Largando o sentimento de dívida para com meu filho

19 de Outubro de 2024

Por Xin Cheng, China

Quando eu era jovem, além de minha mãe ser responsável pelo que comíamos e pelo que vestíamos, ela também tinha de ir trabalhar no campo. Quando terminava o trabalho, ela tinha de voltar e realizar as tarefas domésticas. Por causa disso, eu achava que as mulheres tinham de viver assim para serem boas esposas e mães amorosas. Depois que me casei, assim como minha mãe, eu preparava três refeições por dia para meu marido e meu filho, cuidava de suas necessidades básicas e realizava todas as tarefas domésticas. No entanto, quando meu filho tinha um ano de idade, meu marido morreu num acidente de carro. Na época, eu estava sofrendo muito e achava que a vida não tinha mais sentido, mas continuei vivendo pelo meu filho. Para dar ao meu filho uma família completa, me casei com meu segundo marido. Ver que ele era muito carinhoso com meu filho trouxe um certo conforto ao meu coração. Depois de aceitar a obra de Deus dos últimos dias, eu me reunia com frequência e comia e bebia as palavras de Deus com os irmãos. Passei a entender algumas verdades e comecei a desempenhar meu dever. Mais tarde, como era sabido na vila que eu acreditava em Deus, a polícia começou a me vigiar, e tive de sair de casa para desempenhar meu dever. Confiei meu filho aos cuidados do meu marido e dos pais dele. Enquanto eu estava fora, desempenhando meu dever, sentia muita saudade do meu filho e sempre senti que não estava cumprindo minha responsabilidade como mãe. Eu ansiava pelo momento em que, se as circunstâncias permitissem, eu poderia voltar para casa e pagar minha dívida com meu filho.

Em julho de 2023, fiz uma viagem secreta para casa e descobri que meu marido já havia pedido o divórcio. Ele também disse que meu filho não estava se esforçando muito e que não conseguiria manter um emprego por muito tempo, e que se eu continuasse a não discipliná-lo, seria o fim dele. Meus pais me culparam por não cuidar do meu filho e atrasar suas perspectivas de futuro. Ao ouvir isso, pensei comigo mesma: “Se eu ficar em casa e pressioná-lo um pouco, será que ele não vai começar a se preocupar com as questões apropriadas e conseguir trilhar a senda correta?”. Olhando para a situação do meu filho e enfrentando as críticas das pessoas ao meu redor, me senti ainda mais culpada em relação ao meu filho. Um dia, minha tia visitou minha casa e disse que minha prima tinha ajudado o filho dela a abrir uma loja que vendia frango assado. No entanto, ele achava que o trabalho era ruim demais e ficava em casa jogando videogame o dia todo. Não importava o que minha prima dissesse, ele não ouvia. Ao ouvir a história da minha tia, me lembrei de uma passagem das palavras de Deus: “‘Quando crianças não seguem a senda correta, isso tem a ver com seus pais’ é incorreto. Não importa quem seja, uma pessoa é a senda que ela trilha. Isso está fora de dúvida? (Sim.) A senda que uma pessoa trilha determina o que ela é. A senda que ela trilha e o tipo de pessoa que é são problemas dela. Isso é ordenado, inato e relacionado a sua natureza. Então, que papel os ensinamentos do pai de uma pessoa representam? Isso faz diferença na natureza delas? (Não.) Aquilo que as pessoas aprendem com a mãe e o pai não faz diferença em sua natureza; isso não pode decidir a senda que uma pessoa toma. O que é que os pais conseguem ensinar? Tudo o que podem ensinar aos filhos são certos comportamentos simples para o dia a dia, alguns pensamentos e princípios de comportamento rudimentares; isso tem alguma relação com os pais. Antes de os filhos crescerem, os pais fazem o que devem fazer: ensinam-nos a trilhar a senda correta, a estudar muito, a tentar ser bem-sucedidos quando crescerem, a não fazer coisas ruins, a não serem pessoas más. As responsabilidades dos pais também incluem garantir que os filhos sigam normas de comportamento, orientando-os a ser educados e a cumprimentar os mais velhos, ensinando-lhes coisas tais que têm a ver com o comportamento. A influência dos pais abrange cuidar dos filhos e ensinar-lhes certos princípios básicos de comportamento — mas o temperamento de uma pessoa não é algo que possa ser