90. A polícia exige dinheiro
Um dia em julho de 2009, uma irmã veio correndo para a minha casa para me dizer que o líder da nossa igreja tinha sido preso e que a polícia tinha apreendido uma parte dos recibos do dinheiro da igreja. Quando ouvi isso, fiquei muito ansiosa e pensei: “A minha família está guardando parte do dinheiro da igreja. O meu nome e o nome do meu marido figuram nos recibos. Se eles caírem nas mãos da polícia, com certeza seremos presos, e o dinheiro será apreendido”. Assim, às pressas, transferimos o dinheiro da igreja para outro lugar.
Alguns dias depois, o chefe da segurança pública do vilarejo veio com mais de vinte policiais para fazer uma busca na nossa casa. Um dos policiais apresentou um recibo e perguntou: “Foi você que escreveu isso? Entregue já os 250.000 yuans que está guardando para a igreja!”. Entrei um pouco em pânico, por isso orei imediatamente no meu coração a Deus: “Amado Deus, por favor, dá-me fé e força. Não serei um judas nem trairei a Ti”. Depois de orar, lembrei-me das palavras de Deus: “De tudo que ocorre no universo, não há nada no qual Eu não tenha a palavra final. Existe alguma coisa que não esteja em Minhas mãos?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Palavras de Deus para todo o universo, Capítulo 1”). Pensei: “Todas as coisas estão nas mãos de Deus, devo confiar em Deus para enfrentar esta provação”. Então o policial nos pressionou: “Quem lhes confiou os fundos? Entreguem-nos o dinheiro agora!”. Eu estava muito agitada e pensei: “O dinheiro é a oferta do povo escolhido de Deus para Deus. Que direito vocês têm a ele? Por que o entregaria a vocês?”. Um policial viu que não iríamos falar, então agarrou o meu marido pela cabeça e a bateu contra a parede enquanto perguntava novamente pelo dinheiro. Eu estava furiosa e agitada. O meu marido tinha alguns problemas de saúde relacionados a um acidente de carro no passado, por isso não aguentava esse tipo de abuso. O chefe da segurança pública disse ao policial: “Esse aí não está bem e pode desmaiar facilmente”. Não querendo ser responsável por um homicídio, o policial finalmente parou. Então me levaram para outra sala, me algemaram a uma motoneta e me interrogaram duramente: “Onde guardou os 250.000? Se nos disser, não a prenderemos e sua reputação não ficará manchada. Mas se não nos disser, você está ferrada!”. Quando não respondi, mais de dez policiais começaram a revistar freneticamente a nossa casa. Eles vasculharam o interior e o exterior da nossa casa, todos os armários e debaixo das camas e até retiraram o fundo da televisão e da máquina de lavar para vasculhar o interior. Alguns dos policiais rastejaram pelo chão batendo no piso, enquanto outros se separaram e bateram em todas as paredes. Quando achavam que uma área produzia um som oco, eles a quebravam para verificar. Pouco depois, ouvi alguém gritando com entusiasmo: “Encontramos, encontramos!”. Um policial veio correndo com o saco cheio de dinheiro nos braços, e então começaram a contar. No total, encontraram 121.500. Eu disse aos policiais: “Essas são as economias da minha família”. Mas os policiais simplesmente me ignoraram. Visto que ainda não tinham encontrado todos os 250.000, continuaram a procurar. Procuraram em todos os cantos e recantos. Desmontaram a casa do cachorro e destruíram a nossa mesa de mármore. Até a chaminé no nosso telhado foi destruída. Arrancaram o piso em vários quartos e reviraram todo o solo debaixo das árvores no pátio só para encontrar o dinheiro. Impotente, fiquei observando enquanto viravam toda a nossa casa de cabeça para baixo. Eu estava enfurecida. Nenhum ato desprezível era baixo demais para o Partido Comunista Chinês em sua busca para confiscar o dinheiro da igreja. Que bando de demônios! Eu estava irritada, mas ao mesmo tempo, estava também preocupada. Após o seu acidente de carro, o meu marido não pôde continuar fazendo trabalhos braçais pesados, e por isso eu me tornei o principal ganha-pão da nossa família. Nesses anos, tínhamos sido o mais frugais possível e tínhamos trabalhado muito para guardar esse dinheiro. O que deveríamos fazer agora que a polícia tinha levado todo o dinheiro? O nosso filho já era adulto e estava se preparando para se casar. Agora nem sequer tínhamos dinheiro para pagar um casamento. Eu realmente não sabia como lidar com esse revés. Tudo o que eu podia fazer era orar a Deus e pedir a Sua orientação. Depois de orar, pensei em quando Satanás tentou Jó. De um dia para o outro, todo o seu gado, que enchia as montanhas, foi tomado. A riqueza que ele tinha acumulado ao longo de muitos anos desapareceu num instante e todos os seus dez filhos morreram. Todo o seu corpo ficou coberto de chagas, mas ele nunca se queixou e até disse: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21). Jó passou por uma provação tão grande, e ele deu testemunho e humilhou Satanás. A busca selvagem dos oficiais na nossa casa e a apreensão do nosso dinheiro eram a tentação e o ataque de Satanás. Eu devia seguir o exemplo de Jó, confiar em Deus e usar a minha fé para superar essas circunstâncias. Não importava o que acontecesse, eu não podia entregar o dinheiro da igreja e tinha que permanecer firme em meu testemunho por Deus.
