Uma experiência especial na juventude

13 de Março de 2024

Por Zhengxin, China

Em 2002, quando eu tinha dezoito anos de idade, aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias. Em julho de 2004, o irmão Wang Cheng e eu fomos presos pela polícia enquanto pregávamos o evangelho em outra província. Nesse momento, eu pensei: “Estamos apenas pregando o evangelho e não violamos nenhuma lei. Além disso, eu sou jovem, por isso a polícia provavelmente não fará nada comigo. Talvez só me questionem e depois me deixem ir”. Fui pego de surpresa quando, depois de nos levarem para a delegacia, um policial bateu na mesa e me interrogou ferozmente: “Qual é o seu nome? Onde você mora? Quem pediu que você viesse para cá? A quem pregou o evangelho?”. Quando não respondi, ele me deu duas bofetadas no rosto, com tanta força que meus ouvidos ficaram zumbindo, e disse que, ao pregar o evangelho, estávamos perturbando a ordem social e violando a lei. Isso me deixou furioso, e eu pensei: “Isso é ridículo! Pregamos o evangelho porque queremos que os outros sejam pessoas boas e sigam a senda certa. Como pode dizer que isso é perturbar a ordem social?”. Mas quando vi como os policiais eram cruéis, eu soube que era inútil discutir com eles, por isso não disse nada. Mais tarde, eles algemaram o irmão Wang Cheng e a mim e nos colocaram numa viatura. No carro, fiquei muito ansioso. Tive muito medo de que eles me espancassem e torturassem quando chegássemos ao nosso destino. Se eu não conseguisse suportar a adversidade e acabasse me tornando um Judas, eu não só ofenderia o caráter de Deus, como faria com que mais irmãos e irmãs fossem presos e sofressem o mesmo tormento. Em silêncio, orei a Deus sem parar: “Deus, estou tão assustado. Por favor, protege-me e dá-me confiança e força”. Depois de orar, senti-me um pouco mais calmo.

Eles nos levaram ao Gabinete Municipal de Investigação Criminal. Quando nos revistaram, um dos policiais viu que eu tinha um pager comigo e disse que eu devia ser um líder. Quando ouvi isso, pensei: “Se eles acharem que sou um líder, duvido que me deixem ir embora tão facilmente”. Vendo que eu não dizia nada, um policial chamado Zhao disse, com um sorriso sem expressão: “Se não nos disser o que sabe, veremos quanto tempo conseguirá aguentar!”. Ele me chutou várias vezes, xingando-me enquanto chutava, e depois me deu um soco no peito, machucando-me tanto que fiquei sem fôlego. Deu-me mais um soco e me chutou mais algumas vezes, e me lançou a mais de dois metros, quase me derrubou. Eu aguentei a dor em silêncio e não disse uma palavra. Finalmente, ele parou quando se cansou, e então disse ferozmente: “Se não começar a falar, nós o colocaremos na cadeira do tigre e o faremos provar o nosso bastão eléctrico!”. Fiquei muito assustado. Já estava sofrendo por ter sido chutado e espancado. Não sabia se conseguiria aguentar ser amarrado à cadeira do tigre e eletrocutado, por isso orei silenciosamente a Deus sem parar, “Ó Deus, por favor protege o meu coração e me dá confiança e coragem. Quero confiar em Ti para permanecer firme e nunca me tornarei um judas”. Então, lembrei-me de algumas palavras de Deus todo poderoso: “Você não deveria ter medo disto e daquilo; sejam quais forem os muitos perigos e dificuldades que possa enfrentar, você é capaz de permanecer firme diante de Mim, desobstruído de qualquer obstáculo, para que Minha vontade possa ser realizada sem impedimento. Esse é o seu dever […]. Agora é o tempo em que o testarei: você oferecerá sua lealdade a Mim? Você consegue Me seguir lealmente até o fim da estrada? Não tema; com Meu apoio, quem, alguma vez, poderia bloquear essa estrada?(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 10”). De fato, Deus é o meu apoio firme, e a minha vida está nas Suas mãos. Eu havia sido preso com a permissão de Deus. Isso era um teste de Deus para mim. Por mais que a polícia me torturasse, eu absolutamente permaneceria firme em meu testemunho a Deus. Um dos policiais perguntou meu nome e endereço. Eu pensei: “Atualmente, a minha família está acolhendo os líderes da igreja em casa. Se eu disser onde moro e a polícia revistar a nossa casa, os membros da minha família e os líderes serão presos, portanto não posso dizer-lhes”. Quando ele viu que eu não diria nada, ele ficou muito zangado e, sem uma palavra, pegou o livro da palavra de Deus e me bateu com força no rosto com ele, causando muita dor no rosto, e depois me deu um chute violento. Ao mesmo tempo, outro policial me deu um soco forte no peito. Eles não pararam enquanto não ficaram sem fôlego. Vendo que eu ainda não estava falando, um deles disse: “Ele é um verdadeiro fanático. Joguem-no na prisão e façam-no sofrer!”. Quando soube que seria preso, eu fiquei um pouco assustado. Eu tinha ouvido que, nas prisões, é preso batendo em preso. Se eu realmente fosse encarcerado, que tipo de tortura teria de suportar? Será que me mutilariam? E se eu não conseguisse aguentar? Refleti longamente sobre isso, mas eu sabia que, no mínimo, não podia me tornar um Judas e trair a Deus, não importava o que acontecesse. Fiz um juramento a Deus: “Deus! Minha estatura é muito pequena e não consigo ficar forte sozinho, mas estou pronto para me apoiar em Ti. Por favor, fica comigo e dá-me a força para suportar o sofrimento. Nunca serei um Judas e não trairei os meus irmãos!”. Depois de orar, eu me senti mais forte e confiante.