ensinado pelos pais. Alguns pais são fleumáticos e não fazem nada às pressas — enquanto, em temperamento, o filho é impaciente, não consegue ficar em nenhum lugar por muito tempo, e já à idade de catorze ou quinze anos, começa a seguir o próprio caminho na vida. Decide o que faz, não precisa dos pais e é altamente independente. Ele aprendeu isso com o pai e a mãe? Não. Portanto, o temperamento, o caráter de uma pessoa, até mesmo as coisas que têm a ver com sua essência e a senda que ela escolhe no futuro, nada disso tem qualquer relacionamento com os pais. […] Há um problema com a expressão ‘alimentar sem ensinar é erro do pai’. Embora os pais tenham a responsabilidade de educar seus filhos, não são eles que decidem o destino dos filhos; isso é determinado pela natureza destes. A educação pode resolver os problemas com a natureza de alguém? Não pode, de modo algum. A senda que alguém trilha na vida não é decidida pelos pais, mas é ordenada por Deus. Como dizem: ‘O destino do homem é decidido pelo Céu’. É isso que a humanidade colheu da experiência. Você não pode ver qual será a senda de pessoa alguma antes de ela crescer; quando adulta, ela tem a própria cabeça, consegue entender as coisas, e assim escolhe o que ela se tornará neste grupo de pessoas. Algumas pessoas dizem que querem trabalhar nos altos escalões do governo, outras, que querem ser advogadas ou escritoras; cada uma faz a sua escolha. Cada uma tem uma ideia específica. Ninguém diz: ‘Esperarei até meus pais me ensinarem, serei o que quer que eles me ensinarem’. Ninguém é tão estúpido. Quando as pessoas alcançam a idade adulta, sua mente desperta; lenta, mas seguramente, elas amadurecem, e a senda e os objetivos diante delas se tornam cada vez mais claros; a essa altura, o tipo de pessoa que são e a tribo à qual pertencem vêm à tona gradativamente, aparecendo aos poucos. Desse momento em diante, o temperamento de cada pessoa, como seu caráter e a senda pela qual se esforça, a direção de sua vida e a tribo à qual pertence se tornam claros gradualmente. Em que isso se baseia? Em última análise, isso é ordenado por Deus e nada tem a ver com os pais(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 1”). Deus fala com tanta clareza. O fato de um filho seguir a senda correta não depende de como seus pais o educam; isso é determinado pela natureza do filho. Os pais podem ensinar e regular o comportamento superficial de um filho, mas não podem mudar a sina deles. Os pais não podem mudar ou determinar a profissão que os filhos seguirãoe a senda que eles trilharão. Por exemplo, minha prima cuidava de seu filho todos os dias e o disciplinava bastante, mas, mesmo assim, ele se transformou no que deveria ser, jogando videogames o dia todo e nem mesmo indo à escola. Minha prima abriu uma loja para ele, querendo que ele cuidasse de algumas questões importantes, mas depois disso ele continuou vadiando por aí, apenas pedindo dinheiro aos pais para gastar. Também pensei na minha cunhada, que sempre discutia com o marido. Quando ficava com raiva, ela ia para a casa da mãe e não tinha vontade de educar o filho. Entretanto, as notas de seu filho sempre foram muito boas, e ele era muito sábio para sua idade. Isso não aconteceu porque minha cunhada o educou particularmente bem; ele simplesmente tinha uma vontade inata de estudar. Ele era capaz de se empenhar e ser diligente. Quando meu filho era pequeno, eu sempre o ensinei a estudar muito e a trilhar a senda correta, mas ele era o tipo de criança que não respondia bem à disciplina. Depois que chegava da escola, ele começava a jogar videogames no computador e não ouvia nada do que eu dizia, e se eu tentasse ser rígida com ele, ele tinha um chilique. Agora, ele não estava trilhando a senda correta nem cuidando das questões apropriadas, e essa era sua escolha, algo determinado por sua natureza. O que eu lhe ensinava não mudaria sua escolha nem determinaria suas perspectivas futuras. Entendendo isso, não me culpei mais por não estar ao lado de meu filho e por não tê-lo educado, e também vi minha própria arrogância e ignorância. Eu sempre quis contar com a educação do meu filho para mudar seu futuro e sua vida; eu não tinha nenhuma razão!

