Reflexões após ser dispensado

07 de Fevereiro de 2025

Por Fang Hui, China

Em abril de 2021, eu estava regando novos crentes na igreja. Quando desempenhei esse dever pela primeira vez, eu tinha um senso de fardo e prestava atenção em trabalhar duro nos princípios. Sempre que me deparava com problemas que não entendia, eu orava e buscava, comunicando-me frequentemente com meus irmãos. Gradualmente, captei alguns dos princípios e meu trabalho começou a produzir resultados. Alguns meses depois, à medida que cada vez mais pessoas buscavam e investigavam o verdadeiro caminho, muitas aceitaram a obra de Deus dos últimos dias. Para que esses novos crentes fossem regados o mais rápido possível, o líder me encarregou de mais três grupos deles. Quando vi que havia muitos outros novos crentes, recusei a ideia, pensando: “Já tenho muito com que me preocupar com os grupos de novos crentes que estou regando atualmente, que têm muitas noções, problemas e dificuldades que precisam ser resolvidos. Às vezes, são necessárias repetidas comunhões para obter resultados com eles. Agora que há muito mais crentes, será necessário muito tempo e esforço para regar todos eles adequadamente para que eles possam estabelecer uma base firme no verdadeiro caminho. Isso é trabalhoso demais. Como poderei dar conta disso fisicamente se as coisas continuarem assim? Já estou em péssima forma! Quando eu adoecer de exaustão, estarei realmente em apuros”. Eu sabia que a supervisora estava regando os novos crentes há muito tempo e tinha uma firme compreensão dos princípios dessa tarefa, por isso, disse a mim mesma: “Para problemas mais complicados no futuro, eu deveria simplesmente pedir à supervisora que os resolvesse. Assim, eu não precisaria me esforçar para procurar as palavras de Deus e as comunicar aos novos crentes. Não apenas os problemas deles poderiam ser rapidamente resolvidos, mas eu ainda teria um pouco de descanso e economizaria tempo e esforço. Isso não seria ter o melhor dos dois mundos?”. Assim, daquele momento em diante, sempre que eu estava regando novos crentes e encontrava dificuldades ou problemas que não conseguia enxergar com clareza, eu não buscava as verdades princípios, mas, em vez disso, descarregava os problemas diretamente na supervisora e pedia para ela fazer a comunhão e os resolver.

Em uma reunião, a supervisora me expôs: “O que está acontecendo com você ultimamente? Você não está sendo diligente em seu dever. Toda vez que um novo crente se depara com um problema ou uma dificuldade, você não busca a verdade para resolvê-lo, mas simplesmente me pede para que eu a comunique. Dessa forma, talvez você não precise sofrer fisicamente, mas será que pode ganhar a verdade? Se você desempenhar seu dever sem nenhum senso de fardo e continuar a cobiçar os confortos da carne, é fácil perder a obra do Espírito Santo e, cedo ou tarde, você será revelada e eliminada. Você deve refletir cuidadosamente sobre si mesma!”. Ao ouvir as palavras da supervisora, fiquei chateada e contrita, percebendo que era realmente perigoso continuar como eu estava. Então, orei a Deus, pedindo que Ele me guiasse para eu refletir e ganhar um entendimento melhor sobre mim mesma.