Mais tarde, um policial de meia-idade fingiu ser amigável comigo, dizendo: “Olha só para você. Você é jovem, alto e bonito. Por que não arruma uma boa namorada ou um bom emprego? Por que dar-se ao trabalho de acreditar em Deus?”. Depois pegou uma carta de arrependimento para que eu assinasse. Eu a li e entendi que assiná-la significaria trair a Deus. Eu não podia assinar essa carta! Quando me recusei a assiná-la, o policial bateu com o livro de capa dura da palavra de Deus na minha têmpora, fazendo com que os meus ouvidos voltassem a zumbir, e de repente apareceu um grande galo na minha cabeça. Depois de ter sido atingido dessa maneira, a minha cabeça ficou toda dormente e o meu rosto inchou, e as minhas pernas ficaram doloridas e inchadas depois de terem sido chutadas com tanta força. Senti-me como se estivesse paralisado por toda parte, e o meu corpo doía tanto que eu mal conseguia conter as lágrimas. Eu pensei: “Se eu continuar me recusando a assinar a carta de arrependimento, será que me espancarão ainda mais forte? Será que me matarão? Mas não posso assinar essa carta. Assiná-la seria trair a Deus”. Nesse momento, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus Todo-Poderoso: “Quando encarar sofrimentos, você deve ser capaz de deixar de lado qualquer preocupação com a carne e de não fazer reclamações contra Deus. Quando Deus Se esconde de você, você deve ser capaz de ter a fé para segui-Lo e de manter seu antigo amor sem permitir que fraqueje ou se dissipe. Não importa o que Deus faça, você deve se submeter ao Seu desígnio e estar preparado para amaldiçoar a própria carne em vez de fazer reclamações contra Ele. Quando encarar provações, você deve satisfazer a Deus, embora você possa chorar amargamente ou se sentir relutante em se separar de algum objeto amado. Somente isso é amor e fé verdadeiros(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). Entendi que a dificuldade e a tribulação eram um teste de Deus para mim, para ver se eu tinha fé genuína e se eu conseguia permanecer firme em meu testemunho de Deus. Deus disse que fé genuína significa submeter-se aos Seus arranjos em todos os ambientes e satisfazê-Lo, mesmo que isso signifique tormento e dor duradouros. Eu devia me confiar completamente a Deus, e não importava quanto sofrimento suportasse, eu não podia me submeter a Satanás. Eu precisava depender de Deus e dar testemunho. Com isso em mente, orei: “Deus, não importa o quanto batam em mim, mesmo que me espanquem até eu morrer, eu nunca assinarei a carta de arrependimento”. Nessa noite, os policiais enviaram-me e o irmão Wang Cheng para a casa de detenção, onde ficamos detidos separadamente.

