Por Liang Xin, China

Em 2005, completei sessenta e oito anos de idade e, um dia no início de outubro daquele ano, um amigo pregou o evangelho de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias para mim. Ao comer e beber as palavras de Deus, tive certeza de que Deus Todo-Poderoso é o único Deus verdadeiro que salva a humanidade e aceitei Sua obra dos últimos dias. Menos de um ano depois de começar a acreditar em Deus, o líder arranjou para que eu gerenciasse os livros das palavras de Deus da igreja. Pensei comigo: “Já que assumi esse dever, tenho que ser diligente e responsável. Não posso cometer nenhum erro. Só posso ganhar a salvação de Deus se desempenhar bem meu dever”. Depois disso, desempenhei ativamente meu dever, organizando e numerando todos os livros e registrando tudo claramente. Pensei: “Desde que eu me dedique de forma plena a meu dever, não só o líder e os irmãos ficarão satisfeitos, mas também Deus certamente ficará satisfeito e me abençoará”. A ideia de ser abençoada e salva no futuro me deixou muito feliz. Dois anos depois, o líder arranjou para que eu entregasse livros e cartas a duas igrejas próximas. Embora esse dever fosse um pouco extenuante para uma pessoa da minha idade, assim que pensei que desempenhar esse dever me permitiria satisfazer a Deus e receber Suas bênçãos, e sobretudo quando pensei na beleza do reino no futuro, fiquei especialmente feliz, por isso, mesmo quando estava cansada, eu não reclamava.

Os anos passaram, 2024 chegou, e eu estava agora com a idade avançada de oitenta e sete anos. Minha saúde piorava a cada ano: eu sofria de várias doenças, como batimentos cardíacos prematuros, hiperlipidemia, pressão alta e alto nível de açúcar no sangue, e três anos antes, havia desenvolvido uma doença degenerativa lombar. Quando a doença se manifestava, minha lombar doía tanto que eu não conseguia ficar de pé, e cada movimento causava uma dor excruciante. Mas, para ser honesta, essas doenças não afetavam muito meu humor porque não me impediam de desempenhar meu dever e não afetavam minha busca da salvação por meio de minha fé em Deus. O que mais me doía era que eu tinha ficado surda dos dois ouvidos. Não conseguia ouvir nada das conversas normais da minha família, e eles tinham que gritar no meu ouvido para que eu ouvisse algo. Minha família comprou vários aparelhos auditivos diferentes para mim, mas nenhum funcionou por muito tempo. Fui ao hospital e me diagnosticaram com perda auditiva relacionada à idade, que é incurável. Depois disso, era como se eu estivesse vivendo em um mundo silencioso. Não conseguia ouvir os sermões nem a comunhão de Deus, tampouco conseguia ouvir claramente os hinos das palavras de Deus. Nas reuniões, não conseguia acompanhar o que os outros comunicavam sobre suas experiências nem seu entendimento da verdade das palavras de Deus, e, mesmo quando tentava ler seus lábios, não conseguia decifrar o que diziam. Devido à minha condição física, a igreja parou de designar deveres para mim. Senti uma tristeza profunda e chorei inúmeras vezes quando estava sozinha. Pensei: “Está mesmo tudo acabado. Sem desempenhar nenhum dever, será que ainda posso ter a esperança de receber bênçãos ou uma boa destinação? Será que tudo se tornou apenas uma ilusão? Será que Deus me abandonou? Agora que estou surda, não sou apenas um ornamento, uma pessoa inútil? Que dever ainda posso desempenhar? Algumas pessoas idosas no mundo não crente alcançam mais de cem anos com boa audição e visão. Eu sigo a Deus há dezoito anos; e durante todos esses anos, tenho me despendido com entusiasmo e desempenhado ativamente meus deveres. Não importava quais deveres que a igreja arranjasse para mim, sempre os desempenhei com seriedade e responsabilidade e nunca deixei que minha idade prejudicasse meus deveres. Portanto, Deus deveria ter me abençoado e protegido e evitado que eu ficasse surda. Como posso ter ficado surda? Agora não consigo ouvir a voz de Deus nem desempenhar meus deveres. Como posso buscar a verdade dessa maneira? Não tenho esperança de ser salva, e a beleza do reino está