30. Amabilidade é um critério adequado para boa humanidade?
Quando eu era pequena, as pessoas sempre diziam que eu era sensível e bem-comportada; em suma, eu era uma boa criança. Raramente eu me irritava com os outros e nunca causava nenhum problema. Depois de me converter, eu também era amável com os outros irmãos. Eu era tolerante, paciente e amorosa. Lembro-me de um tempo em que eu ensinava uns membros mais velhos a usar o computador. Eu os instruía vez após vez com paciência. Mesmo que, às vezes, eles fossem lentos para aprender e eu ficasse um pouco agitada, eu me esforçava para não demonstrar impaciência, temendo que os outros diriam que eu carecia de bondade amorosa. Como resultado, os irmãos costumavam dizer que eu tinha boa humanidade, e meu líder me escolheu para regar os recém-convertidos, dizendo que só pessoas com bondade e paciência podiam desempenhar bem esse dever. Eu fiquei muito satisfeita comigo mesma quando ouvi isso e me convenci ainda mais de que ser amável e bondosa era um sinal de boa humanidade.
Mais tarde, o irmão Li Ming e eu nos tornamos parceiros como líderes na igreja. Depois de trabalharmos juntos por um tempo, eu percebi que Li Ming queria fazer as coisas do seu jeito e que tinha um temperamento meio explosivo. Quando as coisas não aconteciam como ele queria, ele sempre se irritava. Além disso, ele não era transparente em seu trabalho e, muitas vezes, era enganoso. Ele não agia de acordo com os princípios e não protegia o trabalho da igreja. Por um tempo, ele ficou usando o celular para contatar os irmãos. Eu sabia que isso permitia à polícia monitorá-los e que poderia causar problemas para a igreja, e pensei em impedi-lo várias vezes, mas sempre que eu estava prestes a abrir a boca, eu me segurava. Eu achava que, se eu apontasse o problema diretamente, ele poderia pensar que, embora eu agia como uma pessoa legal por fora, eu era bem impiedosa em minhas ações e palavras e, portanto, uma pessoa difícil de conviver. Depois de refletir sobre isso, decidi ceder e simplesmente perguntar se ele estava ou não usando o celular para contatar outros irmãos. Como ele não quis admitir que estava, eu soube que ele estava mentindo, mas não o expus nem impedi, temendo que isso geraria um conflito entre nós e o levaria a me menosprezar. Mais tarde, percebi que os problemas de Li Ming estavam ficando cada vez mais sérios. Uma vez, alguns irmãos me contaram que a esposa dele sempre falava palavras e doutrinas para se exibir nas reuniões, não resolvia problemas reais e contava aos outros quanto tinha sofrido e sacrificado em seu dever para que eles a admirassem. Depois de uma investigação, determinou-se que ela não era apta para ser líder e deveria ser dispensada. Quando informei Li Ming sobre isso, ele se irritou muito, e disse que a avaliação dos irmãos era falsa e injusta com sua esposa. Ele até questionou por que nós não investigamos aqueles que relataram o problema e só investigamos sua esposa. Fiquei chocada — nunca imaginei que Li Ming teria uma atitude tão baixa. Para tentar amenizar as coisas, eu lhe disse: “Aquiete seu coração e busque a intenção de Deus nessa questão. Tente não permitir que suas emoções o dominem”. Mas ele não me deu ouvidos e não quis parar. Devido à obstrução teimosa de Li Ming, os problemas de sua esposa não foram resolvidos. Depois disso, Li Ming também repreendeu os irmãos durante uma reunião e até levou uma irmã às lágrimas com essa bronca. Achei que o problema de Li Ming estava ficando muito sério. Os outros tinham avaliado a esposa dele objetiva e imparcialmente, apenas citando fatos, mas, visto que isso ameaçava os interesses dele, ele se irritou e os atacou. Ele tinha uma humanidade maligna! Eu quis relatar seu problema ao nosso líder superior, mas então pensei: “Isso não é fofocar e apunhalar pelas costas? Além disso, o líder certamente o chamará para se comunicar com ele se eu o denunciar — se descobrir que eu o denunciei, o que ele pensará de mim? Ele não dirá que eu falei mal dele pelas costas e que tenho humanidade pobre?”. Pensando nisso, não o denunciei, mas me senti um pouco reprimida e angustiada.
