio, por isso nunca era capaz de fazer a escolha certa entre emprego e dever. Era uma pena! A obra de Deus nos últimos dias para salvar as pessoas é uma oportunidade única na vida, e agora eu tinha aceitado o caminho verdadeiro graças à graça de Deus, mas não valorizava a chance de cumprir meu dever para obter a verdade. Se eu perdesse essa chance, eu não estaria arruinando a mim mesma? Isso não seria tolice?
Lembrei-me de uma passagem da palavra de Deus. “Como alguém que é normal e que busca o amor a Deus, a entrada no reino para se tornar integrante do povo de Deus é o verdadeiro futuro de vocês e é uma vida de valor e importância máximos; ninguém é mais abençoado do que vocês. Por que digo isso? Porque aqueles que não creem em Deus vivem para a carne, e vivem para Satanás, mas hoje vocês vivem para Deus e vivem para fazer a vontade de Deus. É por isso que Eu digo que a vida de vocês é de máxima importância” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Conheça a mais nova obra de Deus e siga os Seus passos”). A palavra de Deus me deu uma senda de prática. Hoje, buscar o cumprimento do dever de um ser criado na igreja é a senda correta na vida a se escolher, e essa é a vida mais significativa. Antes eu era corrompida e enganada por Satanás e vivia segundo filosofias satânicas. Eu buscava fama e fortuna de todo o coração e sofria a enganação e os danos de Satanás. A palavra de Deus me mostrou as consequências e a essência de buscar fama, fortuna e status, e me levou a entender que esse é o meio de Satanás de corromper e devorar as pessoas. Agora, a obra de Deus dos últimos dias está chegando ao fim, o plano de gerenciamento de Deus está prestes a terminar, e o grande desastre já começou. Só podemos sobreviver a esse desastre buscando a verdade. Se eu não buscasse a verdade e usasse esse tempo curto e precioso para buscar fama e fortuna, no fim, eu nunca ganharia a verdade e a vida dadas por Deus nem seria salva por Deus. Então minha crença em Deus teria sido em vão, e eu me arrependeria pelo resto da minha vida. É como disse o Senhor Jesus: “Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Mateus 16:26). Eu sabia que tinha que valorizar essa oportunidade única na vida. Eu não podia continuar correndo por aí em prol da minha carne. Durante esse período crítico da obra de Deus para salvar as pessoas, eu tinha que aproveitar o momento para buscar a verdade e cumprir meu dever como um ser criado. Esse é o jeito mais valioso e significativo de viver. Com isso em mente, decidi largar meu emprego e começar a cumprir meu dever em tempo integral. Quando informei meu marido sobre a minha decisão, ele disse, impotente: “Nos últimos anos, tentei de tudo para fazer você voltar a trabalhar e ficar com o emprego. Eu só quero que você ganhe mais dinheiro para que possamos ter uma vida boa. Mas em seu coração só existe o seu Deus. Não posso mais controlar você. Agora, é com você”. Depois disso, fui para o hospital para me demitir. O chefe do hospital tentou me impedir várias vezes, dizendo: “Ser médico é um emprego seguro, e o hospital nunca fechará as portas. É muito difícil conseguir um emprego num hospital. Além disso, você é uma funcionária-chave aqui, e seu futuro é brilhante. Os salários estão subindo agora, e haverá um monte de benefícios novos. Pense com cuidado sobre isso!”. Eu sabia que isso era tentação de Satanás, Satanás queria usá-lo para me afastar de Deus e me levar a trair a Deus, mas eu não cairia nos truques dele. Então expressei minha postura ao chefe do hospital, e tudo que ele pôde fazer foi passar pelos procedimentos de demissão comigo. Quando larguei meu emprego e voltei a me empenhar no meu dever, eu me senti muito aliviada. Eu não estava mais presa nem era mais controlada pelo trabalho, e tinha mais tempo para comer e beber a palavra de Deus e cumprir o meu dever. A orientação das palavras de Deus me libertou da escravidão e das restrições de status e fama e me deu a direção certa na vida.
Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.