Um dia que nunca será esquecido

07 de Fevereiro de 2025

Por Li Qing, China

Em uma manhã de dezembro de 2012, pouco depois das 9 da manhã, eu estava espalhando o evangelho com alguns irmãos quando um carro de polícia parou na nossa frente. Sem apresentar nenhuma identificação, um policial torceu meus braços e me empurrou para dentro de seu carro. Outra irmã e um irmão também foram colocados no carro. Meu coração estava acelerado e eu não sabia o que a polícia planejava fazer comigo. Pensei comigo mesma: “E se eu não conseguir suportar a tortura, tornar-me uma judas e trair a Deus?”. Orei apressadamente a Deus, pedindo a Ele que protegesse meu coração e jurando que, mesmo que eu morresse, não me tornaria uma judas nem trairia meus irmãos. Depois da oração, não me senti mais tão nervosa.

Quando chegamos à delegacia de polícia, fomos separados e interrogados individualmente. Um dos policiais me questionou duramente: “Quem é seu líder? Onde você mora?”. Eu disse: “Não sei quem é o líder. Não infringi nenhuma lei, por que fui detida?”. Eles caíram na gargalhada e disseram: “O que você sabe sobre lei? Você obteve permissão do governo central para espalhar o evangelho? O Departamento de Assuntos Religiosos lhe deu o OK? Você estava fazendo trabalho missionário ilegal e perturbando a ordem pública. Deveríamos enviá-la ao Departamento de Assuntos Religiosos para eles lidarem com você!”. Outro policial disse: “Se cooperar conosco, nós a deixaremos ir”. Eu simplesmente os ignorei. Então, um policial que estava parado na entrada entrou na sala e me deu um chute forte na panturrilha direita. Doeu tanto que achei que os ossos da minha panturrilha tinham se quebrado. Ele me deu um chute tão forte que caiu no chão e os outros policiais começaram a rir. Ele se levantou e descarregou sua raiva em mim, dando-me um tapa no rosto. Ele me bateu com tanta força que vi estrelas e me senti tão tonta que quase caí. Logo depois, o lado direito do meu rosto começou a inchar. Ele então pisou com força na minha panturrilha direita novamente, chutando-me para um canto da sala. Em seguida, ele se preparou agressivamente para me dar um chute na lombar. Eu estava muito assustada. E se ele me chutasse e machucasse minha lombar? Comecei a chorar. Nesse momento, alguns dos outros policiais o seguraram. Outro policial se dirigiu a mim em um tom mais gentil, dizendo: “Ouça, querida, não queremos tratá-la assim. Tudo o que precisa fazer é nos dizer seu endereço, e nós a deixaremos ir”. Pensei comigo mesma: “Meus pais creem em Deus e estão desempenhando seus deveres. Se eu lhes contar meu endereço, eles também serão envolvidos nisso. Se por acaso os irmãos estiverem reunidos em minha casa e forem todos detidos, terei cometido o mal”. Portanto, não disse nada. Então, um dos policiais disse a todos que saíssem porque queria falar comigo a sós. Ele me perguntou: “Você quer sair daqui? Se quiser, diga-nos seu endereço. Ou você pode cooperar conosco e se tornar nossa informante. Infiltrar-se nos altos escalões da igreja para nós, e trabalharemos juntos. Se concordar, nós a deixaremos ir”. Quando ele percebeu que eu o estava ignorando, pareceu ter outra ideia e disse: “Estamos só nós dois aqui agora. Sei que você provavelmente não pode apontar os outros membros diante deles, então posso esconder sua identidade. Vamos levar meu carro para a estrada, você pode ficar sentada no carro, e tudo o que você precisa fazer é apontar com o dedo para um de seus irmãos. Se indicar outro membro para substituí-la, nós a deixaremos ir. O que acha?”. Ao ver a cara feia daquele policial, senti nojo. Pensei comigo mesma: “Pode ser que estejamos apenas nós dois aqui, mas o Espírito de Deus escrutina todas as coisas. Você pode enganar outras pessoas, mas nunca poderá enganar a Deus. Se acha que vou me tornar uma informante, delatar meus irmãos e trair a Deus, pode esquecer!”. Respondi com firmeza: “Não conheço ninguém!”. Ele então me ameaçou dizendo: “Você está tentando proteger alguém? Seus pais também creem em Deus? As pessoas detidas com você já nos contaram tudo a seu respeito. Sabemos tudo o que precisamos saber sobre você. Estou lhe dando uma oportunidade de ser sincera. Se não nos contar nada, você não terá uma vida tão fácil na prisão. Eles a forçarão a beber água com pimenta, prenderão seus dedos com varas de bambu, colocarão agulhas sob suas unhas, enfiarão espetos de bambu em seus ouvidos e dirão aos outros detentos que a maltratem. Será como um inferno!”. Sua descrição me causou arrepios na espinha, e fiquei absolutamente aterrorizada. Pensei comigo mesma: “Será que eles realmente me delataram? Se a polícia realmente enfiar espetos de bambu em meus ouvidos, não ficarei surda? Prender meus dedos com varas de bambu, enfiar agulhas sob minhas unhas — os dedos são muito sensíveis, isso deve ser incrivelmente doloroso! Se eles me mandassem para a prisão e me torturassem, uma garotinha magra e pequena como eu poderia realmente suportar tudo isso? Ou eu morreria lá dentro? Tenho só 20 anos, minha vida está apenas começando. Não quero morrer ainda! Talvez eu possa simplesmente lhes dizer algo trivial para satisfazer suas exigências”. Nesse momento, senti-me desconfortável e sabia claramente em meu coração: “O fato de ser detida e perseguida é um teste para mim. Se eu lhes contar apenas um pouco, eles certamente farão mais perguntas em seguida. Se eles são tão cruéis com uma garotinha como eu, quem sabe quão brutais eles serão com meus irmãos! Não posso trair minha consciência e pensar só em mim. Não posso me tornar lacaia de Satanás e trair a Deus. Não importa se os outros irmãos me traíram ou não, devo permanecer firme. Mesmo que isso signifique ir para a prisão e ser torturada, não posso trair a Deus”.