Em novembro de 2023, entrei em contato com meu filho. Naquela época, ele estava morando sozinho na nossa antiga casa e não com meu marido e seus pais. Ele não cozinhava, só saía para comprar comida e não limpava o quarto, apenas deixava as roupas sujas se acumularem sobre sua cama. Meu coração doeu ao ver isso. Ele foi frio e indiferente quando eu falei com ele, ressentido comigo por eu não cuidar dele, e não me reconheceu como sua mãe. Eu me senti ainda mais em dívida com ele, pensando que, como sua mãe, eu não tinha cuidado bem dele ou cumprido minha responsabilidade para com ele. Limpei dentro e fora de seu quarto e lavei todas as suas roupas. Com frequência, ele não ia trabalhar e ficava em casa jogando videogame, então eu lhe disse: “Você deve fazer as coisas direito; não deixe sua família sempre preocupada com você”. No entanto, ele simplesmente não me dava ouvidos; ele não mudou depois disso. Mais tarde, meu marido evitou meu filho por não cuidar das devidas questões e não quis mais criá-lo. Pensei comigo mesma: “Talvez eu devesse arranjar um emprego e trabalhar enquanto cuido do meu filho, cumprindo minha responsabilidade como mãe”. Mas eu ainda tinha de regar os recém-chegados, e, se eu conseguisse um emprego para ganhar dinheiro e cuidar do meu filho, isso atrasaria o trabalho de rega. Eu estava num grande conflito. Pensando que meu dever vinha de Deus e que não podia agir sem consciência e abandoná-lo, decidi não procurar trabalho. No entanto, não podia largar meu filho; quando não estava ocupada com meu dever, ia para casa e cuidava dele, e também pensava nele enquanto desempenhava meu dever. Mais tarde, a igreja quis que eu fosse desempenhar meu dever em outra parte do país, e me senti ainda mais incapaz de largar meu filho, preocupada com o fato de que, se eu estivesse longe de casa, não teria como cuidar dele. Mas então pensei em como a expansão do evangelho do reino estava precisando da cooperação das pessoas. Eu vinha desempenhando meu dever há poucos anos, recebendo algum treinamento e entendendo algumas verdades, e não podia ficar sem consciência quando confrontada com a graça de Deus, então concordei em ir desempenhar meu dever em outro lugar. Mas o que eu não esperava era que, na mesma época, meu filho encontrou um emprego de que gostava. Ele estava indo para o trabalho e ganhando dinheiro, podendo cobrir as despesas de sua vida, e meu marido o aceitou novamente. Isso realmente surgiu do nada.

