82. Como superei a dor da morte de minha mãe

Por Zihan, China

Em junho de 2019, eu fui para outra região para desempenhar meus deveres. Como passei mais de um ano sem voltar para casa, meu marido não crente denunciou a mim e a minha mãe. Para evitar ser capturada pela polícia, não ousei voltar para casa desde então nem me atrevi a visitar minha mãe. Eu pensava nela com frequência: “Minha mãe está envelhecendo, meu pai faleceu cedo, e ela não tem parentes para cuidar dela. Agora que foi denunciada pelo meu marido, ela não ousa interagir com os irmãos. Não sei qual é o estado dela nem como ela está se virando agora”. Minha mãe trabalhou duro para me criar e, agora que ela estava velha e precisava de alguém para cuidar dela, não só eu não podia estar ao lado dela para cumprir meu dever filial, como também a havia envolvido e feito com que ela vivesse com medo. Sempre que pensava nisso, eu me sentia muito angustiada e em dívida com minha mãe e ansiava pelo dia em que eu poderia retornar para visitá-la e cumprir minhas responsabilidades de filha, mas tinha medo de ser capturada pela polícia se voltasse para casa e estava ocupada com meus deveres, de modo que não pude voltar lá para vê-la.

Em julho de 2023, durante uma reunião, fiquei sabendo por uma irmã que minha mãe tinha desenvolvido demência, que não conseguia mais cuidar de si mesma e estava morando em uma casa de repouso. Eu mal pude acreditar no que ouvia. Como minha mãe podia ter desenvolvido demência? Ela não podia cuidar de si mesma, e não havia parentes por perto para cuidar dela. Eu não conseguia nem imaginar o quanto ela devia estar sofrendo! Contive minhas emoções durante a reunião. Mais tarde, quando me aquietei à noite, pensei: “Como pode minha mãe ter desenvolvido demência? Se ela tivesse desenvolvido uma doença diferente, pelo menos sua mente estaria lúcida e, assim, seria capaz de refletir, entender a si mesma, aprender algumas lições e talvez pudesse se recuperar da doença, mas, agora que sua mente não está funcionando normalmente, como pode haver alguma esperança de ela ser salva?”. Também senti que a demência dela podia ter sido causada pelo fato de meu marido ter denunciado minha mãe e eu. Isso a afastou das reuniões e dos seus deveres, e ela também teve que se preocupar comigo, o que pode ter afetado sua mente. Se eu tivesse conseguido desempenhar meus deveres em minha cidade natal, poderia ter cuidado dela e teria sido capaz de lhe comunicar as palavras de Deus e de apoiá-la, e talvez ela não tivesse desenvolvido essa doença. Naquele momento em que minha mãe mais precisou de cuidados, eu não pude estar ao seu lado. De que adiantou ela ter criado uma filha como eu? Eu me sentia profundamente em dívida com minha mãe. Não tinha motivação para desempenhar meus deveres e até me arrependi de ter vindo para outra região para isso.

Depois que a supervisora soube do meu estado, leu para mim uma passagem das palavras de Deus: “Você não precisa analisar nem investigar demais a questão de seus pais adoecerem gravemente ou se depararem com um grande infortúnio, e certamente não deveria investir energia nisso — fazer isso é inútil. O fato de que as pessoas nascem, envelhecem, adoecem, morrem e encontram várias questões grandes e pequenas na vida são ocorrências muito normais. Se você é adulto, você deveria ter uma forma madura de pensar e abordar esse assunto calma e corretamente: ‘Meus pais estão doentes. Algumas pessoas dizem que é porque sentiram demais minha falta, isso é possível? Eles certamente sentiram minha falta — como uma pessoa poderia não sentir falta de seu filho? Eu também senti sua falta, por que, então, eu não adoeci?’