Depois disso, não importava o quanto me interrogassem, eu sempre dizia que não sabia. Um dos policiais ficou tão irritado que bateu na mesa e gritou: “Acho que vamos ter de fazer isso do jeito mais difícil!”. Em seguida, outro policial me algemou, agarrou meu cabelo e o puxou para trás com força. Depois, três ou quatro outros policiais se juntaram a ele e começaram a me dar socos e chutes. Eles chutaram especialmente minhas panturrilhas e me deram socos na cabeça, no estômago e na lombar. Um dos policiais me deu um soco tão forte no estômago que me enrolei em posição fetal no canto da sala e comecei a chorar. Um policial me perguntou: “Então, você vai falar agora?”. Eu o encarei. Outro policial me pegou pelo colarinho, bateu minha cabeça na parede e em um armário de metal e apertou meu pescoço até me sufocar. A dor era tanta que eu mal conseguia respirar. Foi só quando eu parecia estar prestes a desmaiar que o policial ao meu lado lhe disse para parar. Desabei no chão, ofegante. Pensei no fato de a polícia não ousar ir atrás das pessoas malignas em nossa sociedade, mas quando se trata de nós, crentes, eles nos torturam, espancam e até nos matam sem escrúpulos. Em meu coração, clamei: “Existe alguma justiça neste mundo? Como eles se autodenominam ‘polícia do povo’?”. Naquele momento, lembrei-me de um hino das palavras de Deus intitulado “Aqueles na escuridão devem se erguer”:

1  Durante milhares de anos, esta tem sido a terra da imundice, é insuportavelmente suja, a miséria abunda, fantasmas correm desenfreados por toda parte, enganando e iludindo, fazendo acusações infundadas, sendo impiedosos e cruéis, pisoteando essa cidade fantasma e a deixando coberta de cadáveres; o fedor da decadência cobre a terra e permeia o ar, e é fortemente vigiada. Quem é capaz de enxergar o mundo além dos céus? Como as pessoas de uma cidade fantasma tal como essa puderam um dia ter visto Deus? Alguma vez já desfrutaram do carinho e da amabilidade de Deus? Que apreciação têm elas das questões do mundo humano? Quem entre elas é capaz de compreender as ávidas intenções de Deus?

