A crença em Deus é simplesmente para obter paz e bênçãos?

19 de Outubro de 2024

Por Haoyue, China

Quando eu tinha seis anos, minha mãe descobriu que meu pai estava tendo um caso e desenvolveu uma doença mental devido ao choque emocional causado por essa descoberta. Dois anos depois, meu pai faleceu em decorrência de uma doença e as despesas médicas e funerárias nos deixaram sem um centavo. No entanto, meu tio e minha tia por parte de pai não viam sentido em ajudar a viúva de seu irmão e a filha dela. Minha mãe e eu fomos expostas a muito bullying e frieza e sofremos muito na vida. Naquela época, minha mãe já tinha começado a crer em Deus e sempre me dizia: “Se não crermos em Deus, não duraremos muito neste mundo”. Ela também dizia que sua doença mental de alguma forma desapareceu depois de crer em Deus. Por isso eu era muito grata a Deus. Ao sofrer ostracismo e bullying dos colegas de classe, eu orava silenciosamente a Deus. Para minha surpresa, depois disso, um colega de classe com quem eu não me dava bem antes começou a me ajudar de forma proativa e não deixava que os outros me intimidassem. Minha alma jovem sentia, nessa época, que era realmente bom crer em Deus, e que Deus era meu pilar sempre que eu precisava Dele, e, quando crescesse, eu queria me despender por Deus e desempenhar um dever como minha mãe. Quando entrei no ensino médio, comecei a participar formalmente das reuniões. Às vezes, eu pedia licença das aulas para participar das reuniões, mesmo que isso significasse ficar para trás nas aulas. Eu sempre fui propensa a doenças, tinha tonturas e frequentemente precisava de injeções e medicamentos, mas depois de crer em Deus, comecei a melhorar. Essa foi uma experiência ainda mais profunda da graça e das bênçãos de Deus. Uma vez, durante uma reunião, quando ouvi os irmãos falando que agora era o momento crucial para desempenhar deveres, pensei comigo mesma: “Tenho muita sorte de ter vivido na época da encarnação de Deus, da expressão da verdade e da salvação da humanidade. Tenho de aproveitar essa oportunidade, investir tudo em minha fé e desempenhar bem meu dever”. Na época, não hesitei em decidir deixar a escola de elite que estava frequentando, e comecei a desempenhar o dever com os irmãos. Eu achava que, se praticasse bem a fé e desempenhasse o dever com entusiasmo, Deus certamente me concederia graça e garantiria que tudo corresse bem e sem problemas para mim. A partir de então, participei de reuniões e desempenhei meu dever, fizesse chuva ou fizesse sol. Durante o inverno, não havia ônibus direto para o local onde eu regava os novos crentes, então eu andava de bicicleta por várias horas para chegar lá. Meu corpo sofria um pouco, mas eu achava que o sofrimento valeria a pena, desde que eu recebesse a graça, os cuidados e as bênçãos de Deus.

