100. Suportando humilhação e abuso
Em uma manhã de novembro de 2007, enquanto estávamos reunidos na casa da irmã Liu Hua, mais de uma dúzia de policiais invadiram o quintal de repente e, antes que pudéssemos reagir, entraram correndo na casa, gritando: “Não se mexam!”. Foi tudo muito caótico, e eu estava extremamente assustada, então fiquei orando a Deus. Os policiais vasculharam a casa e, em pouco tempo, reviraram o lugar de cabeça para baixo e encontraram os livros e DVDs das palavras de Deus guardados na casa de Liu Hua. Então, logo em seguida, revistaram-nos à força e encontraram materiais sobre o número de membros e as finanças da igreja em meu bolso. Eu estava preocupadíssima, com medo de que outros irmãos fossem implicados, então orei silenciosamente a Deus e pedi a Ele que os protegesse. Nesse momento, um dos policiais agarrou Liu Hua e perguntou: “Há mais livros ou dinheiro da igreja na sua casa?”. Vendo que ela não respondeu, o policial ignorou sua idade avançada e a empurrou violentamente, e Liu Hua caiu pesadamente no chão e perdeu a consciência. Vi Liu Hua caída imóvel no chão, com o rosto pálido, e quis correr até ela para ajudá-la a se levantar, mas, inesperadamente, dois policiais me agarraram pelos braços e me arrastaram para um carro. Outros policiais foram arrastar Liu Hua para fora, e, quando a viram inconsciente no chão, foram prender outras pessoas. Eu pensei: “O Partido Comunista odeia a Deus e, quando capturam alguém que prega o evangelho, eles o torturam. Alguns são espancados e incapacitados, outros são condenados à prisão, e os principais líderes e obreiros, em particular, são espancados até a morte, sem nenhuma repercussão. Agora que eu fui presa, e eles encontraram comigo os materiais sobre o número de membros e as finanças da igreja, com certeza pensarão que sou uma líder de igreja e não me deixarão escapar facilmente”. Eu estava muito assustada, sem saber que tipo de tortura os policiais aplicariam em mim, e, se eu não conseguisse suportá-la e me tornasse um judas, isso seria uma ofensa ao caráter de Deus. Eu não podia me tornar um judas, então fiquei orando a Deus: “Deus, estou com tanto medo agora. Não sei como os policiais vão me tratar. Por favor, protege-me e dá-me fé. Estou disposta a permanecer firme em meu testemunho!”. Depois de orar, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “Quando encarar sofrimentos, você deve ser capaz de deixar de lado qualquer preocupação com a carne e de não fazer reclamações contra Deus. Quando Deus Se esconde de você, você deve ser capaz de ter a fé para segui-Lo e de manter seu antigo amor sem permitir que fraqueje ou se dissipe. Não importa o que Deus faça, você deve deixá-Lo orquestrar como Ele desejar e se dispor a amaldiçoar sua própria carne, em vez de fazer reclamações contra Ele. Quando encarar provações, você deve se dispor a suportar a dor de abrir mão daquilo que você ama, e se dispor a chorar amargamente, para satisfazer a Deus. Somente isso é amor e fé verdadeiros” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). As palavras de Deus trouxeram muita paz ao meu coração. Deus permite que o sofrimento e as provações recaiam sobre nós para aperfeiçoar nossa fé. Quando fui presa e perseguida, fui covarde, tive medo da tortura e vi que minha fé em Deus não era genuína. Eu não deveria mais considerar minha carne; qualquer que fosse a tortura que os policiais usassem contra mim, eu tinha de confiar em Deus para permanecer firme em meu testemunho e, mesmo que tivesse de morrer, nunca me tornaria um judas.
