26. Depois que fui diagnosticada com câncer

Por Li Yuan, China

Em abril de 2023, a igreja arranjou para que eu desempenhasse meus deveres em outro local. Fiquei muito animada e fiz as malas rapidamente, esperando para partir. No entanto, lembrei-me então de que eu tinha um problema ginecológico e, como procurar atendimento médico poderia ser difícil em um lugar desconhecido, fui ao hospital para fazer exames antes de viajar. Depois de saber dos meus sintomas, o médico recomendou uma curetagem uterina para uma biópsia, expressando preocupação de que qualquer atraso poderia permitir que a doença se transformasse em câncer. Enquanto aguardava os resultados, senti-me inquieta, sem saber o que o diagnóstico revelaria. Alguns dias depois, os resultados chegaram, com o relatório apontando para “suspeita de câncer endometrial”. Fiquei atônita. Depois de me acalmar, perguntei: “Está escrito ‘suspeita de câncer’. Então isso significa que pode não ser câncer?”. O médico respondeu: “Os médicos raramente afirmam logo de cara que é câncer; eles deixam espaço para interpretação. São necessários mais exames para determinar o tipo, e então o tratamento será baseado na condição específica”. Depois que ouvi isso, minha mente entrou em pane, e não consegui absorver mais nada do que o médico disse. Diante de um câncer repentino e inesperado, fui pega completamente despreparada. Pensei: “Como pode ser câncer? Como posso ter câncer?”. Embora eu não expressasse nenhum ressentimento em relação a Deus, internamente não estava disposta a aceitar essa realidade. Eu me perguntava: “Esse diagnóstico de câncer é a maneira de Deus me revelar e me eliminar ou é um refinamento? Qual é a intenção de Deus?”.

Quando voltei para casa, senti um vazio por dentro, e minha mente foi tomada pela ideia de que eu tinha apenas alguns dias de vida. Quando saí para desempenhar meus deveres com uma irmã naquela tarde, eu não estava de bom humor e me sentia distraída e desmotivada. No caminho de volta, olhei para o céu azul e pensei: “Como ele é lindo! Quantos dias ainda me restam de vida? Por quanto tempo mais poderei olhar para esse lindo céu? Se eu morrer, nunca testemunharei a grandeza sem precedentes da propagação do evangelho”. Depois disso, procurei informações sobre câncer uterino no meu celular. Vi que algumas pessoas que contraem câncer endometrial aos 50 anos podem ser curadas, enquanto outras não. Dizia ali que pacientes em estágio avançado só vivem de três a cinco anos e, em casos mais graves, poderiam sobreviver por apenas um ano. Quanto mais eu lia, mais assustada ficava, imaginando o estágio do meu câncer e quanto tempo ainda me restaria. Naquela noite, deitada na cama, eu não parava de pensar: “Eu esperava que acreditar em Deus significaria que eu seria salva e que nunca enfrentaria a morte, mas será que vou morrer, agora que tenho câncer? Será que todos esses anos de fé foram em vão? Teria sido melhor não ter acreditado em Deus!”. Quando esses pensamentos surgiram, percebi que não eram corretos e que significavam uma traição a Deus. Lembrei-me de que até mesmo aqueles que não acreditam em Deus ficam doentes e que, como crente em Deus, ainda assim tenho de enfrentar doenças também. Existe alguém neste mundo que não fica doente? Além disso, como uma pessoa corrupta, não era bastante normal eu ficar doente? Como eu estava doente, precisava me submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus. Mas a ideia de morrer fazia com que eu me sentisse péssima. “Ó Deus, eu não quero morrer. Renunciei à minha família e à minha carreira e desempenhei meu dever durante todos esses anos, mas agora estou com câncer. Isso significa que Tu estás me abandonando e me eliminando?” Eu vivia em angústia e preocupação, e lágrimas escorriam pelo meu rosto. Em meu coração, eu disse: “Deus, o que devo fazer?”. Naquele momento, lembrei-me das palavras Dele: “Como você deve experimentar a doença quando ela vier? Você deve vir para diante de Deus e orar, buscar e captar a intenção de Deus. […] Normalmente, quando você enfrenta uma doença grave ou uma enfermidade estranha que o faz sofrer muito, isso não acontece por acaso. Esteja você doente ou com boa saúde, a intenção de Deus está presente nisso(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Na crença em Deus, ganhar a verdade é crucial”). As palavras de Deus me lembraram que as pessoas não são acometidas de doenças graves por acaso; as intenções de Deus estão sempre presentes. Então, orei a Ele em meu coração: “Deus, sei que Tua intenção está presente no fato de eu ter câncer e que eu preciso aprender com isso, mas não entendo qual é a Tua intenção. Por favor, esclarece-me e guia-me”.

