18. Prejudicada por meus equívocos e minha cautela
Algum tempo atrás, nossa líder da igreja perdeu sua posição porque não buscava a verdade nem fazia trabalho prático, e os outros irmãos e irmãs me elegeram para assumir seu lugar. O resultado da eleição me deixou preocupada. Ser uma líder exige um entendimento da verdade e a capacidade de resolver as dificuldades dos outros em sua entrada na vida. Significa também assumir um fardo e fazer trabalho prático. Eu tinha servido como líder algumas vezes antes, mas sempre acabei sendo substituída por buscar nome e status e não fazer trabalho prático. Eu sabia que, se não fizesse bem o meu trabalho dessa vez, além de impedir o trabalho da casa de Deus e a entrada na vida dos membros da igreja, no melhor dos casos eu seria demitida, e, no pior, exposta e eliminada. Eu não tinha interesse algum em ser líder novamente, em buscar status mais alto; só queria manter a cabeça baixa e cumprir corretamente o meu dever. Então, recusei-me na hora, dizendo: “Não, não estou à altura da tarefa”, e inventei todo tipo de desculpas. Estava confiante de que era a coisa sensata e autoconsciente a fazer, mas foi apenas por meio da comunhão subsequente com irmãos e irmãs que percebi que eu relutava em assumir um papel de liderança porque estava sob o controle de venenos satânicos como “Quanto mais alto, maior a queda” e “Estar no topo é solitário”. Sentia que ser líder era perigoso, que eu correria o risco de ser exposta e eliminada a qualquer momento. Entendi, em princípio, que a minha visão não estava alinhada com a verdade, e aceitei o dever de liderança, mas não consegui me livrar de minhas ansiedades referentes ao meu dever porque eu não tinha resolvido o meu estado. Eu temia ter um desempenho ruim e ser demitida e eliminada, então vivia numa condição de cautela e equívocos. Durante esse tempo, meu estado continuou a deteriorar; faltava inspiração às minhas orações, eu não ganhava nenhuma luz da leitura das palavras de Deus, e não conseguia reunir entusiasmo para o meu dever. Eu estava vivendo em atordoamento total. Em minha dor, clamei a Deus: “Ó Deus! Eu sou tão rebelde; não consigo me submeter diante desse dever. Por favor, guia-me, permite-me conhecer a mim mesma e obedecer”.
Li esta passagem das palavras de Deus depois da minha oração: “Aprecio muito quem não nutre suspeita de outras pessoas e também gosto muito de quem prontamente aceita a verdade; demonstro grande zelo por esses dois tipos de pessoas, porque, a Meu ver, são pessoas honestas. Se for muito enganador, você terá um coração defensivo e pensamentos de suspeita em relação a todos os assuntos e a todas as pessoas, e por isso sua fé em Mim será edificada sobre um fundamento de suspeição. Eu jamais poderia reconhecer tal fé. Sem ter fé genuína, vocês se distanciarão ainda mais do amor real. E, se está propenso a duvidar de Deus e especular sobre Ele a bel-prazer, você, sem dúvida, é a mais enganadora de todas as pessoas. Você especula se Deus pode ser como um ser humano: imperdoavelmente pecaminoso, de caráter mesquinho, desprovido de equidade e razão, carente de um senso de justiça, dado a táticas viciosas, traiçoeiro e astuto, que se agrada com o mal e com a escuridão, e assim por diante. A razão de o homem ter tais pensamentos não é por não ter o menor conhecimento de Deus? Esse tipo de fé nada é senão pecado! Aliás, há até alguns que creem que aqueles que Me agradam não passam de aduladores e bajuladores e que quem carece dessas habilidades não será bem-vindo e perderá seu lugar na casa de Deus. Esse é todo o conhecimento que vocês juntaram nesses anos todos? É isso que vocês ganharam? E o conhecimento que vocês têm sobre Mim não se limita a esses mal-entendidos; ainda pior é a sua blasfêmia contra o Espírito de Deus e o seu aviltamento do Céu. Essa é a razão de Eu dizer que tal tipo de fé como a de vocês apenas os levará a afastar-se ainda mais de Mim e a intensificar sua oposição a Mim” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Como conhecer o Deus na terra”). As palavras de julgamento e revelação de Deus despertaram medo em meu coração, principalmente a parte em que Ele diz: “E o conhecimento que vocês têm sobre Mim não se limita a esses mal-entendidos; ainda pior é a sua blasfêmia contra o Espírito de Deus e o seu aviltamento do Céu”. Isso foi incrivelmente comovente para mim. Estar naquele estado de defesa e ilusões era eu resistindo e blasfemando contra Deus. Pensei em todas as vezes em que fui demitida de um papel de liderança porque não tinha buscado a verdade, só tinha corrido atrás de nome e status, tentando fazer com que as pessoas me adorassem e admirassem. Eu estava numa senda contrária a Deus. Após ser removida da minha posição, foram as palavras de Deus que me levaram a entender a Sua vontade; foram as palavras de Deus que me tiraram do meu fracasso e da minha