Um dia, li uma passagem das palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Não importa o trabalho que algumas pessoas façam ou o dever que desempenhem, elas são incompetentes nele, não conseguem assumi-lo, elas são incapazes de cumprir qualquer uma das obrigações ou responsabilidades que uma pessoa deve cumprir. Elas não são lixo? Elas ainda são dignas de ser chamadas de humanas? Com exceção dos simplórios, dos incompetentes mentais e daqueles que sofrem de deficiências físicas, existe alguém que não deva desempenhar seus deveres e cumprir suas responsabilidades? Mas esse tipo de pessoa é sempre escorregadio e desleixado, e não deseja cumprir suas responsabilidades; a implicação é que ele não deseja ser um ser humano adequado. Deus lhe deu a oportunidade de ser um ser humano, e Ele lhe deu dons e calibre, entretanto ele não consegue usá-los ao desempenhar seu dever. Ele não faz nada, mas deseja desfrutar de prazer a cada passo. Pessoas como essas estão aptas a ser chamadas de humanas? Não importa que trabalho lhes seja dado — seja ele importante ou comum, difícil ou simples —, elas são sempre perfunctórias, evasivas e desleixadas. Quando surgem problemas, tentam empurrar a responsabilidade para outras pessoas, não assumindo nenhuma responsabilidade, e querem continuar com sua vida de parasita. Elas não são um lixo inútil? Na sociedade, quem é que não tem que depender de si mesmo para ganhar a vida? Quando a pessoa chega à idade adulta, ela deve prover para si mesma. Seus pais cumpriram a responsabilidade deles. Mesmo se os pais estivessem dispostos a sustentá-la, ela não se sentiria à vontade com isso. Ela deveria ser capaz de entender que seus pais completaram a missão deles de criá-la, e que ela é um adulto com corpo saudável e deveria ser capaz de viver independentemente. Esse não é o mínimo de razão que um adulto deveria ter? Se uma pessoa realmente tem razão, ela não consegue de forma alguma viver na aba dos pais; ela teria medo de ser zombada pelos outros, de passar vergonha. Então, alguém que ama tranquilidade e odeia trabalho tem razão? (Não.) Ele quer sempre algo de graça; ele deseja nunca cumprir responsabilidade nenhuma, querendo que doces caíssem do céu diretamente em sua boca; ele sempre quer receber três refeições por dia, ter alguém que o sirva e apreciar comida e bebida boa sem mexer um dedo sequer. Não é essa a mentalidade de um parasita? E as pessoas que são parasitas têm consciência e razão? Têm integridade e dignidade? De forma alguma. Todas elas são aproveitadoras imprestáveis, animais sem consciência nem razão. Nenhuma delas está apta a permanecer na casa de Deus(A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (8)”). Ao refletir sobre mim mesma com relação às palavras de Deus, reconheci que minha atitude quanto ao meu dever era muito desdenhosa e perfunctória. Eu não conseguia nem mesmo cumprir as responsabilidades e obrigações que deveria cumprir. Eu realmente não era diferente de lixo. Toda vez que minha carga de trabalho aumentava e eu precisava sofrer e pagar um preço, minha primeira consideração era a minha carne. Eu achava que, como havia mais crentes novos para regar, haveria mais problemas com que lidar e para resolver. Se eu tivesse que comunicar pacientemente com cada novo crente e apoiá-lo, teria muito com que me preocupar e me cansaria. Eu tinha medo de sofrer e ficar doente de exaustão, então comecei a agir de forma negligente e perfunctória. Sempre que me deparava com um problema minimamente complicado, eu o descarregava diretamente em minha supervisora, sem fazer nenhum esforço para buscar a verdade e resolvê-lo. Eu realmente era egoísta e enganosa! Eu só me preocupava em ficar ociosa e não me cansar fisicamente. Não pensava nem um pouco no trabalho e nas dificuldades das outras pessoas, ou se meu comportamento atrasaria o desempenho dos deveres dos outros. Embora dessa forma minha carne estivesse ociosa e não sofresse muito, minha vida não estava progredindo nada porque eu não estava buscando a verdade, então o que eu poderia realmente ganhar no fim? Será que não estava me prejudicando? Deus diz que as pessoas preguiçosas e ardilosas são lixo inútil, e o lixo não é detestado e rejeitado, e eliminado por Deus? Com esse pensamento, senti um pouco de remorso e medo, então orei a Deus dizendo que queria mudar minha atitude em relação aos meus deveres e desempenhá-los com diligência.

