77. Amor cego é uma coisa terrível
Em 1998, minhas três irmãs e eu aceitamos a obra dos últimos dias de Deus Todo-Poderoso. Nós comunicávamos as palavras de Deus, cantávamos hinos e louvávamos a Deus juntas com frequência, e também encorajávamos umas às outras a buscar a verdade com sinceridade e buscar a salvação. Mais tarde, todas nós começamos a desempenhar deveres na igreja, e, sempre que nos encontrávamos, conversávamos sobre a nossa situação da época e sobre o que tínhamos aprendido em nossos deveres. Mas Xiao Zhi, minha irmã caçula, quando não reclamava sobre dificuldades em seu dever, falava principalmente sobre problemas referentes a outras pessoas. Uma vez, Xiao Zhi disse que tinha encontrado muitos problemas ao começar como líder de equipe de rega, mas que o líder de igreja não lhe ofereceu nenhuma ajuda. Ela também se queixou de que os irmãos não entendiam os princípios em seus deveres, que o líder não comunicava nem resolvia esses problemas, e que o líder não era capaz de fazer trabalho real. Eu, porém, conhecia o líder da igreja dela, e, na verdade, ele era capaz de fazer trabalho real. Quando vi que a minha irmã não estava tentando aprender com sua experiência e, em vez disso, só criticava as falhas do líder, achei que ela apenas carecia de experiência e ainda não se conhecia, por isso eu a ajudei muitas vezes e comuniquei as palavras de Deus a ela. Eu lhe disse que ela devia parar de se concentrar em outras pessoas e começar a se concentrar em sua entrada na vida, e tentar aprender com todas as dificuldades que encontrasse. Com o passar do tempo, já não nos víamos com tanta frequência, pois ambas estávamos muito ocupadas.
Um dia, em agosto de 2018, por acaso, vi uma carta que um líder tinha escrito à irmã Xiang Yuxun, pedindo que ela fornecesse mais detalhes para um arquivo sobre uma pessoa maligna que devia ser expulsa. Para a minha surpresa, a pessoa maligna era Xiao Zhi, a minha irmã caçula. Na hora, não consegui acreditar no que vi. Jamais, nem na minha imaginação mais louca, eu achei que a minha irmã seria expulsa. Dei uma olhada melhor no relatório de Yuxun e vi que, no tempo de Xiao Zhi como supervisora do trabalho de rega, com frequência ela tinha usado sua posição para repreender e menosprezar os outros. Quando uma irmã mencionou as inadequações de Xiao Zhi, esta não aceitou a crítica e até ridicularizou e atacou essa irmã. No fim, essa irmã se sentiu tão constrangida e infeliz que não quis mais desempenhar o seu dever. Outros irmãos também se sentiram constrangidos por Xiao Zhi em graus diferentes e ficaram desanimados. Quando vi essa informação, eu não consegui acreditar que Xiao Zhi cometeria tamanhos males e até desenvolvi certas ideias sobre Yuxun, pensando: “Você tem algum tipo de preconceito contra minha irmã? A entrada dela na vida pode não ser ótima, mas ela não é uma pessoa maligna. Será que você não está exagerando o caso?”. Quanto mais pensava sobre isso, mais agitada eu ficava. Naquela noite, não consegui dormir. Pensei em como minha irmã tinha deixado a família e o emprego, e como tinha sido difícil, para ela, viajar durante todos aqueles anos para espalhar o evangelho e desempenhar o seu dever. Lembrei-me de que, uma vez, uma pessoa maligna a denunciou, quando ela estava espalhando o evangelho, e ela foi obrigada a se esconder por uma noite numa casa decrépita para não ser presa. Em seus anos de espalhar o evangelho, ela foi espancada e abusada verbalmente por pessoas religiosas, dormiu em montes de feno e chiqueiros, e muitas vezes ficou sem comer. Ela podia não ter muito para mostrar após seus muitos anos como crente, mas tinha investido muito trabalho. Como poderia ser expulsa, agora, como uma pessoa maligna? Depois, porém, eu refleti que a igreja age de acordo com os princípios, e que uma expulsão sempre se baseia no padrão de comportamento da pessoa e sua natureza essência. A igreja nunca acusa pessoas injustamente. Xiao Zhi era realmente uma pessoa maligna? Só pensar nisso já me entristecia. Se fosse mesmo expulsa, ela não seria salva, e todas as adversidades que tinha suportado teriam sido em vão. Eu me senti péssima sempre que pensei nisso nos dias seguintes, como se uma pedra pesasse sobre o meu peito.