A polícia revistou a minha casa até às 2 ou 3 da manhã do dia seguinte. Passaram mais de sete horas vasculhando a casa, mas não conseguiram encontrar mais dinheiro. O meu marido tinha perdido a consciência, e eu fui levada para o centro de recepção da polícia armada para ser interrogada. Já havia quatro ou cinco policiais à paisana me esperando na sala para a qual fui levada. Eram sujeitos ferozes, de aparência desagradável, e eles me olhavam fixamente com sorrisos sinistros. Eu estava aterrorizada, e as minhas mãos tremiam incontrolavelmente. Orei apressadamente a Deus e pedi que Ele me desse fé. Depois de orar, pensei em como Daniel havia sido incriminado e jogado na cova dos leões, mas, graças à proteção de Deus, os leões não o comeram. Tudo está nas mãos de Deus. Satanás pode ser cruel e brutal, mas Deus estabelece seus limites. Sem a permissão de Deus, eles não seriam capazes de me machucar. Eu devia confiar em Deus e permanecer firme em meu testemunho. Então entrou um comissário político da Secretaria de Segurança Pública com uma folha de papel na mão. Sem sequer me dizer o que estava escrito nela, ele ordenou que a assinasse. Eu não quis assinar, então ele pegou num taco de plástico de 30 centímetros e começou a me bater nas mãos e na boca. Depois de apenas alguns golpes, minhas mãos e boca estavam inchadas. Então ele disse a dois dos policiais que estavam do meu lado: “Não a deixem dormir. Dentro de dois dias ela sofrerá um colapso e nos contará tudo”. Depois ele se voltou para mim e me ameaçou: “Se não nos disser onde está o dinheiro, demolirei a sua casa!”. Isso me deixou muito preocupada. Essa era a casa que tínhamos trabalhado tanto para construir e que tinha sido destruída pela polícia numa questão de horas. Esses policiais eram cruéis e capazes de qualquer coisa — se eu não lhes dissesse onde estava o dinheiro da igreja, eles realmente demoliriam a minha casa? Eles me torturariam até a morte? Quanto mais eu pensava, mais aterrorizada ficava. Orei continuamente a Deus, e então me lembrei das palavras do Senhor Jesus: “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28). As palavras de Deus me deram fé e coragem. A minha vida estava nas mãos de Deus. Por mais cruel que os policiais pudessem ser, eles só poderiam destruir o meu corpo, e sem a permissão de Deus, não poderiam fazer nada comigo. Se Deus permitisse que a polícia tirasse a minha vida e destruísse a minha casa, eu estava disposta a me submeter. Depois de perceber isso, não me senti tão assustada. Então os policiais me arrastaram até uma cadeira e me algemaram a ela. No segundo em que os meus olhos começavam a se fechar, eles chutavam minhas pernas com força. Não consegui dormir a noite toda.