Depois disso, sempre que encontrava dificuldades ao regar novos crentes, eu orava conscientemente e confiava em Deus, buscava a verdade e a comunicava pacientemente para resolver suas dificuldades, em vez de descarregá-las em outras pessoas. Mas alguns dos novos crentes tinham fortes noções religiosas às quais, em alguns casos, se apegavam com tanto fervor que eu precisava me comunicar com eles várias vezes para que eles as largassem. Depois de um tempo, isso começou a me preocupar e a consumir grande parte da minha energia. Nesse momento, me senti um pouco agitada e pensei comigo mesma: “Se as coisas continuarem assim, quanto esforço terei de despender para regar adequadamente os novos crentes? Isso é muito cansativo. Posso simplesmente procurar alguma passagem relevante das palavras de Deus à luz de suas noções, enviá-la aos novos crentes e deixar que eles a leiam, depois, comunicar-me com eles se houver algo que não entendam. Isso acabaria com algumas de minhas preocupações”. Mas, sempre que fazia isso, eu me sentia um pouco inquieto. “Já é bastante difícil fazer com que eles abandonem suas noções, mesmo quando eu me comunico com eles, frente a frente, em grandes detalhes”, disse a mim mesma. “Se eu simplesmente deixar que eles leiam tudo sozinhos, como poderão entender? Ah, tanto faz. Vou simplesmente deixar a comunhão para quando os problemas acontecerem.” Dessa forma, larguei tudo sem pensar muito no assunto. Depois de um tempo, alguns novos crentes não queriam mais se reunir porque suas noções religiosas não tinham sido resolvidas prontamente, e alguns até pararam de crer e desistiram depois de serem desorientados e perturbados por pastores e presbíteros. Quando vi esse tipo de coisa acontecendo, me senti um pouco culpada, mas depois pensei: “A responsabilidade não é toda minha. Eu lhes enviei passagens relevantes das palavras de Deus para lerem; acontece que esses novos crentes são arrogantes e presunçosos demais. Eles estão sempre aderindo obstinadamente às suas próprias noções e não aceitam a verdade, por isso não posso fazer nada para ajudá-los”. Porque eu tinha sido persistentemente preguiçosa e perfunctória no desempenho do meu dever, senti que Deus tinha ocultado Sua face de mim, e meus pensamentos ficaram cada vez mais turvos. Eu não conseguia enxergar uma solução para muitos problemas, e minha comunhão com os novos crentes era monótona e entediante. O desempenho do meu dever se tornou trabalhoso e os resultados estavam ficando cada vez piores. Mais tarde, a supervisora percebeu que meu estado não tinha mudado e estava afetando seriamente meu dever, então ela me pediu para parar de desempenhá-lo e, em vez disso, praticar devocionais espirituais para refletir sobre mim mesma. Quando ouvi isso, entrei em colapso e as lágrimas começaram a escorrer incontrolavelmente pelo meu rosto. Eu sabia muito bem que essa era a consequência de eu considerar demais a carne e ser persistentemente perfunctória ao desempenhar meu dever. Achei que estava acabada. Eu tinha sido suspensa do meu dever exatamente quando a obra de Deus estava chegando ao fim. Eu não estava sendo eliminada? Aqueles poucos dias foram uma provação e eu não conseguia comer nem dormir direito. Em meio à minha angústia, me ajoelhei e orei sinceramente a Deus: “Ó, Deus, sei que meu comportamento faz com que Tu me detestes e me odeies, mas quero me arrepender. Por favor, me esclarece e me guia para que eu ganhe uma compreensão maior de mim mesma”. Depois de orar, li uma passagem das palavras de Deus: “Há algumas pessoas que não estão dispostas a sofrer nem um pouco em seus deveres, que sempre reclamam toda vez que encontram um problema e se recusam a pagar um preço. Que tipo de atitude é essa? É uma atitude perfunctória. Se você desempenhar seu dever de forma perfunctória e abordá-lo com uma atitude irreverente, qual será o resultado? Você desempenhará seu dever de forma ruim, embora você seja capaz de desempenhá-lo bem — seu desempenho não estará à altura do padrão, e Deus ficará muito insatisfeito com a atitude