Poucos dias depois, recebi uma carta de Xiao Yue, outra das minhas irmãs, dizendo que nossa irmã caçula estava muito doente e precisava se submeter a uma cirurgia. Quando li a carta, eu pensei: “Se Xiao Zhi conseguir usar esse período de doença para refletir sobre si mesma e se arrepender diante de Deus, talvez ela possa evitar ser expulsa”. Imediatamente, escrevi a Xiao Zhi, usando as palavras de Deus para falar do caráter justo de Deus. Eu disse que ela precisava usar aquela doença como uma oportunidade para refletir sobre si mesma e se arrepender, em vez de procurar causas externas. Mas o problema com Xiao Zhi não era tão simples quanto eu pensava. Quando passei em casa, dois meses depois, Xiao Yue me contou sobre o comportamento da nossa irmã caçula. O caráter de Xiao Zhi era muito arrogante; após assumir o trabalho de rega, ela insistiu que tudo fosse feito do jeito dela. Quando uma irmã parceira dela discordou com ela sobre o trabalho e não quis aceitar a opinião dela, ela se encheu de mágoas e passou a atacar e excluir essa irmã. Ela até tentou fazer com que os outros se voltassem contra a irmã, espalhando preconceitos contra ela entre os outros, para que fossem desorientados e julgassem a irmã junto com ela. Mais tarde, quando essa irmã não estava em um bom estado, Xiao Zhi não só não a ajudou, como também causou discórdia entre ela e os outros, dizendo que a irmã não conseguia desempenhar o dever por estar em um estado ruim e impedindo que os outros a ajudassem. Isso fez com que a irmã ficasse ainda mais negativa, até não conseguir desempenhar mais o dever e ser dispensada. Quando outra irmã disse que se sentia constrangida por Xiao Zhi, esta ficou muito ressentida e aproveitou cada oportunidade para se vingar dessa irmã e atacá-la. Além disso, ela julgava e menosprezava a irmã na frente de outros irmãos. Quando a irmã ficou aborrecida e negativa em decorrência disso, Xiao Zhi aproveitou a oportunidade para dizer ao líder e aos outros que a irmã tinha perdido a obra do Espírito Santo e não estava à altura do dever, e disse que queria que ela fosse dispensada. Os irmãos estavam sendo afetados negativamente pelo ataque e a punição constantes de Xiao Zhi, e pela forma como ela os excluía e menosprezava, e, como resultado, não estavam conseguindo avançar em seu trabalho. O trabalho de rega da igreja estava sendo seriamente interrompido. O líder apontou os problemas dela e tentou ajudá-la várias vezes, mas ela não só não conseguiu aceitar a crítica dele, como também ficou se defendendo. Até o momento em que foi dispensada, ela não demonstrou nenhum autoconhecimento, e foi insolente. Ela até criticou as falhas do líder e o criticou pelas costas. Quando Xiao Yue tentou apontar os problemas dela, ela se queixou de que Xiao Yue não a entendia e não a defendia. Ela até alegou: “Não se pode falar honestamente na igreja. Eu fui dispensada simplesmente por falar abertamente sobre o que eu pensava”. Fiquei chocada ao ouvir isso. Eu não tinha percebido que minha irmã caçula se preocupava tanto com status, tinha uma natureza tão cruel e era capaz de atacar e punir aqueles que discordavam dela. Isso não era corrupção comum; era um problema na natureza dela! Mais tarde, quando me encontrei com ela, eu me comuniquei com ela com urgência e a aconselhei a refletir sobre seus atos perversos. Se ela não se arrependesse, eu disse, ela seria expulsa e perderia a chance de ser salva. Para a minha surpresa, longe de aceitar