Em abril de 2020, eu desempenhava meu dever longe de casa. Um dia, de repente, senti meu coração bater rápido e descontrolado, senti tanto aperto no peito que eu não conseguia respirar, e comecei a tremer e a me sentir fraca. Eu mal conseguia segurar os pauzinhos que estava usando para almoçar. Estava indisposta, mas não muito preocupada. Pensei: “Desde criança, sempre tive problemas cardíacos. Tenho palpitações quando fico cansada, mas isso nunca foi grande coisa, então, provavelmente também não será desta vez. Além disso, Deus é todo-poderoso, e meu corpo e minha saúde estão em Suas mãos. Enquanto eu permanecer firme em meu dever, Deus certamente me protegerá e garantirá que nada me aconteça”. Nessa noite, eu me senti um pouco melhor. Nos dias seguintes, orei a Deus e coloquei minha doença em Suas mãos. Eu tinha palpitações e me cansava quando falava demais, mas ainda conseguia comer e beber as palavras de Deus regularmente e continuar desempenhando meu dever. Achei que Deus provavelmente estava me testando com essa situação e, se eu desempenhasse mais meu dever, Ele me trataria com graça e eu melhoraria aos poucos. Mas, para minha surpresa, logo em seguida, tive mais um episódio. Eu estava jantando e, de repente, comecei a ter palpitações, minhas mãos começaram a tremer e eu não conseguia segurar a comida com os pauzinhos. Logo depois, comecei a tremer e a ter palpitações constantes. Meu rosto ficou vermelho, minhas mãos e pés ficaram frios e dormentes, e eu tremia incontrolavelmente. Comecei a ter falta de ar e tive uma sensação de sufocamento diferente de tudo o que já havia tido antes. Fiquei apavorada com a possibilidade de não conseguir respirar e, por isso, orei continuamente a Deus dizendo: “Oh Deus, não quero morrer ainda, por favor, salva-me”. Uma irmã começou a pressionar um ponto de acupuntura usado em emergências e me deu um remédio de emergência. Após cerca de dez minutos, as convulsões pararam, mas eu me sentia incrivelmente fraca e tinha muita dificuldade de falar. A irmã me levou ao hospital para fazer exames, e o médico me disse que eu tinha uma doença cardíaca congênita. À medida que envelhecia, os resíduos se acumulavam em meu sangue e meus vasos sanguíneos ficavam cada vez mais entupidos, meu débito cardíaco diminuiria e minha condição se agravaria cada vez mais. Não havia remédio para minha doença e tudo o que eu podia fazer era tomar certas ervas chinesas e descansar mais. Se não houvesse mais episódios, eu ficaria bem, mas se tivesse uma recaída, poderia ser muito ruim. Se tivesse recaídas frequentes, eu ficaria muito mal e, na pior das hipóteses, poderia precisar de cirurgia. Não pude deixar de me preocupar e pensei: “Tenho desempenhado meu dever com consistência e entusiasmo, então por que Deus não está me protegendo? Por que minha condição piorou?”. Em silêncio, orei a Deus: “Oh, Deus, Tu és todo-poderoso e minha saúde está em Tuas mãos. Não peço para ficar tão em forma quanto uma pessoa normal e saudável, e não importa se estou um pouco mais fraca, desde que não tenha uma recaída e possa melhorar aos poucos. Meu corpo não aguenta todas essas recaídas. Se minha saúde realmente falhar, o que farei então?”. Depois disso, embora eu estivesse tomando remédios, eu sempre me preocupava com a possibilidade de ter outro episódio e orava a Deus diariamente sobre minha saúde. No entanto, continuei a ter problemas cardíacos frequentes. Eu ficava bem por alguns dias e, de repente, tinha outro episódio, e depois disso me sentia bastante fraca. Vendo que eu estava com a saúde debilitada, a igreja me mandou para casa para descansar e desempenhar o dever que conseguisse.