que você tem em relação ao seu dever. Se você pudesse ter orado a Deus, buscado a verdade e investido todo o coração e toda a mente nisso, se você pudesse ter cooperado desse jeito, Deus teria preparado tudo para você de antemão, de modo que, quando você estava lidando com os assuntos, tudo teria se encaixado, e você teria obtido resultados bons. Você não teria precisado exercer muita energia; quando você fizesse de tudo para cooperar, Deus já teria arranjado tudo para você. Se você for escorregadio e negligente, se não desempenhar adequadamente de seu dever e sempre seguir a senda errada, Deus não agirá em você; você perderá essa oportunidade, e Deus dirá: ‘Você não presta; não posso usá-lo. Vá e saia do caminho. Você gosta de ser matreiro e negligente, não gosta? Gosta de ser preguiçoso e de ficar numa boa, não gosta? Pois bem, fique numa boa para sempre!’. Deus dará essa graça e essa oportunidade a outra pessoa. O que vocês acham: isso é perda ou ganho? (Perda.) É uma perda enorme!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que Deus não faz grandes exigências às pessoas; Ele simplesmente quer que elas desempenhem seu dever de todo o coração, da melhor forma possível. Desde que desempenhem seus deveres da melhor forma possível, elas serão aprovadas por Deus. Quanto às pessoas que sempre agem sem se envolver — pessoas que são astutas e oportunistas, e procuram ficar ociosas e confortáveis em vez de fazer o que devem e podem fazer — pessoas assim são detestadas e rejeitadas por Deus e não serão salvas por Ele. Contemplando as palavras de Deus e olhando para trás em minhas ações, eu não era o tipo de pessoa que Deus detestava e rejeitava? Era uma honra para mim ser encarregada pela igreja de regar os novos crentes. Como foi significativo poder desempenhar um dever tão importante nesse momento crítico, em que o evangelho do reino de Deus estava se espalhando! Mas eu tinha sido ingrata, perfunctória em meus deveres, e sempre cobicei o conforto. Com um pouco de esforço e sacrifício, eu poderia ter feito um bom trabalho de regar os novos crentes, mas eu não queria passar por mais essa dificuldade. Embora eu estivesse ciente de que os novos crentes teriam um entendimento limitado se lessem a palavra de Deus por conta própria, ainda assim eu não queria me comunicar com eles. Como resultado, alguns novos crentes não quiseram participar das reuniões porque suas noções religiosas não tinham sido resolvidas, e alguns foram desorientados e perturbados por pastores e presbíteros, o que fez com que se afastassem da fé. Somente agora que os fatos foram expostos é que reconheci que eu não estava desempenhando nem um pouco o meu dever, mas sim interrompendo e perturbando o trabalho da igreja. Naquela época, eu não me reconhecia de jeito nenhum. Em vez disso, fugia da responsabilidade e culpava os novos crentes pelos problemas. Como eu era irresponsável! Como isso não poderia fazer com que Deus me detestasse e me odiasse? Percebi que a igreja tinha me designado um trabalho tão importante como esse na esperança de que eu pudesse cumprir minhas responsabilidades e regar os novos crentes adequadamente, para que eles pudessem estabelecer uma base firme no verdadeiro caminho o mais rápido possível e aceitar a salvação de Deus. No entanto, eu tinha sido preguiçosa, evasiva e tinha a única intenção de me esconder, desfrutando de uma vida de lazer e fazendo o mínimo possível sempre que podia. Não considerei nem um pouco a intenção de Deus, e não conseguia nem mesmo cumprir meu dever. Como eu pude ser tão desprovida de razão e consciência assim? Até mesmo os cães sabem como ser leais ao dono e cuidar da casa, enquanto eu estava desfrutando da abundante provisão de Deus e, ainda assim, não conseguia nem cumprir minhas próprias responsabilidades. Será que eu era digna de ser chamada de humano? O caráter de Deus é justo e inofendível. Foi por minha própria culpa que fui dispensada e impedida de desempenhar meu dever. Eu tinha arruinado a oportunidade de desempenhar meu dever e obter a verdade.

