Reflexões sobre buscar a sorte

07 de Fevereiro de 2025

Por Su Min, China

No final de 2022, assumi meu dever como pregadora e a responsabilidade de acompanhar o trabalho de várias igrejas. Um dia, recebi uma carta da líder superior, dizendo que duas líderes de uma igreja estavam em um estado pobre e que isso já havia afetado os vários itens do trabalho da igreja. Ela me pediu que fosse rapidamente até lá para entender a situação e resolvê-la por meio da comunhão. Eu pensei: “Recentemente, essa igreja sofreu uma série de prisões pelo Partido Comunista, muitos irmãos estão enfrentando riscos de segurança e não podem desempenhar seus deveres normalmente. É compreensível que as duas líderes estejam um pouco negativas devido a essa dificuldade. Basta que eu encontre algumas das palavras de Deus e me comunique com elas para resolver esse problema”. Quando vi as duas líderes, o estado delas estava terrível. Elas disseram que a falta de resultados nos vários itens de trabalho da igreja era causada por sua incapacidade de realizar trabalho real, e estavam tão negativas que queriam resignar. Imediatamente comuniquei-me com elas e disse: “Esse ambiente tem a permissão de Deus. Não podemos ficar presas em um estado de negatividade. O mais importante agora é trabalharmos juntas para assumir nossos deveres e não atrasar o trabalho da igreja”. Mas não importava como eu comunicasse, as duas irmãs continuavam presas em seus estados negativos, dizendo que seu calibre era ruim, que não buscavam a verdade e que não conseguiam fazer o trabalho de liderança. Diante dessa situação, pensei: “Por que sou tão azarada? Acabei de iniciar como pregadora e fui designada para esta igreja onde as líderes estão negativas demais para assumir responsabilidades. Isso não significa que todo o trabalho recairá sobre meus ombros?”. Naquela época, eu estava, ao mesmo tempo, me comunicando com as líderes da igreja para resolver seus estados e indo a várias reuniões para implementar algum trabalho. Eu estava ocupada a ponto de me esgotar todos os dias. Mais tarde, uma das líderes acabou resignando. A outra líder foi traída por um judas e teve que se esconder temporariamente para não ser presa, por isso não pôde sair para desempenhar seu dever. Quando recebi essa notícia, suspirei profundamente e pensei: “Esta igreja tem tantos problemas; as duas líderes não conseguem nem desempenhar seus deveres. Todo o trabalho recai somente sobre mim. Por quanto tempo ficarei ocupada com tudo isso?”. Naqueles dias, eu era como um pião, incapaz de parar de se mover. Às vezes, eu me reunia com irmãos durante o dia para entender o trabalho, e quando voltava à noite, eu precisava responder a uma pilha de cartas. Eu ficava ocupada até tarde todas as noites e, ainda assim, não conseguia concluir todas as tarefas. Por causa dessa série de problemas e dificuldades, eu estava esgotada, sentindo-me mental e fisicamente exaurida. Parecia que havia uma pedra no meu peito, que não me deixava respirar. Eu pensei: “Desde que fui designada a esta igreja, tenho me deparado com uma série de eventos desfavoráveis. Novos problemas aparecem antes que os antigos sejam resolvidos. Agora, nem líder a igreja tem. Sou igual a um comandante solitário, que não tem a quem consultar e precisa lidar sozinho com todo o trabalho. O outro pregador, por sua vez, é responsável por igrejas com três líderes. Embora haja muitas tarefas, cada pessoa faz um pouco, por isso ele não está tão exausto quanto eu. Por que ele tem tanta sorte? E por que fui designada a uma igreja como esta? Sou muito azarada!”. Quanto mais eu pensava nisso, mais prejudicada me sentia, sempre sentindo que eu era azarada por ter sido designada para aquela igreja. Embora parecesse estar desempenhando meu dever normalmente todos os dias, eu estava desanimada e até queria fugir desse ambiente.