fora de meu alcance. Está tudo acabado. Parece que Deus não me quer mais. De qualquer forma, estou com quase noventa anos e não sei quantos dias me restam. Vou simplesmente agir superficialmente e viver um dia após o outro”. Eu vivia com queixas e equívocos sobre Deus, sentindo-me muito negativa e inquieta. Comecei a ficar no celular para passar o tempo, e não quis mais orar nem ler as palavras de Deus. Minha filha, vendo meu estado ruim, gritava com frequência em meu ouvido: “Você não continua sendo uma crente em Deus? Não deveríamos aceitar as situações que vêm Dele? Se podemos ou não ganhar a salvação de Deus depende de nossa busca pela verdade. Deus falou tantas palavras e expressou tanta verdade, e, para cada problema, há uma senda de solução em Suas palavras. Seus olhos estão bons, então você pode ler mais das palavras de Deus. Leia o que Ele exige dos idosos e quais são Suas intenções quando uma doença nos acomete. Nossos problemas só poderão ser resolvidos se nos equiparmos com mais verdade. De que adianta ser apenas negativa e inquieta?”. As palavras de minha filha me despertaram. Meu coração estava distante de Deus, eu estava orando menos, não me concentrava quando lia as palavras de Deus e só ficava no celular para passar o tempo. Eu estava presa em negatividade e não conseguia me libertar. Sabia que minha doença estava sob a soberania de Deus, mas simplesmente não conseguia me submeter. Então me lembrei de uma frase de Suas palavras: “O preceito mais simples na busca da verdade é que você precisa aceitar todas as coisas de Deus e se submeter em todas as coisas. Essa é uma parte” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Por que o homem deve buscar a verdade”). Entendi que a intenção de Deus é que aceitemos Dele tudo o que acontece e que devemos ter submissão absoluta. Os fatos revelavam que eu não me submetia a Deus e que eu não era alguém que buscava a verdade. Curvei-me diante Dele e orei: “Ó Deus, desde que perdi minha audição, meu estado tem sido terrível. Acho que, com minha surdez, não posso mais ganhar salvação nem bênçãos, e tenho vivido em sofrimento. De maneira irracional, tenho feito exigências a Ti e reclamado de Ti. Realmente careço de consciência e razão! Ó Deus, por favor, esclarece-me e guia-me para que eu saia deste estado errado”.

Mais tarde, refleti e me perguntei: “Por que minha surdez me causava tanta dor? Por que não conseguia ter um coração submisso a Deus?”. Li uma passagem de Suas palavras: “Em sua crença em Deus, o que as pessoas buscam é obter bênçãos para o futuro; esse é seu objetivo em sua fé. Todas as pessoas têm essa intenção e essa esperança, mas a corrupção em sua natureza deve ser resolvida por meio de provações e refinamento. Quaisquer aspectos nos quais você não está purificado e revela corrupção, esses são os aspectos nos quais você deve ser refinado — esse é o arranjo de Deus. Deus cria um ambiente para você, forçando-o a ser refinado ali para que você possa conhecer sua corrupção. No fim, você chega a um ponto no qual preferiria morrer a fim de desistir de seus intentos e desejos e se submeter à soberania e ao arranjo de Deus. Portanto, se não tiverem vários anos de refinamento, se não suportarem certa quantidade de sofrimento, as pessoas não serão capazes de se livrar dos constrangimentos da corrupção da carne em seus pensamentos e em seu coração. Quaisquer aspectos nos quais as pessoas ainda estão sujeitas aos constrangimentos de sua natureza satânica, e quaisquer aspectos nos quais elas ainda têm seus desejos e exigências, esses são os aspectos nos quais elas devem sofrer. Somente por meio do sofrimento as lições podem ser aprendidas, lições essas que significam ser capaz de ganhar a verdade e entender as intenções de Deus. Na verdade, muitas verdades são entendidas por meio de vivenciar sofrimento e provações. Ninguém pode entender as intenções de Deus, reconhecer a onipotência e a sabedoria de Deus nem apreciar o caráter justo de Deus quando está num ambiente confortável e tranquilo ou quando as circunstâncias são favoráveis. Isso seria impossível!” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Por meio do esclarecimento e da orientação das palavras de Deus, percebi que sempre acreditei Nele para receber bênçãos. Eu acreditava que, desde que desempenhasse meu dever adequadamente, teria esperança de ser salva. Para uma boa destinação e de bênçãos, eu aceitava e obedecia, e lidava diligentemente com qualquer dever que a igreja arranjava para mim. Embora eu fosse idosa e administrar os livros fosse um desafio, nunca reclamei das dificuldades nem deixei que minha idade afetasse meu dever. Mas quando fiquei surda, não pude mais ouvir os sermões e a comunhão de Deus, nem aprender os hinos de Sua palavra, e quando me reunia com os irmãos, não conseguia ouvir sua comunhão sobre o entendimento que tinham das palavras de Deus. Assim, achei que, quando aceitei este estágio da obra, eu já estava velha, e agora que não conseguia ouvir nada, eu ganharia ainda menos da verdade. Especialmente quando a igreja parou de arranjar deveres para mim, tive medo de não receber mais bênçãos, e fiquei muito agoniada. Parei de orar e de buscar a verdade, e só fiquei passando tempo no celular. Adotei uma atitude negativa e resistente, tentando apenas ser superficial. Se não tivesse sido revelada por meio disso, eu não teria refletido e conhecido a mim mesma, e ainda acharia que estava fazendo um bom trabalho em meus deveres. Agora vi que tudo o que eu fazia era para minhas bênçãos e uma boa destinação, e de modo algum para satisfazer a Deus. Por meio dessa reflexão, percebi como minha natureza era hedionda e desprezível. Como eu poderia alegar que era um ser humano? Como pude ter a ousadia de dizer: “Acredito em Deus há dezoito anos, portanto Ele deveria me abençoar e proteger”? Senti tanta vergonha. Eu havia sido muito descarada! Meu caráter não havia mudado nem um pouco; não importavam meus dezoito anos de crença — mesmo que eu tivesse acreditado por vinte e oito ou trinta e oito anos, ainda assim teria sido em vão.

Durante meus devocionais, li esta passagem das palavras de Deus: “Com base em que, você — um ser criado — faz exigências a Deus? As pessoas não são qualificadas a fazer exigências a Deus. Não há nada mais insensato do que fazer exigências a Deus. Ele fará o que deve fazer, e Seu caráter é justo. A justiça não é, de modo algum, imparcialidade nem razoabilidade; não é igualitarismo nem uma questão de lhe destinar o que você merece de acordo com o tanto de trabalho que completou, nem de pagá-lo por um trabalho qualquer que você tenha feito, nem de lhe dar o que lhe é devido de acordo com o tanto de esforço que você despendeu. Isso não é justiça, é meramente ser imparcial e razoável. Pouquíssimas pessoas são capazes de conhecer o caráter justo de Deus. Suponha que Deus tivesse eliminado Jó após este ter dado testemunho Dele: isso seria justo? De fato, seria. Por que isso é chamado de justiça? Qual é a opinião das pessoas sobre justiça? Se algo está alinhado às noções das pessoas, é muito fácil para elas dizer que Deus é justo; no entanto, se não acharem que esse algo está alinhado a suas noções — se for algo que elas são incapazes de entender —, seria difícil para elas dizer que Deus é justo. Se Deus tivesse destruído Jó naquele tempo, as pessoas não teriam dito que Ele é justo. De fato, entretanto, tendo as pessoas sido corrompidas ou não e tendo sido profundamente corrompidas ou não, Deus tem de justificar-Se quando as destrói? Deveria Ele explicar às pessoas com que base Ele o faz? Deus deve informar às pessoas as regras que Ele ordenou? Não há necessidade. Aos olhos de Deus, alguém que é corrupto, propenso a se opor a Deus, não tem nenhum valor; qualquer maneira de Deus lidar com ele será apropriada, e tudo isso são os arranjos de Deus. Se você fosse desagradável aos olhos de Deus, e se Ele dissesse que não tem uso para você depois do seu testemunho e, portanto, o destruísse, isso também não seria a justiça Dele? Seria. Talvez você não seja capaz de reconhecer isso agora, a partir dos fatos, mas precisa entender na doutrina. […] Tudo que Deus