28. Não permita que a inveja domine você
No verão de 2017, eu servia como líder de igreja. Devido às necessidades do trabalho, a líder de nível superior arranjou que a irmã Yang Guang e a irmã Cheng Xin trabalhassem comigo para assumir o trabalho da igreja, e me instruiu a ajudá-las. Depois de um tempo, vi que as duas irmãs tinham um fardo em seu dever e faziam progresso rapidamente. Eu não precisava me preocupar com algumas coisas — as irmãs podiam discutir e tratar delas apropriadamente sozinhas. No início, fiquei muito feliz com isso, mas, com o tempo, isso começou a me incomodar. Pensei: “Eu sou a líder, portanto faz sentido que questões grandes e pequenas da igreja deveriam ser discutidas primeiro comigo. Mas agora, essas duas irmãs estão arranjando umas coisas sem me consultar. Não estão mais me levando a sério! Se isso continuar, não serei líder só de nome?”.
Numa reunião, a diaconisa de rega mencionou Yang Guang e Cheng Xin. Ela disse: “Elas realmente suportam um fardo em seu dever. Antes, sempre nos faltavam regadores, mas desde que elas chegaram, não somente as transferências estão sendo feitas rapidamente, como o trabalho de rega anda bem eficiente…”. Após ouvir isso, por fora, dei graças a Deus, mas, no coração, não fiquei muito feliz e pude sentir meu rosto arder. Pensei: “Parece que os outros pensam mais nessas duas irmãs do que em mim. Fui líder por vários anos, e essas irmãs só estão fazendo isso há alguns dias. Será que são melhores do que eu?”. Eu não quis aceitar, e não ouvi nada do que a diaconisa de rega disse depois disso. Fui murcha para casa depois da reunião. Naquela noite, deitada na cama, fiquei me revirando, incapaz de dormir. Sempre que pensava nas palavras da diaconisa de rega, eu ficava chateada. Eu tinha sido líder por anos, mas não estava à altura dessas duas irmãs que tinham apenas começado seu treinamento. O que a líder de nível superior pensaria de mim se soubesse? Ela diria que eu era incompetente e não era apta para ser líder? Os outros costumavam me admirar; será que pensariam que essas irmãs eram melhores do que eu? Será que, em vez de me apoiar, eles as apoiariam, no futuro? Era como se Yang Guang e Cheng Xin tivessem roubado meu holofote, e eu me enchi de inveja e ressentimento contra elas. Minha imaginação ficou um caos nessa época, e eu temia perder minha posição. Em silêncio, eu me encorajei a fazer um bom trabalho, esforçar-me para melhorar em todos os nossos projetos, e fazer com que os outros vissem que eu não era inferior àquelas irmãs. Depois disso, eu me levantava cedo e ficava acordada até tarde todos os dias; tomava a dianteira em todos os projetos importantes e resolvia rápido todos os problemas que surgiam, temendo que as irmãs chegassem antes de mim. Às vezes, até queria que elas fracassassem e se envergonhassem. Um dia, enquanto verificávamos os livros da igreja, encontramos inconsistências nos números enviados e recebidos. As irmãs tinham lidado com a distribuição e a entrega de livros, e enquanto buscavam, angustiadas, a causa, eu não só não as ajudei, como me deleitei com seu infortúnio, pensando: “Vocês duas não eram tão capazes? E agora, o que vão fazer?”. Em tom de repreensão, eu lhes disse que é coisa séria se há um problema nos livros da igreja. Isso as deixou ainda mais estressadas e impactou seu estado. Em segredo, fiquei muito feliz: “Veremos se a líder de nível superior ainda acha que vocês são melhores do que eu agora que cometeram um erro tão grave! Se permanecerem nesse estado negativo, não precisarei me preocupar com vocês, ameaçando minha posição”. Na hora, me senti um pouco culpada e percebi que estava ultrapassando o limite, mas não refleti muito sobre isso.