o meu conselho, indignada, ela respondeu: “Você não sabe o que aconteceu, e eu não quero mais falar sobre isso. Se eu disser mais alguma coisa, todos vocês só dirão que estou tentando me justificar”. Fiquei chocada ao vê-la tão magoada. Eu não fazia ideia de que ela era tão teimosa e não aceitava a verdade. Será que ela estava aquém da redenção? Diante disso, perdi o ânimo. Lembrei-me de como, quando nos encontrávamos, ela sempre criticava as outras pessoas, julgava-as e nunca refletia sobre si mesma. E ela também sempre criticava as falhas do líder. Lembrei-me das palavras de Deus que dizem: “Aqueles que dão vazão à sua conversa venenosa e maliciosa dentro da igreja, aqueles que espalham rumores, fomentam a desarmonia e formam grupos entre os irmãos e irmãs — eles deveriam ter sido expulsos da igreja. Mas porque agora é uma era diferente da obra de Deus, essas pessoas estão restringidas, pois decididamente hão de ser eliminadas. Todos que foram corrompidos por Satanás têm caráter corrupto. Alguns não têm nada além de caráter corrupto, enquanto outros são diferentes: eles não só têm caráter satânico corrupto, mas sua natureza é também extremamente maliciosa. Não só suas palavras e ações revelam seu caráter satânico corrupto; essas pessoas são, além disso, os genuínos diabos e satanases. Seu comportamento interrompe e perturba a obra de Deus, perturba a entrada na vida de irmãos e irmãs e danifica a vida normal da igreja. Mais cedo ou mais tarde, esses lobos em pele de cordeiro precisam ser expurgados; uma atitude impiedosa, uma atitude de rejeição, deveria ser adotada para com esses lacaios de Satanás. Só isso é ficar do lado de Deus, e aqueles que deixam de fazê-lo estão chafurdando na lama com Satanás” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Um alerta para aqueles que não praticam a verdade”). Por meio das palavras de Deus, descobri que o comportamento da minha irmã caçula não era só a exposição passageira de um caráter corrupto, mas o reflexo de uma natureza profundamente cruel. Ela punia, assediava e se vingava dos outros, e excluía e atacava qualquer um que discordasse dela ou interferisse em seus interesses. Ela distorcia os fatos para julgar e condenar os outros até que ficassem reduzidos a um estado de negatividade. O líder e outras pessoas a podaram e a ajudaram em relação ao seu comportamento em várias ocasiões, mas ela nunca admitiu sua culpa, sempre resistiu e argumentou. Não havia remorso nem autorreflexão, e ela até odiava e atacava o líder. Xiao Yue e eu nos comunicamos com ela e a ajudamos várias vezes, mas ela não aceitou o que dissemos e até ficou ressentida e resistente em relação a nós, achando que estávamos dificultando a vida dela. Depois de dispensada, ela não refletiu sobre si mesma e distorceu os fatos, dizendo que não se podia falar honestamente na igreja e que ela só tinha sido dispensada porque dizia o que pensava. Isso não era inverter a verdade e desorientar os outros? Ela não estava negando a justiça de Deus e negando que a verdade reina na casa de Deus? No passado, eu sempre achava que ela carecia de entrada na vida, e que seus comportamentos malignos eram simplesmente uma exposição passageira de corrupção, por isso continuei a ajudá-la e apoiá-la. Mas agora eu percebia que aquilo não era uma questão de entrada inadequada na vida nem uma exposição passageira de corrupção. Ela era avessa à verdade e a odiava, e sua essência era a essência de uma pessoa maligna.