negatividade. E mesmo depois disso, Deus ainda me deu a chance de continuar cumprindo o meu dever, de buscar a verdade e alcançar Sua salvação ao longo do cumprimento do meu dever. Percebi que Deus não tinha intenção alguma de me expor e eliminar, mas eu estava cheia de especulação e dúvidas, pensando que Deus usaria meu serviço como líder para me expor e Se livrar de mim. Isso era todo um entendimento errado de Deus — era blasfêmia! Isso finalmente comoveu um pouco meu coração rebelde, e eu vi que, embora tivesse sido demitida algumas vezes, eu nunca tinha usado essas experiências como uma oportunidade para buscar a verdade e refletir sobre mim mesma. Em vez disso, meus equívocos sobre Deus e minha cautela só tinham aumentado. Eu me enchi de culpa e remorso.
Li outra passagem das palavras de Deus depois disso: “No instante em que pessoas corruptas ganham status — independentemente de quem sejam — elas se tornam anticristos? (Se elas não buscarem a verdade, elas se tornarão anticristos, mas se elas buscarem a verdade, isso não acontecerá.) Isso não é nada absoluto. Aqueles que seguem a senda dos anticristos seguem essa senda por causa do status? Isso acontece quando as pessoas não seguem a senda correta. Elas têm uma boa senda a seguir, no entanto não a seguem; em vez disso, insistem em seguir a senda maligna. Isso é semelhante a como as pessoas comem: algumas não consomem alimentos que podem nutrir seu corpo e sustentar existência normal, em vez disso, insistem em consumir coisas que prejudicam, acabando atirando em seu próprio pé. Essa não é a sua própria escolha? O que é isso que alguns que serviram como líderes e foram eliminados estão espalhando por aí? ‘Não seja um líder e não permita que ganhe status. As pessoas correm perigo no momento em que ganham status, e Deus exporá essas pessoas! Uma vez que forem expostas, elas não estarão qualificadas nem para serem crentes ordinários e não terão mais qualquer oportunidade’. Isso é coisa que se fale? No melhor dos casos, representa um equívoco sobre Deus; no pior dos casos, é uma blasfêmia contra Ele. Se você não percorre a senda certa, não busca a verdade e não segue o caminho de Deus, mas, em vez disso, insiste em trilhar o caminho dos anticristos e acabar na senda de Paulo, tendo ao final o mesmo desfecho, o mesmo destino de Paulo, ainda acusando a Deus e julgando Deus como injusto, então você não é um exemplar genuíno de um anticristo? Tal comportamento é amaldiçoado!” (Extraído de ‘Para resolver seu caráter corrupto, deve-se ter uma senda específica de prática’ em “As declarações de Cristo dos últimos dias”). Essa passagem das palavras de Deus me mostrou que, quando as pessoas trilham a senda de um anticristo e são eliminadas, isso não ocorre porque foram prejudicadas pelas armadilhas do status. A raiz está na falha em buscar a verdade; a raiz está em buscar constantemente fama e ganho, em se exibir e querer ser adulado, às vezes até a ponto de cometer o mal e impedir o trabalho da igreja. Olhando mais de perto, vi que meus fracassos anteriores não se deviam à minha posição, mas ao fato de eu possuir um caráter arrogante e não buscar a verdade no meu dever. Em vez disso, eu estava buscando nome e status, e não estava cumprindo meus deveres corretamente. Muitos outros irmãos e irmãs também tinham posição de líder, mas trilhavam a senda correta. Eles se concentravam em autorreflexão e autoconhecimento quando revelavam corrupção, experimentavam fracasso ou cometiam uma transgressão; eles se concentravam em buscar a verdade para resolver seu próprio caráter corrupto, em fazer as coisas de acordo com as verdades-princípio. Também se tornavam cada vez mais bem-sucedidos em seu trabalho ao longo do tempo. Ter status realmente mostra as cores verdadeiras de uma pessoa. Para aqueles que buscam a verdade, não importa quão alta seja a posição que ocupam, eles não serão levados a praticar o mal, mas aqueles que não buscam a verdade, estes serão eliminados, no fim, mesmo que não ocupem uma posição de poder. Ganhar um entendimento de tudo isso também me ajudou a perceber por que eu era tão resistente a ser escolhida como líder e por que eu inventava desculpas para não assumir o cargo. Era principalmente porque, mesmo após ser demitida algumas vezes, eu ainda não buscava a verdade nem refletia sobre a raiz dos meus fracassos; em vez disso, pensava que era o status que eu tinha que havia me levado a tropeçar vez após vez. Eu também me agarrava a falácias como “Quanto mais alto, maior a queda” e “Estar no topo é solitário”, como se fossem a verdade. Assim, quando os irmãos e irmãs me escolheram como líder mais uma vez, eu não me submeti e assumi o posto com alegria; em vez disso, tentei proteger a mim mesma, temendo que, se servisse como líder, eu seria exposta e demitida mais uma vez ou que eu acabaria cometendo o mal e sendo expulsa. Como eu era absurda!