O policial de plantão me levou para uma cela. Havia mais de uma dúzia de pessoas lá dentro, todas elas tinham rostos e expressões ferozes. A cela tinha uma aparência tão sinistra e assustadora que fiquei com muito medo. O policial disse aos prisioneiros: “Este é um crente em Deus. ‘Cuidem bem’ dele”. Ele mal tinha acabado de falar quando dois prisioneiros vieram me bater e chutar, e depois me mandaram tirar a roupa. Trouxeram uma mangueira e encharcaram o meu corpo com água fria por mais de meia hora, e eu fiquei tremendo de frio. Ficavam me perguntando qual era o meu nome e a quem eu tinha pregado o evangelho. Eu continuei orando a Deus em silêncio, pedindo que Ele protegesse o meu coração. Não disse nem uma palavra. No dia seguinte, bateram em mim de novo. Um prisioneiro me agarrou pelos cabelos e bateu minha nuca com tanta força contra a parede que as minhas orelhas zumbiram e o meu nariz sangrou. Mais tarde, eles “brincaram de avião” comigo, ou seja, eles me obrigaram a me curvar para a frente enquanto dois prisioneiros me agarravam pelos braços e me jogavam contra a parede com força, fazendo com que a minha cabeça inchasse, deixando-me tonto e me levando a desmaiar. Antes de poder recuperar os sentidos, eles aplicaram um “pai gow” em mim, isto é, eles me seguraram no chão com os meus braços atrás de mim, enquanto uma pessoa à minha frente agarrava as minhas mãos e me puxava para a frente, enquanto outra se sentava nas minhas costas, agarrava os meus braços e me empurrava para a frente. Era como se meus braços estivessem sendo arrancados das juntas. Eu gritei de dor. Eles me torturaram por mais de dez minutos antes de desistir, e quando finalmente me soltaram, eu já não tinha sensação nos braços. Eu pensei: “Será que meus braços estão inutilizados, agora? Se estiverem, eu ainda sou jovem, como sobreviverei no futuro? Não sei o que farão para me torturar a seguir. Será que me espancarão até a morte?”. Quanto mais eu pensava nisso, mais assustado ficava. Mas então me lembrei das palavras de Deus Todo-Poderoso: “Quando as pessoas estão preparadas para sacrificar a própria vida, tudo se torna insignificante e ninguém consegue vencê-las. O que poderia ser mais importante que a vida? Assim, Satanás se torna incapaz de fazer algo mais nas pessoas, não há nada que ele possa fazer com o homem(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Interpretações dos mistérios das ‘Palavras de Deus para todo o universo’, Capítulo 36”). Percebi que Satanás sabia que as pessoas amam a vida e temem a morte, por isso ele usa nossa fraqueza para nos atacar e nos forçar a trair a Deus. Eu não podia cair nos truques de Satanás e viver em desgraça para preservar minha vida. Pensei nos santos de épocas passadas, que tanto sofreram para pregar o evangelho. Alguns foram presos e encarcerados, e alguns até deram sua vida. Era uma honra eu poder ouvir a voz de Deus nos últimos dias, pregar o evangelho e dar testemunho da obra e da aparição de Deus. Mesmo que essas pessoas me torturassem até a morte, eu estava sendo perseguido pelo bem da justiça. Isso era uma coisa gloriosa, e significava que eu não tinha vivido a minha vida em vão. Ao me dar conta disso, encontrei força no meu coração. Não importava como me perseguissem, eu ficaria firme e não trairia a Deus.