Na manhã do dia seguinte, vários policiais se revezaram interrogando-me sobre a localização do dinheiro da igreja. Parecendo exasperado, aquele comissário me perguntou: “O que aconteceu com o dinheiro que você estava guardando? O recibo fala claramente em 250.000, por que encontramos apenas parte disso? Onde está o resto do dinheiro?”. Baixei a cabeça e não disse nada. Ele continuou a me pressionar com urgência: “Você gastou o resto do dinheiro? Diga-me agora!”. Pensei: “Nunca desviaríamos o dinheiro da igreja. São as ofertas feitas pelo povo escolhido de Deus a Ele. As pessoas que desviam ofertas de Deus são demônios e serão amaldiçoadas e punidas no inferno!”. Então, o comissário tentou me persuadir num tom mais suave a informar a localização do dinheiro. Ele disse: “Vamos, conte-nos. Assim que nos contar, você poderá voltar para a sua família”. Então ele disse: “Prestei algum serviço militar no local onde você vive, somos praticamente conterrâneos. Diga-nos agora mesmo e não terá quaisquer problemas”. Pensei que esses policiais conheciam todos os tipos de esquemas astutos. Eu não podia cair nos seus truques. Então outro policial me perguntou: “Você não estava guardando 250.000? Restaram apenas 121.500, então quantos anos pensa que levará para nos devolver o resto do dinheiro? Basta escrever uma carta de garantia, e a deixaremos ir para casa agora mesmo. O que acha?”. Ao ouvir isso, fiquei cheia de raiva e ódio. Esses policiais tinham roubado todo o nosso dinheiro e ainda queriam um título de dívidas? Era ridículo!
Por volta da uma da manhã, a polícia voltou a me interrogar repetidamente sobre a localização do dinheiro da igreja, dizendo: “Sabe de onde veio esse dinheiro? Esse é o dinheiro arduamente ganho pelo povo e deve ser devolvido ao povo”. Olhando para a sua cara feia, senti realmente o estômago embrulhar. Era evidente que esse dinheiro tinha sido ganho através do trabalho árduo do povo escolhido de Deus, que tinha recebido a graça de Deus e depois fez uma oferta a Deus. Era lógico que essas eram ofertas a Deus. Esse dinheiro não tinha nada a ver com “o dinheiro arduamente ganho do povo”. Isso não era apenas uma mentira descarada? Essa atuação da polícia do Partido Comunista Chinês me permitiu ver o seu rosto maligno muito mais claramente. Eles me enojavam e eu os desprezava. Queria ignorá-los ainda mais nesse momento. Quando continuei calada, dois policiais se revezaram me esbofeteando mais vezes do que eu podia contar. Eles me esbofetearam até se cansarem e então começaram a me espancar com uma pasta de plástico. A minha cabeça estava girando, a minha visão estava desfocada, e eu sentia uma dor aguda nas minhas bochechas. Depois deram choques nas algemas com um bastão eléctrico. A eletricidade pulsou por todo o meu corpo, e cada nervo parecia estar dormente. Achei que estaria melhor se estivesse morta. Mas eles ainda não desistiram. Eles me chutaram nas canelas com a ponta das botas e pisotearam meus pés com os saltos, foi excruciantemente doloroso. Depois dos espancamentos e da tortura, eu estava completamente exausta, e minha cabeça girava como se estivesse à beira da morte. Orei incessantemente a Deus, implorando para que Ele me desse a determinação de suportar o sofrimento e permanecer firme em meu testemunho. Depois de orar, um hino das palavras de Deus, “Como ser aperfeiçoado”, me veio à mente: “Quando encarar sofrimentos, você deve ser capaz de deixar de lado qualquer preocupação com a carne e de não fazer reclamações contra Deus. Quando Deus Se esconde de você, você deve ser capaz de ter a fé para segui-Lo e de manter seu antigo amor sem permitir que fraqueje ou se dissipe. Não importa o que Deus faça, você deve se submeter ao Seu desígnio e estar preparado para amaldiçoar a própria carne em vez de fazer reclamações contra Ele. Quando encarar provações, você deve satisfazer a Deus, embora você possa chorar amargamente ou se sentir relutante em se separar de algum objeto amado. Somente isso é amor e fé verdadeiros” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). É verdade. A minha carne sofreu em certa medida quando fui torturada, mas Deus usou esse sofrimento para aperfeiçoar a minha fé. Não importava como a polícia me torturasse e brutalizasse, eu tinha que confiar em Deus e permanecer firme em meu testemunho por Ele. Então um policial ordenou que eu me levantasse, mas as minhas mãos estavam algemadas aos braços da cadeira, por isso não consegui. Tudo o que eu pude fazer foi dobrar-me na cintura com a cadeira de mais de 15 quilos pendurada nos pulsos. Então o policial balançou a cadeira, vigorosamente fazendo com que as algemas se afundassem profundamente nos meus pulsos. Foi incrivelmente doloroso. Ele deu um sorriso sinistro e disse: “Isso é culpa sua, você não pode nos culpar”. Fechei os meus olhos e tentei combater a dor. Ao ouvir as risadas maníacas deles, desprezei aquele bando de demônios.