. Alguma pessoa fica doente por sentir falta de seus filhos? Esse não é o caso. Então, o que acontece quando seus pais encontram essas questões significativas? Só se pode dizer que Deus orquestrou esse tipo de questão em sua vida. Isso foi orquestrado pela mão de Deus — você não pode se concentrar em razões e causas objetivas — seus pais estavam fadados a encontrar essa questão quando alcançaram essa idade, estavam fadados a ser acometidos por essa doença. Eles poderiam tê-la evitado se você tivesse estado presente? Se Deus não tivesse arranjado que eles adoecessem como parte de seu destino, nada teria acontecido com eles, mesmo se você não tivesse estado com eles. Se estavam destinados a encontrar esse tipo de grande infortúnio em sua vida, que efeito você poderia ter tido se tivesse estado do lado deles? Ainda assim eles não teriam sido capazes de evitar isso, certo? (Certo.) Pense nas pessoas que não acreditam em Deus — a família deles não está junta ano após ano? Quando esses pais encontram um grande infortúnio, seus parentes e filhos estão todos com eles, certo? Quando os pais adoecem ou quando sua doença piora, isso acontece porque seus filhos os deixaram? Não é o que acontece, isso estava fadado a acontecer. Simplesmente acontece que, como seu filho, pelo fato de você ter esse laço de sangue com seus pais, você ficará angustiado quando souber que eles estão doentes, enquanto outras pessoas não sentirão nada. Isso é muito normal. No entanto, o fato de seus pais encontrarem esse tipo de grande infortúnio não significa que você precisa analisar e investigar ou ponderar sobre como se livrar disso ou resolvê-lo. Seus pais são adultos; eles encontraram isso muitas vezes na sociedade. Se Deus arranjar um ambiente para livrá-los dessa questão, então, mais cedo ou mais tarde, ela desaparecerá completamente. Se essa questão é um obstáculo de vida para eles e eles precisam experimentar isso, então cabe a Deus decidir por quanto tempo eles precisam experimentar isso. É algo que precisam experimentar, e eles não podem evitar isso. Se você deseja resolver esse assunto sozinho, analisar e investigar a origem, as causas e as consequências desse assunto, isso é um pensamento tolo. É inútil e supérfluo(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (17)”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que o nascimento, o envelhecimento, a doença e a morte das pessoas são leis ordenadas por Ele. As dificuldades e os sofrimentos pelos quais uma pessoa deve passar na vida são todos predeterminados por Deus, e eu não devo analisar ou estudar essas coisas a partir de uma perspectiva humana. O que devo fazer é aceitá-las de Deus e aprender a me submeter às Suas orquestrações e arranjos. Minha mãe tinha desenvolvido demência e deveria suportar esse sofrimento, que estava relacionado à sua própria sina e não tinha sido causado por sua preocupação comigo nem por eu não estar lá para cuidar dela, mas, erroneamente, pensei que, se eu estivesse lá para cuidar dela e ajudá-la em sua entrada na vida, ela não teria desenvolvido essa doença. Isso era uma incompreensão da soberania e dos arranjos de Deus e um pensamento distorcido. Pensei nos pais deste mundo, alguns dos quais têm filhos ao seu lado para acompanhá-los e cuidar deles. Mesmo assim, eles acabam sofrendo as doenças que os atingem e morrem no tempo determinado. O fato de seus filhos estarem ao seu lado para cuidar deles não os isenta de um enorme sofrimento. A doença de minha mãe e sua gravidade foram todas determinadas por Deus. Se eu fosse para casa, poderia apenas oferecer alguma assistência, mas não poderia aliviar seu sofrimento. Eu tinha que me submeter e confiar a doença da minha mãe a Deus, permitir que Ele orquestrasse e arranjasse tudo e colocar meu coração em meus deveres.