Mais tarde, como outras pessoas relataram o problema dele, Li Ming finalmente foi dispensado. Depois de tudo isso, o líder superior me expôs, dizendo: “Por fora, você parece se dar bem com todos, mas você não é verdadeiramente leal a Deus. Por que você não expôs e impediu Li Ming quando percebeu o problema dele? Como pôde não relatar um problema tão importante? Você quer proteger o trabalho da igreja ou não?”. Foi só após ser podada por meu líder que eu despertei e comecei a orar a Deus e a refletir. Eu me deparei com uma passagem das palavras de Deus que diz: “Tem que haver um padrão para se ter boa humanidade. Isso não envolve tomar a senda da moderação, não aderir a princípios, esforçar-se para não ofender ninguém, bajular em todo lugar para onde for, ser tranquilo e astuto com todos a quem encontrar e fazer com que todos falem bem de você. Esse não é o padrão. Então, qual é o padrão? É ser capaz de se submeter a Deus e à verdade. É abordar o dever que se tem e todo tipo de pessoas, eventos e coisas com princípios e um senso de responsabilidade. Isso é óbvio para todos; cada um tem clareza sobre isso no coração. Além disso, Deus escrutina o coração das pessoas e conhece sua situação, cada uma delas; não importa quem seja, ninguém pode enganar a Deus. Algumas pessoas sempre se gabam de possuir boa humanidade, de nunca falar mal dos outros, nunca prejudicar os interesses de ninguém e alegam nunca ter cobiçado os bens de outras pessoas. Quando há conflito de interesses, elas preferem sofrer perda a se aproveitar dos outros, e todos os demais pensam que elas são boas pessoas. Contudo, ao desempenharem seus deveres na casa de Deus, elas são astutas e evasivas, sempre tramando para si mesmas. Elas nunca pensam nos interesses da casa de Deus, nunca tratam como urgentes as coisas que Deus trata como urgentes, nem pensam como Deus pensa e nunca conseguem colocar de lado seus próprios interesses com o intuito de desempenhar os deveres. Elas nunca renunciam aos próprios interesses. Até quando veem pessoas malignas cometendo o mal, elas não as expõem; elas não têm nenhum princípio qualquer que seja. Que tipo de humanidade é essa? Não é uma humanidade boa. Não dê atenção ao que pessoas assim dizem; você deve ver o que elas vivem, o que revelam, e qual é a atitude delas quando desempenham os deveres, bem como qual é o estado interno delas e o que elas amam. Se seu amor pela própria fama e ganho excede sua lealdade a Deus, se seu amor pela própria fama e ganho excede os interesses da casa de Deus, ou se seu amor pela própria fama e ganho excede a consideração que demonstram por Deus, então tais pessoas possuem humanidade? Elas não são pessoas com humanidade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Ao dar o coração a Deus, pode-se obter a verdade”). Por meio das palavras de Deus, percebi que a humanidade de uma pessoa não pode ser julgada com base em características externas, como se ela tem um temperamento manso, ou se ela convive com os outros em harmonia, mas com base em sua atitude em relação a Deus e à verdade, se ela é responsável em seu dever, e se ela está do lado de Deus e age de acordo com as verdades princípios ao enfrentar problemas. No passado, eu achava que tinha humanidade decente. Por fora, eu era bondosa e tinha uma personalidade agradável, mas quando percebi que Li Ming usava o celular para contatar os irmãos, algo que comprometia a segurança da igreja, eu tive medo de que repreendê-lo diretamente poderia arruinar nossa relação, por isso só lhe dei um lembrete sutil e diplomático. Visto que ele não admitiu seu comportamento, eu não o expus nem impedi. Eu pensei: “Se algo der errado, ele não poderá dizer que eu não o lembrei”. Achei que praticar desse jeito não afetaria minha imagem e me absolvia de qualquer responsabilidade se algo desse errado. Eu