Mais tarde, quando os policiais me levaram para o interrogatório, eles me ameaçaram, dizendo: “Você ainda tem chance de confessar. Você é um prisioneiro político e, se não confessar, será condenado. As pessoas que encontrará na prisão são cruéis. Você vai se arrepender! É difícil dizer se sairá com vida”. Assim que soube que ia ser condenado e que tinha sido designado como preso político, percebi que se tratava de um crime grave. Quantos anos eu teria que cumprir? Teria que passar toda a minha juventude na prisão? Eu soube de outros presos que muitas pessoas na prisão haviam sido espancadas até a morte. Eu me senti ainda mais preocupado. Eu não sabia que métodos os presos utilizariam para me torturar nem se eu sobreviveria. Quanto mais pensava no assunto, pior eu me sentia. Eu realmente não queria ser condenado e morria de vontade de sair daquele lugar. Orei repetidamente a Deus, dizendo: “Deus! Estou muito fraco neste momento e não entendo a Tua vontade, mas sei que este ambiente veio sobre mim com a Tua permissão. Por favor, ilumina-me e guia-me para que eu possa permanecer firme”. Depois de orar, lembrei-me das palavras de Deus Todo-Poderoso: “Talvez todos vocês se lembrem destas palavras: ‘Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória’. Vocês todos ouviram essas palavras antes, mas nenhum de vocês entendeu o seu sentido real. Hoje, vocês estão profundamente conscientes de seu verdadeiro significado. Essas palavras serão cumpridas por Deus durante os últimos dias, e elas serão cumpridas naqueles que foram brutalmente perseguidos pelo grande dragão vermelho na terra na qual ele repousa enrolado. O grande dragão vermelho persegue a Deus e é inimigo Dele, e assim, nesta terra, aqueles que creem em Deus são assim sujeitos à humilhação e à opressão, e essas palavras são cumpridas em vocês, este grupo de pessoas, como resultado. Por ter sido iniciada em uma terra que se opõe a Deus, toda a obra de Deus enfrenta obstáculos tremendos, e o cumprimento de muitas de Suas palavras leva tempo; assim, as pessoas são refinadas como resultado das palavras de Deus, o que também é parte do sofrimento. É tremendamente difícil para Deus realizar a Sua obra na terra do grande dragão vermelho — mas é por meio dessa dificuldade que Deus realiza um estágio da Sua obra, tornando manifestas Sua sabedoria e Seus feitos maravilhosos, e usando esta oportunidade para completar este grupo de pessoas(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A obra de Deus é tão simples quanto o homem imagina?”). Depois de contemplar as palavras de Deus, entendi que a perseguição e a tribulação de hoje eram algo que eu tinha sido destinado a sofrer. Isso era perseguição em nome da justiça e do sofrimento juntamente com Cristo. Era significativo. Ser preso e perseguido dessa forma me permitiu ver claramente a essência maligna do grande dragão vermelho. O grande dragão vermelho é um inimigo de Deus e um demônio que resiste a Ele. Essa situação também me mostrou como o Deus encarnado opera e salva pessoas no país do grande dragão vermelho. De fato, é uma obra muito difícil. Com isso em mente, senti-me grandemente inspirado. Senti que não podia decepcionar a Deus. Mesmo que me espancassem até a morte, eu estava pronto para permanecer firme e satisfazer a Deus.