Em casa, minha saúde não melhorou apesar de eu tomar ervas. Continuei a ter palpitações e dormência nas mãos, acompanhadas de convulsões e falta de ar. Eu sentia tanto aperto no peito que achava que ia sufocar. O medicamento de emergência que eu tinha podia aliviar os sintomas temporariamente, mas eles sempre voltavam. Enquanto eu estava doente, até mesmo virar na cama me deixava tão exausta que eu tinha palpitações. Eu passava metade ou mais do meu dia na cama. Sentia-me terrivelmente isolada e desamparada. As lágrimas escorriam sem parar, e reclamações e mal-entendidos surgiam em minha mente. Eu nunca tinha visto ninguém com episódios cardíacos tão frequentes. Já estava tão fraca. Se isso continuasse, não seria o meu fim? Minha família não tinha dinheiro para pagar minha cirurgia, então eu deveria continuar resistindo? Eu tinha pouco mais de 20 anos, será que eu teria de passar o resto da minha vida com recaídas constantes e basicamente incapacitada? Talvez um dia eu simplesmente cairia e morreria: “Oh, Deus, durante esses anos, deixei de estudar e sacrifiquei minha juventude para seguir-Te. Não pedi mais nada, tudo o que desejo é que me mantenhas sã e salva, então por que minha condição piorou? Mesmo depois de ficar doente, continuei a desempenhar meu dever. Por que não me protegeste? Quando vou melhorar?”. Quanto mais pensava, mais injustiçada e triste eu me sentia, e muitas vezes deitava na cama e chorava. Sempre comprava remédios que ouvia dizer que eram bons para tratar doenças cardíacas. Eu usava apenas a medicina chinesa para evitar os efeitos colaterais da medicina ocidental. Mas depois de tomar ervas por um tempo, eu ainda não estava melhorando. Muitas vezes, eu me afundava na negatividade. Alguns irmãos que viam o que eu estava passando comunicavam-me as intenções de Deus, dizendo que eu devia aprender com a situação e buscar a verdade para resolver meu caráter corrupto. Alguns também encontravam vídeos de testemunhos experienciais sobre doença para compartilhar comigo. Isso me impactou um pouco: eu não tinha buscado a intenção de Deus em minha doença, e só tinha me queixado em vez de ganhar a verdade. Onde estava meu testemunho? Eu tinha de deixar de ser tão depravada e começar a buscar a verdade para resolver meus problemas. Ao perceber isso, orei a Deus, dizendo: “Deus Todo-Poderoso, em teoria, entendo que Tuas boas intenções estão por trás de minha doença, e tudo o que Tu fazes é bom. Mas as constantes recaídas estão realmente fazendo com que minha carne sofra muito. Sinto-me muito deprimida e abatida. Oh, Deus, sei que estou em um estado ruim, e estou disposta a me voltar para Ti e deixar de ser tão negativa. Por favor, esclarece-me e guia-me a um verdadeiro entendimento de mim mesma e liberta-me desse estado negativo”.

Depois disso, comecei a procurar passagens das palavras de Deus relacionadas ao meu estado. Um dia, deparei-me com esta passagem: “‘Crença em Deus’ significa acreditar que há um Deus; esse é o conceito mais simples no que diz respeito a crer em Deus. Mais ainda, acreditar que há um Deus não é o mesmo que crer verdadeiramente em Deus; antes, é um tipo de fé simples com fortes sobretons religiosos. A fé verdadeira em Deus significa o seguinte: com base na crença de que Deus é soberano sobre todas as coisas, a pessoa experimenta Suas palavras e Sua obra, expurga seu caráter corrupto, satisfaz as intenções de Deus e vem a conhecer Deus. Somente uma jornada desse tipo pode ser chamada de ‘fé em Deus’. No entanto, as pessoas frequentemente veem a crença em Deus como uma questão simples e frívola. As pessoas que acreditam em Deus dessa maneira perderam o significado de acreditar em Deus e, embora possam continuar acreditando até o fim, elas jamais ganharão a aprovação de Deus, porque trilham a senda errada. Ainda existem hoje aquelas que creem em Deus de acordo com as palavras e em doutrina vazia. Elas não sabem que lhes falta a essência da crença em Deus e não podem receber a aprovação de Deus. Ainda assim, elas oram a Deus pedindo as bênçãos da segurança e da graça suficiente. Vamos parar, aquietar nosso coração e perguntar a nós mesmos: será que acreditar em Deus é realmente a coisa mais fácil do mundo? Será que acreditar em Deus não significa nada mais que receber muita graça de Deus? As pessoas que creem em Deus sem O conhecer ou que acreditam em Deus e ainda assim se opõem a Ele são realmente capazes de satisfazer as intenções de Deus?