Enquanto vivia nesse estado incorreto de desânimo e resistência, um dia, assisti a um vídeo testemunhal com uma passagem das palavras de Deus que me tocou profundamente. Deus Todo-Poderoso diz: “Qual é o problema com as pessoas que sempre pensam ser azaradas? Elas sempre usam o padrão da sorte para medir se suas ações estão certas ou erradas e para examinar qual senda deveriam seguir, quais coisas deveriam experimentar e quaisquer problemas que enfrentem. Isso é certo ou errado? (Errado.) Elas descrevem as coisas ruins como azar e as coisas boas como sorte ou vantagem. Essa perspectiva está certa ou errada? (Errada.) Medir as coisas a partir desse tipo de perspectiva está errado. É um método e um padrão extremos e incorretos para medir as coisas. Muitas vezes, esse tipo de método leva as pessoas a afundar na depressão e muitas vezes as deixa intranquilas, que nada acontece do seu jeito, que elas nunca conseguem o que querem, o que acaba levando-as a se sentir constantemente ansiosas, irritáveis e intranquilas. Quando essas emoções negativas não são resolvidas, essas pessoas afundam constantemente na depressão e sentem que Deus não as favorece. Elas pensam que Deus trata os outros com graça, mas não a elas, e que Deus cuida dos outros, mas não delas. ‘Por que sempre me sinto intranquila e ansiosa? Por que coisas ruins sempre acontecem comigo? Por que as coisas boas nunca aparecem no meu caminho? Só uma vez é tudo que estou pedindo!’ Quando vir as coisas com esse tipo errôneo de pensamento e perspectiva, você cairá na armadilha da sorte e do azar. Quando ficar sempre caindo nessa armadilha, você se sentirá constantemente deprimido. Em meio a essa depressão, você ficará particularmente sensível quanto a se as coisas que o acometem são por sorte ou azar. Quando isso acontece, isso prova que essa perspectiva e essa ideia de sorte e azar tomaram conta de você. Quando você é controlado por esse tipo de perspectiva, suas opiniões e atitude para com as pessoas, os eventos e as coisas não estão mais dentro do alcance da consciência e da razão da humanidade normal, mas caíram em uma classe de extremo. Quando cair nesse extremo, você não sairá da sua depressão. Continuará ficando deprimido vezes seguidas e, mesmo que normalmente não se sinta deprimido, assim que algo der errado, assim que sentir que algo aconteceu por falta de sorte, na mesma hora você afundará em depressão. Essa depressão afetará seu julgamento normal e sua tomada de decisão, e até sua felicidade, raiva, tristeza e alegria. Quando afetar sua felicidade, raiva, tristeza e alegria, isso perturbará e destruirá o cumprimento do seu dever, assim como sua vontade e seu desejo de seguir a Deus. Quando essas coisas positivas forem destruídas, as poucas verdades que você veio a entender desaparecerão no ar e não serão de nenhuma ajuda para você(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (2)”). As palavras de Deus expuseram meu estado exato. Em minha opinião, desempenhar meu dever sem problemas, sem nenhuma dificuldade e com tudo correndo bem significava ter sorte. Quando encontrava dificuldades ou problemas em meu dever, eu me sentia infeliz e azarada, e imediatamente caía no desânimo. Por exemplo, quando cheguei nesta igreja e vi que as duas líderes estavam tão negativas que queriam resignar e que havia uma série de dificuldades e problemas no trabalho da igreja, eu não aceitei isso de Deus e não busquei Sua intenção, nem pensei em como investir toda a minha energia para assumir o trabalho. Em vez disso, caí no desânimo, achando que era azar eu ter encontrado essas dificuldades. Em particular, quando nenhuma das líderes pôde fazer o trabalho mais tarde e quando pensei na região que o outro pregador supervisionava, onde não faltavam líderes e obreiros e o trabalho progredia sem problemas, eu o invejei particularmente e achei que ele tinha sorte, enquanto eu era azarada e enfrentava todas as coisas ruins. Quando enxergava as coisas sob essa perspectiva errada, eu ficava me afundando no desânimo e na resistência, não tinha energia em meu dever e até queria fugir desse ambiente. Mas, na realidade, todos os ambientes que enfrento são preparados por Deus. A intenção de Deus é que eu busque a verdade, confie Nele e vivencie esse ambiente de forma prática. Mesmo quando há dificuldades, devo orar a Deus e buscar a verdade para resolvê-las, assumindo os deveres com os quais posso lidar. Mas eu não havia pensado em como experimentar a obra de Deus e entender Sua soberania e Suas orquestrações em um ambiente como esse. Quando me deparava com coisas insatisfatórias, achava que era infeliz e azarada, vivendo em desânimo e resistindo à soberania de Deus. Como eu poderia aprender lições dessa maneira? Como poderia entender os feitos de Deus? Não pude deixar de pensar naqueles que não creem em Deus. Eles nunca aceitam de Deus as coisas, não se submetem à soberania nem aos arranjos de Deus, e culpam a todos, menos a si mesmos, quando as coisas não lhes agradam. Eles vivem a vida inteira sem conhecer Deus. Quanto a mim, embora eu cresse em Deus e dissesse que Ele tem soberania sobre tudo, eu ainda julgava tudo de acordo com os pontos de vista dos não crentes. Não é esse o comportamento de um verdadeiro descrente?