Também li isto nas palavras de Deus: “Não há correlação entre o dever do homem e se ele é abençoado ou amaldiçoado. O dever é o que o homem deve cumprir; é sua vocação providencial, e não deveria depender de recompensa, condições ou razões. Só então ele está fazendo o seu dever. Ser abençoado é quando alguém é aperfeiçoado e desfruta das bênçãos de Deus após experimentar julgamento. Ser amaldiçoado é quando o caráter de alguém não muda depois de ter experimentado castigo e julgamento, é quando não experimenta ser aperfeiçoado, mas, sim, punido. Mas, independentemente de ser abençoados ou amaldiçoados, os seres criados devem cumprir seu dever, fazer o que devem fazer e fazer o que são capazes de fazer; isso é o mínimo que uma pessoa, uma pessoa que busca a Deus, deveria fazer. Você não deve fazer o seu dever apenas para ser abençoado e não deve se recusar a agir por medo de ser amaldiçoado. Deixe-Me dizer-lhes uma coisa só: o desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Vi nas palavras de Deus que o dever de uma pessoa não é o fator que determina se ela acabará sendo abençoada ou amaldiçoada; na verdade, isso se baseia principalmente em se ela busca a verdade em seu dever, se ela acaba ganhando a verdade e alcançando uma mudança de caráter. Eu senti tanta vergonha à luz das palavras de Deus e vi que, em todos os anos da minha fé, eu só tinha corrido atrás do meu futuro e destino pessoais como uma louca. No início, achava que ocupar uma posição de liderança na casa de Deus me concederia a estima dos outros e a aprovação de Deus, que eu acabaria sendo abençoada e tendo um bom destino final. Isso me levou a me esforçar com entusiasmo, a sofrer pelo meu dever. Mas após ser demitida diversas vezes, fiquei com medo de ser exposta e eliminada como líder, então fiquei relutante em assumir esse dever. Percebi que eu estava cumprindo meu dever de modo transacional, a fim de garantir que Deus me daria um bom destino. Eu até queria que Deus garantisse pessoalmente que eu seria salva antes de me dispor a fazer alguns sacrifícios e despender algum esforço. Rejeitei a comissão de Deus para mim a fim de me proteger, distorcendo a lógica e procurando desculpas, dizendo que eu temia obstruir o trabalho da igreja. Até pensava que estava sendo perfeitamente sensata — era exatamente o oposto! Àquela altura, eu me senti muito mal quando li isto nas palavras de Deus: “O desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia”. Era simplesmente um fato que eu carecia da verdade-realidade e que a minha estatura era inadequada. Deus estava me dando a chance de agir como líder não porque eu era capaz de assumir esse papel, mas na esperança de que eu buscaria a verdade através do desempenho do meu dever, que eu trabalharia em minhas falhas pessoais e conseguiria cumprir meu dever satisfatoriamente. Em vez disso, eu era egoísta e desprezível, pensava apenas em mim mesma, temendo que, se eu fosse exposta e substituída como líder, eu perderia um bom desfecho e destino. Assim, quebrei a cabeça para sair dessa. Eu era incrivelmente rebelde — como eu podia alegar que tinha um pingo de submissão a Deus?