No passado, eu achava que, já que minha irmã caçula tinha feito sacrifícios, se despendido, sofrido muito em seu dever e investido muito trabalho, embora não alcançasse nada significativo, Deus tomaria conhecimento, ainda que ela não buscasse a verdade. Mais tarde, porém, por meio da leitura das palavras de Deus, eu percebi que esse entendimento estava distorcido. As palavras de Deus dizem: “Eu decido a destinação de cada pessoa não com base na idade, senioridade, quantidade de sofrimento, muito menos o grau em que ela causa compaixão, mas de acordo com ela possuir ou não a verdade. Não há outra escolha além dessa. Vocês devem entender que todos os que não seguem a vontade de Deus também hão de ser punidos. Esse é um fato imutável. Logo, todos os punidos são punidos por causa da justiça de Deus e como retribuição por seus numerosos atos malignos” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prepare boas ações suficientes para sua destinação”). As palavras de Deus me ensinaram que Deus não decide a destinação de cada pessoa com base em senioridade, nem em quanto ela sofreu ou sacrificou ou despendeu, mas em se ela alcançou mudança de caráter e alcançou a verdade. Todos os que aceitam a verdade, praticam a verdade e, no fim, alcançam mudança de caráter podem alcançar salvação. Quanto àquelas pessoas malignas, os descrentes e anticristos que são avessos à verdade e a odeiam, por mais que sofram, no fim eles serão eliminados e não alcançarão a salvação, pois cometem todos os tipos de males e não alcançam nenhuma mudança. Lembrei-me de como a minha irmã caçula tinha seguido a fé por vários anos, e, no entanto, a despeito de fazer sacrifícios por fora, de se despender e sofrer por seu dever, ela não buscou a verdade de forma alguma, não veio a conhecer a si mesma e não sentiu nenhum remorso nem arrependimento por ter causado tamanha interrupção no trabalho da igreja. O fato de ela ter chegado a esse ponto, a ser expulsa, era algo pelo qual ela só podia culpar a si mesma. Era a justiça de Deus. Eu sempre acreditei que sua capacidade de fazer sacrifícios, de se despender e de sofrer em seu dever significava que ela era uma crente verdadeira, mas só agora eu percebia que ela tinha feito tudo aquilo por status e renome, e não para buscar a verdade e alcançar mudança de caráter. Não importava por quanto tempo ela tinha mantido a fé ou sofrido, ela não tinha aceitado a verdade, não tinha se arrependido nem mudado, e, inevitavelmente, seria eliminada no fim. Pensei em como, por fora, Paulo tinha feito sacrifícios, se despendido e se esforçado muito em seu dever, tendo viajado por metade da Europa espalhando o evangelho, e em como, por não buscar mudança de caráter e não desempenhar seu dever como um ser criado — despendendo-se, em vez disso, em busca de uma coroa e das bênçãos do reino celestial —, ele continuou capaz de dizer o seguinte: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). Descaradamente, Paulo exigia uma coroa de Deus, e não havia sinceridade nem submissão a Deus nos sacrifícios que ele fazia — era tudo transacional, motivado pela ambição e pelo desejo. Ele trilhou a senda de resistência a Deus e, no fim, ofendeu o caráter de Deus e caiu em punição eterna. Eu percebi que a fé não resulta em nada se não buscarmos nem aceitarmos a verdade e, em vez disso, nos concentrarmos em sacrifício e sofrimento externos. Isso pode até terminar em punição, porque tendemos a cometer todos os tipos de males desse jeito.
Mais tarde, encontrei uma passagem das palavras de Deus que me deu uma senda de prática. As palavras de Deus dizem: “Quem é Satanás, quem são os demônios, quem são os inimigos de Deus se não os que resistem e que não acreditam em Deus? Não são eles as pessoas que se rebelam contra Deus? Não são eles os que alegam ter fé, mas carecem da verdade? Não são eles aqueles que meramente buscam obter bênçãos, mas são incapazes de dar testemunho de Deus? Você ainda se mistura com esses demônios hoje e os trata com consciência e amor, mas, nesse caso, você não está estendendo boas intenções a Satanás? Você não está em conluio com demônios? Se as pessoas chegaram a esse ponto e ainda são incapazes de distinguir entre o bem e o mal e continuam cegamente a ser amorosas e misericordiosas sem qualquer desejo de buscar as intenções de Deus ou de serem capazes, de alguma forma, de tomar as intenções de Deus como se fossem suas, então seus desfechos serão ainda mais miseráveis. Qualquer um que não acredita no Deus na carne é um inimigo de Deus. Se você pode ter consciência e amor por um inimigo, não lhe falta um senso de retidão? Se você é compatível com aqueles que Eu detesto e dos quais discordo e ainda tem amor ou sentimentos pessoais para com eles, você não é rebelde? Você não está resistindo intencionalmente a Deus? Tal pessoa possui verdade? Se as pessoas têm consciência para com os inimigos, amor pelos demônios e misericórdia para com Satanás, elas não estão interrompendo intencionalmente a obra de Deus?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus e o homem entrarão em descanso juntos”). Eu me senti muito culpada após ler as palavras de Deus. Deus exige que amemos o que Ele ama e odiemos o que Ele odeia. Aqueles que não aceitam e até odeiam a verdade são pessoas malignas; eles são da laia do diabo Satanás, e nós deveríamos abominá-los. Minha irmã caçula cometeu todos os tipos de males, não se arrependeu e foi exposta como uma pessoa maligna, mas eu não discerni sua substância verdadeira de acordo com as palavras de Deus e aleguei continuamente que ela estava sendo injustiçada, pois tinha sofrido muito em seu dever, tinha feito muitos sacrifícios e trabalhado muito, mesmo tendo obtido poucos resultados. Eu não estava sendo legal com Satanás e ficando do lado dele, em resistência a Deus? Eu era crente havia muitos anos, tinha comido e bebido muitas das palavras de Deus, mas era incapaz de considerar pessoas e situações à luz das Suas palavras. Em vez disso, eu permitia que meu afeto ditasse minhas palavras, era incapaz de separar o bem do mal, e não tinha nenhuma compreensão dos princípios. Eu estava desnorteada e confusa, e Deus me desprezava e abominava. Quando percebi isso, fui capaz de renunciar a parte do meu afeto à minha irmã caçula e de ver a expulsão dela com a atitude correta.