Li mais das palavras de Deus que dizem: “Essas pessoas que estão sempre preocupadas em ter sorte ou azar — a maneira como veem as coisas está correta? Sorte ou azar existe? (Não.) Qual é a base para dizer que não existe? (As pessoas que encontramos e as coisas que acontecem conosco todos os dias são determinadas pela soberania e pelos arranjos de Deus. Não existe essa coisa de sorte ou azar; tudo acontece por necessidade e tem um significado por trás.) Isso está correto? (Está.) Essa visão está correta e é a base teórica para dizer que sorte não existe. Aconteça o que acontecer com você, seja bom ou ruim, é tudo normal, exatamente como o clima durante as quatro estações — nem todos os dias podem ser ensolarados. Você não pode dizer que os dias ensolarados foram arranjados por Deus, ao passo que os dias nublados, a chuva, o vento e as tempestades não foram. Tudo é determinado pela soberania e pelos arranjos de Deus e é gerado pelo ambiente natural. Esse ambiente natural surge segundo as leis e as regras que Deus arranjou e estabeleceu. Tudo isso é necessário e imperativo, de modo que, seja qual for o clima, ele é gerado e causado pelas leis naturais. Não há nada de bom ou ruim nisso — só os sentimentos das pessoas em relação a isso é que são bons ou ruins. […] O fato é que, se uma pessoa se sente bem ou mal em relação a algo, isso se baseia em seus motivos egoístas, nos desejos e no interesse próprio, e não na essência da coisa em si. Assim, a base sobre a qual as pessoas avaliam se algo é bom ou ruim é inexata. Como a base é inexata, as conclusões que elas tiram também são inexatas. Voltando ao assunto da sorte e do azar, agora todos sabem que esse ditado sobre a sorte não se sustenta, e que ela não é boa nem ruim. As pessoas, os eventos e as coisas que você encontra, sejam bons ou maus, são todos determinados pela soberania e pelos arranjos de Deus, então você deveria encará-los adequadamente. Aceite o que é bom de Deus e aceite o que é ruim de Deus também. Não diga que você tem sorte quando coisas boas acontecem e que não tem sorte quando coisas ruins acontecem. Só se pode dizer que há lições para as pessoas aprenderem em todas essas coisas, e elas não deveriam rejeitá-las ou evitá-las. Agradeça a Deus pelas coisas boas, mas agradeça a Deus também pelas coisas ruins, porque todas elas são arranjadas por Ele. Pessoas boas, bons eventos, coisas e ambientes oferecem lições que devem ser aprendidas, mas há mais ainda a ser aprendido com as pessoas, os eventos, as coisas e os ambientes ruins. Todos eles são experiências e episódios que deveriam fazer parte da vida de uma pessoa. As pessoas não deveriam usar a ideia de sorte para medi-los(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (2)”). “Se desistir da ideia de quão sortudo ou azarado você é e tratar essas coisas com calma e corretamente, você descobrirá que a maioria das coisas não é tão desfavorável ou difícil de lidar. Quando você larga seus desejos e ambições, quando para de rejeitar ou evitar qualquer infortúnio que lhe aconteça e para de medir tais coisas por quão sortudo ou azarado você é, muitas das coisas que você costumava ver como desafortunadas e ruins, agora você pensará nelas como boas — as coisas ruins se transformarão em coisas boas. Sua mentalidade e o modo como você vê as coisas mudarão, o que permitirá que você pense de outro jeito sobre suas experiências de vida e, ao mesmo tempo, colha recompensas diferentes. Essa é uma experiência extraordinária, que lhe trará recompensas inimagináveis. É uma coisa