Mais tarde, refleti sobre mim mesma e me perguntei: “Qual é a causa principal da minha incapacidade de largar meu filho?”. Li estas palavras de Deus: “As pessoas que vivem nesta sociedade real foram profundamente corrompidas por Satanás. Não importa se elas são cultas ou não, muita cultura tradicional está enraizada nos pensamentos e nas opiniões das pessoas. Em particular, exige-se que as mulheres atendam o marido e criem os filhos, que sejam boas esposas e mães amorosas, que dediquem toda a sua vida ao marido e aos filhos e vivam para eles, garantindo que a família faça três refeições diárias, e lavando a roupa, fazendo a faxina e cumprindo bem todas as outras tarefas domésticas. Esse é o padrão aceito de ser uma boa esposa e uma mãe amorosa. Toda mulher também acha que é assim que as coisas deveriam ser feitas, e que, se não as faz, ela não é uma boa mulher e violou a consciência e os padrões de moralidade. A violação desses padrões morais pesará muito na consciência de algumas pessoas; elas acharão que decepcionaram o marido e os filhos, e que não são uma mulher boa. Mas quando acreditar em Deus, e tiver lido muitas de Suas palavras, entendido algumas verdades e percebido algumas questões, você pensará: ‘Sou um ser criado e deveria desempenhar meu dever como tal e me despender por Deus’. Nesse momento, há algum conflito entre ser uma boa esposa e uma mãe amorosa e desempenhar seu dever como ser criado? Se quer ser boa esposa e mãe amorosa, você não pode desempenhar seu dever em tempo integral, mas, se quer desempenhar seu dever em tempo integral, você não pode ser boa esposa e mãe amorosa. E agora, o que você faz? Se escolher desempenhar bem seu dever e ser responsável pelo trabalho da igreja, leal a Deus, você precisa desistir de ser boa esposa e mãe amorosa. O que você pensaria agora? Que tipo de discórdia surgiria em sua mente? Você acharia que decepcionou seus filhos, seu marido? De onde vem esse sentimento de culpa e desconforto? Quando não cumpre o dever de um ser criado, você se sente como se tivesse decepcionado a Deus? Você não tem sentimento de culpa ou censura porque, em seu coração e mente, não há o menor indício da verdade. Então, o que você entende? A cultura tradicional e ser uma boa esposa e uma mãe amorosa. Assim, a noção de ‘se eu não sou uma boa esposa e uma mãe amorosa, não sou uma mulher boa nem decente’ surgirá em sua mente. A partir de então, você ficará presa e acorrentada a essa noção, e permanecerá presa a esses tipos de noções mesmo depois de acreditar em Deus e desempenhar seu dever. Quando houver um conflito entre desempenhar seu dever e ser boa esposa e mãe amorosa, embora relutantemente você possa escolher desempenhar seu dever, possuindo talvez um pouco de lealdade a Deus, ainda haverá um sentimento de desconforto e culpa em seu coração. Portanto, quando tiver algum tempo livre durante o desempenho de seu dever, você procurará oportunidades para cuidar de seus filhos e marido, querendo compensá-los ainda mais, e achará que está tudo bem, mesmo que tenha que sofrer mais, contanto que tenha paz de espírito. Isso não é causado pela influência das ideias e teorias da cultura tradicional sobre ser uma boa esposa e uma mãe amorosa? Agora você está com um pé em cada lado, querendo cumprir bem seu dever, mas também querendo ser uma boa esposa e uma mãe amorosa. Mas, diante de Deus, temos somente uma responsabilidade e obrigação, uma missão: cumprir adequadamente o dever de um ser criado. Você tem cumprido bem esse dever? Por que você se desviou da trilha novamente? Realmente não existe nenhum sentimento de culpa ou reprovação em seu coração? Porque a verdade ainda não estabeleceu fundamentos em seu coração e ainda não reina sobre ele, talvez você se desvie da trilha ao desempenhar seu dever. Embora seja capaz de desempenhar seu dever agora, na verdade você ainda está muito aquém dos padrões da verdade e das exigências de Deus. […] O fato de podermos crer em Deus é uma oportunidade que nos foi dada por Ele; é ordenado por Ele e é Sua graça. Portanto, não há necessidade de você cumprir sua obrigação ou responsabilidade para com mais ninguém; você só deveria cumprir seu dever para com Deus como um ser criado. É isso que as pessoas precisam fazer acima de qualquer outra coisa, é a coisa principal que deveria ser feita como assunto primário na vida. Se você não cumprir bem seu dever, você não é um ser criado