Três meses depois, quando por acaso ouvi minha irmã parceira dizer que todas as informações necessárias para a expulsão da minha irmã caçula estavam preparadas, eu senti uma pontada de tristeza. “Agora, qualquer esperança de salvação para ela está perdida”, eu pensei. Quanto mais pensava nisso, mais eu sentia pena da minha irmã caçula. Eu até nutri a esperança de que as informações coletadas para a expulsão fossem insuficientes e que ela pudesse continuar labutando na igreja. Mas então percebi que eu estava com a atitude errada. Eu sabia claramente que minha irmã caçula era uma pessoa maligna em essência e não seria recipiente da salvação de Deus, mas ainda assim eu simpatizava com ela e sentia pena dela, e esperava mantê-la na igreja. Eu não estava tendo simpatia por um diabo e me opondo a Deus? Então orei a Deus às pressas, pedindo que Ele me guiasse para eu superar as restrições do meu afeto. Depois da oração, eu me lembrei das seguintes passagens das palavras de Deus: “Toda a humanidade vive num estado de sentimentos — e assim Deus não evita nenhum ser humano e expõe os segredos escondidos no coração de toda a humanidade. Por que é tão difícil, para as pessoas, separar-se dos sentimentos? Fazer isso supera os padrões da consciência? A consciência consegue cumprir a vontade de Deus? Os sentimentos podem ajudar as pessoas na adversidade? Aos olhos de Deus, os sentimentos são Seus inimigos — isso não está claro nas palavras de Deus?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Interpretações dos mistérios das ‘Palavras de Deus para todo o universo’, Capítulo 28”). “Não dou às pessoas a oportunidade de expressar seus sentimentos, porque Eu não tenho sentimentos carnais, e passei a detestar em grau extremo os sentimentos das pessoas. É por causa dos sentimentos entre as pessoas que Eu fui posto de lado e consequentemente Me tornei um ‘outro’ aos seus olhos; é por causa dos sentimentos entre as pessoas que Eu fui esquecido; é por causa dos sentimentos do homem que ele aproveita a oportunidade para pegar sua ‘consciência’; é por causa dos sentimentos do homem que ele sempre é avesso ao Meu castigo; é por causa dos sentimentos do homem que ele Me chama de parcial e injusto e diz que Eu não Me importo com os sentimentos do homem no Meu modo de lidar com as coisas. Eu também tenho algum parente na terra?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Palavras de Deus para todo o universo, Capítulo 28”). Por meio da exposição das palavras de Deus, eu descobri que nossos afetos são o maior impedimento à prática da verdade. Somos incapazes de considerar pessoas e situações à luz das verdades princípios quando vivemos segundo os nossos afetos. Quando eu soube que a minha irmã caçula seria expulsa da igreja, eu simpatizei com ela e senti pena dela, e até nutri a esperança de que seu caso não satisfizesse os critérios para uma expulsão e que ela pudesse ficar na igreja. Tudo isso se devia a meu afeto excessivo a ela. Porque eu vivia segundo venenos satânicos como “O homem não é inanimado; como pode não ter emoções?” e “O sangue é mais espesso que a água”, eu me tornei incapaz de discernir o bem do mal e de saber o que deve ser amado e o que deve ser desprezado. Quando Yuxun entregou as informações sobre a minha irmã caçula, eu defendi minha irmã de algo que eu achava que era uma injustiça, sem, primeiro, entender os fatos da situação. Eu achei que Yuxun tinha exagerado o caso em seu relatório e me queixei por ela não ajudar a minha irmã. Na verdade, os irmãos tinham se comunicado com ela e a ajudado várias vezes, mas ela não aceitou a ajuda e ficou criticando-os pelas costas. Eu estava realmente distorcendo a situação e defendendo Satanás. Embora minha irmã tivesse cometido muitos males, eu não a odiei e até quis que ela ficasse na igreja; eu permiti que meu afeto me controlasse. Cada dia que uma pessoa maligna como ela permanecesse na igreja seria mais um dia em que o mal seria cometido, trazendo mais prejuízo aos irmãos e ao trabalho da igreja. Eu não estava cedendo aos malfeitos de Xiao Zhi ao desejar que ela permanecesse na igreja e ao permitir que ela continuasse a interromper o trabalho da igreja? Eu tinha participado das maldades de uma pessoa maligna! Foi aí que finalmente adquiri um senso do que as palavras de Deus querem dizer quando afirmam: “Os sentimentos são Seus inimigos”. Percebi que, se eu não buscasse a verdade e permitisse que meu afeto ditasse como eu deveria agir quando confrontada com problemas, eu poderia cometer o mal e resistir a Deus a qualquer hora.