Depois disso, os irmãos me enviaram uma passagem das palavras de Deus: “Quando a doença bate à porta, que senda as pessoas deveriam seguir? Como deveriam escolher? As pessoas não deveriam afundar-se em angústia, ansiedade e preocupação e contemplar as perspectivas e sendas futuras. Antes, quanto mais se encontrarem em tempos como estes e em tais situações e contextos especiais e quanto mais se encontrarem em tais dificuldades imediatas, mais as pessoas deveriam procurar e buscar a verdade. Só ao fazer isso é que os sermões que você ouviu no passado e as verdades que entendeu não serão em vão e terão efeito. Quanto mais se encontrar em tais dificuldades, mais você deveria abrir mão dos seus desejos e submeter-se às orquestrações de Deus. O propósito de Deus ao estabelecer esse tipo de situação e arranjar essas condições para você não é fazê-lo mergulhar nas emoções de angústia, ansiedade e preocupação e não é para que você possa testar Deus para ver se Ele o curará quando a doença o acometer, sondando, assim, a verdade dessa questão; Deus estabelece essas situações e condições especiais para que você possa aprender as lições práticas em tais situações e condições, alcançar uma entrada mais profunda na verdade e na submissão a Deus, e para que você saiba com mais clareza e precisão como Deus orquestra todas as pessoas, eventos e coisas. A sina do homem está nas mãos de Deus e, quer possam sentir isso ou não, quer estejam verdadeiramente conscientes disso ou não, as pessoas deveriam se submeter e não resistir, não rejeitar e certamente não testar a Deus. Você pode morrer de qualquer forma e, se resistir, rejeitar e testar a Deus, então nem é preciso dizer qual será seu desfecho. Em contrapartida, se nas mesmas situações e condições você for capaz de buscar como um ser criado deveria submeter-se às orquestrações do Criador, procurar quais lições deve aprender e quais caracteres corruptos deve conhecer nas situações que Deus cria para você e entender as intenções de Deus em tais situações, e de dar seu bom testemunho para atender às exigências de Deus, então é isso que você deveria fazer. Quando Deus arranja para que alguém contraia uma enfermidade, seja ela grave ou branda, Seu propósito não é fazer você apreciar os prós e os contras de estar doente, o dano que a enfermidade lhe traz, as inconveniências e as dificuldades que a enfermidade lhe causa e todos os incontáveis sentimentos que a enfermidade o faz sentir — Seu propósito não é que você aprecie a doença por estar doente. Antes, Seu propósito é que você aprenda as lições a partir da doença, aprenda a captar as intenções de Deus, conheça os caracteres corruptos que você revela e as atitudes erradas que adota em relação a Deus quando está doente e aprenda a submeter-se à soberania e aos arranjos de Deus, de modo que possa alcançar a verdadeira submissão a Deus e ser capaz de manter-se firme em seu testemunho — isso é absolutamente fundamental. Deus deseja salvá-lo e purificá-lo através da doença. O que em você Ele deseja purificar? Ele deseja purificar todos os seus desejos extravagantes e exigências em relação a Deus e até purificar os vários cálculos, julgamentos e planos que você faz a todo custo para sobreviver e viver. Deus não lhe pede para fazer planos, Ele não lhe pede para julgar e não lhe permite ter quaisquer desejos extravagantes em relação a Ele; só exige que você se submeta a Ele e, em sua prática e experiência de se submeter, saiba a atitude que você tem em relação à doença, conheça sua atitude em relação a essas condições fisiológicas que Ele lhe dá, assim como seus desejos pessoais. Quando passa a conhecer essas coisas, você pode então apreciar o quanto lhe é benéfico que Deus tenha arranjado as circunstâncias da doença para você ou que Ele lhe tenha dado essas condições fisiológicas; e você pode apreciar o quanto elas são úteis para mudar seu caráter, para você alcançar salvação e para sua entrada na vida. É por isso que, quando a doença bate à porta, você não