Catorze dias depois, a polícia escoltou a mim e alguns outros irmãos e irmãs para uma viatura, dizendo que a nossa sentença de reeducação através de trabalho tinha sido decretada, e que nos levariam para o centro de trabalho. A caminho, eu pensei: “Não sei quantos anos passarei no centro de trabalho. Espero que não seja tempo demais, para que eu possa sair, ter reuniões com os meus irmãos em breve e continuar a cumprir o meu dever. No passado, fui frívolo demais e não cumpri corretamente o meu dever. Quando sair, prometo buscar a verdade e cumprir bem o meu dever”. Quando chegamos à Secretaria Municipal de Segurança Pública, o policial entrou e pegou as sentenças de reeducação através de trabalho e as leu para nós no carro. Vários irmãos e irmãs foram condenados a um ano ou um ano e meio, mas a minha sentença era de três anos. Ao ouvir isso, fiquei paralisado. Eu pensei: “Três anos? Por que a minha pena é mais longa do que a dos outros? Como sobreviverei tanto tempo?”. Eu estava numa agonia indescritível. E não consegui aceitar isso. Estava completamente desesperado. Mas depois lembrei-me das palavras de Deus Todo-Poderoso: “Enquanto passam por provações, é normal que as pessoas estejam fracas ou tenham negatividade dentro delas, que lhes falte clareza quanto à vontade de Deus ou quanto à senda para a prática. Mas, em todo caso, você deve ter fé na obra de Deus […]. Deus faz a obra da perfeição nas pessoas, e elas não podem vê-la, não podem senti-la; em tais circunstâncias, sua fé é exigida. A fé das pessoas é exigida quando algo não pode ser visto a olho nu, e sua fé é exigida quando você não consegue abrir mão de suas próprias noções. Quando você não tem clareza a respeito da obra de Deus, o que é exigido de você é ter fé e assumir uma posição firme e dar testemunho. Quando Jó chegou a esse ponto, Deus lhe apareceu e falou com ele. Quer dizer, é somente de dentro de sua fé que você será capaz de ver Deus e, quando você tiver fé, Deus o aperfeiçoará. Sem fé, Ele não pode fazer isso(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). Depois de contemplar as palavras de Deus, entendi que, não importava que tipo de circunstâncias infelizes eu encontrasse, por mais abomináveis que fossem, eu só poderia permanecer firme se tivesse fé em Deus. Mas eu carecia de fé em Deus. Assim que soube que ia ser enviado para a reeducação através do trabalho por três anos, eu não consegui aceitar, por isso tentei discutir com Deus e me queixei com Ele. Eu desejei que a sentença fosse mais leve e que eu pudesse sofrer menos. No passado, eu tinha jurado diante de Deus que O seguiria, por mais difíceis que as coisas ficassem, mas agora, nesse ambiente que não se conformava às minhas noções, eu me tornei negativo e reclamei. Fui tão rebelde. Eu não podia continuar desse jeito. Devia confiar em Deus para experimentar o próximo ambiente.

No centro de trabalho, eu não recebia comida suficiente todos os dias e trabalhava demais de estômago vazio. Às vezes, eu era obrigado a trabalhar até as duas ou três da manhã, e se eu dissesse a coisa errada enquanto trabalhava ou cometesse um erro, eles me espancavam. Sempre que voltava do trabalho, eu era atormentado e ficava trancado na sala de água durante cerca de uma hora. Isso acontecia durante o ano inteiro. A sala de água era muito úmida, e, com o passar do tempo, muitas pessoas adoeciam. Algumas ficavam com sarna, outras com artrite reumatoide, e eu desenvolvi uma erupção na pele no corpo inteiro. Todas as noites, coçava tanto que eu não conseguia adormecer, e eu me coçava tanto que começava a sangrar, arrancava as cascas recentemente formadas, e parte da minha pele se soltava do meu corpo. Eu disse ao chefe dos guardas que precisava de um médico, mas ele disse, sem se preocupar: “É apenas uma erupção cutânea. Você está bem. Isso não vai atrapalhar o seu trabalho”. Nesse momento, senti-me péssimo. Eu pensei: “Peguei essa doença tão jovem. O que farei se ela não desaparecer? Estou sobrecarregado de trabalho todos os dias e tenho que suportar espancamentos e humilhações da parte dos prisioneiros. Quando essa dor terminará?”. Remoer esses pensamentos só me deixava cada vez mais infeliz. Eu ficava ainda mais triste quando via outros irmãos serem encarcerados juntos, podendo comungar e apoiar-se mutuamente, enquanto eu ficava sozinho com incrédulos, sem ninguém com quem pudesse falar. À noite, eu me encolhia na cama e chorava em silêncio. E orava a Deus: “Deus, sinto-me tão fraco aqui. Por favor, ilumina-me para que eu possa entender a Tua vontade”.

