64. As consequências de fingir entender
Eu faço vídeos na igreja. Na época em que comecei a treinar, eu pedia ajuda às pessoas quando não entendia alguma coisa. Com o tempo, fui gradualmente aprendendo alguns princípios e fiz alguns vídeos de forma independente. Todos diziam que eu estava progredindo rápido e o supervisor também comentou que meus vídeos eram inovadores e reflexivos. Ouvir isso fez com que eu me sentisse muito satisfeita comigo mesma, e achei que tinha alguns dons e pontos fortes na produção de vídeos. Depois disso, quase nunca pedia ajuda a outras pessoas para fazer vídeos e, na maioria das vezes, tentava ponderar sobre os problemas e resolvê-los sozinha. Certa vez, eu estava fazendo um vídeo um pouco desafiador e me sentindo meio perdida, então pensei em pedir à líder da equipe que me desse um vídeo mais simples. Mas então pensei: “Como fui eu que escolhi esse vídeo, se eu for dizer à líder da equipe que não consigo fazê-lo, ela não vai me menosprezar? Esqueça isso, esse vídeo pode ser complicado, mas, se eu trabalhar nele com afinco, talvez consiga fazê-lo”. Então, eu não disse nada; e me concentrei na tarefa e fiquei pesquisando e tentando encontrar uma solução por conta própria. Mas, depois de muito pensar, eu ainda não tinha ideia de como fazê-lo, e pensei em pedir a outra pessoa para dar uma olhada e me ajudar. Mas, então, pensei: “Já faz algum tempo que estou treinando. Se eu continuar pedindo ajuda a outras pessoas, será que elas não vão achar que me falta calibre? Não, vou continuar tentando descobrir sozinha”. Na ocasião, a líder da equipe me perguntou: “Como está ficando o vídeo? Se estiver com problemas, pode trocá-lo por um mais fácil”. Pensei comigo mesma: “Não posso trocá-lo agora. Se eu fizer isso, não vou parecer incompetente?”. Então, mantive uma expressão tranquila e disse: “Estou descobrindo como lidar com isso. Não preciso trocá-lo”. Depois de dizer isso, senti uma inquietação dentro de mim. Eu estava pensando nesse vídeo havia muito tempo e ainda não tinha ideia de como abordá-lo. Esse era o máximo das minhas capacidades, e percebi que continuar tentando forçar uma solução não resolveria o problema. Mas ainda assim não contei à líder da equipe. Depois de dois ou três dias, eu ainda não tinha feito nenhum progresso com o vídeo, então não tive escolha a não ser finalmente pedir ajuda a outra pessoa. Pouco tempo depois, comecei a trabalhar em um novo formato de vídeo. Embora eu já tivesse discutido a abordagem com todos, ainda assim encontrei dificuldades durante o processo de produção, e pensei em falar a respeito com a líder da equipe novamente. Mas então pensei: “Já discutimos isso. Se eu perguntar outra vez, será que a líder da equipe não vai achar que me falta calibre e que precisam me dizer as coisas várias vezes só para eu fazer um vídeo?”. Para evitar que todos percebessem que havia coisas que eu não entendia ou não conseguia fazer no processo de produção, fingi que sabia o que estava fazendo e continuei trabalhando no meu computador. Mas depois de passar vários dias tentando, ainda não conseguia terminar o vídeo, e, no final, fui obrigada a pedir ajuda à líder da equipe. Esses dois fracassos me deixaram profundamente constrangida, mas não refleti sobre mim mesma e continuei fingindo que nada estava acontecendo. Em consequência, meu dever não produziu resultados. Fiquei negativa e me julguei sem calibre e inadequada para a produção de vídeos. Eu me sentia muito reprimida e angustiada. Às vezes, queria falar com alguém sobre meu estado, mas tinha receio de que, se os outros vissem minhas fraquezas e deficiências, iriam me menosprezar, por isso não queria me abrir.