qualificado. Aos olhos dos outros, você pode ser uma boa esposa e uma mãe amorosa, uma dona de casa excelente, uma pessoa filial e um membro honesto da sociedade, mas, diante de Deus, você é aquela que se rebela contra Ele, aquela que não cumpriu nem um pouco de sua obrigação e de seu dever, aquela que aceitou, mas não completou a comissão de Deus, aquela que desistiu na metade do caminho. Alguém como esta pode ganhar a aprovação de Deus? Pessoas como essa são inúteis(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só ao reconhecer as próprias opiniões equivocadas pode-se realmente se transformar”). As palavras de Deus me permitiram entender isso quando vi que as mulheres ao meu redor estavam todas buscando ser boas esposas e mães; eu também considerava isso como o padrão para ser uma boa mulher. Eu acreditava que uma boa mulher cuidava bem de seu filho e de seu marido, mantendo todos os assuntos domésticos em ordem. Depois de me casar, assumi todas as tarefas domésticas, pensando que era algo que eu deveria fazer, por mais cansativo que fosse. Quando saí para desempenhar meu dever e não pude preparar três refeições por dia para meu filho ou cuidar dele em sua vida diária, pensei que tinha falhado em cumprir minha responsabilidade como mãe, e fiquei chateada, me censurando, sentindo que estava em dívida com meu filho. Quando fui criticada e julgada pelas pessoas do mundo, senti ainda mais que tinha sido negligente, e só pensava em como poderia cuidar do meu filho, fazer com que sofresse menos e fazer o melhor para pagar minha dívida com ele. Quando vi que os recém-chegados não conseguiam se reunir normalmente, eu não encontrei rapidamente as verdades relevantes para resolver seus problemas, só os apoiei quando ficaram tão negativos que quiseram desistir. A vida dos recém-chegados sofreu perdas. Eu priorizava os elogios das pessoas do mundo e o cumprimento da minha responsabilidade para com meu filho, sem considerar o trabalho da igreja e sendo perfunctória em meu dever. Mesmo que cumprisse minha responsabilidade como mãe e preparasse três refeições por dia para meu filho, eu teria falhado em cumprir o dever que deveria desempenhar como um ser criado. Pensei em todos os santos e profetas ao longo das eras, bem como em muitos irmãos, que abriram mão de suas famílias e carreiras para espalhar o evangelho e dar testemunho de Deus, trazendo mais pessoas diante de Deus para que pudessem aceitar Sua salvação. Isso é algo que Deus aprova, uma ação boa e reta, e viver assim tem valor e significado. Minha vida e tudo o que eu tinha me foram dados por Deus. Eu tinha desfrutado de tanta rega e provisão das palavras de Deus, e tudo isso era Seu amor e Sua graça. Isso significava que eu, especialmente, deveria desempenhar bem o meu dever e retribuir o amor de Deus. No entanto, quando eu não desempenhei bem o meu dever, não me senti em dívida com Deus por causa disso, sentindo-me em dívida com meu filho em vez disso. Será que eu tinha alguma consciência ou humanidade? Vi que, embora buscar ser uma boa mãe aos olhos dos outros pudesse satisfazer as pessoas e fazê-las elogiar você, isso significava viver apenas para a família e a carne; era tudo uma perda de tempo e não me permitiria viver uma vida que tivesse significado.

Mais tarde, li mais duas passagens das palavras de Deus e ganhei uma senda para praticar em relação a como tratar os filhos. Deus Todo-Poderoso diz: “Não importa se os filhos são adultos ou não, a vida dos pais pertence somente aos pais, não aos filhos. Naturalmente, os pais não são babás nem escravos gratuitos dos filhos. Independentemente das expectativas que os pais tenham em relação aos filhos, não é necessário que eles permitam que os filhos lhes deem ordens arbitrárias sem nenhuma compensação nem que se tornem servos, empregados ou escravos dos filhos. Independentemente dos sentimentos que tenha pelos filhos, você ainda é uma pessoa independente. Você não deveria assumir a responsabilidade pela vida adulta deles como se fosse totalmente correto fazer isso, só porque eles são seus filhos. Não há necessidade de fazer isso. Eles são adultos; você já cumpriu sua responsabilidade de criá-los. Quanto ao fato de eles viverem bem ou mal no futuro, se serão ricos ou pobres e se terão uma vida feliz ou infeliz, isso é problema deles. Essas coisas não têm nada a ver com você. Você, como pai ou mãe, não tem obrigação de mudar essas