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prefácio”). Deus diz: “Será que acreditar em Deus é realmente a coisa mais fácil do mundo? Será que acreditar em Deus não significa nada mais que receber muita graça de Deus? As pessoas que creem em Deus sem O conhecer ou que acreditam em Deus e ainda assim se opõem a Ele são realmente capazes de satisfazer as intenções de Deus?”. Cada uma das perguntas de Deus me fez sentir muita vergonha. Apesar de crer em Deus por tanto tempo, eu não tinha a menor ideia do que era a verdadeira fé. Deus diz que a verdadeira fé requer experimentar a obra e as palavras de Deus, submeter-se a cada situação que Deus apresenta e buscar a verdade e as intenções Dele dentro delas, refletir sobre seu caráter corrupto e as impurezas de sua fé alcançar a compreensão da verdade e o conhecimento de Deus e entrar na verdade realidade. Somente esse tipo de fé pode receber a aprovação de Deus. Se as pessoas só desejam obter a graça e as bênçãos de Deus mas não buscam Suas intenções quando se deparam com situações indesejáveis e não experimentam Suas palavras e Sua obra, então isso é apenas fé nominal, é fé religiosa. Deus não aceita essa fé. Deus realiza a obra de julgamento, castigo, provação e refinamento nos últimos dias. Somente experimentando o julgamento das palavras de Deus, sendo provado pelos vários ambientes que Deus orquestra, buscando a verdade e conhecendo a si mesmo e a Deus por meio dessas coisas, é que a vida de alguém progride. Pensei em alguns irmãos que estavam mais doentes do que eu, e até foram declarados incuráveis pelos hospitais, mas ainda assim buscavam a verdade por meio da doença, ganharam conhecimento de sua corrupção, retificaram suas visões errôneas sobre a crença em Deus e fizeram algum progresso. Embora eu tenha afirmado crer em Deus durante esses anos, e muitas vezes tenha comunicado a outras pessoas a necessidade de experimentar as palavras de Deus e trabalhar com fé, quando eu mesma fiquei doente, não busquei a intenção de Deus, e vivia em um estado negativo do qual não conseguia escapar. Portanto, depois de ficar doente, não ganhei nenhuma verdade. Percebi que eu não estava sofrendo por causa do ambiente que Deus havia orquestrado, mas porque eu não buscava a verdade. Como eu cria em Deus, deveria me submeter, buscar a verdade em meio à doença e permanecer firme em meu testemunho para satisfazer a Deus. Esse era o motivo que eu deveria ter. Percebendo tudo isso, orei a Deus, dizendo: “Não importa o que aconteça com minha doença, estou disposta a me submeter e me concentrar em buscar a verdade para resolver meus problemas”.

Mais tarde, me deparei com esta passagem das palavras de Deus: “Desde o tempo em que o homem começou a acreditar em Deus, ele tem considerado que Deus é uma cornucópia, um canivete suíço, e considera-se o maior credor de Deus, como se tentar receber bênçãos e promessas de Deus fosse seu direito intrínseco e obrigação, enquanto a responsabilidade de Deus fosse proteger e cuidar do homem e prover para ele. Essa é a compreensão básica da ‘crença em Deus’ de todos aqueles que acreditam em Deus, e tal é sua compreensão mais profunda do conceito de crença em Deus. Da natureza essência do homem à sua busca subjetiva, não há nada que se relacione ao temor de Deus. O objetivo