Certa vez, a líder da equipe me deu uma sugestão, dizendo: “Você não comunica seu entendimento experiencial das palavras de Deus nas reuniões, nem fala sobre sua corrupção ou deficiências, ou como experimentou dificuldades em seu dever. Parece que está apenas proferindo palavras e doutrinas para se exibir”. Percebi que a líder da equipe me percebia muito claramente e me senti muito constrangida. Meu rosto ardeu e baixei a cabeça sem dizer nada. Mais tarde, a líder da equipe me enviou uma passagem das palavras de Deus para me ajudar. Deus diz: “As próprias pessoas são seres criados. Seres criados podem alcançar onipotência? Eles podem alcançar perfeição e infalibilidade? Podem alcançar proficiência em tudo, vir a entender tudo, perceber todas as coisas e ser capazes de tudo? Não podem. No entanto, há caracteres corruptos e uma fraqueza fatal nos humanos. Assim que aprendem uma habilidade ou profissão, as pessoas sentem que são capazes, que são pessoas com status e valor, e que são profissionais. Não importa quão comuns sejam, todas elas querem se disfarçar de alguma figura famosa ou indivíduo excepcional, transformar-se em alguma celebridade menor e levar as pessoas a crer que são perfeitas e impecáveis, sem um único defeito; aos olhos dos outros, querem se tornar famosas, fortes ou alguma figura grande e querem se tornar poderosas, capazes de realizar qualquer coisa, sem nada que não possam fazer. Sentem que, se buscassem a ajuda de outros, elas pareceriam incapazes, fracas e inferiores e que as pessoas as menosprezariam. Por essa razão, sempre querem manter uma fachada. Algumas pessoas, quando lhes pedem que façam alguma coisa, dizem que sabem como fazer, quando, na verdade, não sabem. Mais tarde, em segredo, pesquisam o assunto e tentam aprender a fazer, mas depois de estudá-lo por diversos dias, ainda não compreendem como fazê-lo. Quando lhes perguntam se já acabaram, elas dizem: ‘Já, já!’. Mas, em seu coração, elas pensam: ‘Ainda não consegui, não faço ideia, não sei o que fazer! Não devo dar com a língua nos dentes, devo continuar fingindo, não posso permitir que as pessoas vejam minhas falhas e deficiências, não posso permitir que me menosprezem!’. Que tipo de problema é esse? Esse é o inferno vivo de tentar preservar a dignidade a todo custo. Que tipo de caráter é esse? A arrogância de tais pessoas não conhece limites, perderam toda a razão. Não querem ser iguais a todas as outras, não querem ser pessoas normais ou ordinárias, mas indivíduos sobre-humanos e excepcionais ou figurões. Esse é um problema muito grande! No que diz respeito à fraqueza, deficiência, ignorância, tolice ou falta de entendimento da humanidade normal, elas as disfarçarão, não permitirão que outras pessoas as vejam e então continuarão a se disfarçar” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “As cinco condições que devem ser satisfeitas para se iniciar a trilha certa da crença em Deus”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que os seres humanos são seres criados e que todos têm muitas falhas e deficiências. Não importa quão capaz uma pessoa possa ser, é impossível ser capaz de lidar com tudo e fazer tudo. Não conseguir tratar as próprias falhas e deficiências do modo correto e, em vez disso, disfarçar-se consistentemente é ser totalmente tolo, ignorante, arrogante e irracional. Pensei que, na época em que eu estava começando a treinar em produção de vídeo e ainda não tinha captado muito bem os princípios, era normal que eu não conseguisse fazer vídeos complexos. Mas eu não reconhecia minhas próprias habilidades limitadas, e, depois de fazer alguns vídeos, quando os irmãos me elogiaram e incentivaram um pouco, comecei a pensar que tinha bom calibre, que era capaz e tinha habilidades profissionais. Quando