Mais tarde, vi uma passagem das palavras de Deus que diz: “Ame o que Deus ama e odeie o que Deus odeia: esse é o princípio que deveria ser seguido. Deus ama aqueles que buscam a verdade e são capazes de seguir Sua vontade; essas também são as pessoas que nós deveríamos amar. Aquelas que não são capazes de seguir a vontade de Deus, que odeiam e se rebelam contra Deus — essas pessoas são detestadas por Deus, e nós também deveríamos detestá-las. Isso é o que Deus pede ao homem. Se seus pais não acreditam em Deus, se eles sabem muito bem que a fé em Deus é o caminho correto e que pode levar à salvação, mas continuam não receptivos, então não há dúvida de que são pessoas que são avessas à verdade e a odeiam, e são pessoas que resistem e odeiam a Deus — e Deus naturalmente os abomina e os odeia. Você conseguiria abominar pais como esses? Eles se opõem a Deus e O insultam — nesse caso, eles certamente são demônios e satanases. Você conseguiria odiá-los e amaldiçoá-los? Todas essas são perguntas reais. Se seus pais o impedirem de crer em Deus, como você deveria tratá-los? Como Deus pede, você deveria amar o que Deus ama e odiar o que Deus odeia. Durante a Era da Graça, o Senhor Jesus disse: ‘Quem é Minha mãe? E quem são Meus irmãos?’, ‘Pois qualquer que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão, irmã e mãe’. Essas palavras já existiam lá na Era da Graça, e agora as palavras de Deus são ainda mais claras: ‘Ame o que Deus ama e odeie o que Deus odeia’. Essas palavras vão direto ao ponto, mas em geral as pessoas são incapazes de compreender seu significado verdadeiro” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só ao reconhecer as próprias opiniões equivocadas pode-se realmente se transformar”). Por meio das palavras de Deus, adquiri um senso de Sua justiça. Deus trata as pessoas de acordo com os princípios e exige que façamos o mesmo. Aqueles que buscam a verdade, acreditam sinceramente em Deus e desempenham seus deveres com lealdade devem ser amados por nós, assim como todos aqueles que interrompem a igreja de modo consistente, punindo e atacando os irmãos, ao mesmo tempo que odeiam a verdade e a Deus, são pessoas malignas e devem ser detestados, rejeitados e desprezados por nós. Mesmo que sejam nossos parentes, devemos vê-los à luz das palavras de Deus, amando o que Deus ama e odiando o que Deus odeia. Mas eu estava sem a verdade. Eu via tudo a partir da perspectiva do meu afeto. Eu carecia de princípios e discernimento, demonstrava amor e simpatia a uma pessoa maligna, um demônio que tinha sido exposto claramente. Isso era amor cego! Quando percebi isso, louvei a justiça de Deus e vi pessoalmente que a verdade e a justiça reinam na casa de Deus, de modo que nenhuma pessoa maligna consegue fincar seu pé nela. Agora, com a ajuda das palavras de Deus, eu fui capaz de me livrar dos grilhões do afeto e ganhar algum entendimento de mim mesma. Graças a Deus!