Àquela altura, eu já tinha passado um dia e uma noite inteiros algemada àquela cadeira. A minha cabeça estava latejando e girando, e as minhas costas estavam doloridas. Eu estava péssima e não sabia quanto tempo mais eu conseguiria aguentar. Clamei a Deus no meu coração: “Deus amado! Não sei por quanto tempo aguentarei. Por favor, dá-me a fé e a força para permanecer firme em meu testemunho, não importa quão grandes sejam as adversidades”. Depois de orar, uma passagem das palavras de Deus me veio à mente: “A Minha obra entre o grupo das pessoas dos últimos dias é um empreendimento sem precedentes e, assim, para que a Minha glória possa encher o cosmo, todas as pessoas devem sofrer a última dificuldade por Mim. Vocês entendem Minhas intenções? Essa é a exigência final que Eu faço do homem, o que significa dizer que Eu espero que todas as pessoas possam dar um testemunho forte e ressonante de Mim diante do grande dragão vermelho, que elas possam se oferecer a Mim uma última vez e cumprir as Minhas exigências uma última ocasião. Vocês podem verdadeiramente fazer isso?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Palavras de Deus para todo o universo, Capítulo 34”). Através das palavras de Deus, pude sentir a esperança e o encorajamento Dele. Era no meio dessa adversidade que eu deveria dar testemunho diante de Satanás. Eu deveria suportar a dor e o sofrimento, permanecer firme em meu testemunho e humilhar Satanás. Com a orientação das palavras de Deus, senti como se Deus estivesse sempre comigo e como se a dor tivesse diminuído um pouco. Após uma noite de tortura e espancamentos, todo o meu corpo estava surrado e ferido. O meu rosto estava coberto de hematomas escuros, e os meus pés estavam inchados. Eu estava num estado incrivelmente fraco. O policial que trabalhava no turno seguinte não suportou ver isso e disse: “Esses caras foram longe demais. A vida de um agricultor já é difícil demais, e agora roubaram também tanto do seu dinheiro”.
No terceiro dia, o comissário voltou para me interrogar sobre a minha fé e sobre a localização dos 250.000 yuans. Eu disse: “Os 250.000 yuans já foram removidos. O dinheiro que você levou era da minha família”. O comissário se virou imediatamente e disse à pessoa que estava escrevendo o protocolo: “Não escreva isso”. Eu perguntei: “Por que não?”. Ele se irritou, saltou da cadeira, bateu na mesa e gritou: “Quem está conduzindo o interrogatório aqui? Qual é o nome da pessoa que levou o dinheiro? Para onde o levaram?”. Quando continuei calada, ele disse maliciosamente: “Se não me disser agora, farei com que os seus filhos nunca consigam um emprego. A sua família nunca sobreviverá a isso!”. Fiquei muito preocupada quando ouvi isso. Os meus filhos ainda eram jovens — se o Partido Comunista Chinês realmente os impedisse de trabalhar, como eles sobreviveriam no futuro? Depois de orar, lembrei-me das palavras de Deus: “A sina do homem é controlada pelas mãos de Deus. Você é incapaz de controlar a si mesmo: apesar de estar sempre correndo e se ocupando em interesse próprio, o homem continua sendo incapaz de controlar a si mesmo. Se pudesse conhecer suas próprias expectativas, se pudesse controlar sua própria sina, você continuaria sendo um ser criado?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Restaurar a vida normal do homem e levá-lo a uma destinação maravilhosa”). Depois de ponderar as palavras de Deus, senti-me muito mais fundamentada. O futuro dos meus filhos estava nas mãos de Deus. O grande dragão vermelho não tinha o direito de opinar. Eu deveria confiar em Deus para permanecer firme em meu testemunho. Quanto ao futuro dos meus filhos e ao destino da minha família, Deus tinha preordenado tudo isso havia muito tempo. Eu estava disposta a me submeter aos arranjos e às orquestrações de Deus.