boa, não uma coisa ruim(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (2)”). As palavras de Deus me esclareceram. Na verdade, sorte e azar não existem. Tudo o que acontece comigo, independentemente de, na superfície, estar de acordo com as minhas noções, é orquestrado por Deus e está fadado a acontecer, e é também uma experiência necessária em minha vida. Deus arranja essas coisas para me ensinar lições. Desde que eu me concentre em buscar a verdade, ganharei algo; o que parece ruim para as pessoas pode se transformar em algo bom. Por exemplo, quando Jó enfrentou as tentações de Satanás, ele perdeu sua grande riqueza, seus filhos foram esmagados até a morte, e ele mesmo ficou coberto de chagas. Do ponto de vista humano, a série de eventos que Jó enfrentou era muito infeliz e azarada. Entretanto, do ponto de vista de Deus, Ele permitiu que Jó enfrentasse essas tentações para lhe conceder uma chance de dar testemunho de Deus, provando a Satanás que Jó era um homem justo, que temia a Deus e evitava o mal, o que impediu que Satanás o acusasse ou atacasse ainda mais. Jó, com sua fé e seu temor de Deus, permaneceu firme em seu testemunho durante essas provações e ganhou a aprovação de Deus. Isso foi algo muito significativo! Por meio da experiência de Jó, podemos ver que não existe sorte ou azar, e que tudo o que acontece se deve à soberania e às orquestrações de Deus, concebidas para nos ensinar diferentes lições em meio a vários ambientes. Entretanto, eu não reconhecia a soberania de Deus e sempre avaliava tudo o que me acontecia com base na sorte. Isso acontecia porque eu considerava muito minha carne, sempre querendo desempenhar meus deveres sem problemas, sem que minha carne sofresse. Desde que isso beneficiasse minha carne e eu não tivesse que sofrer, eu achava que tinha sorte. Por outro lado, se eu encontrasse alguns problemas e dificuldades e precisasse sofrer e pagar um preço, eu me sentia azarada e frequentemente reclamava no coração. Minha visão sobre o julgamento das coisas era muito distorcida! A série de dificuldades e problemas que eu enfrentava agora pareciam desfavoráveis por fora, mas Deus tinha usado essas dificuldades para me ensinar a confiar Nele, a buscar a verdade, a rebelar-me contra minha carne e a aprender algumas lições. No passado, quando eu desempenhava meu dever em um ambiente confortável e seguia a mesma rotina todos os dias, tudo parecia fácil na superfície, mas eu ganhava muito pouco. Eu não entendia muitas verdades princípios e o crescimento da minha vida era lento, ao passo que, agora, esse ambiente atual era benéfico para a minha vida. Ao entender a intenção de Deus, senti-me muito mais aliviada, e deixei de viver em desânimo e resistência. Eu estava disposta a me submeter ao ambiente que Deus havia estabelecido para mim e experimentar a obra de Deus de forma prática. Depois disso, comecei a desempenhar meu dever com seriedade, implementando o trabalho de acordo com as exigências da casa de Deus. Depois de algum tempo, parte do trabalho da igreja começou a se recuperar aos poucos. Eu me familiarizei com o pessoal e os vários itens de trabalho, e passei a entender melhor os princípios do trabalho, ganhando alguma confiança. Foi só então que experimentei em primeira mão o cuidado de Deus ao preparar esses ambientes. Vi que, ao não julgar as pessoas, os eventos e as coisas ao redor sob a perspectiva de sorte ou azar e ao aceitar tudo de Deus e buscar a verdade, não me sentia cansada em meu dever. Em vez disso, eu me sentia realizada e em paz.