Certa vez, quando saímos para fazer exercícios, um irmão de outra equipe me entregou, em segredo, um pequeno pacote. Levei-o para a oficina e abri, e havia um bilhete lá dentro com as palavras de Deus. Eu não esperava ver as palavras de Deus na prisão, e fiquei muito comovido e inspirado. A passagem dizia o seguinte: “O homem será plenamente tornado completo na Era do Reino. Após a obra de conquista, o homem será submetido a refinamento e provação. Aqueles capazes de superar e ser testemunhas durante essa provação são os que serão feitos completos no final; eles são os vitoriosos. Durante essa provação, requer-se do homem que aceite esse refinamento, que é a última etapa da obra de Deus. É a última vez em que o homem será refinado antes da conclusão da obra de gerenciamento integral de Deus, e todos aqueles que seguem Deus devem aceitar esse teste final e devem aceitar esse último refinamento. Os que estão cercados pela tribulação estão desprovidos da obra do Espírito Santo e da orientação de Deus, mas aqueles que foram verdadeiramente conquistados e que buscam verdadeiramente a Deus no final das contas resistirão firmemente; esses possuem humanidade e amam verdadeiramente a Deus. Não importa o que Deus faça, esses vitoriosos não serão privados das visões e colocarão a verdade em prática sem fracassar em seu testemunho. Ao final, emergirão da grande tribulação(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A obra de Deus e a prática do homem”). A leitura das palavras de Deus me comoveu. Eu vi que, em meio à adversidade, eu devia ter fé em Deus e confiar Nele para permanecer firme no testemunho de Deus. Eu estava sozinho numa equipe, não havia irmãos ao meu redor, e eu enfrentava muitas lutas e adversidades. Isso era um teste para mim. Ele me permitia ver as minhas falhas e a minha verdadeira estatura. Permitia-me também ser independente, experimentar esse ambiente confiando em Deus, e superar as dificuldades e a dor. Quando eu estava fraco, meu irmão me ajudou passando as palavras de Deus para mim, o que realmente me inspirou. Eu sabia que isso era o amor de Deus e que Deus estava sempre ao meu lado, vigiando-me e protegendo-me. Com isso em mente, encontrei a força para continuar e a confiança para suportar esse ambiente.