Mais tarde, o dever de Cheng Xin foi ajustado por alguns motivos, deixando a irmã Yang Guang como minha parceira. Um dia, durante uma discussão de trabalho, percebi que a líder de nível superior sempre pedia a opinião de Yang Guang, enquanto eu me sentia desprezada. Não pude deixar de imaginar se a líder estava concentrada em treiná-la porque ela era mais jovem e tinha calibre melhor. Fiquei tão desapontada. A líder sempre tinha discutido tudo comigo no passado, mas agora pensava tão bem de Yang Guang. Isso não mostrava que Yang Guang era melhor do que eu? Minha inveja estava aparecendo de novo. Nessa época, eu repreendia Yang Guang sempre que percebia desvios em seu trabalho e às vezes a tratava com frieza. Eu me apressava para presidir todas as reuniões e resolver os problemas dos outros, sem dar-lhe chance de comunicar. Seu estado só foi piorando, e ela não mais suportava um fardo pelo trabalho da igreja; ela não lidava com algumas tarefas a tempo, e isso fez o trabalho da igreja sofrer umas perdas. Na época, me senti um pouco culpada. Sentia que eu tinha muito a ver com o estado negativo dela, mas não refleti sobre mim mesma. Eu não tinha nenhum entendimento do meu estado até que fui disciplinada por Deus.
De repente, um dia, me senti doente e febril, e depois desenvolvi uma tosse. Achava que minha asma estava se manifestando, mas mais tarde, a tosse piorou, e nenhum remédio ajudava. Por mais que quisesse, eu não conseguia me comunicar nas reuniões. Procurei um médico para me examinar, e ele me disse que eu tinha bronquiectasia e tuberculose severas. O médico disse que eram doenças muito sérias, e que levaria mais de um ano de medicação para controlá-las. Quando ouvi isso, fiquei ali sentada, chocada, sentindo-me péssima. Eu já tivera tuberculose antes, e tinha sido bem difícil de curar. Como tinha voltado de novo, e por que era um caso tão sério, dessa vez? Como a tuberculose é contagiosa, eu não poderia ter contato nenhum com os irmãos. Isso significava que eu não poderia desempenhar meu dever. Em todos os meus anos de fé, eu sempre desempenhei um dever. Até deixei para trás família e emprego para me despender. Principalmente naquele tempo, tínhamos muito trabalho de igreja, e eu estava à frente de tudo. Por que peguei uma doença tão séria? Qual era a intenção de Deus? Quanto mais pensava nisso, pior eu me sentia, e me escondia sob o edredom para chorar. Uma vez, orei a Deus em lágrimas: “Deus! Estou sofrendo tanto. Não sei como passar por isso. Por favor, esclarece-me para que eu entenda a Tua intenção e possa aprender minha lição com essa doença”.
Um dia, li estas palavras de Deus em meus devocionais. Deus diz: “Normalmente, quando você enfrenta uma doença grave ou uma enfermidade estranha que o faz sofrer muito, isso não acontece por acaso. Esteja você doente ou com boa saúde, a intenção de Deus está presente nisso” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Na crença em Deus, ganhar a verdade é crucial”). Ao ponderar sobre isso, percebi que Deus permitir que eu ficasse seriamente doente não era algo acidental, que certamente havia a intenção de Deus nisso. Eu tinha que me examinar seriamente. Orei e busquei a Deus sem parar. Durante minha reflexão, percebi de repente que minha inveja constante de Yang Guang durante esse período, e minha luta inabalável por fama e ganho pessoal fizeram com que eu a constrangesse, e que isso impactou o trabalho da igreja. Quando isso me ocorreu, eu me senti culpada e cheia de remorsos. Li isto nas palavras de Deus: “Humanidade cruel! A conivência e a intriga, o saque e a apropriação um do outro, a disputa por fama e fortuna, o massacre mútuo — quando isso acabará? A despeito das centenas de milhares de palavras que Deus falou, ninguém caiu em si. As pessoas agem para o bem de sua família, filhos e filhas, em prol da carreira, de perspectivas futuras, posição, vanglória e dinheiro, por causa de comida, roupas e pela carne — existe alguém cujas ações são verdadeiramente pelo bem de Deus? Mesmo entre aqueles que agem pelo bem de Deus, há poucos que conhecem Deus. Quantas pessoas não agem a partir dos próprios interesses? Quantos não oprimem e marginalizam outros a fim de proteger a própria posição?