deve estar sempre se perguntando como pode escapar ou fugir dela ou rejeitá-la(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (3)”). Por meio das palavras de Deus, entendi que Sua intenção ao trazer a doença sobre mim não era que eu vivesse angustiada e ansiosa, nem que eu entendesse os meandros da minha doença por meio dessa experiência. Em vez disso, Sua intenção era que eu aprendesse lições por meio dessa doença, que eu viesse a conhecer as impurezas da minha fé e dos meus desejos extravagantes em relação a Deus. Deus queria usar essa doença para me purificar, transformar e salvar. Mas eu não havia entendido Sua intenção. Quando soube que tinha câncer, passei a viver angustiada e ansiosa, o tempo todo receando que minha doença não tivesse cura, e temendo que, se eu morresse, nunca mais poderia ler as palavras de Deus nem desempenhar meus deveres e, portanto, não conseguiria alcançar a salvação. Até tentei argumentar com Deus, pensando que, como eu havia renunciado à minha família e carreira para desempenhar meu dever durante todos esses anos de fé Nele, e não O traí mesmo quando enfrentei a perseguição da minha família, Ele não deveria ter permitido que eu tivesse câncer. Eu vivia com medo da morte, não tinha fé em Deus e não tinha motivação em meus deveres. Por meio da revelação dos fatos, vi que me faltava consciência, razão e humanidade e que de forma alguma eu tinha Deus em meu coração. Quando entendi essas coisas, pude enfrentar minha doença corretamente.

Dois dias depois, o médico me ligou para dizer que tinha os resultados dos meus exames, e que era um câncer em estágio inicial. Ele disse que havia sido uma sorte tê-lo detectado cedo e me orientou a ir ao hospital para a cirurgia o mais rápido possível. Na noite anterior à cirurgia, fiquei deitada na cama me revirando, sem conseguir dormir, e me sentindo um pouco inquieta e com medo. Eu não sabia se a operação seria bem-sucedida, se transcorreria sem problemas ou se eu morreria na mesa de cirurgia. Em silêncio, orei a Deus: “Deus, vou ser operada amanhã. Independentemente de a operação ser bem-sucedida ou não, ou de eu morrer na mesa de cirurgia, entrego tudo em Tuas mãos e me submeto a Tuas orquestrações e a Teus arranjos”. Em seguida, li mais das palavras de Deus: “Quer encontre uma enfermidade maior ou menor, no momento em que sua enfermidade se tornar grave ou você estiver enfrentando a morte, lembre-se de uma coisa apenas: não tema a morte. Mesmo que esteja nos estágios finais do câncer, mesmo que a taxa de mortalidade da sua enfermidade específica seja muito alta, não tema a morte. Por maior que seja seu sofrimento, se temer a morte, você não se submeterá. Algumas pessoas dizem: ‘Quando Te ouço dizer isso, sinto-me inspirada e tenho uma ideia ainda melhor. Não só não temerei a morte, mas implorarei por ela. Isso não tornará mais fácil passar por isso?’. Por que implorar pela morte? Implorar pela morte é uma ideia extrema, ao passo que não temer a morte é uma atitude razoável a adotar. Não é certo? (Certo.) Qual é a atitude certa que você deveria adotar para não temer a morte? Se sua doença se tornar tão grave que você possa morrer, se a taxa de mortalidade dessa doença for alta, não importa a idade da pessoa que contrai a enfermidade, se o tempo entre o momento em que a pessoa contrai a doença e a morte for muito curto, o que você deveria pensar no coração? ‘Não devo temer a morte, todos acabam morrendo. Submeter-se a Deus, porém, é algo que a maioria das pessoas não consegue fazer, e posso usar essa enfermidade para praticar a submissão a Deus. Eu deveria ter o pensamento e a atitude de submeter-me às orquestrações e aos arranjos de Deus e não devo temer a morte.’ Morrer é fácil, bem mais fácil que viver. Você pode estar em extrema dor e não estar ciente disso, mas, assim que seus olhos se fecham, a respiração cessa, a alma deixa o corpo e a vida termina. É assim que a morte acontece; é simples assim. Não temer a morte é uma atitude que se deve adotar. Além disso, você não deve se preocupar se sua doença piorará ou não, ou se você morrerá se não puder ser curado, ou quanto tempo levará até morrer, ou que dor sentirá quando chegar a hora de morrer. Você não deve se preocupar com essas coisas; essas não são coisas com as quais você deveria se preocupar. Isso acontece porque o dia deve chegar, e deve chegar em algum ano, em algum mês e em algum dia específico. Você não pode se esconder e não pode escapar disso — essa é a sua sina. Sua assim chamada sina foi predestinada por Deus e já arranjada por Ele. A duração de seus anos, a idade e a hora em que você morrerá já foram definidas por Deus, com que, então, você está preocupado? Você pode se preocupar, mas isso não mudará nada; pode se preocupar, mas não pode evitar que isso aconteça; pode se preocupar, mas não pode impedir que esse dia chegue. Portanto, sua preocupação é supérflua, e tudo que ela faz é tornar o fardo da doença ainda mais pesado(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (3)”). “A questão da morte tem a mesma natureza de outras questões. Não compete às pessoas escolher por si mesmas, menos ainda ela pode ser mudada pela vontade do homem. A morte é igual a qualquer outro evento importante na vida: está inteiramente sob a predestinação e soberania do Criador. Se alguém implorasse pela morte, talvez não morresse necessariamente; se implorasse por viver, talvez não vivesse necessariamente. Tudo isso está sob a soberania e a predestinação de Deus, e é mudado e decidido pela autoridade de Deus, pelo caráter justo de Deus e pela soberania e pelos arranjos de Deus. Portanto, digamos que você contraia uma doença grave, uma doença grave potencialmente fatal, você não morrerá necessariamente — quem decide se você morrerá ou não? (Deus.) Deus decide. E já que Deus decide e as pessoas não podem decidir tal coisa, pelo que as pessoas se sentem ansiosas e angustiadas? É como quem são seus pais e quando e onde você nasceu — essas coisas tampouco podem ser escolhidas por você. A escolha mais sábia nessas questões é deixar as coisas seguirem o curso natural, submeter-se e não escolher, não despender qualquer reflexão ou energia nessa questão, não se sentir angustiado, ansioso ou preocupado com isso. Já que as pessoas não são capazes de escolher por si mesmas, despender tanta energia e reflexão nessa questão é tolice e insensatez. O que as pessoas deveriam fazer quando enfrentam a questão tremendamente importante da morte é não ficar angustiadas, nem se afligir, nem a temer, mas o quê? As pessoas deveriam, sim, esperar? (Sim.) Certo? Esperar significa esperar pela morte? Esperar morrer ao encarar a morte? Está certo? (Não, as pessoas deveriam encarar isso de forma positiva e submeter-se.) Está certo, não significa esperar pela morte. Não fique petrificado com a morte, e não use toda a sua energia pensando na morte. Não pense o dia todo: ‘Eu morrerei? Quando morrerei? O que farei depois de morrer?’. Simplesmente não pense nisso. Algumas pessoas dizem: ‘Por que não pensar nisso? Por que não pensar nisso quando estou prestes a morrer?’. Porque não se sabe se você morrerá ou não, e não se sabe se Deus permitirá que você morra — essas coisas são desconhecidas. Especificamente, não se sabe quando você morrerá, onde morrerá, em que momento morrerá, nem qual será a sensação no seu corpo quando você morrer. Quebrar a cabeça pensando e ponderando sobre coisas que você não sabe e sentir-se ansioso e preocupado com elas, isso não faz de você um tolo? Já que isso faz de você um tolo, você não deve quebrar a cabeça com essas coisas(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (4)”). Com base nas palavras de Deus, passei a entender que a vida e a morte de uma pessoa são predestinadas por Deus. Mesmo que uma pessoa tenha câncer, ela não morrerá se não for para isso acontecer. E quando o tempo de uma pessoa chegar ao fim, ela morrerá mesmo que não esteja doente. Ninguém pode morrer ou viver mais só porque quer; tudo é decidido por Deus. Ele