Em 2006, desenvolvi um pé de atleta severo. Meus dedos dos pés ficaram em carne viva e eu não conseguia andar. A polícia não permitiu que eu recebesse nenhum tratamento médico e apenas me deu um pouco de pomada, que não só não curou os pés, como os deixou piores. Isso me entristeceu muito, e eu senti que esse lugar era miserável e sombrio demais para suportar. Ninguém deveria ter que suportar isso. Mas então me lembrei de um hino das palavras de Deus intitulado “Canção dos vencedores”: “Vocês já aceitaram as bênçãos que lhe foram dadas? Alguma vez já procuraram as promessas que foram feitas para vocês? Vocês, sob a orientação da Minha luz, romperão a repressão das forças das trevas. Certamente, no meio da escuridão, não perderão a luz que os guia. Vocês certamente serão os mestres de toda criação. Certamente serão vencedores diante de Satanás. Certamente, na queda do reino do grande dragão vermelho, levantar-se-ão no meio das miríades das multidões para dar testemunho da Minha vitória. Certamente serão firmes e inabaláveis na terra de Sinim. Através dos sofrimentos que vocês suportam, herdarão a bênção que vem de Mim, e certamente irradiarão Minha glória por todo o universo(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Palavras de Deus para todo o universo, Capítulo 19”). Depois de contemplar esse hino das palavras de Deus, eu entendi as boas intenções de Deus. Sua intenção é aperfeiçoar um grupo de pessoas e transformá-las em vencedores no país do grande dragão vermelho, em pessoas capazes de escapar do domínio obscuro de Satanás e ser salvas por Deus, e que são qualificadas para entrar no reino de Deus e receber as promessas de Deus. Ao refletir cuidadosamente sobre isso, percebi que, se eu não tivesse experimentado a tortura cruel do Partido Comunista e o tratamento desumano no centro de trabalho, eu não teria sido capaz de ver claramente a essência maligna do ódio e da hostilidade do Partido Comunista contra Deus, muito menos de rejeitá-lo completamente do fundo do meu coração. Sem o tormento desse ambiente miserável e sem ser exposto pelos fatos, eu não teria percebido que ainda fazia exigências a Deus, ou que, quando os atos de Deus não estavam de acordo com as minhas noções, eu ainda era capaz de reclamar e discutir com Deus, ou que a minha estatura era pequena demais e que eu tinha muito pouca fé em Deus. Eu não tinha recebido todo esse conhecimento e me beneficiado com esse ambiente miserável? Isso era a graça de Deus para mim! Pensar no amor e na salvação de Deus para mim me deu confiança. Também pensei em como Jó tinha perdido os filhos, ficado coberto de chagas no corpo inteiro e suportado tanto sofrimento carnal, mas ainda assim adorou a Deus sem se queixar. A doença insignificante e o pouco sofrimento que eu tinha suportado não eram dignos de menção em comparação com a experiência de Jó. Eu deveria obedecer e confiar em Deus para permanecer firme em meu testemunho de Deus. Ao pensar nisso, orei a Deus: “Deus, por pior que seja esse lugar ou por mais que o meu corpo sofra, estou disposto a me submeter. Não quero mais ser negativo; eu tenho que crescer, para que não Te preocupes comigo”.

Nos dias que se seguiram, a única coisa sem a qual eu não conseguia viver era a oração. Sempre que estava cansado do trabalho ou a dor se tornava insuportável e eu me sentia negativo e fraco, eu orava rapidamente a Deus. Aos poucos, tornei-me mais forte, senti-me negativo e fraco com menos frequência, e fui capaz de enfrentar adequadamente esse ambiente que Deus tinha estabelecido para mim. Graças a Deus! Durante esses três anos, orando a Deus, confiando em Deus e confiando na orientação das palavras de Deus, fui capaz de sobreviver a esse período difícil.

Depois de experimentar tudo isso, eu vi claramente que o grande dragão vermelho é Satanás, o diabo, que odeia a Deus e corrompe as pessoas. Só Deus é amor, e só Ele pode salvar as pessoas. Quando eu estava sendo torturado, foi a palavra de Deus que me guiou, que me deu confiança e força, e que me permitiu superar a crueldade do diabo. Foi esse ambiente miserável que fez com que o meu eu jovem, ignorante e vulnerável se tornasse forte, maduro e estável, e eu aprendi a confiar em Deus e a olhar para Ele quando estava em apuros. Também me permitiu ver a onipotência e a soberania de Deus, e que Deus estava sempre presente, do meu lado, para me vigiar e proteger, e pronto para prover e me ajudar a qualquer momento. Não importa quão grande seja a perseguição e a tribulação que eu possa enfrentar no futuro, estou determinado a seguir a Deus!

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