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Os malignos certamente serão punidos”). “Algumas pessoas sempre receiam que os outros sejam melhores e mais elevados do que elas, que as outras pessoas serão reconhecidas, enquanto elas são negligenciadas, e isso as leva a atacar e excluir os outros. Não é esse um caso de ter inveja de pessoas que têm talento? Isso não é egoísta e desprezível? Que tipo de caráter é esse? É a malícia! Aqueles que só pensam nos próprios interesses, que apenas satisfazem os próprios desejos egoístas, sem pensar sobre os outros ou considerar os interesses da casa de Deus, têm um caráter ruim, e Deus não tem amor por eles” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). O que Deus revelava era precisamente o meu estado. Desde que vira aquelas duas irmãs desempenhando seu dever habilmente, progredindo rápido, e lidando com as coisas sem me consultar, eu me senti incomodada e achei que elas não estavam me respeitando. Quando a diaconisa de rega as elogiou por serem eficazes em seu dever, eu as vi ainda mais como uma ameaça à minha posição, que tinham me roubado o holofote. Para provar que eu era melhor do que elas e garantir minha posição, fui na frente delas me comunicar e resolver os problemas dos outros nas reuniões, e não lhes dava chance alguma de comunicar. Quando os números de livros da igreja não batiam, em vez de ajudá-las a encontrar o motivo para tanto, eu me deleitei com a aflição delas e fiz comentários depreciativos, o que as fez viver em negatividade. Eu fui muito maliciosa. Diante disso, eu me senti culpada e arrependida, e orei a Deus em lágrimas: “Ó Deus! É por Sua graça que posso supervisionar o trabalho da igreja, mas tenho sido tão rebelde. Não somente falhei em desempenhar bem meu dever e em retribuir Teu amor, como tive inveja das habilidades dos outros e lutei por fama e ganho pessoal. Meu comportamento foi abominável e odioso para Ti. Deus, quero me arrepender e mudar”.
Depois disso, li estas palavras de Deus: “Quando são confrontadas com um problema, algumas pessoas buscam respostas dos outros, mas quando a outra pessoa fala de acordo com a verdade, elas não aceitam, não são capazes de obedecer e, em seu coração, pensam: ‘Normalmente, sou melhor do que ele. Se eu ouvir sua sugestão desta vez, não parecerá que ele é superior a mim? Não, não posso dar-lhe ouvido nessa questão. Eu agirei do meu jeito’. Então encontram uma razão e uma desculpa para derrubar o ponto de vista da outra pessoa. Que tipo de caráter é esse quando uma pessoa vê alguém que é melhor do que ela e tenta derrubá-lo, espalhando rumores sobre ele ou empregando meios desprezíveis para o denegrir e minar sua reputação — até mesmo pisoteando-o — a fim de proteger o próprio lugar na mente das pessoas? Isso não é apenas arrogância e convencimento, é o caráter de Satanás, é um caráter malicioso. Atacar e alienar os que são melhores e mais fortes é insidioso e perverso. E que ela não parará diante de nada para derrubar as pessoas mostra que há muito de um diabo nela! Vivendo segundo o caráter de Satanás, ela é propensa a depreciar as pessoas, a tentar enganá-las, a dificultar as coisas para elas. Isso não é cometer o mal? E, vivendo assim, ela ainda pensa que está tudo em ordem com ela, que é uma boa pessoa — ainda assim, quando vê alguém melhor do que ela, ela é propensa a causar dificuldades para ele, a pisoteá-lo. Qual é o problema aqui? Pessoas capazes de cometer feitos tão malignos não são inescrupulosas e teimosas? Tais pessoas só pensam em seus interesses, só consideram seus sentimentos e tudo o que querem é alcançar seus desejos, ambições e objetivos. Não se importam com os danos que causam ao trabalho da igreja e preferem sacrificar os interesses da casa de Deus para proteger