tem soberania sobre tudo e arranja todas as coisas. Refletindo sobre o tempo desde que soube que tinha câncer, preocupava-me se minha doença poderia ser curada, se eu morreria e se isso aconteceria na mesa de cirurgia. Eu vivia todos os dias em um estado constante de angústia e ansiedade. Normalmente, eu sempre dizia que Deus tem soberania sobre tudo e que a vida e a morte do homem estão em Suas mãos, mas quando fiquei doente de fato, isso revelou que eu não tinha nenhuma compreensão da onipotência e da soberania de Deus, nenhuma fé genuína Nele, muito menos submissão. Ao entender isso, senti-me profundamente envergonhada. Percebi que precisava encarar a cirurgia de forma positiva. O sucesso ou o fracasso dela estava nas mãos de Deus. E mesmo que isso significasse que eu morreria naquele dia, eu me submeteria a Suas orquestrações e a Seus arranjos. As palavras de Deus me deram imensa fé e coragem. Quando me levaram para a sala de cirurgia, eu não estava mais com tanto medo. A operação durou seis horas. Quando acordei e percebi que ainda estava viva, fiquei muito feliz. No dia seguinte, quando veio me examinar, o médico disse: “A cirurgia foi um grande sucesso. Se não surgirem circunstâncias excepcionais posteriores, não será necessário tratamento adicional. Faremos um acompanhamento em alguns dias e veremos o que os exames mostram. Se for necessário fazer radioterapia, faremos isso, mas sua condição não é grave”. Ao ouvir essas palavras, eu soube, em meu coração, que aquilo não se devia à habilidade do médico, mas sim à soberania e aos arranjos de Deus.

Mais tarde, li em segredo as palavras de Deus no meu quarto no hospital e me deparei com duas passagens: “Em sua crença em Deus, o que as pessoas buscam é obter bênçãos para o futuro; esse é seu objetivo em sua fé. Todas as pessoas têm essa intenção e essa esperança, mas a corrupção em sua natureza deve ser resolvida por meio de provações e refinamento. Quaisquer aspectos nos quais você não está purificado e revela corrupção, esses são os aspectos nos quais você deve ser refinado — esse é o arranjo de Deus. Deus cria um ambiente para você, forçando-o a ser refinado ali para que você possa conhecer sua corrupção. No fim, você chega a um ponto no qual preferiria morrer a fim de desistir de seus intentos e desejos e se submeter à soberania e ao arranjo de Deus. Portanto, se não tiverem vários anos de refinamento, se não suportarem certa quantidade de sofrimento, as pessoas não serão capazes de se livrar dos constrangimentos da corrupção da carne em seus pensamentos e em seu coração. Quaisquer aspectos nos quais as pessoas ainda estão sujeitas aos constrangimentos de sua natureza satânica, e quaisquer aspectos nos quais elas ainda têm seus desejos e exigências, esses são os aspectos nos quais elas devem sofrer. Somente por meio do sofrimento as lições podem ser aprendidas, lições essas que significam ser capaz de ganhar a verdade e entender as intenções de Deus. Na verdade, muitas verdades são entendidas por meio de vivenciar sofrimento e provações. Ninguém pode entender as intenções de Deus, reconhecer a onipotência e a sabedoria de Deus nem apreciar o caráter justo de Deus quando está num ambiente confortável e tranquilo ou quando as circunstâncias são favoráveis. Isso seria impossível!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). “Quantos creem em Mim apenas para que Eu possa curá-los. Quantos creem em Mim apenas para que Eu possa usar Meu poder para expulsar espíritos impuros de seu corpo e quantos creem em Mim simplesmente para que possam receber paz e alegria de Mim. Quantos creem em Mim apenas para exigir de Mim mais riqueza material. Quantos creem em Mim apenas para passar esta vida em paz e estar sãos e salvos no mundo vindouro. Quantos creem em Mim para evitar o sofrimento do inferno e receber as bênçãos do céu. Quantos creem em Mim apenas em busca de conforto temporário, mas não buscam ganhar nada no mundo vindouro. Quando Eu concedo Minha fúria às pessoas e tomo