me deparei com coisas que não conseguia fazer ou entender, parei de procurar ajuda e simplesmente me escondi e me disfarcei, temendo que, se os outros vissem minhas deficiências, isso mudaria a boa impressão que tinham de mim. A líder da equipe notou minhas dificuldades e se ofereceu ativamente para me ajudar, mas eu continuei fingindo que nada estava acontecendo e recusei sua ajuda, preferindo pesquisar secretamente por conta própria e perder meu tempo, em vez de falar abertamente sobre minhas dificuldades. Como resultado, atrasei o andamento do vídeo. Fiz a mesma coisa ao fazer um vídeo em um novo formato. Embora eu claramente não tivesse ideia do que fazer, fingi deliberadamente que estava trabalhando no vídeo para enganar os outros. Perdi muito tempo, e o vídeo ainda não foi feito. Para manter a boa imagem que os outros tinham de mim, encobri minhas dificuldades e deficiências, e não deixei que ninguém as visse. Mesmo quando estava me sentindo negativa, não deixava ninguém perceber. Eu continuava querendo me disfarçar como alguém que podia fazer tudo e que superava a todos em tudo. Eu era muito arrogante e não tinha percepção de mim mesma! Mas eu não conseguia perceber claramente essa questão e continuava simplesmente me disfarçando. Quando me deparava com problemas ou dificuldades, não me abria para buscar ajuda, o que fazia com que os problemas continuassem sem solução. Isso não só afetou meu próprio estado, como também atrasou a produção de vídeos. Quando pensei sobre isso, percebi o quanto eu era tola! Então me lembrei das palavras de Deus: “Se você tiver muitas confidências que reluta em compartilhar, se estiver muito indisposto a desnudar seus segredos — suas dificuldades — diante dos outros de forma a buscar o caminho da luz, então digo que você é alguém que não alcançará a salvação facilmente e que não emergirá facilmente das trevas” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Três admoestações”). Das palavras de Deus, entendi que não se disfarçar, ser simples, aberta e honesta, e revelar sua corrupção, dificuldades e deficiências na comunhão para buscar a verdade são marcas de uma pessoa inteligente, e somente pessoas assim podem entender a verdade e alcançar a liberação. Mas eu era claramente deficiente em muitas áreas, e tinha muita dificuldade quando se tratava de fazer vídeos em novos formatos, em particular; no entanto, nem sequer tinha coragem de dizer algo tão simples como “não consigo fazer isso” ou “não estou entendendo”. Em vez disso, eu me esforçava muito para me esconder e me disfarçar, temendo que, se todos me vissem como eu realmente era, iriam me menosprezar, o que tornava minha vida exaustiva e difícil. Eu sempre me disfarçava, achando que estava sendo esperta e que podia enganar os outros, mas, na realidade, todos já viam minhas verdadeiras capacidades, e eu não só não conseguia preservar minha imagem, como também me fazia de tola. Ao me esconder e me disfarçar dessa maneira, sem ousar abrir o coração e buscar a comunhão, eu não podia receber o esclarecimento ou a iluminação do Espírito Santo, e as dificuldades em meu trabalho não podiam ser resolvidas, o que apenas obstruía o trabalho da igreja e lhe causava prejuízos. Depois de entender essas coisas, eu me abri para meus irmãos na comunhão e expus minha corrupção e minhas deficiências, e, em vez de me menosprezarem, todos se comunicaram comigo e me ajudaram. Eu me senti tão constrangida e envergonhada! Depois disso, quando me deparava com tarefas de produção de vídeo que eu não conseguia realizar, procurava ativamente a ajuda de meus irmãos. Após praticar assim por um tempo, fiz algum progresso em minhas habilidades técnicas e me tornei mais eficiente em meus deveres. Fiquei muito grata a Deus!