do homem em acreditar em Deus não poderia ter nada a ver com a adoração a Deus. Ou seja, o homem nunca considerou nem entendeu que a crença em Deus requer temer e adorar a Deus. À luz de tais condições, a essência do homem é óbvia. Qual é essa essência? É que o coração do homem é malicioso, abriga traição e engano, não ama a equidade e a justiça nem o que é positivo e é desprezível e ganancioso. O coração do homem não poderia estar mais fechado para Deus; ele não o entregou absolutamente a Deus. Deus nunca viu o verdadeiro coração do homem, nem jamais foi adorado pelo homem. Não importa quão grande seja o preço que Deus pague, ou quanta obra Ele execute, ou quanto Ele proveja ao homem, o homem permanece cego e totalmente indiferente a tudo isso. O homem nunca entregou o coração a Deus, ele só quer se importar com o próprio coração, tomar as próprias decisões — cujo significado implícito é que o homem não quer seguir o caminho de temer a Deus e se desviar do mal, nem de se submeter à soberania e aos arranjos de Deus, nem quer adorar a Deus como Deus. Tal é o estado do homem hoje. Agora vamos olhar novamente para Jó. Primeiramente, ele fez um acordo com Deus? Ele tinha algum motivo velado para manter firme o caminho de temer a Deus e se desviar do mal? Naquela época, Deus havia falado com alguém do fim que havia de vir? Naquela época, Deus não havia feito promessas a ninguém sobre o fim, e foi com esse pano de fundo que Jó pôde temer a Deus e se desviar do mal. As pessoas de hoje estão em nível de comparação com Jó? Há demasiada disparidade; eles estão em níveis diferentes. Embora Jó não tivesse muito conhecimento de Deus, ele havia entregado o coração a Deus e pertencia a Deus. Ele nunca fez um acordo com Deus e não tinha desejos ou exigências extravagantes para com Deus; em vez disso, ele acreditava que ‘Jeová deu, e Jeová tirou’. Isso foi o que ele havia visto e ganhado por se manter fiel ao caminho de temer a Deus e se desviar do mal durante muitos anos de vida. Da mesma forma, ele também ganhou o resultado representado nas palavras: ‘Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?’. Essas duas frases foram o que ele viu e veio a conhecer como resultado de sua atitude de submissão a Deus durante as experiências de sua vida, e elas também foram suas armas mais poderosas com as quais ele triunfou durante as tentações de Satanás e foram a fundação de sua posição firme em testemunho a Deus(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II”). Deus expôs completamente os pontos de vista das pessoas com relação à crença. As pessoas não tratam Deus como Deus, mas, sim, como uma cornucópia, um canivete suíço, elas se veem como as maiores credoras de Deus, e tentam extrair avidamente a graça Dele. Esse tipo de crença é impuro e transacional e não tem o mínimo de sinceridade. Deus falou diretamente ao meu estado atual. Quando minha família estava passando por dificuldades e não tinha a quem recorrer, experimentei as bênçãos e a proteção de Deus, por isso pensei que Deus garantiria que minha mãe e eu tivéssemos uma vida tranquila e sem problemas. Eu achava que a crença em Deus me concederia imunidade total contra as dificuldades durante toda a minha vida. Se algo acontecesse, Deus me protegeria e seria responsável por meu bem-estar. Durante esses anos, eu alimentei esse tipo de desejo em minha busca e foi a obtenção da graça e das bênçãos de Deus que me motivou a renunciar a tudo para desempenhar meu dever. Quando fiquei doente e Deus não me curou, mudei imediatamente. Foi como se minha esperança de tanto tempo tivesse sido esmagada. Comecei a discutir com Deus com base no que eu havia renunciado e despendido nos últimos anos. Questionei a Deus sobre o motivo de Ele ter me tratado daquela forma, e não estava disposta nem mesmo a orar ou ler Suas palavras. Eu vivia em um estado negativo e rebelde. Durante