Quando chegamos à delegacia, dois policiais me interrogaram com agressividade: “Quem é o líder da igreja? Onde está o dinheiro da igreja?”. Eles me interrogaram até as 20 horas e, como viram que eu não disse nada, levaram-me para um centro de detenção. Estava muito frio naquela época do ano, e duas policiais despiram-me à força, revistaram-me, e depois me trancaram com duas outras irmãs num quarto, sem nos deixar comer. Deram-nos apenas um cobertor fino e disseram com dureza: “Que todas vocês morram de frio! Quem disse que vocês podiam seguir a Deus Todo-Poderoso? Nem pensem em comer enquanto continuarem com essa sua fé!”. Naquela noite, aos sussurros, nós três nos consolamos e encorajamos umas às outras. Entendemos que a prisão e a perseguição eram uma provação de Deus e que precisávamos dar testemunho Dele. Por mais que os policiais nos torturassem, mesmo que nos espancassem até a morte, nunca cederíamos a Satanás! Ganhamos fé e força, e, embora estivéssemos famintas e com frio, não parecia tão insuportável.
No dia seguinte, os policiais me interrogaram. Um deles golpeou minha cabeça com força e disse: “Ei, sua bruxa velha, quem é o líder da sua igreja? Quem lhe deu os documentos financeiros da igreja? Se nos contar, nós a libertaremos hoje, mas, se não nos disser nada, vai se dar muito mal!”. Diante daquele interrogatório incessante e implacável, continuei orando a Deus em meu íntimo, pedindo a Ele que protegesse meu coração. Vendo que eu não estava falando nada, um dos policiais ficou furioso e disse: “Se você não falar, temos formas de torturá-la! Vamos condená-la a dez anos!”. Um outro disse: “Vou mandá-la pra Sibéria chinesa para que você tenha um gostinho do que é sofrer lá. Então veremos o quão teimosa você é!”. Eles continuaram buscando me fazer responder e me tentando. Eu apenas orei e confiei em Deus em meu coração, sem cair em sua armadilha. Às oito da manhã do terceiro dia, quatro policiais me chamaram para tirar uma foto. Um deles, com um sorriso falso, disse: “Sabe por que estamos tirando sua foto? Você come a comida do Partido Comunista, mas não acredita nele e, em vez disso, acredita em Deus e prega o evangelho. Se todos começarem a acreditar em Deus agora, quem vai acreditar no Partido Comunista? Você está se opondo ao Partido! Pelo seu entusiasmo em pregar o evangelho, você merece dez anos de prisão. Vamos mostrar sua foto na TV para que todos vejam e você vai ficar com vergonha demais para dar as caras em público!”. Depois de dizer isso, ele deu um sorriso cínico e me puxou pelo braço para tirar minha foto à força. Eu estava furiosa, mas também bastante preocupada, pensando: “Se a polícia mostrar na TV que eu fui presa por conta da minha fé e inflamar a opinião pública, o que meus amigos e parentes pensarão de mim? Meus vizinhos podem me ridicularizar. Como eu poderia mostrar o rosto em público? Meus filhos teriam vergonha de mim e me rejeitariam?”. Esses pensamentos me fizeram sentir completamente esgotada. Percebi que meu coração havia se afastado de Deus e então tratei de orar a Ele, pedindo que protegesse meu coração. Naquele momento, lembrei-me destas palavras de Deus: “Não há pessoa alguma entre vocês que seja protegida pela lei — antes, vocês são sancionados pela lei. Mais problemático ainda é que as pessoas não entendem vocês: sejam seus parentes, seus pais, seus amigos ou seus colegas, nenhum deles entende vocês. Quando vocês são abandonados por Deus, é impossível para vocês continuar vivendo na terra, mas, mesmo assim, as pessoas não suportam estar longe de Deus, que é o significado de Deus conquistar as pessoas, e é a glória de Deus. O que vocês herdaram hoje supera o que herdaram todos os apóstolos e profetas ao longo de todas as eras e é maior ainda que a herança de Moisés e Pedro. As bênçãos não podem ser obtidas em um ou dois dias; devem ser ganhas através de muitos preços. O que quer dizer que vocês precisam possuir um amor que passou pelo refinamento, vocês devem possuir uma grande fé e devem ter as muitas verdades que Deus requer que