coisas. Se a vida deles é infeliz, você não é obrigado a dizer: ‘Você está infeliz — vou pensar num jeito de consertar isso, vou vender tudo o que tenho, vou usar toda a energia da minha vida para fazer você feliz’. Não é necessário fazer isso. Você só precisa cumprir suas responsabilidades, nada mais. Se você quer ajudá-los, pode perguntar por que estão infelizes e ajudá-los a entender o problema num nível teórico e psicológico. Se eles aceitam sua ajuda, melhor ainda. Se não aceitam, você só precisa cumprir suas responsabilidades como pai ou mãe, e pronto. Se seus filhos querem sofrer, isso é problema deles. Não há necessidade de você se preocupar ou ficar chateado com isso, nem de não conseguir comer ou dormir adequadamente. Fazer isso seria excessivo. Por que seria excessivo? Porque são adultos. Eles deveriam aprender a administrar sozinhos tudo o que encontram na vida. Se você se preocupa com eles, isso é apenas afeição; se você não se preocupa com eles, isso não significa que você seja insensível ou que não tenha cumprido suas responsabilidades. Eles são adultos, e os adultos precisam enfrentar problemas de adultos e lidar com tudo que os adultos devem fazer. Não deveriam depender dos pais em todas as coisas. É claro que os pais não deveriam se responsabilizar por se as coisas vão bem no emprego, na carreira, na família ou no casamento dos filhos depois que alcançam a idade adulta. Você pode se preocupar com essas coisas e pode se informar sobre elas, mas não precisa se encarregar completamente delas, acorrentando os filhos a você, levando-os consigo aonde quer que vá, observando-os aonde quer que vá e pensando neles: ‘Eles estão comendo bem hoje? Estão felizes? O trabalho deles está indo bem? Seu chefe os valoriza? Seu cônjuge os ama? Seus filhos são obedientes? Seus filhos tiram notas boas?’. O que essas coisas têm a ver com você? Os filhos podem resolver seus problemas, você não precisa se envolver. Por que pergunto o que essas coisas têm a ver com você? Com isso, quero dizer que essas coisas não têm nada a ver com você. Você cumpriu suas responsabilidades para com os filhos, você os criou até a idade adulta, portanto, deve se afastar. Quando o fizer, isso não significará que você não terá nada a fazer. Ainda haverá tantas coisas que você deveria fazer. Quando se trata das missões que você precisa completar nesta vida, além de criar seus filhos até a idade adulta, você também tem outras missões a completar. Além de ser pai ou mãe dos filhos, você é um ser criado. Você deveria vir para diante de Deus e aceitar o dever que vem Dele. Qual é seu dever? Você já o desempenhou? Você se dedicou a ele? Você começou a trilhar a senda da salvação? Essas são as coisas sobre as quais você deveria refletir. Quanto ao que os filhos farão depois de se tornarem adultos, como será a vida deles, como será a situação deles, se eles se sentirão felizes e alegres, essas coisas não têm nada a ver com você. Seus filhos já são independentes, tanto externa quanto mentalmente. Você deveria permitir que eles sejam independentes, você deveria largá-los e não os deveria tentar controlar. Seja em termos do lado externo das coisas, de afeto ou de parentesco carnal, você já cumpriu suas responsabilidades, e não há mais nenhuma relação entre você e os filhos(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (18)”). “Como alguém que acredita em Deus e busca a verdade e a salvação, a energia e o tempo que lhe restam em sua vida deveriam ser gastos desempenhando seu dever e com qualquer coisa que Deus lhe confiou; você não deveria gastar nenhum tempo com seus filhos. Sua vida não pertence aos filhos e não deveria ser gasta para a vida ou sobrevivência deles, nem para satisfazer as expectativas que você tem para eles. Em vez disso, ela deveria ser dedicada ao dever e à tarefa confiada que Deus lhe deu, como também à missão que você deveria cumprir como um ser criado. É aqui que estão o valor e o significado da sua vida. Se você está disposto a perder sua dignidade e a se tornar um escravo de seus filhos, a se preocupar com eles e a fazer tudo por eles a fim de satisfazer suas expectativas em relação a eles, então tudo isso é sem sentido e sem valor e não será comemorado. Se você persiste em fazer isso e em não largar essas ideias e ações, isso só pode significar que você não é alguém que busca a verdade, que você não é um ser criado qualificado e que você é muito