2  Por que erguer um obstáculo tão impenetrável para a obra de Deus? Por que usar diversos truques para enganar o povo de Deus? Onde estão a verdadeira liberdade e os direitos e interesses legítimos? Onde está a justiça? Onde está o conforto? Onde está o calor? Por que usar esquemas ardilosos para enganar o povo de Deus? Por que suprimir a obra de Deus? Por que perseguir Deus até que Ele não tenha mais onde descansar a Sua cabeça? Por que vocês rejeitam a chegada de Deus? Por que vocês são tão inescrupulosos? Estão dispostos a suportar as injustiças em uma sociedade obscura como essa?

[…]

A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Obra e entrada (8)”

No passado, eu não tinha nenhum discernimento sobre o PC Chinês. Em seus livros didáticos, o PC Chinês afirmava apoiar a liberdade de religião e, por isso, eu acreditava neles sem questionar, até mesmo cantando seus louvores. Somente depois de ser perseguida pelo PC Chinês é que eu os vi como eles realmente são. O PC Chinês afirma que apoia a liberdade religiosa para enganar as pessoas, mas, na realidade, ele está resistindo loucamente a Deus e perseguindo os cristãos. Deus Todo-Poderoso veio para expressar a verdade e salvar a humanidade da corrupção e do tormento de Satanás, de sua influência sombria, e nos guiar para a senda correta na vida. Isso é algo incrível, mas o PC Chinês nos persegue e ordena que os policiais detenham e brutalizem especificamente os crentes em Deus. O PC Chinês é realmente maligno! É um demônio que odeia e resiste a Deus!

Eles então me algemaram por meia hora, torcendo meu braço direito por cima do ombro e puxando meu braço esquerdo para cima pelas costas, e me obrigaram a ficar agachada ou ajoelhada. Quando não me ajoelhei, dois policiais agarraram meus braços, e um terceiro policial usou o joelho para dobrar minha perna, forçando-me a ajoelhar. Fui torturada até ficar exausta e me ajoelhei no chão, de frente para a parede. Pensei no fato de que eles não me deixariam ir embora facilmente se não conseguissem de mim algumas informações sobre a igreja. Eu estava lá há apenas duas horas e já havia sido torturada até ficar exausta e com dores no corpo inteiro. Eu me perguntava quanta tortura ainda estava reservada para mim e se eu seria capaz de suportá-la. Senti-me como uma pequena ovelha que de repente se deparou com uma matilha de lobos e pode ser devorada a qualquer momento. Eu estava muito transtornada e assustada. Eu orava continuamente a Deus em meu coração: “Querido Deus, sinto-me muito fraca em meu coração. Não sei quanto tempo mais vou aguentar. Ó Deus, essa situação veio com a Tua permissão, mas não entendo qual é a Tua intenção. Por favor, guia-me”. Naquele momento, um trecho das palavras de Deus veio à minha mente: “É somente de dentro de sua fé que você será capaz de ver Deus e, quando você tiver fé, Deus o aperfeiçoará(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). De repente, tudo ficou claro para mim. Deus esperava que eu mantivesse minha fé Nele enquanto experimentasse perseguição e adversidade. Em minha mente, cantei o hino “Nas provações, é preciso ter fé”:

1  Enquanto passam por provações, é normal que as pessoas estejam fracas ou tenham negatividade dentro delas, que lhes falte clareza quanto às intenções de Deus ou à senda para a prática. Mas, em todo caso, você deve ter fé na obra de Deus e não negar Deus, assim como Jó. Embora Jó fosse fraco e amaldiçoasse o dia em que nasceu, ele não negou que todas as coisas da vida humana foram concedidas por Jeová, nem que Jeová também é Aquele que tira todas elas. Não importa a que provações foi submetido, ele manteve essa fé.