só pensava em meu status, imagem e interesses sem me importar com o trabalho da igreja ou com a segurança dos irmãos. Eu fui tão egoísta e enganosa! Quando vi que Li Ming, por afeição pela esposa, estava atacando os outros por causa do problema com a esposa, eu deveria ter denunciado isso imediatamente ao nosso líder superior, mas temia que ele pensaria que eu o estava apunhalando pelas costas, por isso fiquei calada. Fiquei na minha e deixei Li Ming correr solto por aí, o que impactou negativamente o trabalho da igreja e trouxe ataques e prejuízo aos irmãos. Onde estava minha humanidade? Quando considerei minhas ações à luz das palavras de julgamento e exposição de Deus, eu me senti muito culpada. Eu sempre achava que tinha uma humanidade boa, mas, por meio da revelação das palavras de Deus e ao ser exposta pelos fatos, minha autopercepção mudou completamente. Por fora, eu era bondosa, mas por trás dessa bondade se escondia uma intenção desprezível. Eu só me importava com meus interesses pessoais e não protegia o trabalho da igreja. Eu fingia ser bondosa e tentava agradar a todos. Eu era uma pessoa enganosa e falsamente piedosa. Eu não mais ousei me retratar como uma pessoa com humanidade boa. Mais tarde, deparei-me com outra passagem das palavras de Deus: “A essência por trás do comportamento bom, tal como ser acessível e amável, pode ser descrita em uma palavra: fingimento. Tal comportamento bom não nasce das palavras de Deus, nem como resultado de praticar a verdade nem de agir de acordo com os princípios. O que o produz? Ele provém dos motivos e dos esquemas das pessoas, de seu fingimento, de sua encenação, de ser enganosas. Quando as pessoas se agarram a esses bons comportamentos, o objetivo é conseguir o que elas querem; caso contrário, elas jamais se afligiriam desse jeito e jamais viveriam de modo contrário a seus desejos. O que significa viver de modo contrário a seus desejos? É que a verdadeira natureza delas não é tão bem-comportada, sem malícia, gentil, bondosa e virtuosa como as pessoas imaginam. Elas não vivem segundo o senso e a consciência; em vez disso, vivem a fim de alcançar um certo objetivo ou uma exigência. Qual é a verdadeira natureza do homem? Ela é confusa e ignorante. Sem as leis e os mandamentos concedidos por Deus, as pessoas não teriam ideia do que é o pecado. A humanidade não era desse jeito? Somente quando Deus emitiu as leis e os mandamentos as pessoas passaram a ter algum conceito de pecado. Mas ainda não tinham nenhum conceito de certo e errado, ou de coisas positivas e negativas. E como, sendo esse o caso, elas poderiam estar cientes dos princípios corretos para falar e agir? Elas poderiam saber quais modos de agir, quais bons comportamentos, deviam ser encontrados na humanidade normal? Poderiam saber o que produz um comportamento verdadeiramente bom, que tipo de caminho elas deveriam seguir para viver uma semelhança humana? Não poderiam. Por causa da natureza satânica das pessoas, por causa de seus instintos, elas só podiam fingir e fazer uma encenação de que viviam com decência e dignidade — e foi isso que gerou as enganações tais como ser bem-educado e sensato, gentil e refinado, cortês, respeitar os velhos e cuidar dos jovens, ser amável e acessível; assim surgiram os enganos e as técnicas de ludibriar. E quando surgiram, as pessoas se agarraram seletivamente a uma ou a várias dessas enganações. Algumas escolheram ser amáveis e acessíveis, outras decidiram ser bem-educadas e sensatas, gentis e refinadas, algumas decidiram ser corteses, respeitar os velhos e cuidar dos jovens, outras escolheram ser todas essas coisas. Eu, porém, defino as pessoas com tais bons comportamentos com um termo. Que termo é esse? ‘Pedras lisas.’ O que são pedras lisas? São aquelas pedras lisas nos rios cujas saliências afiadas foram corroídas e polidas pela água durante longos anos. E embora talvez não doa quando você pisa nelas, se você não se cuidar, você pode escorregar nelas. Essas pedras são muito bonitas em aparência e forma, mas quando você as leva para casa, elas são bem inúteis. Você não suporta jogá-las fora, mas também não há sentido algum em ficar com elas — é isso que é uma ‘pedra lisa’. Para Mim, pessoas com esses comportamentos aparentemente bons são tépidas. Elas fingem ser boas por fora, mas não aceitam a verdade de jeito nenhum, dizem coisas agradáveis, mas não fazem nada verdadeiro. Elas não passam de pedras lisas. Se você lhes comunicar a verdade e os princípios, elas falarão com você sobre ser gentil e refinado e cortês. Se você falar com elas sobre discernir anticristos, elas falarão com você sobre respeitar os velhos e cuidar dos jovens e sobre ser bem-educado e sensato. Se você lhes disser que é preciso ter princípios no comportamento, que é preciso buscar os princípios no dever e não agir teimosamente, qual será sua atitude? Elas dirão: ‘Agir de acordo com as verdades princípios é um assunto diferente. Eu só quero ser bem-educado e sensato e quero que os outros aprovem minhas ações. Contanto que eu respeite os velhos e cuide dos jovens e tenha a aprovação das outras pessoas, isso basta’. Elas só se importam com bons comportamentos, elas não se concentram na verdade” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “O que significa buscar a verdade (3)”). Por meio das palavras de Deus, eu percebi que ser amável e acessível, comportamentos considerados bons na cultura tradicional, são, em essência, apenas fingimento. Aqueles que agem dessa forma só estão se embelezando, apresentando uma fachada falsa para ganhar a admiração das pessoas e enganá-las para respeitá-los e elogiá-los. É tudo conspiração e truque, e agir desse jeito faz deles uma fraude. Também percebi que a razão pela qual eu ainda era tão egoísta e enganosa era que, a despeito de procurar ter bom comportamento por todos esses anos, ainda havia intenções malignas por trás de tudo isso. Eu queria passar uma boa impressão para que as pessoas me respeitassem e elogiassem. Eu tinha sido condicionada e educada pela cultura tradicional desde cedo para valorizar uma conduta boa. Eu achava que ter uma conduta boa me renderia o elogio das pessoas ao meu redor. Depois de me converter, eu continuei tentando ser uma pessoa amável e acessível e manter status e uma boa imagem entre os irmãos, especialmente quando fui parceira de Li Ming. Percebi que ele usou o celular para contatar irmãos várias vezes, violando os princípios, pondo em risco os irmãos e ignorando os interesses da igreja, e eu deveria tê-lo exposto e impedido, mas temi que ele criaria uma impressão negativa de mim e deixei passar. Eu vi claramente que Li Ming protegia a esposa e até oprimia os irmãos, e que isso não era só um caso simples de corrupção. A humanidade dele era maligna, ele não era apto para ser líder e deveria ter sido denunciado imediatamente. Mas, em vez disso, escolhi permanecer calada para, mais uma vez, proteger meu status e imagem. A fim de proteger minha imagem, eu mordi a mão que me alimentava. Não protegi os interesses da igreja nem um pouco. Conscientizei-me profundamente de como buscar ser amável e acessível não só não me ajudava a mudar meu caráter corrupto, isso também me tornava cada vez mais egoísta e enganosa. Eu visava bom comportamento, e não a prática da verdade, projetando uma imagem falsa para esconder minhas intenções desprezíveis e levar todos a pensar que eu tinha a verdade realidade e que eu era amorosa e bondosa, enganando-os para confiar em mim e me dar seu respeito e aprovação. Eu estava na senda dos fariseus falsamente piedosos e estava resistindo a Deus. Eu seria condenada e eliminada por Deus se continuasse desse jeito.