vocês alcancem; mais ainda, devem se voltar para a retidão sem ser intimidados ou evasivos, e devem ter um coração que ama a Deus que seja constante até a morte. Vocês devem ter determinação, devem ocorrer mudanças em sua vida caráter, a corrupção de vocês deve ser curada, vocês devem aceitar todas as orquestrações de Deus sem reclamação e devem ser submissos mesmo até a morte. É isso o que devem alcançar, esse é o objetivo final da obra de Deus, e é o que Deus exige deste grupo de pessoas” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A obra de Deus é tão simples quanto o homem imagina?”). As palavras de Deus me fizeram entender que as prisões e a perseguição aos cristãos pelo Partido Comunista e suas tentativas de manobrar a opinião pública para nos caluniar e atacar têm o objetivo de nos forçar a trair a Deus. Será que eu não estava caindo no esquema de Satanás por ser negativa e sofrer por medo de ser ridicularizada? Ser presa e humilhada por acreditar em Deus é ser perseguida em nome da justiça, e isso é glorioso, mas eu tinha medo de que zombassem de mim. Isso não mostrava que eu não conseguia distinguir o bom do ruim? Eu havia desfrutado tanto da rega e da provisão das palavras de Deus, mas agora que Deus precisava que eu testemunhasse, eu estava considerando minha carne e me preocupava com a vaidade e com meu orgulho. Eu estava realmente sem consciência! Com isso em mente, senti um profundo remorso e pensei: “Não importa o que façam comigo hoje. Mesmo que divulguem minha foto na TV para me difamar e fazer com que as pessoas me ridicularizem e me rejeitem, permanecerei firme em meu testemunho e nunca trairei a Deus!”.
Depois que tiraram a foto, os policiais me levaram de volta à sala de interrogatório. Um policial tirou da minha bolsa os documentos sobre os números de membros e as finanças da igreja e os jogou sobre a mesa, olhando para mim e gritando: “Hoje você deve explicar direitinho de onde vieram essas coisas! Se não falar, será condenada a dez anos de prisão!”. Vendo que eu não respondia, ele me cutucou com força na cabeça e disse: “Sua saca velha, eu já vi muitas como você. Se não confessar hoje, estará arriscando o pouco de vida que lhe resta! Temos cinco equipes se revezando para interrogar você. Vamos ver quem consegue resistir mais!”. Isso me deixou assustada e pensando em como alguns irmãos tinham sido torturados com varas de bambu sob as unhas e outros tinham sido forçados a beber água com pimenta depois de serem presos. Fiquei imaginando se fariam o mesmo comigo se eu continuasse em silêncio. Se me torturassem e me largassem na cadeia por vários anos, eu seria capaz de suportar? Eu tinha mais de 50 anos e minha saúde não era boa. E se me torturassem até a morte? Continuei orando a Deus em meu coração, pedindo-Lhe que me desse forças. Nesse momento, lembrei-me de algumas das palavras de Deus: “Fé e amor máximos são exigidos de nós neste estágio da obra. Podemos tropeçar ao menor descuido, pois este estágio da obra é diferente de todos os anteriores: o que Deus está aperfeiçoando é a fé das pessoas, que é invisível e intangível. O que Deus faz é converter palavras em fé, em amor e vida” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A senda… (8)”). As palavras de Deus me deram fé e força. Independentemente do tipo de sofrimento ou provação que enfrentasse, eu tinha de confiar em minha fé e permanecer firme em meu testemunho. Somente assim eu poderia ser aperfeiçoada por Deus. Pensei no sofrimento de Jó sob a tentação de Satanás. Quando ele perdeu seus vastos rebanhos de gado e ovelhas, sua imensa riqueza e seus filhos, e todo o seu corpo estava coberto de feridas dolorosas, Jó ainda tinha fé em Deus. Ele preferiu amaldiçoar sua própria carne em vez de reclamar de Deus e continuou a louvar Seu nome, mantendo-se, assim, firme em seu testemunho, humilhando Satanás e recebendo a aprovação e as bênçãos de Deus. O fato de eu ter sido capturada e perseguida era Satanás me tentando e também era Deus me provando e testando. Eu precisava seguir o exemplo de Jó e não reclamar de Deus, mesmo que isso significasse morrer, e tinha que confiar em Deus para permanecer firme em meu testemunho e envergonhar Satanás. A partir de então, a despeito de como os policiais me interrogassem, eu não dizia nada. Vendo que não conseguiam arrancar nada de mim, eles disseram a outra equipe: “Encontrem uma maneira de fazê-la abrir a boca, porque tem muito dinheiro nesses documentos. Façam-na confessar os detalhes sobre o dinheiro e os líderes da igreja. Não a deixem dormir enquanto ela não falar!”