Mais tarde, li outra passagem da palavra de Deus Todo-Poderoso que diz: “A fim de alcançar um entendimento das naturezas, além de desenterrar as coisas de que as pessoas gostam em sua natureza, vários dos aspectos mais importantes pertencentes a sua natureza também precisam ser desenterrados. Por exemplo, os pontos de vista das pessoas sobre coisas, os métodos e os objetivos das pessoas na vida, os valores e as perspectivas de vida das pessoas, bem como as opiniões e as ideias sobre todas as coisas relativas à verdade. Todas essas coisas estão no fundo da alma das pessoas e estão diretamente relacionadas à transformação do caráter. Qual, então, é a perspectiva de vida da humanidade corrupta? Pode-se dizer que seja esta: ‘cada um por si e o demônio pega quem fica por último’. Todas as pessoas vivem para si mesmas; para ser franco, elas vivem para a carne. Vivem apenas para colocar comida na boca. Em que essa existência difere da existência dos animais? Não há valor nenhum e ainda menos sentido em viver assim. A perspectiva de vida de uma pessoa trata daquilo em que você confia para viver no mundo, aquilo para o que você vive e como você vive — e tudo isso são coisas que têm a ver com a essência da natureza humana. Por meio da dissecção da natureza das pessoas, você verá que todas as pessoas resistem a Deus. Todas elas são diabos e não existe pessoa genuinamente boa. Somente pela dissecção da natureza das pessoas você poderá conhecer verdadeiramente a corrupção e a essência do homem e entender ao que as pessoas realmente pertencem, do que as pessoas verdadeiramente carecem, com o que elas devem ser equipadas e como deveriam viver uma semelhança humana. Não é fácil dissecar verdadeiramente a natureza de uma pessoa e não pode ser feito sem experimentar as palavras de Deus ou ter experiências verdadeiras(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “O que deveria ser conhecido sobre a transformação do caráter”). Ler as palavras de Deus me fez perceber que as filosofias e leis satânicas, como “cada um por si e o demônio pega quem fica por último”, “hoje, beba o vinho de hoje e, amanhã, preocupe-se com o amanhã” e “viva a vida no piloto automático”, tinham me envenenado muito profundamente. Viver de acordo com essas regras me tornou extremamente egoísta, desprezível, traiçoeira e enganosa. Não importava o que fizesse, eu só considerava meus próprios interesses físicos, cobiçava o conforto, desprezava a labuta e não tinha nenhum senso de fardo ou responsabilidade ao desempenhar meu dever. Eu vivia o dia a dia sem nenhuma meta ou direção, minha vida não tinha o menor valor nem significado. Pensando no passado, antes de crer em Deus, eu dava muita importância à carne e cobiçava o conforto. Não importava o que fizesse, sempre que possível eu o fazia de maneira perfunctória, fazendo o que fosse preciso para satisfazer meus próprios interesses carnais, e vivendo uma vida desprezível e miserável. Mesmo depois de começar a crer em Deus, eu ainda vivia de acordo com essas visões falaciosas. Sempre que ficava sobrecarregada de deveres, que exigiam que eu sofresse e pagasse um preço, eu tinha medo do esforço físico e procurava constantemente descarregar as tarefas laboriosas e mentalmente desgastantes em outras pessoas. Eu não queria me preocupar nem me incomodar mais do que o necessário. Como eu era negligente em meu dever, os problemas dos novos crentes não eram resolvidos prontamente, o que fez com que alguns deles não quisessem se reunir, e isso, por sua vez, perturbou e prejudicou o trabalho de rega. Percebi que estava vivendo de acordo com as filosofias e leis satânicas, totalmente desprovida de razão e consciência. Eu era egoísta, desprezível e só me preocupava comigo mesma. Eu nem sequer considerava se as dificuldades dos novos crentes poderiam ser resolvidas ou se eles sofriam perdas em sua entrada na vida. Eu estava vivendo em um estado de deleite no conforto, rebelando-me contra Deus e resistindo a Ele sem nem mesmo saber disso. Como isso era perigoso! Nesse momento, li esta passagem da palavra de Deus: “Deus não dá às pessoas um fardo pesado demais de suportar. Se você consegue carregar 50 quilos, Deus certamente não lhe dará um fardo mais pesado do que 50 quilos. Ele não pressionará você. É assim que Deus é com todos. E você não será constrangido por nada — por nenhuma pessoa nem por nenhum pensamento ou opinião. Você é livre(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (15)”). As cargas que Deus dá às pessoas são todas coisas que elas podem suportar e podem ser alcançadas com apenas um pouco de esforço. Às vezes, pode haver mais novos crentes a serem regados do que o normal, com mais problemas e dificuldades correspondentes que exigem mais tempo e energia para buscar a verdade e a comunhão para resolvê-los, mas, com um pouco mais de esforço e sacrifício, posso acompanhar o ritmo. Isso não me fará entrar em colapso nem adoecer de exaustão de forma alguma. Durante as reuniões, meus irmãos geralmente comunicam o fato de que desempenhar nossos deveres é uma boa oportunidade para entendermos a verdade. Encontramos vários problemas e dificuldades no desempenho de nossos deveres, mas, ao buscar a verdade, podemos aprender lições com eles e gradualmente entender algumas verdades e entrar na verdade realidade. Mas eu sempre achei que era muito cansativo desempenhar meu dever dessa forma e até me preocupava com a possibilidade de adoecer de exaustão, tudo porque eu cobiçava muito o conforto e não tinha vontade de sofrer. Por isso, eu reclamava e resmungava quando ia desempenhar meu dever, negligenciava meu trabalho e até falhava em cumprir minhas responsabilidades. Finalmente, percebi que viver de acordo com as filosofias satânicas seria apenas um desperdício de minha vida e, no fim, só me prejudicaria e me arruinaria. Essa percepção me fez sentir um pouco de medo, então orei a Deus: “Ó Deus, obrigada por Teu esclarecimento e orientação, que me fizeram entender um pouco melhor a mim mesma e ver claramente os danos e as consequências de viver de acordo com filosofias satânicas. Também percebi que Teu caráter justo não pode ser ofendido. Ó Deus, quero me arrepender. De agora em diante, desempenhararei meu dever com os dois pés no chão. Não serei mais perfunctória no meu dever nem Te ferirei”.

Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus que me tocou profundamente. As palavras de Deus dizem: “Cada palavra e frase que Deus tinha professado estava inscrita no coração de Noé como palavras gravadas numa tábua de pedra. Sem dar atenção às mudanças no mundo exterior, à zombaria das pessoas em sua volta, às adversidades envolvidas ou às dificuldades que encontrou, ele perseverou o tempo todo naquilo que Deus lhe confiara, jamais desesperando nem pensando em desistir. As palavras de Deus estavam inscritas no coração de Noé e tinham se tornado sua realidade cotidiana. Noé preparou cada um dos materiais necessários para a construção da arca, o formato e as especificações da arca ordenadas por Deus aos poucos ganharam forma com cada batida cuidadosa do martelo e cinzel de Noé. Em chuva e vento, e não importando como as pessoas gozassem dele ou o caluniassem, a vida de Noé procedeu dessa maneira, ano após ano. Secretamente, Deus observou cada ação de Noé, sem jamais dirigir outra palavra a ele, e Seu coração se comoveu com Noé. Noé, porém, não sabia nem sentia isso; do início ao fim, ele simplesmente construiu a arca e reuniu cada espécie de criatura viva, em lealdade inabalável às palavras de Deus. No coração de Noé, as palavras de Deus foram a instrução mais elevada que ele devia seguir e executar, e eram sua orientação e objetivo vitalícios. Assim, não importava o que Deus lhe dissesse, não importava o que Deus exigisse dele e ordenasse que ele fizesse, Noé o aceitou completamente e o acolheu no coração; ele considerou isso a coisa mais importante de sua vida, e lidou com isso nesse sentido. Ele não só não esqueceu, ele não só guardou no coração, mas também realizou no dia a dia, usando sua vida para aceitar e executar a comissão de Deus. E dessa maneira, prancha após prancha, a arca foi construída. Cada gesto de Noé, cada um de seus dias era dedicado às palavras e aos mandamentos de Deus. Pode não ter parecido que Noé estava realizando um empreendimento muito importante, mas, aos olhos de Deus, tudo que Noé fazia, até cada passo que tomava para alcançar algo, cada trabalho executado por sua mão — todos eram preciosos, merecedores de serem lembrados e dignos de imitação por essa humanidade. De modo inabalável, Noé aderiu ao que Deus tinha confiado a ele. Ele era inabalável em sua crença de que cada palavra professada por Deus era verdadeira; ele não tinha dúvida disso. E, como resultado, a arca foi completada, e cada espécie de criatura viva foi capaz de viver nela(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Excurso dois: Como Noé e Abraão obedeceram às palavras de Deus e se submeteram a Ele (parte 1)”). Fiquei muito comovida com a atitude de Noé em relação à comissão de Deus. Deus disse a Noé para construir a arca, e ele foi totalmente obediente e submisso, deixando para trás todos os prazeres da carne para cumprir a comissão de Deus. Embora a construção da arca tenha sido difícil, Noé tinha fé em Deus e não tinha medo do sofrimento. Ele persistiu diante de todas as dificuldades e privações, cumprindo, por fim, a comissão de Deus e recebendo Sua aprovação. Em comparação com Noé, percebi que me faltava humanidade, que era desleal e desobediente em meu dever, preguiçosa e enganosa. Tudo o que eu fazia era cobiçar os confortos da carne, em vez de assumir meu dever como uma responsabilidade devida e dar o melhor de mim para desempenhá-lo bem. Se as coisas continuassem assim, minha carne ficaria tranquila, livre de sofrimento e cansaço, mas eu não ganharia a verdade. Sem a verdade, eu não seria um cadáver ambulante? Qual é o sentido de viver assim? Reconhecendo que minha atitude em relação ao meu dever era tão desdenhosa, e que não havia como reparar as perdas que eu tinha causado ao trabalho da igreja, fiquei cheia de remorso e contrição. Secretamente, decidi que não poderia mais me entregar à carne. Eu tinha de seguir o exemplo de Noé, desempenhar meu dever de todo o coração e assumir minha responsabilidade pessoal de confortar o coração de Deus, independentemente das dificuldades que eu encontrasse.