toda a alegria e paz que elas outrora possuíam, elas ficam duvidosas. Quando Eu concedo às pessoas o sofrimento do inferno e tomo de volta as bênçãos do céu, elas ficam fora de si. Quando as pessoas Me pedem para curá-las, Eu não lhes dou atenção e sinto repulsa por elas; as pessoas se apartam de Mim para buscar, ao contrário, a senda do curandeirismo e da feitiçaria. Quando Eu tiro tudo que as pessoas exigiram de Mim, todas desaparecem sem deixar vestígios. Assim, Eu digo que as pessoas têm fé em Mim porque Minha graça é abundante demais e porque há benefícios demais a serem ganhos(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O que você sabe sobre a fé?”). As palavras de Deus apontaram o motivo e o objetivo de minha fé durante todos esses anos. Eu havia sofrido, pagado um preço, renunciado a coisas e me despendido em meus deveres para obter bênçãos e para garantir um desfecho livre da morte. Lembrei-me de quando comecei a acreditar em Deus. Eu havia aprendido que os crentes poderiam obter a salvação e a vida eterna, então, proativamente, li as palavras de Deus e desempenhei meus deveres. Mesmo quando minha família tentou me perseguir e me impedir, e meu marido se divorciou de mim, ainda assim não traí a Deus. Colaborei proativamente em qualquer dever que a igreja arranjava para mim e nunca tentei me esquivar. Mas quando fui diagnosticada com câncer e pensei em como ainda assim acabaria morrendo depois de abandonar essas coisas e me despender por todos aqueles anos em minha crença em Deus, comecei a argumentar com Ele. Pensei que o câncer não era algo que deveria acontecer comigo e até me arrependi de minha fé, revelando nada além de rebeldia e traição! Eu vi que não estava me despendendo genuinamente por Deus ao renunciar a minha família e carreira para desempenhar meu dever, e que, em vez disso, era motivada por meu objetivo vil de obter bênçãos. Eu queria trocar meus esforços e dispêndios pela bênção de entrar no reino; estava tentando barganhar com Deus. É perfeitamente natural e justificado que um ser criado desempenhe um dever; isso é responsabilidade do homem, e o homem não deve fazer nenhuma exigência a Deus. No entanto, quando minha doença veio, eu não apenas argumentei com Deus e reclamei Dele, também Lhe fiz uma exigência, pedindo que levasse minha doença embora. Vi que eu não tinha um coração nem um pouco temente a Deus. Pensei em como Jó perdeu todos os seus animais e filhos, e como seu corpo ficou coberto de feridas. Ele sofreu muito, mas não só não se queixou de Deus, como não quis que Deus visse sua dor nem desejou causar tristeza a Deus Jó preferiu amaldiçoar a si mesmo a abandonar a Deus, e ainda foi capaz de louvar Seu nome e, por fim, deu um belo testemunho de Deus. Vi que Jó tinha uma humanidade honesta e bondosa, e que ele se submeteu a Deus e O temeu. Havia também Pedro. Ele tinha verdadeiro conhecimento de Deus, aceitou tanto o refinamento quanto a tribulação, não O entendeu mal, não reclamou nem exigiu nada Dele, e se submeteu a Seus arranjos, e, por fim, foi crucificado de cabeça para baixo por Ele. Por outro lado, meu comportamento foi realmente vergonhoso. Eu não acreditava em Deus e não desempenhava meus deveres para conhecê-Lo, nem para buscar a verdade a fim de transformar minha vida caráter, mas sim para obter bênçãos e um desfecho sem morte. Eu era exatamente como Paulo, que acreditava ter terminado sua carreira, combatido o bom combate, e que havia uma coroa de justiça reservada para ele. Ele se esforçou e se despendeu para negociar com Deus, para trocar isso por recompensas e por uma coroa, e ofendeu o caráter de Deus, sofrendo assim Sua punição. Minha perspectiva sobre a crença em Deus era a mesma que a de Paulo. Se Deus não tivesse me revelado por meio dessa doença, eu nunca teria sido capaz de perceber isso. Na verdade, teria continuado nessa senda equivocada, e, por fim, teria sido eliminada por Deus. Naquele momento, percebi que essa doença era, de fato, uma forma de Deus me salvar.