. A segunda equipe de policiais era formada por dois jovens. Ficaram um de cada lado e me bateram com força nos ombros com os punhos, exigindo saber quem eram os líderes de igreja. Senti-me um pouco tonta sentada ali em um banco, tremendo toda e incapaz de falar. Eles não atenuaram e continuaram a me bater com os punhos. Depois de um tempo, o chefe do Departamento de Segurança Pública entrou rangendo os dentes e disse: “Depois de todo esse tempo, você ainda não confessou? Quem lhe deu os documentos financeiros da igreja? Se não falar hoje, você está frita!”. Quando ouvi isso, meu coração martelou, e tratei logo de orar a Deus: “Deus, parece que eles não vão me deixar ir. Não posso superar isso sozinha e estou disposta a confiar em Ti. Não importa quanto me torturem, nunca serei um judas!”. Nesse momento, senti meu estômago revirar de repente e comecei a vomitar. Vendo que eu estava vomitando por toda parte, os policiais se afastaram. Aproveitei a oportunidade para pegar os documentos com o número de membros e as finanças da igreja que estavam sobre a mesa e os usei para me limpar. Em seguida, joguei no chão e pisei neles para destruí-los, o que deixou os policiais furiosos e pálidos. Nesse momento, o chefe do Departamento de Segurança Pública recebeu um telefonema informando que sua sogra havia falecido e que ele precisava voltar correndo para casa, e por isso tiveram que interromper o interrogatório. Eu sabia que aquilo era a proteção de Deus e fiquei profundamente grata a Ele. Os policiais me interrogaram por oito vezes no total, mas não arrancaram nenhuma informação de mim, e, por fim, fui transferida para um centro de detenção.
Lá, duas policiais me levaram para uma salinha e me repreenderam: “Vamos arrancar sua pele, sua bruxa velha!”. Depois pegaram uma tesoura e arrancaram cada botão das minhas roupas. Na sequência, despiram-me e jogaram fora meus sapatos. Após a inspeção, elas me fizeram andar descalça por um pátio até outra sala. Eu me senti absolutamente humilhada e estava muito zangada e angustiada, então fiquei orando a Deus. Lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “É tremendamente difícil para Deus realizar a Sua obra na terra do grande dragão vermelho — mas é por meio dessa dificuldade que Deus realiza um estágio da Sua obra, tornando manifestos Sua sabedoria e Seus feitos maravilhosos, e usando esta oportunidade para completar este grupo de pessoas. É por causa do sofrimento das pessoas, por meio do seu calibre e por causa de todos os caracteres satânicos das pessoas desta terra imunda que Deus realiza a Sua obra de purificação e conquista, para que, a partir daí, Ele possa ganhar glória, e para que Ele possa ganhar aqueles que darão testemunho de Seus feitos. Tal é o significado inteiro de todos os sacrifícios que Deus fez por este grupo de pessoas” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A obra de Deus é tão simples quanto o homem imagina?”). O esclarecimento das palavras de Deus me fez entender que, ao ser capturada e humilhada, embora minha carne tenha sofrido um pouco e meu orgulho tenha sido ferido, aquilo foi um sofrimento em prol da justiça e de ganhar a verdade, e esse era um sofrimento valioso e significativo. Ser perseguida também me ajudou a ganhar discernimento e a ver com mais clareza a perversidade e a sem-vergonhice do grande dragão vermelho, que passei a abominar e rejeitar de coração. Pensando nisso, não me senti mais envergonhada e resolvi me manter firme em meu testemunho para envergonhar Satanás.