faz é justo. Embora os humanos possam não ser capazes de perceber a justiça de Deus, eles não deveriam julgar a seu bel-prazer. Se algo que Ele faz parecer irrazoável aos humanos ou se eles tiverem quaisquer noções sobre isso, e isso os levar a dizer que Ele não é justo, eles estarão sendo muito insensatos. Você vê que Pedro achava algumas coisas incompreensíveis, mas tinha certeza de que a sabedoria de Deus estava presente e que a boa vontade de Deus estava nessas coisas. Os humanos não conseguem sondar tudo; há muitas coisas que eles não conseguem compreender. Portanto, conhecer o caráter de Deus não é algo fácil” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Ao ponderar as palavras de Deus, percebi que eu não entendia Seu caráter justo. Quando as ações de Deus se alinhavam com minhas noções, eu conseguia aceitá-las e chamá-Lo de justo, mas, quando não se alinhavam, eu não conseguia aceitar que Deus era justo. Sempre acreditei que, depois de encontrar Deus, não importava que dever a igreja arranjasse para mim, eu conseguiria me submeter. Também acreditava que eu desempenhava meus deveres com diligência e nunca deixava minha idade avançada atrasá-los, por isso achei que Deus deveria me abençoar e não deveria ter permitido que eu ficasse surda, e que, só se fizesse isso, Ele seria justo. Agora que não conseguia desempenhar meus deveres por causa de minha surdez e, por isso, não podia alcançar meu objetivo de receber bênçãos, eu achava que Deus não era justo. Mas depois de ler Suas palavras, percebi que tudo em que eu acreditava eram apenas minhas noções e imaginações e que elas não se alinhavam com a verdade. Eu usava o ponto de vista mundano de “quanto mais trabalha, mais recebe; quanto menos trabalha, menos você recebe; sem trabalho não há recompensa” para avaliar o caráter justo de Deus. Meu ponto de vista estava errado. Não importa se as ações de Deus se alinham com as noções humanas, Suas boas intenções estão sempre presentes nelas. Tudo o que Deus faz para qualquer ser criado é justo, pois Sua essência é a justiça. Não devo avaliá-la de acordo com minhas noções. Deus diz: “Aos olhos de Deus, alguém que é corrupto, propenso a se opor a Deus, não tem nenhum valor; qualquer maneira de Deus lidar com ele será apropriada, e tudo isso são os arranjos de Deus”. Sou apenas um ser criado comum. Que direito eu tinha de fazer exigências a Deus? Quando refleti sobre minhas exigências irracionais a Deus, senti-me profundamente triste e arrependida, e lágrimas escorreram pelo meu rosto. Eu tinha oitenta e sete anos e ainda conseguia ler as palavras de Deus; isso já era Sua proteção e Sua graça. A partir de então, eu não podia mais fazer exigências a Deus e tinha que me submeter às Suas orquestrações e aos Seus arranjos.

Li mais das palavras de Deus: “Eu decido a destinação de cada pessoa não com base na idade, senioridade, quantidade de sofrimento, muito menos o grau em que ela causa compaixão, mas de acordo com ela possuir ou não a verdade. Não há outra escolha além dessa” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Prepare boas ações suficientes para sua destinação”). Pelas palavras de Deus, entendi que Ele não julga a destinação de uma pessoa com base em quanto sofrimento ela parece ter suportado nem em quantas coisas ela fez, mas com base em sua mudança de caráter. Durante todos esses anos, embora eu sempre tivesse desempenhado meu dever e suportado alguma adversidade, eu não sabia muito sobre meu caráter corrupto, e quando a obra de Deus não se alinhava com minhas noções, eu ainda conseguia reclamar Dele e resistir a Ele. Vi que, depois de todos esses anos de crença em Deus, meu caráter ainda não havia mudado, mas eu ainda esperava ser salva e receber uma boa destinação, o que nada mais era do que sonhar acordada. Embora tivesse ficado surda, meus olhos ainda estavam bons, e eu ainda conseguia ler as palavras de Deus, portanto, no futuro, eu precisava me concentrar mais nas palavras de Deus, buscar mais a verdade para entender e resolver meu caráter corrupto e alcançar uma mudança de caráter.