rebelde. Você não preza nem a vida nem o tempo que lhe foram dados por Deus. Se sua vida e seu tempo são gastos apenas com sua carne e seus afetos, e não com o dever que Deus lhe deu, então sua vida é desnecessária e desprovida de valor. Você não merece viver, não merece desfrutar da vida que Deus lhe deu e não merece desfrutar de tudo que Deus lhe deu(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (19)”). Pelas palavras de Deus, entendi que a responsabilidade e a obrigação dos pais é criar o filho até que ele se torne adulto, ensinando-o a se comportar. Quando o filho se torna adulto e tem a capacidade de viver de forma independente e lidar com problemas, os pais devem deixá-lo livre. Se alguém busca ser uma boa esposa e mãe e passa a vida inteira vivendo apenas para sua família e filhos sem cumprir seu dever como um ser criado, então sua vida não tem nehum valor ou significado. A única responsabilidade que tenho com meu filho é criá-lo até que ele se torne adulto, esclarecendo sua mente e educando-o para trilhar a senda correta e cuidar das questões apropriadas. Pensei em como meu filho costumava jogar videogame até tarde da noite quando era pequeno. Conversei com ele sobre como jogar videogame na internet poderia prejudicar as pessoas e o ensinei a ser pragmático, até lhe contei como Deus criou o céu e a terra e todas as coisas, dando testemunho da verdadeira existência de Deus. No entanto, ele não deu ouvidos e apenas buscou prazer e diversão, por isso meu marido o evitou por não se preocupar com questões apropriadas e não quis criá-lo. Essa foi a consequência da senda que ele trilhou, e era um sofrimento que ele deveria suportar. Eu já tinha cumprido minha responsabilidade como mãe dele e não estava em dívida com ele. Se eu apenas considerasse sua vida e largasse meu dever de cuidar dele, dando a ele todo o meu tempo e energia e assumindo o controle total de sua vida futura, chegando ao ponto de sacrificar meus últimos anos de vida ao fazer isso, então eu realmente era muito tola! Eu percebi isso: meu filho é adulto agora. Ele toma suas próprias decisões e tem sua própria senda de vida a trilhar, bem como a capacidade de viver de forma independente e lidar com problemas. Não posso cuidar dele para sempre, muito menos mudar sua sina. Não sou apenas a mãe do meu filho, mas também sou um ser criado. Devo viver para completar a missão que Deus me confiou e desempenhar bem o meu dever. Agora há muitas pessoas que ainda não se apresentaram a Deus, bem como muitos recém-chegados que ainda não criaram raízes e precisam ser regados o mais rápido possível. Essa é a minha responsabilidade e o meu dever, e eu deveria dedicar mais tempo e energia a isso. Quanto ao meu filho, só posso confiar tudo a Deus e me submeter à Sua soberania e aos Seus arranjos.

Tempos depois, li mais palavras de Deus: “O destino de cada pessoa é determinado por Deus; portanto, quanta bênção e quanto sofrimento ela experimenta na vida, que tipo de família, casamento e filhos ela tem, por quais experiências ela passa na sociedade e quais eventos experimenta na vida, ela mesma não pode prever nem mudar tais coisas, e os pais são ainda menos capazes de mudá-las(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “Como buscar a verdade (19)”). Pelas palavras de Deus, entendi que o sofrimento que alguém suporta na vida, a felicidade que desfruta e as coisas que vivencia, tudo isso é predeterminado por Ele e não pode ser alterado por ninguém. Os pais não podem mudar nem mesmo sua própria sina, então como poderiam mudar a de seu filho? A sina de um filho na vida, bem como os altos e baixos e as tribulações que ele deve vivenciar, foram todos predeterminados por Deus há muito tempo. É a senda de vida dele e algo que ele deve vivenciar por conta própria. Por causa das prisões e perseguições do grande dragão vermelho, agora não posso cuidar do meu filho, e não posso lhe dar nenhum suporte financeiro. Ele já está crescido, e precisa viver de forma independente, se sustentar e trilhar sua senda futura. Agora que tenho uma senda para praticar, me sinto curada. Se as circunstâncias permitirem e eu encontrar uma boa oportunidade, volto para casa e o vejo, mas gasto mais tempo e energia para desempenhar bem meu dever. Vivendo assim, meu coração está seguro e em paz.

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

Conteúdo relacionado

Conecte-se conosco no Messenger