Um mês depois, o líder decidiu que eu deveria voltar a regar os novos crentes. Fiquei grata e decidi que, desta vez, com certeza, eu desempenharia adequadamente o meu dever e pararia de fazer as coisas com base em caracteres corruptos. Preocupada com a possibilidade de voltar aos meus velhos hábitos, orava com frequência a Deus, pedindo que Ele me guiasse e me escrutinasse, e frequentemente me lembrava de tratar meu dever com diligência. Depois disso, sempre que realizava reuniões com novos crentes, eu me comunicava pacientemente com eles com base em seus problemas e dificuldades, ajudando-os a entender a verdade e a resolver suas noções religiosas. Nas raras ocasiões em que a comunhão repetida falhou em alcançar resultados, eu pensava no que poderia dizer para fazer com que entendessem. Gradualmente, meu trabalho começou a produzir resultados, o que fez com que eu me sentisse à vontade e em paz.

O fato de ter sido dispensada permitiu que eu entendesse melhor minha natureza satânica e mudou minha atitude em relação ao desempenho do meu dever. Vi claramente que as consequências de ser perfunctória em relação ao dever e não buscar a verdade são a perdição e a destruição, e tive algum temor a Ele em meu coração. Tudo isso aconteceu por causa do esclarecimento e da orientação de Deus. Graças a Deus!

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

Conteúdo relacionado

Um bom amigo faz vista grossa?

Por Ding Li, Estados Unidos A irmã Bárbara e eu nos conhecíamos havia dois anos, e tínhamos desenvolvido uma conexão muito forte, e sempre...

Meus dias em cativeiro

Por Yang Qing, China Em julho de 2006, eu aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias. Meu marido apoiava minha crença em Deus e...

Conecte-se conosco no Messenger