Depois de uma reunião, o líder arranjou que eu cuidasse de algo em uma igreja. Originalmente, eu pretendia terminar o trabalho em um dia e então seguir para outra igreja a fim de implementar o trabalho, mas, inesperadamente, assim que cheguei a essa igreja, o supervisor, nervoso, me disse: “Aconteceu algo. Muitos irmãos foram presos ontem”. Depois de ouvir seu relato, percebi que quase todos os presos eram líderes e obreiros, o que significava que agora seria quase impossível realizar qualquer trabalho da igreja normalmente. Os líderes de igreja também tiveram que se esconder devido ao contato com aquelas pessoas e não podiam sair para desempenhar seus deveres. Imediatamente depois disso, recebi uma carta do líder de nível superior instruindo-me a ficar nessa igreja temporariamente para lidar com as consequências das prisões. No início, consegui aceitar isso de Deus e me submeter. Naquela época, havia muitos riscos de segurança para vários irmãos e famílias anfitriãs, e muitas tarefas da igreja precisavam ser realizadas. Eu ficava ocupada o dia todo e, à noite, quando voltava para a casa em que eu estava hospedada, tinha de responder a cartas de outras igrejas. Eu precisava ficar acordada até tarde quase todas as noites. O ambiente também era difícil, e quase todos os dias eu recebia cartas dizendo que mais irmãos haviam sido presos. Sempre que saía de casa, sentia um frio na barriga, sem saber se voltaria em segurança dessa vez. O tempo passou e me senti física e mentalmente exausta. Ao ver que dois líderes próximos a mim apenas respondiam a cartas e faziam algum trabalho em casa, enquanto eu estava sempre correndo de um lado para o outro, movendo-me constantemente como um pião, sem tempo para dar conta de todas as tarefas, e com os nervos à flor da pele, pensei comigo: “As tarefas que eles fazem são tão fáceis. Eles não precisam se preocupar nem correr de um lado para o outro, ao contrário de mim, que nem sequer tenho a chance de descansar. Por que sempre me pego lidando com as detenções na igreja? Sou tão azarada! Por que essas coisas continuam acontecendo comigo, uma após a outra?”. Embora eu não ousasse reclamar abertamente, no fundo, eu era muito resistente e estava sempre resignada e relutante ao desempenhar meu dever. Enquanto eu estava vivendo nesse estado errado, não pude deixar de pensar em minhas experiências anteriores, e estava vagamente ciente de que Deus preparou esse ambiente para que eu pudesse aprender uma lição. Eu orei a Deus: “Ó Deus, quando as coisas acontecem comigo, eu ainda as vejo involuntariamente sob a perspectiva de sorte ou azar e ainda sinto que é por causa de meu azar e infortúnio que elas acontecem. Não consigo entender de verdade a Tua intenção. Ó Deus, por favor, ilumina-me e guia-me para que eu possa aprender a experimentar em meio a esse ambiente”.

Depois disso, procurei conscientemente as palavras de Deus para lê-las, querendo entender o que, exatamente, havia de errado em sempre buscar a sorte. Li esta passagem nas palavras de Deus: “Quais são os pensamentos e as perspectivas das pessoas que usam a sorte para medir se as coisas são boas ou ruins? Qual é a essência dessas pessoas? Por que prestam tanta atenção à sorte e ao azar? As pessoas que se concentram muito na sorte esperam que sua sorte seja boa ou que seja ruim? (Elas esperam que seja boa.) Está certo. Na verdade, elas buscam sorte e que coisas boas lhes aconteçam, e simplesmente tiram vantagem delas e lucram com elas. Essas pessoas não se importam com quanto os outros sofrem, nem com quantas dificuldades os outros têm de suportar. Elas não querem que nada que percebam como azar lhes aconteça. Em outras palavras, elas não querem que coisas ruins lhes aconteçam: nada de contratempos, nada de fracassos ou embaraços, nada de ser podadas, nada de perder coisas, de sair perdendo e de ser enganadas. Se qualquer dessas coisas acontecer, elas consideram azar. Não importa quem o arranje, se coisas ruins acontecerem, é azar. Elas esperam que todas as coisas boas — desde ser promovidas, destacar-se da multidão e beneficiar-se à custa dos outros até lucrar com algo, ganhar muito dinheiro ou tornar-se uma funcionária de alto nível — aconteçam com elas e pensam que isso é sorte. Elas sempre medem as pessoas, os eventos e as coisas que encontram com base na sorte. Estão buscando a sorte, não o azar. Logo que a coisa mais insignificante dá errado, elas ficam com raiva, aborrecidas e insatisfeitas. Sem meias-palavras, pessoas desse tipo são egoístas. Buscam beneficiar-se à custa de outras pessoas, obter lucro para si mesmas, chegar ao topo e destacar-se da multidão. Elas ficariam satisfeitas se todas as coisas boas acontecessem apenas com elas. Essa é sua natureza essência; é sua verdadeira face(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (2)”). As palavras de Deus me deixaram muito envergonhada. Descobri que minha busca constante por sorte e evitar qualquer dificuldade ou adversidade se devia, na verdade, à minha natureza egoísta. Eu aderi a uma filosofia para os tratos mundanos de “sempre evite sair perdendo”, sempre colocando meus interesses em primeiro