Mais tarde, li outras duas passagens das palavras de Deus que diziam: “E qual é a consequência quando as pessoas sempre pensam em seus interesses pessoais, quando estão sempre tentando proteger seu orgulho e sua vaidade, quando revelam um caráter corrupto, mas não buscam a verdade para resolvê-lo? É que elas não têm entrada na vida, é que elas carecem de testemunho experiencial verdadeiro. E isso é perigoso, não é? Se você nunca pratica a verdade, se você não tem testemunho experiencial, então, no tempo devido, você será revelado e eliminado. Que utilidade têm pessoas sem testemunho experiencial na casa de Deus? Elas estão fadadas a desempenhar mal qualquer dever e são incapazes de fazer nada corretamente. Elas não são apenas lixo? Se as pessoas nunca praticam a verdade após anos de crer em Deus, elas são descrentes; elas são pessoas malignas. Se você nunca pratica a verdade e se o número de suas transgressões só aumenta, então seu desfecho está decidido. É evidente que todas as suas transgressões, a senda equivocada que você trilha e sua recusa de se arrepender — tudo se soma numa multidão de atos malignos; e assim seu desfecho é que você irá ao inferno — você será punido. Vocês acham que isso é um assunto banal? Se você não foi punido, você não terá nenhum senso de quão aterrorizante isso é. Quando chegar o dia em que você realmente enfrentar calamidade, e for confrontado com a morte, será tarde demais para arrependimentos. Se, em sua fé em Deus, você não aceita a verdade e se você acredita em Deus há anos, mas não houve nenhuma mudança em você, a consequência última é que você será eliminado e abandonado” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). “Só quando as pessoas agem e se comportam de acordo com as palavras de Deus elas têm um fundamento verdadeiro. Se elas não se comportarem de acordo com as palavras de Deus e só se concentrarem em fingir um comportamento bom, elas podem se tornar pessoas boas como resultado disso? De forma alguma. As boas doutrinas e bom comportamento não podem mudar os caracteres corruptos do homem e não podem mudar sua essência. Só a verdade e as palavras de Deus podem mudar os caracteres corruptos, os pensamentos e opiniões das pessoas e se tornar sua vida. […] Qual deveria ser a base para a fala e as ações das pessoas? As palavras de Deus. Então, quais são as exigências e os padrões que Deus tem para a fala e as ações das pessoas? (Que elas sejam construtivas para as pessoas.) Está certo. O mais fundamental é que você deve falar a verdade, falar com honestidade e beneficiar os outros. No mínimo, sua fala deve edificar as pessoas, e não as iludir, desorientar, zombar, satirizar, ridicularizar, debochar delas, restringi-las, nem expor suas fraquezas nem as machucar. Essa é a expressão da humanidade normal. É a virtude da humanidade. […] Também, em alguns casos especiais, torna-se necessário expor diretamente os erros das outras pessoas e podá-las, para que elas ganhem conhecimento da verdade e desejem se arrepender. Só então o efeito esperado é alcançado. Esse jeito de praticar é de grande benefício para as pessoas. É de verdadeira ajuda para elas, e é construtivo para elas, não é?” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade I, “O que significa buscar a verdade (3)”). As palavras de Deus me deixaram alarmada, e fiquei com medo. Se alguém escolher defender seus interesses em todas as situações e nunca praticar a verdade, ele acumulará cada vez mais transgressões e, no fim, será totalmente exposto e eliminado por Deus. Pensei em mim — quando vi a segurança dos meus irmãos sendo ameaçada e o trabalho da igreja sendo afetado, não defendi os princípios e não protegi o trabalho da igreja, pois sempre buscava ser essa tal de pessoa boa. Mesmo que ganhasse o respeito e a aprovação dos outros, aos olhos de Deus, eu seria uma malfeitora e, no fim, seria detestada e rejeitada, e punida por Ele. Fiquei aterrorizada quando me dei conta dessas consequências e me dispus a corrigir minha busca equivocada. As