Mais tarde, a igreja me atribuiu a responsabilidade de regar os recém-chegados. Depois de um período de treinamento, captei alguns princípios e fui capaz de resolver os problemas e as dificuldades dos recém-chegados. Os irmãos comentaram que eu era diligente, responsável e capaz de suportar dificuldades em meus deveres. Ao ouvir os elogios de todos, fiquei muito feliz e achei que estava me saindo muito bem, e, sem nem mesmo perceber, comecei a me disfarçar novamente. Certa noite, não conseguia entender algumas perguntas feitas pelos recém-chegados e, depois de refletir sobre elas por um longo período e ainda não saber como resolvê-las, quis ir para a cama. Nesse momento, a irmã Zhang Jing, que estava colaborando comigo, perguntou: “Você ainda está acordada a essa hora? Precisa de ajuda?”. Pensei que Zhang Jing estava regando os recém-chegados havia muito tempo e tinha alguma experiência com o trabalho, então senti vontade de conversar com ela. Mas aí pensei: “Se eu continuar lhe perguntando tudo, ela não vai pensar que sou tão incapaz que não consigo nem resolver esse problema? Será que ela não vai me menosprezar? De jeito nenhum, eu mesma resolverei isso! Assim ela ainda terá uma boa impressão de mim como alguém que está disposta a ficar acordada até tarde, suportar dificuldades e pagar um preço”. Então, reuni forças e disse a ela que eu daria conta de tudo e que ela deveria ir dormir. Nessa noite, fiquei acordada até as duas da manhã, e, mesmo assim, não descobri como resolver alguns dos problemas. Não apenas perdi tempo, como também atrasei o trabalho, e fui tomada por uma sensação indescritível de repressão e desconforto. Eu também estava bastante irritada comigo mesma, pensando: “Por que não consigo simplesmente ser honesta e dizer que preciso de ajuda? Por que me dar ao trabalho de bancar a durona e fingir que posso fazer tudo?”. Mas ainda assim não refleti sobre mim. Mais tarde, o escopo de minhas responsabilidades aumentou, e os problemas e dificuldades que encontrei no trabalho continuaram crescendo junto com ele. Porém, minha compreensão da verdade era superficial, e era difícil ver os problemas com clareza e resolvê-los. Às vezes, os regadores estavam em péssimo estado e seus deveres não estavam produzindo nenhum resultado, e eu não sabia como resolver seus problemas. Para evitar que os outros vissem minhas deficiências e falhas, eu simplesmente refletia sobre as coisas sozinha e, quando havia um problema que eu realmente não conseguia resolver, ficava tão negativa que chorava escondida. Mas, mesmo assim, eu continuava insistindo. Durante uma revisão de trabalho, vi que os resultados do trabalho sob minha responsabilidade eram muito ruins, que muitos problemas antigos não haviam sido resolvidos e novos haviam surgido. Naquele momento, não consegui mais aguentar e rompi em lágrimas. Entre soluços, desabafei com Zhang Jing sobre todo o meu estado. Para minha surpresa, ela disse: “Sempre achei que você estava indo muito bem, mas, se não tivesse falado hoje, eu não saberia que você tinha tantas dificuldades”. Fiquei muito envergonhada, porque essa era a fachada que eu havia criado ao me disfarçar e enganar os outros. Nos dias seguintes, eu fiquei me perguntando: “Por que, sempre que encontro dificuldades, não me sinto disposta a me abrir e a me comunicar com os outros? Por que sempre sou tão propensa a me esconder e me disfarçar?”.
Mais tarde, li as palavras de Deus: “Independentemente do contexto, não importa que dever está desempenhando, um anticristo tentará passar a impressão de que não é fraco, que é sempre forte, cheio de fé e nunca negativo, para que as pessoas nunca vejam sua estatura verdadeira ou sua atitude real em relação a Deus. De fato, nas profundezas do seu coração, ele realmente acredita que não há nada que não possa fazer? Ele realmente acredita que não tem fraqueza, negatividade ou revelações de corrupção? De forma alguma. Ele é bom em fingir, é hábil em esconder coisas. Ele gosta de mostrar às pessoas seu lado forte e esplêndido; não quer que vejam seu lado fraco e verdadeiro. Seu propósito é óbvio: é simplesmente manter sua vaidade e seu orgulho, para proteger o lugar que tem no coração das pessoas. Ele acredita que, se ele se abrir na frente dos outros sobre a própria negatividade e