seu status na mente das pessoas e sua reputação. Essas pessoas não são arrogantes e presunçosas, egoístas e vis? Tais pessoas não são apenas arrogantes e presunçosas, são também extremamente egoístas e vis. Não consideram nem um pouco as intenções de Deus. Será que tais pessoas têm um coração temente a Deus? Elas não têm nada de um coração temente a Deus. É por isso que agem arbitrariamente fazem o que querem, sem qualquer senso de culpa, sem qualquer receio, sem qualquer apreensão ou preocupação e sem considerar as consequências. É isso que geralmente fazem e como sempre se comportaram. Qual é a natureza do comportamento de tais pessoas? Falando em termos brandos, tais pessoas são ciumentas demais e têm um desejo intenso demais de obter reputação e status pessoal; são enganosas e insidiosas demais. Falando em termos mais duros, a essência do problema é que essas pessoas não têm um coração temente a Deus. Elas não têm medo de Deus, acreditam que são de suma importância e veem cada aspecto de si mesmas como mais alto do que Deus e mais alto do que a verdade. Em seu coração, Deus não é digno de ser mencionado e é insignificante, e Deus não tem nenhum status em seu coração. Aqueles que não têm lugar para Deus no coração e que não têm um coração temente a Deus podem colocar a verdade em prática? De forma alguma. Então, quando andam normalmente por aí alegres, mantendo-se ocupados e consumindo muita energia, o que estão fazendo? Tais pessoas até alegam ter abandonado tudo para se despenderem por Deus e sofrido bastante, mas, na verdade, o motivo, o princípio, o objetivo de todas as suas ações são para o bem de seu próprio status e prestígio, é proteger todos os seus interesses. Vocês diriam que esse tipo de pessoa é terrível ou não? Que tipo de pessoa acredita em Deus há muitos anos, mas não tem um coração temente a Deus? Essas pessoas não são arrogantes? Não são satanases? E quais coisas mais carecem de um coração temente a Deus? Além das feras, são os malignos e os anticristos, os diabos e a laia de Satanás. Eles não aceitam a verdade de modo algum; estão totalmente desprovidos de um coração temente a Deus. São capazes de qualquer maldade; são os inimigos de Deus e os inimigos do Seu povo escolhido” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “As cinco condições que devem ser satisfeitas para se iniciar a trilha certa da crença em Deus”). Foi como se Deus estivesse à minha frente, me julgando. Eu achava que, após ser líder por tantos anos, eu devia ser superior e melhor do que os outros, por isso fiquei com inveja e rejeitei qualquer um que fosse mais capaz do que eu. Eu sabia que as duas irmãs tinham calibre, que suportavam um fardo e eram eficientes em seu dever — isso era bom para o trabalho da igreja e para a entrada dos irmãos na vida. Mas eu não considerava nada disso — só me importava com meu status e reputação. Em segredo, eu lutava contra elas, procurando desvios e descuidos em seu trabalho, para chateá-las e envergonhá-las. Isso as deixava num estado ruim, e elas não mais suportavam um fardo em seu dever, o que também prejudicava o trabalho da igreja. A fim de manter meu status, com inveja de quem era mais talentoso que eu, constrangi essas duas irmãs, que podiam fazer trabalho real, a ponto de ficarem negativas. Ao fazer isso, interrompi o trabalho da igreja e prejudiquei os interesses da igreja. Eu não tinha nenhuma humanidade. Tudo que eu estava revelando era um caráter satânico. Satanás não suporta quando as pessoas vão bem, e está desesperado para vê-las ficando negativas, degeneradas e traindo a Deus. Eu estava agindo como ajudante de Satanás, interrompendo o trabalho da igreja. Como líder de igreja, eu deveria ter considerado as intenções de Deus, cultivado pessoas para a igreja, para que meus irmãos pudessem desempenhar seus deveres. Em vez disso, não só deixei de cultivar pessoas talentosas, mas as invejava e oprimia. Como isso era desempenhar meu dever? Eu só estava cometendo o mal e me opondo a Deus.