lugar. Eu sempre quis que todas as coisas boas acontecessem comigo, que tudo corresse bem, sem ter que passar por nenhuma adversidade; era isso o que me faria feliz. Quando me deparava com contratempos ou dificuldades que afetavam meus interesses carnais e exigiam que eu sofresse, eu reclamava, me irritava e perdia completamente o equilíbrio. Antes de crer em Deus, quando via colegas que vinham de famílias privilegiadas, que tinham familiares com empregos estáveis e boas casas, enquanto eu vivia na pobreza, sem ter sequer uma casa própria e com familiares desempregados que precisavam de mim para sustentá-los, eu me sentia muito deslocada. Achava que era meu azar ter uma família assim, e tinha muita inveja e ciúme de meus colegas. Sempre acreditei que as coisas boas só aconteciam com os outros, que eu era apenas uma pessoa azarada. Ao refletir sobre esse período recente, quando essas duas igrejas pelas quais eu era responsável enfrentaram as detenções do Partido Comunista, exigiu que eu sofresse e pagasse um preço e afetou meus interesses carnais, então comecei a reclamar de tudo e a culpar meu azar e infortúnio. Não só não pensei em desempenhar bem meu dever de forma proativa, mas também me tornei desanimada e resistente, reclamando do fato de Deus continuar a preparar tais ambientes para mim. Minha busca por sorte era essencialmente para satisfazer meus interesses carnais; eu queria que todas as coisas boas acontecessem comigo e sempre queria lucrar às custas dos outros. Quanto às tarefas que exigiam riscos e sofrimento, eu achava que todas elas deveriam ser realizadas por outras pessoas. Contanto que eu pudesse ficar confortável e minha carne pudesse obter benefícios, eu ficaria satisfeita. Eu era realmente muito egoísta! Por fora, eu parecia estar desempenhando meu dever na casa de Deus, mas meu coração considerava meus interesses carnais em vez do trabalho da igreja e das intenções urgentes de Deus. Isso era detestável e repugnante para Deus, e, desempenhando meu dever dessa forma, eu acabaria não ganhando Sua aprovação.

Mais tarde, li mais das palavras de Deus que dizem: “É fácil sair dessa depressão? Na verdade, é fácil. Apenas largue suas perspectivas errôneas, não espere que tudo corra bem, ou exatamente do jeito que você quer, ou sem percalços. Não tema e não rejeite as coisas que dão errado, não resista a elas. Antes, abandone sua resistência, acalme-se e venha diante de Deus com uma atitude de submissão e aceite tudo que Deus arranja. Não busque a chamada ‘boa sorte’ e não rejeite a chamada ‘má sorte’. Entregue seu coração e todo o seu ser a Deus, deixe que Ele faça a ação e a orquestração e se submeta a Suas orquestrações e Seus arranjos. Deus lhe dará o que você precisa na medida certa, quando você precisar. Ele orquestrará os ambientes, as pessoas, os eventos e as coisas que você requer, segundo suas necessidades e deficiências, de modo que você possa aprender as lições que deveria aprender com as pessoas, os eventos e as coisas que encontra. Claro, o prerrequisito para tudo isso é que você precisa ter uma mentalidade de submissão para com as orquestrações e os arranjos de Deus. Assim, não busque a perfeição, não rejeite nem tema a ocorrência de coisas indesejáveis, embaraçosas ou desfavoráveis, e não use sua depressão para resistir intimamente à ocorrência de coisas ruins(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (2)”). Pelas palavras de Deus, entendi Sua intenção. Todos os ambientes que Deus preparava para mim eram bons e tinham o objetivo de me ensinar lições. Eu não deveria buscar essa suposta sorte e sempre querer desempenhar meu dever em um ambiente confortável. Continuar assim só resultaria numa labuta infrutífera. Em vez disso, devo aprender a me submeter aos ambientes que Deus preparou, e, sejam eles favoráveis ou desfavoráveis, devo buscar a verdade neles, concentrando-me em refletir sobre os caracteres corruptos que revelei e em me rebelar contra a carne e agir de acordo com as exigências de Deus. Isso é o que se alinha com a intenção de Deus. Agora, irmãos estavam sendo presos, havia riscos de segurança para os dois líderes da igreja, e alguns trabalhos não podiam ser feitos. Como líder, eu deveria cumprir minha responsabilidade nesse momento crítico. Embora lidar com o trabalho da igreja fosse difícil e envolvesse algum sofrimento físico, contanto que isso beneficiasse o trabalho da igreja, eu deveria fazer o meu melhor para cooperar. Ao entender isso, parei de viver em negatividade e entendi no fundo do coração que esse era meu dever, que essa era a responsabilidade que eu deveria cumprir. Depois disso, enquanto desempenhava meu dever, eu me comuniquei ativamente para resolver quaisquer problemas ou desvios no trabalho da igreja. Se eu me deparasse com problemas que não conseguia entender, eu os discutia com os dois líderes para que eles pudessem entendê-los prontamente, e então buscávamos os princípios para resolvê-los. Ao praticar dessa maneira, embora estivesse ocupada todos os dias, desde que organizasse as coisas de forma razoável, eu conseguia gerenciar tudo e não achava insuportável nem difícil.