esses anos, Deus me protegeu e cuidou de mim e me concedeu graça e bênçãos materiais por pena de minha estatura pequena, mas eu não era nem um pouco grata e até me tornei mais gananciosa. Depois de me despender apenas um pouco, exigi que Deus me protegesse por toda a minha vida e quando Ele não o fez, fiquei chateada com Ele. Quão sem-vergonha e irracional eu era! Jó nunca fez nenhuma exigência a Deus, ele temia a Deus e evitava o mal, não importava a situação ou o ambiente. Quando Deus o abençoava, ele Lhe agradecia, mas quando sua situação mudou e ele perdeu suas propriedades, seus filhos morreram e ele começou a ter furúnculos dolorosos, continuou a ter fé e a temer a Deus e nunca disse uma única palavra de reclamação a Ele. Ele até louvou o nome de Deus. Não importava quanto sua situação mudava, ele era capaz de permanecer em seu lugar como um ser criado e se submeter a Deus. Jó era um verdadeiro crente em Deus. Sua humanidade e razão me fizeram sentir vergonha. Eu não tinha crença verdadeira em Deus, e simplesmente O tratava como um canivete suíço. Eu queria que a graça e as bênçãos de Deus me acompanhassem o tempo todo. Eu não conseguia acreditar em quanto havia me tornado egoísta! Pensei na multidão que o Senhor Jesus alimentou com cinco pães e dois peixes durante a Era da Graça. Eles não tinham interesse em Seu sermão, e só queriam obter a graça, as bênçãos e as vantagens Dele. Eles eram apenas oportunistas e não crentes. Ei vi que minha ganância não era diferente da ganância da multidão que só queria ser alimentada e ter a barriga cheia. Eu era terrivelmente depravada e certamente deixei Deus enojado e revoltado. Se eu continuasse a crer com base em tais pontos de vista, eu nunca alcançaria a verdade e a salvação, mesmo que cresse durante toda a minha vida. Eu vi que minha doença era a maior graça que Deus havia me dado. Se eu não tivesse sido revelada em minha doença, não teria reconhecido quão forte era meu desejo por bênçãos, quão gananciosa e desprezível eu era. Assim, não haveria chance de eu me transformar. Deus não me tratou com base em minhas ações e até me ajudou por meio dos irmãos e me esclareceu e me guiou para entender Suas intenções por meio de Suas palavras. Senti-me envergonhada e culpada, indigna do amor e da salvação de Deus. Em lágrimas, orei a Deus, dizendo: “Oh, Deus, por ser revelada pela doença, aprendi que, durante todos esses anos, eu estava apenas exigindo graça de Ti, e reclamava quando não recebia. Devo muito a Ti e não sou digna de ser uma crente. Sei que tenho muita corrupção e preciso dessa doença para me refinar e me limpar. Mesmo que eu tenha que conviver com essa doença pelo resto de minha vida, vou me submeter a isso e nunca mais vou reclamar de Ti”. Para minha surpresa, quando minha atitude mudou, meu corpo começou a ser curado gradualmente. Eu não tinha episódios tão frequentes e, aos poucos, pude começar a desempenhar meu dever.

Um dia, deparei-me com uma passagem das palavras de Deus que me deu uma compreensão maior de meu estado. Deus Todo-Poderoso diz: “Não importam quantas coisas aconteçam ao anticristo, o tipo de pessoa que é um anticristo nunca busca a verdade nas palavras de Deus para resolvê-las, tampouco tenta analisar as coisas por meio das palavras de Deus — e isso se deve inteiramente ao fato de ele não acreditar que as palavras de Deus, cada uma delas, são a verdade. Não importa como a casa de Deus comunique a verdade, os anticristos permanecem fechados e, em consequência disso, falta-lhes a atitude correta, qualquer que seja a situação que enfrentem; em particular, quando se trata de como eles abordam Deus e a verdade, os anticristos se recusam teimosamente a deixar de lado as suas noções. O Deus em que acreditam é um deus que realiza sinais e maravilhas, um deus sobrenatural. Qualquer um que consiga realizar sinais e maravilhas — seja a