2  Na sua experiência, não importa que tipo de refinamento você passe por meio das palavras de Deus, o que Ele exige da humanidade, em resumo, é sua fé e seu coração que ama a Deus. O que Ele aperfeiçoa ao operar assim é a fé, o amor e as aspirações das pessoas. Deus faz a obra da perfeição nas pessoas, e elas não podem vê-la, não podem senti-la; em tais circunstâncias, sua fé é exigida. A fé das pessoas é exigida quando algo não pode ser visto a olho nu, e sua fé é exigida quando você não consegue abrir mão de suas próprias noções. Quando você não tem clareza a respeito da obra de Deus, o que é exigido de você é ter fé e assumir uma posição firme e ficar forte em seu testemunho. Quando Jó chegou a esse ponto, Deus lhe apareceu e falou com ele. Quer dizer, é somente de dentro de sua fé que você será capaz de ver Deus e, quando você tiver fé, Deus o aperfeiçoará.

A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”

Depois de cantar o hino em silêncio, meu rosto ficou coberto de lágrimas. Pensei em como Jó passou por sua provação, perdendo seus filhos e todos os seus bens, e tendo o corpo tomado por chagas, e experimentou um extremo sofrimento físico e emocional. Diante dessa provação, Jó inicialmente não tinha certeza da intenção de Deus, e se sentiu incrivelmente angustiado e transtornada, mas ele tinha um coração temente a Deus. Não foi atrás dos ladrões nem reclamou. Ele primeiro se colocou diante de Deus, orando a Ele e buscando-O. Por fim, ele disse: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21), dando um testemunho retumbante. Com isso, percebi a intenção de Deus. Ele está usando essas situações para aperfeiçoar minha fé. Devo aprender com a história de Jó e ter fé em Deus, orar a Ele e confiar Nele para permanecer firme em meu testemunho.