Um dia, o líder de nível superior enviou uma carta pedindo que organizássemos rapidamente algum material sobre limpeza e expulsão, enfatizando que era bastante urgente e que isso precisava ser reunido e organizado por pessoas sem riscos de segurança. Ao ler essa carta, eu sabia que o mais adequado era eu fazer isso. Mas, ao pensar que eu teria que consultar tantos irmãos e, com certeza, estaria correndo de um lado para o outro todos os dias, não pude deixar de começar a ter os mesmos pensamentos de sempre: “Ah, o líder foi claro ao pedir alguém sem riscos de segurança, então não posso evitá-lo, mesmo se eu quisesse. Terei que correr para lá e para cá, quem sabe quanto tempo levarei para coletar e verificar esses materiais”. Achei que estava com azar. Quando tive esse pensamento, lembrei-me das palavras de Deus que dizem: “Não faça as coisas sempre pelo seu bem e não considere constantemente seus interesses; não considere os interesses do homem, e não pense em seu orgulho, reputação e status. Primeiro, você precisa considerar os interesses da casa de Deus, e fazer deles sua prioridade. Você deve ser atencioso para com as intenções de Deus e começar por contemplar se houve ou não impurezas no desempenho do seu dever, se você foi leal, cumpriu suas responsabilidades, e deu tudo de si, e também se você tem pensado ou não, de todo o coração, sobre seu dever e o trabalho da igreja. Você deve considerar essas coisas(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). As palavras de Deus iluminaram meu coração. Não importava qual fosse o dever que eu enfrentasse, ele continha as intenções de Deus. Em particular, como esse trabalho era tão importante, a oportunidade de fazer esse trabalho não era uma exaltação de Deus? No entanto, ao enfrentar um dever, a primeira coisa que eu considerava era que minha carne teria que sofrer novamente, e achava que eu era azarada. Eu era realmente muito egoísta! Eu deveria priorizar o trabalho da igreja em vez de pensar primeiro nas dificuldades da carne e fazer o melhor possível para confiar em Deus e cooperar. Com essa percepção, não resisti mais tanto a esse dever, e discuti com os líderes da igreja sobre como encontrar pessoas para verificar os materiais. Durante o processo de verificação, encontrei algumas dificuldades, mas as aceitei de Deus e não reclamei mais, ao mesmo tempo em que revisava os desvios e confiava em Deus para continuar a cooperar. Por fim, os materiais foram coletados com sucesso. Agradeci sinceramente a Deus por Sua orientação!

Por meio dessa experiência, ganhei algum entendimento sobre a visão equivocada de buscar a sorte e vi que por trás dessa busca está um caráter corrupto, egoísta e desprezível. De fato, todos os ambientes que Deus prepara para mim, quer eu os veja como bons ou ruins, são preparados com base em minha estatura e necessidades. Eles têm o objetivo de me ajudar a buscar a verdade, reconhecer meu caráter corrupto e aprender lições nesses ambientes. Neles estão contidas a sabedoria e a intenção meticulosa de Deus. No futuro, não quero continuar julgando todas as pessoas, eventos e coisas que encontro com uma visão baseada na sorte. Quero aprender a me submeter aos ambientes que Deus prepara e experimentar a obra de Deus.

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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