fraqueza, se revelar seu lado rebelde e corrupto, isso será um dano sério a seu status e sua reputação — não vale o esforço. Por isso, ele prefere morrer a admitir que tem momentos em que se sente fraco, rebelde e negativo. E se vier o dia em que todos virem o lado dele que é fraco e rebelde, quando virem que ele é corrupto e que não mudou coisa nenhuma, ele ainda continuará fingindo. Ele acredita que, se admitir que tem um caráter corrupto, que é uma pessoa comum, alguém que é insignificante, ele perderá seu lugar no coração das pessoas, perderá a devoção e a adoração de todos e, assim, terá fracassado completamente. E então, não importa o que aconteça, ele não se abrirá para as pessoas; não importa o que aconteça, ele não entregará seu poder e status a nenhuma outra pessoa; em vez disso, ele se esforça ao máximo para competir, e nunca desistirá. […] Toda e qualquer pessoa que se ache impecável e santa é impostora. Por que digo que todas elas são impostoras? Digam-Me, existe alguém em meio à humanidade corrupta que seja impecável? Existe alguém que seja realmente santo? (Não.) Definitivamente não. Como o homem pode alcançar impecabilidade se ele foi tão profundamente corrompido por Satanás e, além disso, não possui a verdade inatamente? Só Deus é santo; toda a humanidade corrupta está contaminada. Se uma pessoa personificasse alguém que é santo, dizendo que é impecável, essa pessoa seria o quê? Seria um diabo, um satanás, um arcanjo — seria um anticristo genuíno. Só um anticristo alegaria ser uma pessoa impecável e santa” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 10”). As palavras de Deus expõem que, para manter seu status e sua imagem no coração das pessoas, os anticristos geralmente se disfarçam, encobrindo suas deficiências e falhas, e fingindo ser pessoas sem corrupção ou defeitos, capazes de tudo, fazendo com que os outros os admirem e adorem. Refleti sobre meu próprio comportamento. Quando obtinha algum resultado em meus deveres, eu sentia que era melhor do que os outros, e, para manter minha boa imagem no coração das pessoas e fazê-las pensar que eu tinha um bom calibre e capacidade de trabalho, e me admirassem, eu não buscava ajuda; em vez disso, me esforçava para esconder e encobrir as coisas sempre que encontrava problemas e dificuldades no trabalho, mesmo sabendo que eu não tinha experiência e não conseguia perceber bem ou resolver as coisas. Quando outras pessoas se ofereciam ativamente para me ajudar, eu tinha receio de que minhas fraquezas e deficiências seriam expostas, por isso preferia ficar acordada até tarde sozinha, em vez de aceitar a ajuda dos outros, chegando até mesmo a fingir que estava disposta a suportar dificuldades sem reclamar, para fazer as pessoas pensarem que eu era leal em meus deveres e capaz de suportar dificuldades e pagar um preço. Mas, no final, acabava me atormentando a ponto de me sentir reprimida e aflita, chorando em segredo e não ousando falar, temendo que os irmãos veriam minha verdadeira estatura e não me admirariam mais. Eu era realmente hipócrita e falsa. Relembrando, a igreja nunca exigiu que eu fosse capaz de perceber tudo claramente ou de resolver todas as dificuldades em meus deveres. Eu estava apenas sendo hipócrita, sempre fingindo ser forte, vangloriando-me a ponto de me prejudicar e fingindo entender as coisas quando não entendia. Eu estava apenas me colocando na berlinda, e, como resultado, atrasava o trabalho da igreja e causava muito sofrimento a mim mesma. Como eu sempre me disfarçava de uma pessoa ativa e positiva na frente dos outros, meu fingimento desorientava alguns irmãos, que pensavam que eu era capaz de suportar dificuldades e tinha capacidade de trabalho, e por isso eles me tinham em alta conta. Uma irmã me disse: “Deve ser difícil carregar um fardo tão pesado sozinha. Quero aprender com você”. A irmã tinha uma opinião tão boa a meu respeito só porque eu sempre me disfarçava e nunca expunha minhas fraquezas ou dificuldades. Eu era muito boa em desorientar e enganar os outros, o que não era prejudicial apenas para eles, mas para mim também! Senti repulsa, no fundo do coração, por minhas ações e minha conduta, e não quis mais me disfarçar ou continuar nessa senda errada, por isso, orei a Deus em arrependimento e busquei uma senda de prática.