Depois de me fazer ajoelhar por mais de 10 minutos, a polícia ordenou que eu me levantasse. Um oficial alto agarrou meu cabelo e puxou minha cabeça para cima de modo que apenas as pontas dos meus dedos dos pés tocassem o chão. Doía como se meu couro cabeludo tivesse sido arrancado da cabeça. Em seguida, ele começou a moer e esmagar meus dedos do pé esquerdo com seus sapatos, e se apoiou sobre o peito dos meus pés com todo o seu peso. Doeu tanto que achei que os ossos dos meus pés poderiam estar quebrados e, por isso, o empurrei para longe. Ele viu o quanto isso estava me machucando e então voltou a se apoiar no peito dos meus pés. Minhas pernas começaram a tremer e eu automaticamente me agachei, mas ele me levantou, colocou minhas mãos contra a parede e continuou a pisar em meus pés. Essa foi a primeira vez em que pensei que preferia morrer a suportar essa dor. Foi só quando meu pé esquerdo estalou como se tivesse quebrado que ele finalmente parou. Achei que os ossos do meu pé estavam quebrados, mas, na verdade, estava tudo bem. Eu sabia que Deus estava cuidando de mim e me protegendo. Agradeci a Ele do fundo do meu coração. Então, um policial que aparentava ter mais de 20 anos entrou e me perguntou de forma sedutora: “Quantos anos você tem? Você tem namorado? Se não quiser falar, tudo bem. Mas quanto mais cedo falar, mais cedo a deixaremos ir. E, à noite, virei vê-la”. Então ele se aproximou de mim e disse: “Que tipo de coisas você acha que um menino e uma menina fariam sozinhos em um quarto vazio?”. Ele me disse muitas outras coisas muito sujas e indecentes. Então, uma policial entrou e disse com um sorriso gelado: “Se ela não falar, arranque todas as roupas dela e faça com que fique nua em um cruzamento lotado com uma placa em volta do pescoço para que todos possam vê-la. Depois, publique suas fotos nuas na Internet e veremos se ela ainda se atreverá a sair em público. Ela será envergonhada pelo resto da vida!”. Enquanto falava, ela soltou minhas algemas e começou a tirar meu casaco. Eu estava muito assustada. Achei que ela poderia ter alguma compaixão por mim como mulher, mas, na verdade, ela era tão maligna quanto os policiais masculinos. Outro policial começou a passar a mão na minha cintura e disse: “Você tem um corpo muito bonito”. Todos os outros policiais caíram na gargalhada. O som de suas risadas parecia ter vindo diretamente do inferno. Eu estava tão assustada que quase chorei, pensando: “Esses policiais são capazes de qualquer coisa. Se eles realmente tirassem toda a minha roupa, como eu poderia continuar vivendo com tanta vergonha? Seria melhor morrer do que ter que viver em tal humilhação”. Vi que não havia parapeito na janela em frente à mesa e pensei em pular de lá. Quando eles perceberam que eu estava pensando em pular, trancaram a janela, e então bati minha cabeça na parede com toda a força que pude. Um policial me pressionou contra a parede para que eu não pudesse me mover. Ele gritou com raiva: “Você quer morrer? Não podemos deixá-la escapar tão facilmente! Vou transformar sua vida em um inferno!”. Eu queria morrer, mas eles não me deixavam. Eu estava em agonia total. Naquele momento, veio à minha mente o hino das palavras de Deus intitulado “Busque amar a Deus, não importa quão grande seja seu sofrimento”: “Durante estes últimos dias, vocês devem dar testemunho de Deus. Não importa quão grande seja o sofrimento de vocês, devem caminhar até o fim e até mesmo até seu último suspiro, ainda assim vocês devem ser fiéis a Deus e ficar à mercê de Deus; só isso é realmente amar a Deus e apenas isso é o testemunho forte e retumbante(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Somente experimentando provações dolorosas é que você pode conhecer a amabilidade de Deus”). Entendi a intenção de Deus. Ele queria que eu vivesse para dar testemunho Dele. Querer morrer depois de sofrer só um pouco não era o comportamento de alguém que ama a Deus. Esse era o comportamento de uma pessoa covarde e inútil. Eu tinha de continuar vivendo! Se eles realmente tirassem toda a minha roupa e me colocassem em exposição, isso seria evidência de sua perseguição aos cristãos. Depois de pensar nisso, eu não quis mais morrer. Em seguida, um policial de sobrenome Xie me olhou com desejo e disse: “Você é muito agradável aos olhos. Tem apenas 20 anos, não é? Você ainda não tem namorado? Gostaria de ver se você ainda é virgem”. Enquanto falava, aproximou-se e se pressionou contra mim, tocando meu rosto e queixo. Fiquei com medo e o empurrei para longe. Ele cambaleou para trás e se chocou contra a lateral da mesa, e então ficou furioso e correu em minha direção, prendendo minhas mãos na parede. Ele me beijou por todo o rosto e pescoço. Eu estava tão transtornada que gritei. Alguns dos oficiais que estavam assistindo riram alto. Para me proteger de ser violada, dei um chute nele e não o deixei se aproximar. Outro policial usou sua câmera para começar a tirar fotos de mim. Ele disse: “Como você ousa bater em um policial?”. Ele me deixou absolutamente furiosa. Todos eles estavam se unindo contra mim, mas tentaram me acusar de tê-los agredido? Eles não estavam invertendo a verdade? Mas também pensei: “Se eu revidar e eles tirarem uma foto, poderão publicá-la na Internet e usá-la para desacreditar e incriminar a igreja. Isso não humilhará a Deus?”. Eu não queria que eles tivessem nada sobre a igreja, então tive que conter minhas lágrimas e suportar silenciosamente suas provocações. No final, eles não conseguiram a foto que queriam e foram embora.