Mais tarde, li mais das palavras de Deus: “Diga-Me, quem, dentre os bilhões de pessoas pelo mundo afora, é tão abençoado por ouvir tantas das palavras de Deus, por entender tantas das verdades da vida e por entender tantos mistérios? Quem dentre todos pode receber pessoalmente a orientação de Deus, a provisão de Deus, Seu cuidado e Sua proteção? Quem é tão abençoado? Pouquíssimos. Portanto, vocês poucos que podem viver na casa de Deus hoje, receber Sua salvação, e receber Sua provisão, façam tudo isso valer a pena, mesmo se estivessem para morrer neste momento. Você é muito abençoado, não é verdade? (Sim.) Olhando dessa perspectiva, as pessoas não deveriam ficar apavoradas com a questão da morte, nem deveriam ser limitadas por ela. Mesmo que não tenha desfrutado de qualquer glória e riqueza do mundo, ainda assim você recebeu a piedade do Criador e ouviu muitas das palavras de Deus — isso não é bem-aventurado? (É.) Não importa quantos anos você viva nesta vida, tudo vale a pena, e você não tem arrependimentos, porque tem desempenhado constantemente seu dever na obra de Deus, tem entendido a verdade, entendeu os mistérios da vida, e entendeu a senda e os objetivos que deveria buscar na vida — você ganhou muito! Você tem vivido uma vida que vale a pena! Mesmo que não consiga explicá-las com muita clareza, você é capaz de praticar algumas verdades e possuir alguma realidade, e isso prova que você ganhou alguma provisão de vida e entendeu algumas verdades da obra de Deus. Você ganhou muito — uma abundância verdadeira —, e isso é uma grande bênção! Desde o começo da história humana, nenhuma pessoa, ao longo de todas as eras, desfrutou dessa bênção, mas vocês estão desfrutando dela. Você está disposto a morrer agora? Com tal disposição, sua atitude para com a morte seria verdadeiramente submissa, certo? (Sim.)” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (4)”). Depois de ler as palavras de Deus, chorei de emoção. Nesta era perversa, entre bilhões de pessoas, eu tive a sorte de entrar na casa de Deus, onde recebi Sua rega e provisão, o que me permitiu entender muitas verdades e mistérios. Aprendi que o homem vem de Deus, que a vida de cada pessoa lhe é dada por Ele. Aprendi como devemos adorar a Deus e viver, como ser uma pessoa honesta, o que é o bem e o que é o mal, e muito mais. Isso me deu uma meta para minha busca e me colocou na senda correta da vida. Eu havia ganhado muito ao seguir a Deus durante todos esses anos; fui realmente muito abençoada. Portanto, mesmo que eu morresse naquele momento, tudo teria valido a pena. Refletindo sobre as palavras de Deus, fiquei tão feliz que chorei. Mais tarde, fiz outro check-up, e o médico disse que não havia sinal de que o câncer tinha se espalhado, e que, por isso, a radioterapia não era necessária. Eu só precisava fazer um exame de acompanhamento a cada três meses e poderia receber alta e ir para casa. Ao ouvir essa notícia, senti-me tão feliz que fiquei agradecendo a Deus. Mais tarde, fiz um exame de acompanhamento, e os resultados dos testes mostraram que tudo estava normal.

Por meio dessa experiência de doença, ganhei algum conhecimento de minha perspectiva equivocada sobre o que devo buscar em minha fé e também um pouco de compreensão da onipotência e da soberania de Deus. As coisas que uma pessoa experimenta na vida, seu nascimento, envelhecimento, doença e morte, não são escolhidas por ela. Tudo isso é predestinado por Deus. Não importa se eu viva ou morra no futuro, desejo apenas me submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus, buscar a verdade e cumprir meus deveres.

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Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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