Mais tarde, quando uma irmã ouviu minha experiência, ela apontou que eu não tinha entendido a correlação entre alguém desempenhar seu dever e receber bênçãos ou infortúnios. Ela também compartilhou uma passagem das palavras de Deus para que eu a lesse. Deus Todo-Poderoso diz: “Não há correlação entre o dever do homem e se ele recebe bênçãos ou sofre infortúnio. O dever é o que o homem deve cumprir; é sua vocação providencial, e não deveria depender de recompensa, condições ou razões. Só então ele está desempenhando o seu dever. Receber bênçãos se refere a quando alguém é aperfeiçoado e desfruta das bênçãos de Deus após experimentar julgamento. Sofrer infortúnio se refere a quando o caráter de alguém não muda depois de ter experimentado castigo e julgamento; ele não experimenta ser aperfeiçoado, mas, sim, punido. Mas, independentemente de receberem bênçãos ou sofrerem infortúnio, os seres criados devem cumprir seu dever, fazer o que devem fazer e fazer o que são capazes de fazer; isso é o mínimo que uma pessoa, uma pessoa que busca a Deus, deveria fazer. Você não deve desempenhar o seu dever apenas para receber bênçãos e não deve se recusar a agir por medo de sofrer infortúnio. Deixe-Me dizer-lhes uma coisa só: o desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Enquanto lia e ponderava, percebi que o dever de uma pessoa é uma comissão dada por Deus, que essa é a responsabilidade obrigatória do homem, a qual não está relacionada a receber bênçãos ou infortúnios. Ser capaz de desempenhar meu dever como crente era uma bênção e uma honra, e eu só poderia ganhar a aprovação de Deus se buscasse a verdade e alcançasse uma mudança de caráter enquanto desempenhasse meu dever. Se meu caráter não mudasse, por mais deveres que tivesse desempenhado ou por mais estradas que tivesse percorrido, se eu não buscasse a verdade, tudo seria em vão e eu não alcançaria a salvação. Paulo fez mais trabalho do que qualquer outra pessoa, mas seu caráter não mudou. Seus sacrifícios e esforços em seu trabalho não eram para satisfazer a Deus, mas para ganhar coroas e recompensas. Isso era contrário às exigências de Deus, e Paulo trilhou uma senda de resistir a Deus. Como resultado, ele foi punido e acabou no inferno. Eu tinha que desistir de minha intenção de buscar bênçãos, e, independentemente de eu alcançar ou não uma boa destinação, tinha que buscar a verdade. Embora tivesse ficado surda e temporariamente incapacitada de desempenhar meu dever, eu ainda podia praticar escrever testemunhos experienciais para dar testemunho de Deus. Li estas palavras de Deus: “Já que ser abençoado não é um objetivo apropriado a ser buscado pelas pessoas, qual é o objetivo apropriado? A busca da verdade, a busca de mudanças de caráter e ser capaz de se submeter a todos os arranjos e orquestrações de Deus: esses são os objetivos que as pessoas devem buscar” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Somente na prática da verdade há entrada na vida”). Depois de ler as palavras de Deus, vim para diante Dele em oração: “Ó Deus! Por muitos anos, desempenhei meus deveres apenas para ganhar bênçãos, trilhando uma senda que resiste a Ti. Estou disposta a me arrepender diante de Ti, a desistir de meu desejo por bênçãos e me concentrar em buscar a verdade. Buscarei uma mudança de caráter e me submeterei às Tuas orquestrações e aos Teus arranjos”. Depois disso, eu comia e bebia as palavras de Deus todos os dias, e anotava o que passava a entender sobre meu caráter corrupto. Também assistia a vídeos de testemunhos experienciais para ver como os irmãos experienciam a obra de Deus. Às vezes, eu me comunicava com minha filha e sentia que cada dia era gratificante e significativo. Agora, meu estado e minha condição são muito bons, e não sofro mais por causa de minha surdez. Graças a Deus!