O policial Xie mandou outro policial me algemar e prender meus braços na parede. Ele pisou nos meus pés, abriu o zíper do meu casaco e começou a me tocar nas costas e na cintura. Minhas mãos e pés estavam imobilizados, por isso não tinha como reagir. Fiquei tão abalada que comecei a soluçar. Somente quando a namorada do policial Xie chegou naquele momento é que ele finalmente desistiu. Um pouco mais tarde, o policial Xie voltou e se lançou sobre mim como se estivesse possuído. Não havia mais ninguém na sala naquele momento. Ele prendeu minhas pernas com força e envolveu-me com seus braços, tocando-me por todos os lados. Ele até tirou minha calça. Fiquei com muito medo e segurei o cós da minha calça com força. Ele me deu um tapa violento no rosto e eu gritei. Ele colocou a mão sobre minha boca e meu nariz. Eu não conseguia respirar e, quanto mais me debatia, mais fraca eu ficava. Era exatamente assim que eu tinha visto estupradores tratarem suas vítimas na TV. Eu estava incrivelmente assustada e me sentia sem esperança. Irritado e exasperado, o policial Xie gritou: “Grite! Grite o mais alto que puder! Vamos ver se o seu Deus vem resgatá-la!”. Sua falta de vergonha e maldade me deixaram com muita raiva. Orei apressadamente a Deus: “Querido Deus, não quero ser pisoteada por Satanás. Por favor, resgata-me, por favor, resgata-me!”. No momento em que eu estava fazendo minha súplica urgente a Deus, o policial Xie afrouxou seu aperto em meu nariz e boca e eu respirei fundo. Imediatamente soltei um grito e vários policiais que estavam na sala ao lado ouviram e se aproximaram. Só então ele me largou. Desabei no chão, pensando no que tinha acabado de acontecer. Se não fosse pela proteção de Deus, eu teria sido estuprada. Agradeci a Deus em meu coração.