Após eu passar trinta dias presa na casa de detenção, a polícia me acusou de “perturbar a ordem pública” e me sentenciou a um ano de reeducação por trabalho forçado. No campo de trabalho, eu ficava em uma sala de cerca de 10 metros quadrados atulhada com 20 pessoas, e o trabalho começava às seis da manhã. Os policiais ficavam nos atribuindo tarefas, e, se não as cumpríamos, não tínhamos permissão para comer nem dormir, e tínhamos de fazer horas extras à noite. Fosse de dia ou de noite, sempre que nos chamavam para mover algo, tínhamos de ir imediatamente, carregando, sozinhos, de 25 a 30 quilos de itens até o terceiro andar, e, se andávamos devagar, os policiais gritavam conosco e nos repreendiam. Quando chegava ao segundo andar, já não conseguia me mover e caía a cada passo, tendo que me arrastar até o terceiro andar. Acabava sempre exausta, encharcada de suor e com as pernas fracas, mas, depois de terminar, não tinha tempo para recuperar o fôlego e precisava fazer outro trabalho imediatamente. Eu trabalhava como se minha vida dependesse disso todos os dias, temendo ser punida ou ter a pena prolongada se não concluísse as tarefas, acabando muitas vezes com dores de cabeça, tontura e chegando a quase desmaiar em várias ocasiões. Depois de trabalhar o dia todo, eu tinha que ficar de guarda por duas horas à noite sem cochilar, encostar na parede ou me movimentar livremente, e qualquer violação resultava em punição e broncas. Quando finalmente chegava a hora de dormir, isso também era um tormento, já que quatro de nós tínhamos que nos espremer em uma cama de um metro de largura, e eu precisava me espremer num espacinho onde mal conseguia me deitar sem poder me virar nem me mexer, pois os outros presos gritavam comigo a qualquer movimento. Minhas pernas ficavam sobrando para fora da cama, e eu tinha cãibras devido ao frio intenso. Também eram frequentes os pesadelos sobre ser capturada ou interrogada, e eu acordava suando frio. Estávamos sempre com fome e, quando chegava a hora de comer, aqueles de nós que acreditavam em Deus só recebiam uma comida rala e aguada, sem nada de óleo. No campo de trabalho, cada dia parecia um ano. Todos os dias, eu pensava: “Quando esses dias sombrios e miseráveis vão chegar ao fim?”. Eu me sentia fraquíssima e então orei a Deus. Pensei nestas palavras de Deus: “Não importa como Deus opera e independentemente do tipo de ambiente em que você está, você é capaz de buscar a vida e de buscar a verdade, de buscar o conhecimento da obra de Deus e de ter um entendimento das Suas ações, e você é capaz de agir de acordo com a verdade. Fazer isso é o que é ter fé verdadeira, e fazer isso demonstra que você não perdeu a fé em Deus. Você só pode ter a fé verdadeira em Deus se for capaz de persistir em buscar a verdade por meio do refinamento, se você for capaz de verdadeiramente amar a Deus e não desenvolver dúvidas sobre Ele, se, não importa o que Ele faça, você ainda praticar a verdade para satisfazê-Lo, e se for capaz de buscar nas profundezas Suas intenções e considerar Suas intenções” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). “Vocês já aceitaram as bênçãos que lhe foram dadas? Alguma vez já procuraram as promessas que foram feitas para vocês? Vocês, sob a orientação da Minha luz, certamente romperão a repressão das forças das trevas. Certamente, no meio da escuridão, não perderão a orientação de Minha luz. Vocês certamente serão os mestres de toda criação. Certamente serão vencedores diante de Satanás. Certamente, na queda do reino do grande dragão vermelho, levantar-se-ão no meio das miríades de multidões como prova de Minha vitória. Certamente serão firmes e inabaláveis na terra de Sinim. Por meio dos sofrimentos que vocês suportam, herdarão as bênçãos que vêm de Mim, e certamente irradiarão Minha glória por todo o Universo” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Palavras de Deus para todo o universo, Capítulo 19”). As palavras de Deus realmente me confortaram e encorajaram. Um vencedor é alguém que, em meio à perseguição e à tribulação, ainda consegue praticar a verdade, vencer Satanás e dar testemunho de Deus, mas eu fiquei negativa e fraca com apenas um pequeno sofrimento. Como eu poderia vencer Satanás dessa forma? Ser capaz de sofrer essas dificuldades e ter a oportunidade de dar testemunho de Deus era Ele me exaltando e abençoando. Com isso em mente, senti que esse sofrimento era valioso e significativo e me dispus a me submeter e a confiar em Deus para experienciá-lo. Dessa forma, confiando na oração e na orientação das palavras de Deus, consegui passar um ano na prisão. Quando saí do campo de trabalho, tinha perdido mais de 13 quilos e fiquei com sequelas nas mãos.