Em janeiro de 2024, fiquei sabendo de repente que, um mês antes, minha mãe havia falecido devido à sua doença. Essa notícia me derrubou. Nunca imaginei que minha mãe fosse falecer tão rápido. Nos últimos anos, eu esperava ter a chance de voltar e ver minha mãe, mas, antes de poder cumprir meu dever filial, ela deixou este mundo para sempre. Eu não tinha mais a chance de ser filial a ela. Fiquei muito angustiada e lutei para conter as lágrimas. Continuei clamando a Deus, pedindo-Lhe que me impedisse de me queixar Dele e entendê-Lo mal. Sentei-me atordoada em frente ao meu computador por uma tarde inteira, sem ânimo para desempenhar meus deveres. Pensei em como não cuidei de minha mãe em sua doença, em como não consegui vê-la uma última vez antes de sua morte, e me senti profundamente culpada e em dívida. Eu sabia que meus parentes e conhecidos me criticariam, dizendo que não tenho consciência e me chamariam de filha ingrata e desnaturada. Nos dias seguintes, embora estivesse desempenhando meus deveres, eu estava completamente apática. Minha mente estava repleta de imagens de minha mãe sofrendo com a doença, e pensei em como ela devia estar ansiosa para eu voltar para casa e vê-la uma última vez antes de sua morte. Quanto mais eu pensava nisso, mais em dívida me sentia com minha mãe e não conseguia evitar as lágrimas. Passei alguns dias completamente atordoada. Depois, percebi que continuar assim era perigoso, então orei a Deus, pedindo-Lhe que me levasse a me libertar das amarras dos meus afetos e a não ficar perturbada. Encontrei uma passagem das palavras de Deus que foi muito útil para mim. Deus diz: “O fato de seus pais adoecerem já seria um grande choque para você, então, o falecimento deles seria um choque ainda maior. Portanto, antes que isso aconteça, como você deveria resolver o golpe inesperado que você sofrerá, para que isso não impacte, não afete nem interfira no desempenho de seu dever ou na senda que você trilha? Em primeiro lugar, vejamos o que, exatamente, são a morte e falecimento — não significam que uma pessoa está deixando este mundo? (Sim.) Significa que a vida que uma pessoa possui, que tem uma presença física, é removida do mundo material que os humanos conseguem enxergar, e desaparece. Então essa pessoa passa a viver em outro mundo, em outra forma. A partida da vida de seus pais significa que a relação que você teve com eles neste mundo se dissolveu, desapareceu e terminou. Eles estão vivendo em outro mundo, em outras formas. Quanto a como sua vida continuará nesse outro mundo, se eles voltarão para cá, reencontrarão você ou terão qualquer tipo de relação carnal ou emaranhamento emocional com você, isso é ordenado por Deus e nada tem a ver com você. Em suma, a morte deles significa que sua missão neste mundo terminou e um ponto final foi colocado no fim da vida deles. A missão deles nesta vida e neste mundo terminou, portanto, sua relação com eles também terminou. […] O falecimento de seus pais só será a última notícia que terá deles neste mundo e o último dos estágios que você vê ou do qual fica sabendo quando se trata das experiências deles de nascer, envelhecer, adoecer e morrer na vida deles, e só. Sua morte não tirará nada de você nem lhe dará nada, eles simplesmente terão morrido, sua jornada como pessoa terá terminado. Então, quando se trata do falecimento deles, não importa se são mortes acidentais, mortes normais, mortes por doença etc., em todo caso, sem a soberania e os arranjos de Deus, nenhuma pessoa nem força poderia tirar sua vida. Seu falecimento significa apenas o fim de sua vida física. Se você sente falta deles e anseia por eles, ou se você tem vergonha de si mesmo por causa de seus sentimentos, você não deveria sentir nada disso, e não é necessário sentir isso. Eles partiram deste mundo, portanto, sentir falta deles é redundante, não é? Se você pensa: ‘Meus pais sentiram minha falta durante todos esses anos? Quanto mais eles sofreram por eu não ter estado do lado deles mostrando-lhes piedade filial por tantos anos? Durante todos esses anos, eu sempre desejei poder passar alguns dias com eles, nunca esperava que falecessem tão logo. Estou triste e sinto-me culpado’. Não é necessário que você pense desse jeito, a morte deles nada tem a ver com você. Por que ela não tem nada a ver com