Em seguida, li mais das palavras de Deus: “Você deve buscar a verdade para resolver qualquer problema que surge, não importa o que seja, e de forma alguma deve se disfarçar ou mostrar um rosto falso aos outros. Seus defeitos, suas deficiências, suas falhas, seus caracteres corruptos — seja completamente aberto em relação a todos eles e comunique todos eles. Não os guarde no interior. Aprender a se abrir é o primeiro passo em direção à entrada na vida e é o primeiro obstáculo, que é o mais difícil de superar. Uma vez que você o superou, entrar na verdade é fácil. O que significa dar esse passo? Significa que você está abrindo seu coração e mostrando tudo que tem, bom ou mau, positivo ou negativo, desnudando-se para que os outros e Deus o vejam; não escondendo nada de Deus, não ocultando nada, não disfarçando nada, livre de engano e trapaça, e sendo igualmente aberto e honesto com as outras pessoas. Dessa forma, você vive na luz, e não somente Deus o escrutinará, mas as outras pessoas também serão capazes de ver que você age com princípios e alguma medida de transparência. Você não precisa utilizar nenhum método para proteger reputação, imagem e status, nem precisa encobrir ou disfarçar os seus erros. Não precisa se empenhar nesses esforços inúteis. Se puder abrir mão dessas coisas, você ficará muito relaxado, viverá sem constrangimentos ou dor, e viverá inteiramente na luz” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). “E assim, não importa qual é o seu estado, se você está negativo ou em dificuldades, não importa quais são seus planos ou motivações pessoais, o que percebeu ou descobriu por meio de introspecção, é preciso aprender a se abrir e se comunicar, e, quando você se comunica, o Espírito Santo opera. E como opera o Espírito Santo? Ele esclarece e ilumina você e permite que você reconheça a gravidade do problema, Ele o torna ciente da raiz e da essência do problema, depois, aos poucos, leva você a entender a verdade e Suas intenções, e permite que você veja a senda de prática e entre na verdade realidade. Quando uma pessoa consegue se comunicar abertamente, isso significa que ela tem uma atitude honesta em relação à verdade. Se uma pessoa é honesta é medido por sua atitude em relação à verdade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). As palavras de Deus indicaram uma senda de prática, que envolvia deixar de lado o orgulho, sendo uma pessoa honesta, aprendendo a se abrir ativamente sobre suas dificuldades e deficiências, sendo capaz de mostrar seu verdadeiro eu a Deus e aos outros, não praticando o engano ou a dissimulação, e sendo real e verdadeira. Uma pessoa honesta pode abrir seu coração para Deus, e deseja sinceramente buscar a verdade para resolver seus problemas e dificuldades, tornando mais fácil para ela receber a iluminação e o esclarecimento do Espírito Santo, entender a verdade e entrar na realidade. Percebendo isso, orei a Deus em meu coração, decidindo que, no futuro, eu tinha que praticar de acordo com as palavras de Deus, abrir mão do meu orgulho, ser aberta e me expor, e ser uma pessoa simples e honesta.
Posteriormente, quando me deparei outra vez com problemas em meu trabalho que eu não conseguia entender ou solucionar, ou quando eu tinha um certo estado que não sabia como resolver, eu orava conscientemente a Deus e me abria para buscar a ajuda de meus irmãos. Certa vez, um recém-chegado fez uma pergunta, e, embora eu tivesse algumas ideias, não sabia exatamente como deveria comunicar a solução, então pensei em discutir o assunto com Zhang Jing, mas hesitei, pensando: “Já faz algum tempo que estou regando os recém-chegados. O que ela vai pensar de mim se eu ainda procurá-la com esse tipo de pergunta? Esqueça isso. Não vou perguntar a ela. Vou descobrir por mim mesma”. Nesse momento, percebi que eu estava tentada a me disfarçar novamente. Pensei em como eu havia me disfarçado e me escondido várias vezes no passado, o que não só me deixou chafurdando na repressão e na dor, mas também causou prejuízos ao trabalho, então percebi que não podia mais fingir. Eu tinha que me abrir e me comunicar com os outros sobre as coisas que eu não entendia ou que não estavam claras. Então, fiz uma oração silenciosa a Deus no coração, pedindo Sua orientação para praticar ser uma pessoa honesta de acordo com Suas palavras. Depois, conversei com Zhang Jing sobre minhas dificuldades e as possíveis soluções, e ela ressaltou que a passagem das palavras de Deus que eu havia citado não era adequada, e também me disse como comunicar e resolver aquele tipo de problema. Seguindo o conselho de Zhang Jing, procurei novamente as palavras de Deus relevantes. Depois de me comunicar com o recém-chegado, sua confusão foi resolvida e eu me senti realmente aliviada. Percebi então que praticar as palavras de Deus traz uma sensação de tranquilidade e libertação.