No dia seguinte, os policiais trouxeram meu filho com o chefe de segurança pública. Quando meu filho viu meu rosto todo ferido e inchado, ele começou a chorar e disse: “Mãe, não se preocupe. Não vamos realizar o casamento agora, e encontrarei um jeito de pedir algum dinheiro emprestado para tirá-la daqui”. Quando o ouvi dizer isso, estremeci por dentro e me senti péssima. Depois disso, o comissário deu ordens ao chefe de segurança pública, dizendo: “Você também precisa ajudar a resolver essa questão do dinheiro”. E então, estranhamente, ele acrescentou: “Eles têm parentes? Veja se eles podem pedir dinheiro emprestado dos parentes”. O chefe de segurança pública acenou com a cabeça e se curvou e disse: “Quando eu voltar, vou falar com a irmã e o irmão dela e pedir ao marido que encontre uma solução”. Quando vi como eles eram gananciosos, respondi com raiva: “Eu não mantenho contato com o meu irmão e a minha irmã. Não entrem em contato com eles”. Outro policial gritou: “O recibo não fala em 250.000? Encontramos apenas 120.000, por isso, aconteça o que acontecer, você cobrirá a diferença”. Eu estava contra a parede e não tinha outras opções, então eu disse: “Então vendam a minha casa”. O chefe de segurança pública me deu um olhar de desdém e disse: “A sua casa não vale muito. Acha mesmo que pode cobrir a diferença vendendo-a?”. Quando o policial ouviu isso, ele voltou a forçar o meu filho a pedir dinheiro emprestado. O meu filho não teve outra escolha senão concordar. Ele saiu chorando. Eu estava furiosa — o grande dragão vermelho é tão baixo e desprezível. Eles sempre afirmam que são a favor da liberdade religiosa, mas, na realidade, eles reprimem, prendem e brutalizam os fiéis. Usam todos os meios necessários para roubar o nosso dinheiro, saquear as ofertas de Deus, deixando as pessoas desamparadas. Eu vi claramente que o grande dragão vermelho é apenas um demônio que resiste a Deus e brutaliza a humanidade. Tudo isso fortaleceu a minha determinação de seguir a Deus. Comecei a cantar um hino na minha cabeça: “Através de provações e tribulações, finalmente despertei. Eu enxerguei que Satanás é desprezível, cruel e mau. Chamas de raiva foram acesas em meu coração. Prometi minha vida para me rebelar contra o grande dragão vermelho e dar testemunho de Deus” (Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos, “Prometo lealdade até a morte para seguir a Deus”). Não importava como Satanás me brutalizasse, eu permaneceria firme em meu testemunho e humilharia Satanás.
Ao longo dos dias seguintes, eles usaram uma forma diferente de tortura. Eles me algemaram a uma cadeira e não me deixaram dormir nem comer enquanto me interrogavam repetidamente sobre o dinheiro. Eu estava aflita e meus nervos estavam à flor da pele o dia inteiro, todos os dias. No oitavo dia, quando o comissário ainda não conseguia arrancar nenhuma informação de mim, ele trouxe o meu filho mais uma vez e lhe disse que não me deixariam ir se ele não conseguisse juntar os 130.000. Com a testa franzida de preocupação, meu filho lhe disse que não conseguiria juntar essa quantia. Furiosa, gritei: “Somos apenas uma simples família de agricultores, e o meu marido está doente há muitos anos, onde devemos arranjar tanto dinheiro?”. Mas ele simplesmente me ignorou e, encarando o meu filho, disse: “Volte e encontre um jeito de arrumar o dinheiro”.