você? Porque, mesmo que você mostrasse piedade filial ou os acompanhasse, essa não é a obrigação nem a tarefa que Deus lhe deu. Deus ordenou quanta boa sorte e quanto sofrimento seus pais terão com você — isso nada tem a ver com você. Eles não viverão mais tempo porque você está com eles, e eles não terão uma vida mais curta porque você está longe deles e não pode estar com eles com frequência. Deus ordenou por quanto tempo eles viverão, e isso nada tem a ver com você. Portanto, se você receber a notícia de que seus pais faleceram durante sua vida, você não precisa sentir-se culpado. Você deveria abordar essa questão da forma certa e aceitar isso(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (17)”). As palavras de Deus são muito claras: o nascimento, o envelhecimento, a doença e a morte das pessoas são todos ordenados por Deus. Não importa a idade da pessoa nem como ela morre, seja uma morte normal ou uma morte acidental, todas essas coisas são predeterminadas por Deus, e ninguém pode mudar isso. A maneira como minha mãe faleceu também fazia parte da soberania e dos arranjos de Deus, predeterminada por Ele antes mesmo de ela nascer, e, agora que sua hora havia chegado, era natural que ela tivesse que partir. Mesmo que eu estivesse ao seu lado, cuidando dela, não poderia tê-la mantido viva. Lembrei que, quando meu pai estava doente, eu o levei ao hospital para tratamento e fiquei ao seu lado, cuidando dele atentamente durante vários meses, mas não consegui aliviar seu sofrimento e, no final, mesmo assim ele faleceu devido à doença. O nascimento, o envelhecimento, a doença e a morte das pessoas são todos predeterminados por Deus. Eu não podia aliviar o sofrimento de meus pais nem prolongar a vida deles, portanto tive que manter uma atitude racional e me submeter à soberania e aos arranjos de Deus. Também pensei em como minha mãe teve várias doenças antes de encontrar Deus. Todos os médicos diziam que ela não viveria muito tempo, mas, desde que encontrou Deus, ela melhorou de suas várias doenças. O fato de minha mãe ter vivido até os setenta anos já era uma graça e uma bênção de Deus. Ao perceber isso, senti-me um tanto aliviada e não me sentia mais tão arrependida e culpada pela morte de minha mãe.

Então, li uma passagem das palavras de Deus: “Há um ditado no mundo dos não crentes: ‘os corvos retribuem à mãe alimentando-a, e os cordeiros se ajoelham para receber leite de sua mãe’. Há também este ditado: ‘uma pessoa não filial é mais baixa do que um animal’. Como esses ditados soam grandiosos! Na verdade, os fenômenos mencionados pelo primeiro ditado, ‘os corvos retribuem à mãe alimentando-a, e os cordeiros se ajoelham para receber leite de sua mãe’, realmente existem, são fatos. No entanto, são simplesmente fenômenos do mundo animal. São apenas um tipo de lei que Deus estabeleceu para as diversas criaturas vivas e ao qual todo tipo de criatura viva, inclusive os humanos, obedece. O fato de que todo tipo de criatura viva obedece a essa lei demonstra ainda mais que todas as criaturas vivas foram criadas por Deus. Nenhuma criatura viva pode violar essa lei, nem a transcender. Até os carnívoros relativamente ferozes como os leões e os tigres alimentam sua cria e não a mordem enquanto ela não alcançar a idade adulta. Isso é um instinto animal. Não importa de que espécie sejam, sejam eles ferozes ou amáveis e mansos, todos os animais possuem esse instinto. Todos os tipos de criaturas, inclusive os humanos, só conseguem se multiplicar e sobreviver se obedecerem a esse instinto e a essa lei. Se não obedecessem a essa lei ou se não tivessem essa lei e esse instinto, elas não seriam capazes de se multiplicar e sobreviver. Nem a cadeia biológica nem este mundo existiriam. Isso não é verdade? (Sim.) O fato de que os corvos retribuem à mãe alimentando-a, e de que os cordeiros se ajoelham para receber leite de sua mãe demonstra precisamente que o mundo animal obedece a esse tipo de lei. Todo tipo de criatura viva tem esse instinto. Quando a cria nasce, ela recebe os cuidados e é nutrida pelas fêmeas ou pelos machos da espécie até ela alcançar a idade adulta. Todo tipo de criatura viva é capaz de cumprir suas responsabilidades e obrigações para com sua cria, criando a próxima geração de forma conscienciosa e diligente. Isso deveria