Naquele dia, ao meio-dia, sete ou oito policiais chegaram. Quando eu não cooperei com eles, o chefe da delegacia veio até mim e torceu minha orelha enquanto beliscava minha nuca. Doeu muito e eu me abaixei. Ele riu de mim, dizendo: “Enfiando a cabeça para dentro como uma tartaruga, não é?”. Os outros também se juntaram para zombar de mim. Eles me cercaram e começaram a me empurrar como uma bola. Dois dos policiais até aproveitaram a chance para beliscar meu peito e minha cintura. Eles eram um bando de selvagens! Cerrei os dentes de raiva e quis revidar! Se eu mesma não tivesse passado por tudo isso, jamais teria acreditado que essa era a “polícia do povo” que nossos livros didáticos e programas de televisão diziam que “servia ao povo” e “lutava pela justiça”. Não aguentei mais e gritei com eles, dizendo: “Homens de verdade intimidariam uma garotinha?”. Eles desistiram assim que eu disse isso. Um pouco mais tarde, um policial apontou uma arma para minha têmpora e me ameaçou dizendo: “Eu poderia atirar em você agora mesmo! Quando capturamos vocês crentes, podemos matá-los sem consequências. Podemos atirar em vocês imediatamente. Quando você estiver morta, simplesmente a levaremos para fora e a enterraremos! Se tiver alguma última palavra, diga-a agora!”. Enquanto falava, ele carregou a arma com uma bala. Quando vi que ele não estava brincando, fiquei tão assustada que minhas pernas ficaram moles como gelatina. Pensei comigo mesma: “Será realmente o fim da minha vida em uma idade tão jovem? Tive muita sorte de encontrar Deus, que veio para salvar a humanidade, mas agora vou morrer antes de testemunhar o espetáculo da expansão do evangelho do reino por todo o universo e conseguir uma mudança em meu caráter corrupto? Isso é difícil de aceitar”. Naquele momento, lembrei-me do que o Senhor Jesus disse: “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo(Mateus 10:28). O grande dragão vermelho só pode devastar e torturar minha carne, mas não pode destruir minha alma. É apenas um tigre de papel. Por fora, parece intimidador, mas não importa o quão frenético ele se torne, está sempre nas mãos de Deus. Ele não se atreveria a fazer nada comigo sem a permissão de Deus. Pensei em Pedro, que havia sido crucificado de cabeça para baixo por Deus em sua busca por amá-Lo. Quando foi crucificado, ele orou a Deus dizendo: “Ó Deus! Teu tempo chegou agora; chegou o tempo que Tu preparaste para mim. Devo ser crucificado por Ti, devo dar esse testemunho de Ti e espero que meu amor seja capaz de satisfazer Tuas exigências e que ele possa se tornar mais puro. Hoje, poder morrer por Ti e ser pregado na cruz por Ti é algo reconfortante e tranquilizador para mim, porque nada é mais gratificante para mim do que poder ser crucificado por Ti e satisfazer Teus desejos, e ser capaz de dar a mim mesmo a Ti, de oferecer minha vida a Ti(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “As experiências de Pedro: seu conhecimento de castigo e julgamento”). A oração de Pedro me iluminou muito. Senti-me muito mais próxima de Deus e não temi mais a morte. Pensei em como Deus estava me protegendo desde que fui detida e e no fato de que, quando Satanás estava me tentando, foram as palavras de Deus que me guiaram para perceber sua trama. Quando eu fiquei fraca, Ele me deu fé e força, e quando estive em perigo, Deus me protegeu para que eu não fosse pisoteada por Satanás. Pedro conseguiu se submeter a Deus e foi crucificado de cabeça para baixo por Ele. Eu não tinha a estatura de Pedro, mas estava disposta a tomá-lo como modelo. Seria uma honra para mim morrer por Deus hoje. Fiquei profundamente comovida com o amor de Deus e orei silenciosamente a Ele dizendo: “Ó Deus, devo muito a Ti. Em minha vida, nunca busquei sinceramente a verdade nem procurei amar-Te. Se eu tiver uma próxima vida, continuarei crendo em Ti, seguindo-Te e retribuindo Teu amor!”. Alguns dos policiais viram que eu estava chorando e, achando que eu estava com medo, disseram: “Esta é sua última chance. Se tiver alguma palavra de despedida, diga agora!”. Eu disse: “Todo mundo acaba morrendo. Estou morrendo porque estou sendo perseguida por causa da justiça, então não me arrependo”. Depois de dizer isso, fechei os olhos e esperei que a arma disparasse. O policial ficou tão zangado que sua mão começou a tremer e ele disse: “Seu desejo é uma ordem!”. Ele me disse para virar a cabeça para o lado, apontou a arma para minha têmpora e disparou alguns tiros, mas, de alguma forma, não morri. Então percebi que ele havia tirado a bala. Outro policial bateu com as mãos na mesa e disse: “Você acha que é uma heroína ou algo assim? Não importa o que façamos com você, nada parece funcionar!”. Eles cutucaram minha têmpora e me bateram na cabeça com a arma, dizendo: “Vá em frente e chore! Por que não está chorando?”. Lembrei-me de um hino que diz: “Embora nossa cabeça possa rolar, nosso sangue possa derramar, a coluna do povo de Deus não poderá se dobrar”. Antes, quando enfrentava suas torturas e ameaças, eu só chorava e chorava para tentar ganhar a compaixão deles. Não tinha nenhuma fé em Deus. Eu estava me rebaixando diante de Satanás e não tinha determinação. Não podia mais humilhar a Deus com minha falta de firmeza. Então, enxuguei minhas lágrimas, cerrei os punhos e resolvi lutar contra Satanás até o fim! Em minha cabeça cantei o hino “Desejo ver o dia da glória de Deus”: “Com as exortações de Deus no coração, jamais me ajoelharei diante de Satanás. Embora nossa cabeça possa rolar, nosso sangue possa derramar, a coluna do povo de Deus não poderá se dobrar. Darei um testemunho retumbante de Deus e humilharei os diabos e Satanás. Dor e dificuldades são predestinadas por Deus, e eu serei leal e me submeterei a Ele até a morte. Nunca mais farei Deus chorar ou Se preocupar. Oferecerei meu amor e lealdade a Deus e completarei minha missão para glorificá-Lo(Seguir o Cordeiro e cantar cânticos novos).