Bodisatva Kuan Yin, o Buda ou Mazu —, eles o chamam de deus. Os anticristos acreditam que somente aqueles que são capazes de realizar sinais e maravilhas são deuses que possuem a identidade de deuses, e aqueles que não são, não importam quantas verdades expressem, não são necessariamente deuses. Eles não entendem que expressar a verdade é o grande poder e a onipotência de Deus; em vez disso, acham que somente a realização de sinais e maravilhas é o grande poder e a onipotência dos deuses. Portanto, no que diz respeito à obra prática de Deus encarnado, que expressa a verdade para conquistar e salvar pessoas, regando, pastoreando e liderando o povo escolhido de Deus, permitindo que as pessoas experimentem de fato o julgamento, o castigo, as provações e o refinamento de Deus, e venham a entender a verdade, livrar-se de seus caracteres corruptos e se tornar pessoas que se submetem a Deus e O reverenciam, e assim por diante, os anticristos consideram tudo isso como trabalho do homem, e não de Deus. Na mente deles, os deuses deveriam se esconder atrás de um altar e fazer com que as pessoas lhes façam ofertas, e comer os alimentos que as pessoas lhe oferecem, inalar a fumaça do incenso que queimam, ajudar as pessoas em dificuldade, mostrar-se muito poderosos e capazes de oferecer assistência imediata para elas dentro dos limites daquilo que lhes é compreensível, e de satisfazer as necessidades delas quando pedem ajuda e são sinceras em suas súplicas. Para os anticristos, somente um deus como esse é um verdadeiro deus. No entanto, tudo que Deus faz hoje encontra o desdém dos anticristos. E por quê? A julgar pela natureza essência dos anticristos, o que eles exigem não é a obra de rega, pastoreio e salvação que o Criador realiza nos seres criados, mas prosperidade e satisfação das suas aspirações em todas as coisas, não ser punidos nesta vida, e ir para o céu na próxima vida. Seu ponto de vista e suas necessidades confirmam sua essência de ódio à verdade(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item quinze: Eles não acreditam na existência de Deus e negam a essência de Cristo (parte 1)”). Quando li essa passagem pela primeira vez, fiquei um pouco assustada: isso não estava descrevendo exatamente meu estado atual? Antes, eu só sabia que minha perspectiva sobre a busca em minha fé estava errada, mas depois de ler essa passagem, percebi que, durante todo esse tempo, eu estava crendo no Deus de minhas noções e imaginações. No passado, eu havia desfrutado muito da graça de Deus e testemunhado alguns de Seus feitos. Isso era a misericórdia e a proteção de Deus para nós, e Ele abrindo um caminho para nós de acordo com nossos problemas, permitindo-nos levar uma vida normal e ter uma situação adequada para segui-Lo. Quando comecei, aos poucos, a entender algumas verdades, Deus orquestrava situações adequadas para me limpar e me transformar com base no que era necessário em minha vida e me permitia ganhar conhecimento sobre Ele. Essa é uma das maneiras pelas quais Deus salva a humanidade. No entanto, depois de desfrutar tanto da graça de Deus, eu O delimitei em minhas noções, acreditando que Ele era o Deus que concedia graça e bênçãos. Quando as ações de Deus não estavam de acordo com minhas expectativas, eu O julgava com base em minhas noções, acreditando que Ele deveria me proteger e não permitir que eu ficasse tão doente. Eu reconhecia o nome de Deus em palavras, mas cria no Deus vago de minhas noções e imaginações. Isso foi uma blasfêmia contra Deus. Quando percebi isso, fiquei horrorizada e vi ainda mais como essa doença foi uma espécie de graça para mim, ajudando-me a retificar minhas noções sobre Deus. Tudo isso era o amor e a salvação de Deus. Apressei-me a orar a Deus para me arrepender. Minha doença não era um caso isolado, era crônica e imprevisível, por isso eu precisava buscar uma senda para entrada.