se aplicar ainda mais aos humanos. A humanidade chama os humanos de animais mais elevados — se eles não conseguirem obedecer a essa lei e carecerem desse instinto, os humanos são mais baixos do que os animais, não são? Portanto, por mais que seus pais tenham nutrido você enquanto o criavam e por mais que tenham cumprido sua responsabilidade para com você, eles só estavam fazendo o que deveriam fazer dentro do escopo das capacidades de um humano criado — era seu instinto. […] Todos os tipos de criaturas vivas e animais possuem esses instintos e leis, e eles lhes obedecem muito bem, executando-os com perfeição. Isso é algo que ninguém consegue destruir. Existem também alguns animais especiais, como os tigres e os leões. Quando esses animais alcançam a idade adulta, eles deixam os pais, e alguns machos até se tornam rivais, mordem-se, competem e lutam quando necessário. Isso é normal, é uma lei. Eles não são governados por seus sentimentos, e não vivem em meio a sentimentos como as pessoas, dizendo: ‘Devo retribuir sua bondade, devo recompensá-los — devo obedecer aos pais. Se não mostrar piedade filial a eles, os outros me condenarão, repreenderão e criticarão pelas costas. Eu não suportaria isso!’. Tais coisas não se dizem no mundo animal. Por que as pessoas dizem tais coisas? Porque, na sociedade e em grupos de pessoas, existem várias ideias e consensos incorretos. Depois de terem sido influenciadas, corroídas e apodrecidas por essas coisas, surgem nas pessoas jeitos diferentes de interpretar e lidar com a relação pai-filho, e elas acabam tratando os pais como credores — como credores a quem nunca conseguirão pagar durante toda a vida. Existem até algumas pessoas que se sentem culpadas a vida inteira quando os pais morrem e se consideram indignas da bondade dos pais por algo que fizeram que deixou os pais infelizes ou que não aconteceu como os pais queriam. Digam-Me, isso não é demais? As pessoas vivem em seus sentimentos, por isso elas só podem ser invadidas e perturbadas pelas várias ideias que provêm desses sentimentos(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (17)”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que a razão de eu estar sofrendo tanto era o fato de terem sido inculcados em mim venenos culturais tradicionais como “uma pessoa não filial é mais baixa do que um animal” e “crie filhos para sustentá-lo na velhice”. Eu acreditava que, como meus pais trabalharam duro para me criar, provendo minha alimentação, roupas e educação, e como eu não tive a chance de retribuir ao meu pai, antes de ele falecer, a gentileza de ter me criado, se eu não retribuísse a bondade de minha mãe, eu seria realmente uma desgraça total, inferior até mesmo a um animal. Eu considerava esses valores tradicionais como coisas positivas e princípios pelos quais viver, sem perceber que minha vida vinha de Deus. Minha mãe simplesmente me deu à luz e me criou, e meus pais estavam apenas cumprindo suas responsabilidades e obrigações em tudo o que faziam por mim, e isso não poderia ser considerado uma gentileza. Pensando bem, se não fosse pelo cuidado e pela proteção de Deus quando eu estava crescendo, eu não estaria viva agora. Quando eu era jovem, fui passear de barco com um amigo e o barco virou. Nós dois caímos no rio e quase nos afogamos, mas, felizmente, dois adultos estavam pescando perto do rio e nos resgataram. Na época, achei que eu só tinha tido sorte, mas depois, ao ler as palavras de Deus e descobrir que Ele zela pela humanidade dia e noite, percebi que, na verdade, havia sido o cuidado e a proteção de Deus. Além disso, também foi ordenação de Deus que meus pais cuidassem de mim e me criassem, mas eu não agradecia a Deus por Seu cuidado e proteção nem desempenhava bem meus deveres. Em vez disso, sempre me sentia em dívida com minha mãe por não poder cuidar dela, e isso até afetava meus deveres. Especialmente depois de saber do falecimento de minha mãe, senti-me ainda mais culpada e atormentada por não ter sido capaz de cuidar dela em sua velhice e de me despedir dela adequadamente. Até me arrependi de ter saído de casa para desempenhar meus deveres. Eu não estava totalmente desprovida de consciência? Fui influenciada e prejudicada pelas ideias da cultura tradicional e fui mesmo incapaz de distinguir o certo do errado!