Alguns dos policiais me viram cerrando os punhos com força e se encheram de raiva, dizendo: “Ela é mais teimosa do que uma mula!”. Ao ver a polícia frustrada e sem opções, eu sabia que essa horda de demônios e satanases estava humilhada e derrotada. Eu realmente entendi o que Deus quis dizer quando falou: “Quando as pessoas estão preparadas para sacrificar a própria vida, tudo se torna insignificante e ninguém consegue vencê-las. O que poderia ser mais importante que a vida? Assim, Satanás se torna incapaz de fazer algo mais nas pessoas, não há nada que ele possa fazer com o homem(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Interpretações dos mistérios das ‘Palavras de Deus para todo o universo’, Capítulo 36”). O calcanhar de Aquiles do homem é seu medo da morte. Satanás, o diabo, sabia do meu calcanhar de Aquiles e o usou para me ameaçar e me impedir de crer em Deus e de segui-Lo. Mas a sabedoria de Deus é exercida com base nas tramas de Satanás. Quando entreguei minha vida a Deus, Satanás tornou-se impotente, fracassou e foi humilhado.

Ao meio-dia, alguns dos policiais foram comer, enquanto três permaneceram para me monitorar. Um policial se aproximou de mim e, com um sorriso falso, perguntou-me: “Por que você não chora?”. Eu disse: “Não tenho nada para chorar”. Ele disse: “Se você não chorar, nós lhe daremos algo para chorar!”. Enquanto falava, pegou um frasco preto. Ele arregalou meus olhos e borrifou o produto químico em minha boca e olhos, enquanto outro policial me prendia pelos braços e pela cabeça. Imediatamente meus olhos começaram a arder e a lacrimejar, e eu não conseguia mantê-los abertos. O produto químico ardia em minhas bochechas e minha garganta também ardia por causa do produto químico que eu tinha engolido. Doía tanto que eu não conseguia nem falar e tinha que ficar cuspindo. Ele também me ameaçou dizendo que aquilo era um tipo de veneno e que me mataria em meia hora. O terceiro policial me pegou pelas algemas e me levou para outra sala. Nesse momento, consegui abrir um pouco os olhos e eles me borrifaram com mais do produto químico. Em seguida, me algemaram aos outros irmãos com os quais eu havia sido detida, ligaram um ventilador na velocidade mais alta e abriram todas as janelas e a porta. Ele estava usando uma parka grande e um aquecedor aquecia seus pés. Ele riu muito e disse: “Agradável e quentinho, certo?”. Estávamos no auge do inverno e minhas mãos e pés ficaram gelados rapidamente. Naquele momento, ouvi uma das irmãs começar a bater os pés e a cantar baixinho uma canção. Ouvi com atenção e percebi que ela estava cantando um hino em louvor a Deus. Também comecei a bater o pé no ritmo da música. Enquanto cantava, senti minhas forças serem restauradas e pensei: “Não importa como esses diabos me torturem, continuarei mesmo assim. Mesmo que isso signifique minha morte, permanecerei firme em meu testemunho para satisfazer a Deus!”. Para minha surpresa, eles nos liberaram por volta das três da tarde. Descobriu-se que, durante esse tempo, eles haviam detido tantos irmãos não havia mais espaço no centro de detenção ou na cadeia. Quando descobriram que não estavam obtendo nenhuma informação valiosa de nós, simplesmente nos deixaram ir. Eu sabia, porém, que isso era a misericórdia de Deus. Ele havia nos dado uma saída. Agradeci a Deus em meu coração.

Durante minha detenção e perseguição pelo PC Chinês, minha carne sofreu um pouco e fui humilhada, mas ganhei um discernimento real da essência maligna do PC Chinês. Vi claramente que o PC Chinês é simplesmente um demônio que odeia e resiste a Deus. Enquanto o grande dragão vermelho estiver no poder, Satanás estará no poder, brutalizando e corrompendo todas as pessoas. Renunciei e rebelei-me contra o grande dragão vermelho em meu coração e aguardei ansiosamente o dia em que Cristo e a retidão chegariam ao poder. Eu esperava que o reino de Cristo fosse realizado em breve, e tive ainda mais fé para seguir a Deus até o fim!

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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