Um dia, eu me abri com uma irmã e comuniquei meu estado de inveja. Ela me ouviu e então compartilhou comigo o exemplo da inveja que Saul tinha de Davi. Ela disse: “Quando Saul viu que Deus estava usando Davi para vencer guerras, e que todos os israelitas o apoiavam, ele ficou com inveja de Davi e ficou tentando matá-lo. No fim, Saul foi detestado e rejeitado por Deus e punido”. Ouvir isso me deu calafrios. Pensei em meu comportamento recente. Quando vi as duas irmãs obtendo uns resultados em seu dever, fiquei com inveja delas e as constrangi e oprimi a cada passo. Eu não só fiquei pegando no pé delas, eu estava agindo como inimigo de Deus. Eu não era igual a Saul? Pensando nisso, fiquei um pouco assustado, e percebi que isso era castigo e disciplina oportuna de Deus me impedindo de cometer o mal. Se eu continuasse agindo desse jeito, as consequências seriam inimagináveis. Mais tarde, ponderei sobre isso sem parar. Por que, sabendo muito bem que Deus não gosta de inveja, eu não conseguia evitar fazer coisas para deixar as pessoas de fora? Li uma passagem das palavras de Deus, que dizia: “Uma das características mais óbvias da essência de um anticristo é que ele monopoliza o poder e comanda a própria ditadura: ele não ouve ninguém, não respeita ninguém e, independentemente dos pontos fortes das pessoas ou das visões corretas ou opiniões sábias que elas possam expressar ou dos métodos apropriados que possam apresentar, ele não lhes dá atenção; é como se ninguém estivesse qualificado a cooperar com ele ou a participar em qualquer coisa que ele faça. Esse é o tipo de caráter que os anticristos têm. Algumas pessoas dizem que isso é ter uma humanidade ruim — mas como poderia ser uma humanidade ruim comum? Isso é um caráter inteiramente satânico e tal caráter é extremamente cruel. Por que digo que seu caráter é extremamente cruel? Os anticristos desapropriam tudo da casa de Deus e a propriedade da igreja os tratam como propriedade pessoal, e toda ela deveria ser administrada por eles, e não permitem que ninguém mais intervenha nisso. As únicas coisas em que pensam quando fazem o trabalho da igreja são os próprios interesses, seu status e seu orgulho. Não permitem que ninguém prejudique seus interesses, muito menos permitem que qualquer um que tenha calibre ou qualquer um que seja capaz de falar de seu testemunho experiencial ameace sua reputação e status. […] Quando alguém se distingue com um pouco de trabalho, ou quando alguém é capaz de falar de testemunho experiencial verdadeiro e o povo escolhido de Deus recebe benefícios, edificação e apoio por meio dele, e isso resulta em grandes elogios de todos, inveja e ódio crescem no coração dos anticristos, e eles tentam excluir e oprimir essa pessoa. E sob circunstância nenhuma, eles permitem que tais pessoas façam qualquer trabalho, a fim de impedi-las de ameaçar seu status. […] Os anticristos pensam: ‘De forma alguma aturarei isso. Você quer ter um papel em meu domínio, quer competir comigo. Isso é impossível; nem pense nisso. Você é mais educado do que eu, mais articulado do que eu, mais popular do que eu, e você busca a verdade com mais diligência do que eu. Se eu fosse cooperar com você e você roubasse os meus holofotes, o que eu faria?’. Eles consideram os interesses da casa de Deus? Não. Eles pensam em quê? Eles só pensam em como se agarrar ao status. Embora os anticristos saibam que são incapazes de fazer trabalho real, eles não cultivam nem promovem pessoas de bom calibre que buscam a verdade; as únicas pessoas que eles promovem são aquelas pessoas que os bajulam, aquelas pessoas que são aptas em idolatrar os outros, que os aprovam e admiram no coração, aquelas pessoas que têm todo um jeitinho, que não têm entendimento da verdade e são incapazes de discernimento” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item oito: Eles faziam os outros se submeterem apenas a eles, não à verdade nem a Deus (parte 1)”). Deus revela que os anticristos não têm consideração pelo trabalho da igreja e só querem monopolizar poder. Eles submetem a igreja ao seu controle e não permitem que mais ninguém se envolva. Eles excluem e oprimem qualquer um que represente uma ameaça ao seu status e trabalham com veemência para encobrir as qualidades e os méritos dos outros. Eu estava agindo igual a um anticristo. A fim de solidificar meu status, eu ficava querendo o monopólio do poder e ser quem dá as cartas na igreja. Eu estava defendendo coisas como: “pode existir apenas um macho alfa” e “eu reino soberano em todo o universo”, e não permitia que ninguém me ultrapassasse. Quando duas irmãs estavam lidando com alguns assuntos e não os discutiam comigo, eu achava que elas não estavam me levando a sério e que, afinal de contas, eu era uma líder, portanto, os assuntos da igreja deveriam ser tratados comigo primeiro. Quando apareciam problemas em seus deveres, eu as criticava, exagerando o problema e deixando-as fazer papel de bobas de propósito. Eu mesma organizava reuniões, não dando a essas irmãs uma chance de se comunicar. E até dizia coisas depreciativas sobre elas pelas costas para fazer com que o supervisor pensasse que elas não se interessavam em se comunicar, que sempre havia silêncios constrangedores nas reuniões e que eu era sempre a anfitriã, como se todo o crédito pertencesse somente a mim. Meu caráter era enganoso e cruel, e eu estava trilhando a senda de um anticristo. Naquele momento, percebi que, sem o castigo e a disciplina de Deus e o julgamento e a revelação de Suas palavras, eu nunca teria percebido a gravidade da natureza de minhas ações. Eu não só havia reprimido e prejudicado as irmãs com as quais estava trabalhando, mas também havia cometido transgressões e atos malignos. Naquela época, senti extrema autocensura e remorso. Eu me odiei por cometer o mal, lamentei não ter desempenhado meu dever adequadamente e senti-me em grande dívida com Deus.