Mais tarde, li duas passagens das palavras de Deus que me ensinaram como tratar meus pais. Deus Todo-Poderoso diz: “Ao lidar com os pais, o fato de você cumprir ou não suas obrigações como filho para cuidar deles deve se basear inteiramente em suas condições pessoais e nas orquestrações de Deus. Isso não explica perfeitamente a questão? Quando algumas pessoas deixam os pais, elas sentem que devem muito a eles e que não fazem nada por eles. Mas, quando vivem juntos, não são filiais a seus pais de modo algum e não cumprem nenhuma de suas obrigações. Essa é uma pessoa verdadeiramente filial? Isso é dizer palavras vazias. Não importa o que você faça, o que você pense ou o que planeje, essas coisas não são importantes. O que é importante é se você consegue entender e realmente acreditar que todos os seres criados estão nas mãos de Deus. Alguns pais têm essa bênção e esse destino para poder desfrutar da felicidade doméstica e de uma família grande e próspera. Essa é a soberania de Deus e uma bênção que Deus lhes concede. Alguns pais não têm esse destino; Deus não providenciou isso para eles. Eles não são abençoados para ter uma família feliz ou para ter seus filhos ao seu lado. Essa é a orquestração de Deus e as pessoas não podem forçar isso. Não importa o que aconteça, no final das contas, quando se trata de piedade filial, as pessoas devem pelo menos ter uma mentalidade de submissão. Se o ambiente permitir e você tiver os meios para fazê-lo, então você pode demonstrar piedade filial a seus pais. Se o ambiente não permitir e você não tiver os meios, então não tente forçar isso — como se chama isso? (Submissão.) Chama-se submissão. Como surge essa submissão? Qual é a base da submissão? Ela se baseia no fato de todas essas coisas serem arranjadas por Deus e governadas por Deus. Embora as pessoas possam querer escolher, elas não podem, não têm o direito de escolher, e devem se submeter. Quando você sente que as pessoas devem se submeter e que tudo é orquestrado por Deus, você não sente o coração mais calmo? (Sim.) Então sua consciência ainda se sentirá repreendida? Ela não se sentirá mais constantemente repreendida, e a ideia de não ter sido filial a seus pais não o dominará mais. Ocasionalmente, você ainda poderá pensar sobre isso, pois esses são alguns pensamentos ou instintos normais da humanidade e ninguém pode evitá-los(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que é a verdade realidade?”). “Como filho, você deveria entender que seus pais não são seus credores. Há muitas coisas que você deve fazer nesta vida, e todas elas são coisas que um ser criado deveria fazer, que lhe foram confiadas pelo Senhor da criação e que nada têm a ver com retribuir a bondade de seus pais. Mostrar-lhes piedade filial, retribuir-lhes, devolver sua bondade — essas coisas nada têm a ver com sua missão na vida. Pode-se dizer também que não é necessário que você mostre piedade filial para seus pais, que retribua a eles ou que cumpra qualquer responsabilidade sua para com eles. Em termos simples, você pode fazer um pouco disso e cumprir um pouco de suas responsabilidades quando as circunstâncias permitirem; quando não permitirem, você não precisa insistir em fazê-lo. Se você não consegue cumprir sua responsabilidade para mostrar piedade filial para seus pais, isso não é algo terrível, isso apenas viola um pouco da sua consciência, da sua moralidade e de suas noções humanas. Mas, no mínimo, isso não viola a verdade, e Deus não o condenará por isso. Quando você entender a verdade, sua consciência não se sentirá repreendida por conta disso(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (17)”). As palavras de Deus descrevem claramente a maneira como devemos tratar nossos pais. Isso depende principalmente de nossas condições e habilidades. Se tanto as condições quanto nossas habilidades permitirem, podemos cumprir nossas responsabilidades e ser filiais com nossos pais, mas, se as circunstâncias não permitem, não há necessidade de insistir em fazer isso, e devemos nos submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus. Minha incapacidade de cuidar de minha mãe no período entre sua doença e seu falecimento não significava que eu era insensível ou ingrata. Eu realmente queria ser filial à minha mãe, mas, como estava sendo perseguida e caçada pelo PC Chinês por acreditar em Deus em um país ateu, não podia voltar para casa. Isso não refletia uma falta de consciência de minha parte. Além disso, tenho minha própria missão ao acreditar em Deus, que é desempenhar os deveres de um ser criado. Se eu me tornasse incapaz de desempenhar meus deveres por estar concentrada apenas em ser filial à minha mãe, isso significaria que eu não tinha mesmo consciência. Ao reconhecer isso, não me senti mais condenada por minha consciência e fui capaz de acalmar meu coração em meus deveres. Foram as palavras de Deus que mudaram meus pontos de vista falaciosos, permitindo que eu tratasse de maneira adequada o falecimento de minha mãe e encontrasse um sentido de libertação em meu coração.

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Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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