Depois que deixei o campo, o Partido Comunista não afrouxou a vigilância sobre mim e colocou um informante na aldeia só para me vigiar, para ver se eu ainda acreditava em Deus ou participava de reuniões. Eu vivia a vida como se estivesse confinada em uma moldura, incapaz de participar de reuniões ou pregar o evangelho, e por isso minha única alternativa foi sair de casa para desempenhar meus deveres. Durante esses anos, pessoas da delegacia iam com frequência à minha casa para interrogar meu marido sobre meu paradeiro e ligavam com frequência para meu filho e minha nora para pedir que viessem me encontrar. Um dia, minha nora me encontrou na rua e insistiu para que eu fosse para casa com ela. Quando chegamos lá, meu filho, com lágrimas nos olhos, disse: “Ficam ligando da delegacia quando você não está em casa. Não conseguimos ter paz! Sabemos que sua fé em Deus é algo bom, mas o Partido Comunista se opõe a isso. Se você continuar a acreditar em Deus, eles não vão deixar nossos filhos irem à escola, e nossa vida vai ficar insuportável. Você precisa escolher: seu Deus ou esta família?”. Ao ouvir isso, pensei: “Se eu continuar acreditando em Deus e pregando o evangelho, minha relação com meu filho e minha nora entrará em colapso, e eles não se importarão comigo no futuro. O que vou fazer quando ficar velha?”. Orei a Deus em meu coração. Nesse momento, pensei nestas palavras de Deus: “Quando Deus e Satanás lutam no âmbito espiritual, como você deve satisfazer a Deus e como você deve permanecer firme em seu testemunho a Ele? Você deve saber que tudo que acontece com você é uma grande provação e é o momento em que Deus precisa que você dê testemunho” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Apenas amando a Deus é que verdadeiramente se crê em Deus”). Pelas palavras de Deus, entendi Sua intenção. As circunstâncias que eu estava enfrentando eram um teste, e eu tinha que ficar do lado de Deus e satisfazê-Lo. Meu filho e minha nora estavam me perseguindo e obstruindo, mas o verdadeiro culpado era o Partido Comunista, que tentava usar essas artimanhas para me forçar a trair a Deus. Eu não podia permitir que os esquemas de Satanás fossem bem-sucedidos e tinha que confiar em Deus para permanecer firme em meu testemunho e envergonhar Satanás. Independentemente de como será minha vida ou se meu filho cuidará de mim, tudo está nas mãos de Deus, e estou disposta a confiar Nele para experienciar isso. Eu sabia que não poderia praticar minha fé e desempenhar meus deveres em casa, então encontrei uma maneira de sair de lá e continuar desempenhando-os.
O grande dragão vermelho tem me perseguido há muitos anos, e, quanto mais ele me persegue, mais eu o odeio e o rejeito do fundo do meu coração e mais permaneço firme em minha fé, sigo a Deus e desempenho meus deveres. Graças a Deus!