Li mais das palavras de Deus depois disso: “Como líder de igreja, você não precisa aprender apenas a usar a verdade para resolver problemas, você também precisa aprender a descobrir e cultivar pessoas de talento, as quais vocês não devem, de forma alguma, invejar nem reprimir. Praticar dessa forma é benéfico para o trabalho da igreja. Se você conseguir cultivar alguns buscadores da verdade para que cooperem com você e façam bem todo o trabalho, e, no fim, todos vocês tiverem testemunhos experienciais, então você é um líder ou obreiro qualificado. Se você é capaz de lidar com tudo de acordo com os princípios, você está cumprindo sua lealdade. […] Se você for realmente capaz de mostrar consideração pelas intenções de Deus, você será capaz de tratar as outras pessoas de forma justa. Se você recomendar uma pessoa boa e permitir que passe por treinamento e desempenhe um dever, acrescentando, assim, uma pessoa de talento à casa de Deus, isso não tornará seu trabalho mais fácil? Você não estará mostrando lealdade em seu dever? Essa é uma boa ação diante de Deus; é o mínimo de consciência e razão que aqueles que servem como líderes deveriam possuir” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). As palavras de Deus me mostraram que líderes e obreiros devem se concentrar em descobrir e cultivar pessoas talentosas. Oprimi-las e invejá-las por causa de interesses próprios causa repulsa a Deus. Pensei nos remorsos que eu tinha por ter trabalhado com essas duas irmãs, e tomei uma decisão. Não importava com quem trabalhasse no futuro, eu colocaria os interesses da igreja em primeiro lugar, recomendaria imediatamente qualquer pessoa talentosa que descobrisse, e cumpriria minhas responsabilidades. Mais tarde, revelei e dissequei minha corrupção para os outros numa reunião, e, ao trabalhar junto dos demais, lembrei-me constantemente de cooperar com eles, aprender com seus pontos fortes e não fazer nada que interrompesse o trabalho da igreja.
Passado algum tempo, recuperei-me um pouco da doença, e a igreja arranjou para que eu fizesse produção de vídeos. Pouco depois, a igreja pediu que eu desse treinamento técnico a outra irmã. Ela tinha calibre bom e aprendia rapidamente. Pensei: “Se ela aprender todas essas técnicas, será que tomará meu lugar? A líder me menosprezará se vir que essa irmã aprende mais rápido do que eu?”. Quando pensei nisso, não quis ser tão diligente em seu treinamento. Então percebi que não estava no estado correto e me apressei em orar, pedindo que Deus vigiasse meu coração. Lembrei-me de algo das palavras de Deus: “Você deveria primeiro pensar nos interesses da casa de Deus, considerar as intenções de Deus e considerar o trabalho da igreja. Coloque essas coisas acima de tudo; só depois disso você pode pensar sobre a estabilidade de seu status ou sobre como os outros o consideram” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). As palavras de Deus serviram como um lembrete oportuno para mim, e me rebelei contra meus pensamentos incorretos e dei tudo de mim para treinar a irmã. Alguns dias depois, ela já conseguia fazer vídeos sozinha. Trabalhando juntas, nossos deveres ficaram um pouco mais produtivos. Após vivenciar isso, entendi que a cooperação harmoniosa traz alegria e paz ao coração. Somente cooperando harmoniosamente nós tendemos a ganhar o esclarecimento e a orientação do Espírito Santo, e a alcançar bons resultados em nossos deveres. Essa mudança em mim foi totalmente alcançada pelas palavras de Deus. Graças a Deus!