No décimo dia, eles perceberam que não conseguiriam tirar nada de valioso de mim, por isso me deixaram ir para casa. Quando eu estava prestes a partir, eles também me avisaram que eu faria bem em dar-lhes o resto dos 250.000 o mais rápido possível. Também disseram: “Quanto à pessoa que pediu que você guardasse o dinheiro, se a encontrar para nós, nós lhe devolveremos o seu dinheiro”. Pensei: “Eles sabem que esse é o dinheiro da minha família, que não é o dinheiro da igreja, e querem usá-lo para me coagir a entregar os meus irmãos e irmãs. Não vou permitir que isso aconteça!”. Só mais tarde descobri que o meu filho tinha dado à polícia mais de 80.000 yuans para que eu fosse libertada.
Nunca fomos ricos, por isso, quando a polícia levou as nossas economias, a nossa vida se tornou ainda mais difícil. Eu já vinha sofrendo com tremores nas mãos, e depois de ser torturada pela polícia, eles pioraram. Eu nem sequer conseguia preparar uma refeição, muito menos conseguia sair e trabalhar, e eu podia contar ainda menos com o meu marido. Sem qualquer fonte de renda, mal tínhamos dinheiro suficiente para comprar legumes, macarrão e itens de necessidade básica. Uma vez, eu quis comprar papel higiénico, mas estava sem um tostão. O Partido Comunista Chinês tinha levado tudo, e agora nem sequer tínhamos dinheiro suficiente para sobreviver. Como iríamos viver assim? Sempre que pensava nisso, eu ficava deprimida. Além disso, a polícia nos ligava de vez em quando para nos convocar. Eu ficava tão nervosa e deprimida cada vez que ouvia o telefone tocar. Tornando as coisas ainda piores, os nossos parentes e amigos nos evitavam como a peste porque não queriam ser implicados. E as pessoas do vilarejo estavam sempre nos julgando. Eu me sentia tão angustiada e deprimida. Era mais do que eu podia aguentar, então fui sozinha até os campos e chorei. Enquanto chorava, orei a Deus, dizendo: “Amado Deus! Sinto-me tão fraca nesta situação e não sei como passar por ela. Oro para que Tu me guies e me dês fé e força”. Depois de orar, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “A senda pela qual Deus nos guia não é em linha reta, mas uma estrada sinuosa cheia de buracos; Deus diz, ademais, que quanto mais pedregosa a senda, mais ela pode revelar nosso coração amoroso. Porém, nenhum de nós pode abrir tal senda. Em Minha experiência, trilhei muitas sendas pedregosas e traiçoeiras e suportei grande sofrimento; às vezes Eu ficava tão profundamente pesaroso que queria gritar, mas tenho trilhado essa senda até hoje. Acredito que essa é a senda guiada por Deus, então Eu suporto o martírio de todo o sofrimento e sigo em frente. Pois isso é o que Deus ordenou, então quem pode escapar? Não peço para receber quaisquer bênçãos; tudo que peço é que Eu seja capaz de trilhar a senda que devo trilhar de acordo com as intenções de Deus. Não busco imitar os outros, trilhando a senda que eles trilham; tudo o que busco é que Eu possa cumprir Minha devoção para trilhar a senda a Mim designada até o fim” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A senda… (6)”). Enquanto ponderava as palavras de Deus, lágrimas escorreram pelo meu rosto. Percebi que acreditar em Deus e segui-Lo num país em que o Partido Comunista Chinês está no poder é algo que trará todos os tipos de adversidades e opressão. A minha família podia ter perdido as suas economias e as nossas dificuldades tinham chegado a esse ponto porque eu tinha sido presa e perseguida pelo Partido Comunista. Mas isso havia sido permitido por Deus. Eu devia me submeter e permanecer firme em meu testemunho para humilhar Satanás nessa situação.
Nos dias que se seguiram, eu e o meu marido nos encorajamos muito um ao outro, cantando hinos juntos com frequência. E mais tarde, os irmãos na igreja começaram a nos ajudar. Alguns nos deram dinheiro, outros nos deram coisas que precisávamos. Ainda outros comunicaram conosco a verdade, dando-nos ajuda e apoio. Foram o amor de Deus e as Suas palavras que nos guiaram naqueles dias mais sombrios.