Li algumas outras passagens das palavras de Deus em minha busca: “O trabalho de Pedro foi o cumprimento do dever de uma criatura de Deus. Ele não trabalhou no papel de apóstolo, mas trabalhou enquanto buscava o amor a Deus. O curso do trabalho de Paulo também continha a sua busca pessoal: a sua busca era por causa de nada além de suas esperanças para o futuro e seu desejo de um bom destino. Ele não admitiu refinamento durante seu trabalho, como não admitiu poda nem tratamento. Ele acreditava que, desde que seu trabalho satisfizesse o desejo de Deus e tudo o que ele fizesse agradasse a Deus, no final haveria uma recompensa o aguardava. Não houve experiências pessoais no seu trabalho — tudo foi feito por causa do próprio trabalho, não realizado no contexto da busca de mudança. Tudo no trabalho dele foi uma transação, sem nada do dever ou da submissão de uma criatura de Deus. Não houve mudança alguma no antigo caráter de Paulo durante o decurso de seu trabalho. Seu trabalho foi meramente de serviço a outros, e era incapaz de provocar mudanças no caráter dele. Paulo realizou o seu trabalho diretamente, sem ter sido tratado nem tornado perfeito, e ele foi motivado por recompensa. Pedro foi diferente: ele era alguém que passara por poda, tratamento e refinamento. O propósito e a motivação do trabalho de Pedro eram essencialmente diferentes dos de Paulo” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O sucesso ou o fracasso dependem da senda que o homem percorre”). “Como criatura de Deus, o homem deve procurar cumprir o dever de uma criatura de Deus e buscar amar a Deus sem fazer outras escolhas, pois Deus merece o amor do homem. Os homens que buscam amar a Deus não devem buscar quaisquer benefícios pessoais nem buscar aquilo que pessoalmente anseiam; este é o meio de busca mais correto. Se o que você busca é a verdade, se o que põe em prática é a verdade e se o que obtém é uma mudança em seu caráter, então a senda que você trilha é a correta. Se o que você busca são as bênçãos da carne, o que põe em prática é a verdade de suas próprias noções e se não há mudança alguma em seu caráter, se você não é nada obediente a Deus na carne e ainda vive na incerteza, o que você busca seguramente o levará ao inferno, pois a sua senda é a senda do fracasso. Ser tornado perfeito ou eliminado depende da sua própria busca, o que também é dizer que o sucesso ou o fracasso depende da senda percorrida pelo homem” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O sucesso ou o fracasso dependem da senda que o homem percorre”). A leitura dessas passagens me ajudou a entender melhor a senda de Pedro ao sucesso e a senda de Paulo ao fracasso. Vi que Pedro buscava cumprir o dever de um ser criado, e ele se submeteu a Deus, independentemente de seu dever lhe trazer bênçãos ou não. Ele agiu como uma testemunha retumbante de Deus, obediente até a morte. Paulo, por sua vez, buscava bênçãos e recompensas, e seu trabalho árduo era para ganhar uma coroa de justiça. Ele usou seu trabalho como capital para negociar com Deus, trilhando a senda de um anticristo, e, no fim, ganhou a punição de Deus. Quando refleti sobre mim mesma, vi que, na minha fé, eu não estava tentando cumprir o dever de um ser criado, mas que estava fazendo isso em troca de bênçãos e um bom destino. Eu também queria pagar o menor preço possível em troca das bênçãos do reino dos céus. Quando vi que o dever de liderança envolve grandes responsabilidades, pensei que, se eu acabasse obstruindo o trabalho da casa de Deus, eu perderia minha chance de ter um bom desfecho e destino. Era por isso que eu resistia muito a isso. Eu não estava exatamente na mesma senda de fracasso de Paulo? Por meio da minha fé, eu tinha vindo a desfrutar de tantas verdades expressadas por Deus, mas jamais me ocorreu retribuir algo. Em vez disso, eu apenas tentava descobrir qual seria o meu futuro, sendo calculista e tentando enganar a Deus. Eu era tão egoísta, desprezível, astuta e maligna! Após perceber isso, eu não quis mais viver desse jeito; realmente quis seguir o exemplo de Pedro e entrar na senda de buscar a verdade, entregar-me a Deus e me submeter ao Seu governo e arranjos.
Dou graças a Deus pelo julgamento e castigo de Suas palavras, que corrigiram minha noção falsa de que “Estar no topo é solitário” e que me permitiram ver claramente que eu estava na senda errada na minha fé, na senda de buscar bênçãos, e ganhar algum entendimento da minha natureza satânica ardilosa. A partir de então, parei de tentar escapar do meu dever como líder e assumi a responsabilidade. Comecei a me concentrar na busca da verdade e a procurar cumprir meu dever como um ser criado.