Mais tarde, vi estas passagens das palavras de Deus: “Você pode pensar que crer em Deus é uma questão de sofrer ou de fazer todo tipo de coisas para Ele; você pode pensar que o propósito de crer em Deus é para que a sua carne esteja em paz, ou para que tudo corra bem em sua vida, ou para que você possa estar confortável e tranquilo em todas as coisas. No entanto, nenhuma dessas coisas é um propósito que as pessoas deveriam vincular a sua crença em Deus. Se você acredita com esses propósitos, então sua perspectiva está incorreta, e é simplesmente impossível que você seja aperfeiçoado. As ações de Deus, o justo caráter de Deus, Sua sabedoria, Suas palavras, Sua maravilha e insondabilidade são todas coisas que as pessoas devem entender. Tendo esse entendimento, você deveria usá-lo para tirar de seu coração todas as exigências, esperanças e noções pessoais. Somente ao eliminar essas coisas é que você pode cumprir as condições exigidas por Deus, e é somente ao fazer isso que você pode ter vida e satisfazer Deus. O propósito de crer em Deus é satisfazê-Lo e viver o caráter que Ele requer de tal modo que Suas ações e Sua glória possam se manifestar através deste grupo de pessoas indignas. Essa é a correta perspectiva para crer em Deus e também é a meta que você deveria buscar. Você deveria ter o ponto de vista correto sobre crer em Deus e deveria buscar obter Suas palavras. Você necessita comer e beber as palavras de Deus e deve ser capaz de viver a verdade e, especialmente, deve ser capaz de ver Seus feitos práticos, ver Seus feitos maravilhosos por todo o universo, assim como a obra prática que Ele realiza na carne. Por meio de suas experiências práticas, as pessoas podem apreciar a maneira como Deus realiza Sua obra nelas e qual são Suas intenções para com elas. O propósito de tudo isso é eliminar o caráter corrupto satânico das pessoas. […] Somente as pessoas que genuinamente buscam a verdade, buscam conhecer Deus e buscam a vida são as que verdadeiramente creem em Deus(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). “Você crê em Deus e segue a Deus, portanto deve ter um coração que ama a Deus. Você deve se livrar do seu caráter corrupto, deve procurar satisfazer as intenções de Deus e deve cumprir o dever de um ser criado. Visto que você crê em Deus e segue a Deus, deve oferecer tudo a Ele e não deve fazer escolhas nem pedidos pessoais, bem como deve alcançar a satisfação das intenções de Deus. Visto que você foi criado, deve se submeter ao Senhor que o criou, porque você inerentemente não tem domínio sobre si mesmo e não tem aptidão para controlar seu próprio destino. Visto que é uma pessoa que crê em Deus, você deve buscar santidade e mudança(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O sucesso ou o fracasso dependem da senda que o homem percorre”). Por meio das palavras de Deus, adquiri algum entendimento de Suas exigências. Em nossa fé, não devemos buscar bênçãos e paz, devemos nos colocar em nosso lugar como seres criados para experimentar a obra de Deus, ganhar compreensão das intenções de Deus e de Seu caráter por meio de várias situações, e refletir e conhecer a nós mesmos e renunciar ao nosso desejo de bênçãos e às nossas impurezas por meio de tais situações. Só assim é possível alcançar transformação de caráter e obter a salvação. No passado, minha fé se baseava na obtenção da graça. Portanto, apesar de ter ficado doente por tanto tempo, nunca busquei a verdade e sofri perdas na vida. Quando me submeti, busquei a verdade e comecei a experimentar as palavras e a obra de Deus, comecei a ter um senso das boas intenções de Deus. Minha carne sofreu um pouco, mas essa situação retificou minha visão equivocada sobre a fé e permitiu que eu reconhecesse minhas intenções desprezíveis em minha fé e as retificasse a tempo. Esse foi um exemplo ainda maior da misericórdia e do amor de Deus, maior até do que a graça e as bênçãos que Ele concedeu à minha carne. Eu ainda não havia me recuperado totalmente e, às vezes, tinha episódios. Eu não podia me contentar em apenas me submeter e não reclamar de Deus, tinha de continuar buscando Sua intenção, refletir sobre a corrupção que eu revelava, sobre os aspectos de mim que Deus ainda detestava, e aceitar o julgamento e o castigo das palavras de Deus para resolver meu caráter corrupto. Essa era a estrada que eu tinha de percorrer. Quando percebi isso, senti-me menos distante de Deus, fiquei mais proativa no dever, comecei a me concentrar em revisar os problemas em meu trabalho, estudei princípios relacionados a áreas em que eu era deficiente, e comecei a perceber uma melhora em minhas habilidades profissionais. Aos poucos, minha saúde começou a melhorar e os episódios se tornaram menos frequentes. Agradeço a Deus por ter me guiado para alcançar essa compreensão e transformação.

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Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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