palavras de Deus também me mostraram a senda de prática correta. Só se agirmos e falarmos de acordo com as palavras de Deus poderemos beneficiar e edificar os outros. Não importa como falamos, se falamos com voz forte ou suave, ou se somos diplomáticos com nossas palavras. O que mais importa é falarmos de um jeito que edifique os irmãos. Contanto que seja a pessoa certa, alguém que consegue aceitar a verdade, nós devemos ajudá-la com amor. Se ela não entende a verdade e danifica o trabalho, podemos nos comunicar com ela para fornecer orientação e apoio. Se, após a comunhão, não houver nenhuma melhora real, poderemos podá-la, expondo a essência de seu problema. Mesmo que isso soe duro ou pareça ignorar seus sentimentos, esse jeito de agir pode ser benéfico para ela e apoiá-la. Se for um anticristo ou uma pessoa maligna que está interrompendo o trabalho da igreja, nós deveríamos assumir uma postura para expor e impedi-la ou denunciá-la aos nossos superiores para defender o trabalho da igreja e impedir que os irmãos sejam perturbados e desorientados. Só se agirmos assim estaremos realmente praticando a verdade, demonstrando humanidade e bondade verdadeiras. As palavras de Deus também corrigiram uma opinião falaciosa que eu tinha. Eu achava que denunciar alguém por violar os princípios era fofocar, apunhalar pelas costas e ser desleal. Essa era uma opinião equivocada. Na verdade, isso protege o trabalho da igreja e é uma boa ação. Li Ming tinha um problema sério que estava impactando o trabalho da igreja e constrangia e prejudicava os irmãos, e isso era um problema de princípios que afetava o trabalho da igreja, e eu deveria ter relatado imediatamente à liderança superior ou até denunciado Li Ming. Isso não teria sido apunhalar pelas costas; teria sido proteger o trabalho da igreja. Quando percebi isso, muitas das minhas preocupações desapareceram, e me senti muito mais calma.
Certa vez, alguém relatou que um irmão estava sempre sendo desleixado e fugindo de qualquer adversidade ao desempenhar o dever, e quando os outros apontaram isso e o podaram várias vezes, ele não quis aceitar. Com base nos princípios, decidimos que ele precisava ser dispensado, e que nós deveríamos dissecar seus problemas para que ele pudesse refletir sobre si mesmo. Naquele momento, pensei: “Pode ser ofensivo dissecar os problemas de alguém. Talvez eu deixe minha parceira se comunicar com ele e eu possa ficar fora disso. Caso contrário, posso passar uma impressão negativa”. Mas então percebi, de repente, que eu estava tentando proteger meu status e imagem de novo. Eu me lembrei das palavras de Deus que dizem: “Para todos que desempenham um dever, por mais profundo ou raso que seja seu entendimento da verdade, a maneira mais simples de praticar entrar na verdade realidade é pensar nos interesses da casa de Deus em tudo e abrir mão de desejos egoístas, intenções, motivos, orgulho e status pessoais. Coloque os interesses da casa de Deus em primeiro lugar — isso é o mínimo que se deve fazer” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). As palavras de Deus me mostraram uma senda de prática. Quando confrontados com problemas, devemos deixar de lado nossos desejos e reputação, priorizar os interesses da igreja e considerar as intenções de Deus. Esse é o único jeito direto de agir e será elogiado por Deus. Quando entendi as exigências de Deus, eu me senti motivada e dissequei o comportamento do irmão em detalhe de acordo com as palavras de Deus. Eu me senti muito tranquila após praticar desse jeito. Percebi que só se praticamos a verdade podemos alcançar paz e alegria verdadeiras.
Depois dessa experiência, fiquei repleta de gratidão a Deus. Foi a palavra de Deus que me ajudou a ver como é absurdo ser amável e acessível, como a cultura tradicional defende, e que dano isso causa às pessoas. Isso também me permitiu experimentar a libertação e a liberação que sentimos quando nos livramos dos constrangimentos e dos grilhões da cultura tradicional. Graças a Deus por Sua salvação!