51. Eu enxerguei a verdade de querer agradar às pessoas

Eu costumava fazer um esforço grande para manter relacionamentos pessoais em minhas interações com amigos, familiares e vizinhos. Eu tolerava praticamente tudo e permitia que as pessoas fizessem o que quisessem para que ninguém pudesse dizer nada de ruim sobre mim. Eu nunca discutia com ninguém. Mesmo quando percebia que alguém tinha um problema, eu não dizia nada. Ao longo do tempo, todos vieram a me ver como uma pessoa boa. Continuei a aplicar essa filosofia de vida em meus assuntos e em minhas interações com os outros mesmo após me converter. Pouco tempo depois de adquirir minha fé, lembro-me de ter notado que o irmão Tian, que estava a cargo das reuniões do nosso grupo, era sempre gentil em seus discursos, e as comunhões dele sobre as palavras de Deus eram esclarecedoras. Sempre que algo acontecia comigo ou eu tinha alguma dificuldade, eu procurava a ajuda dele para resolvê-la, e ele sempre era paciente ao comunicar comigo. Nós nos dávamos muito bem e fomos eleitos líderes da igreja alguns anos depois. Fiquei animado com a chance de cumprir meu dever junto com ele. Mas após um tempo, notei que o irmão Tian não suportava nenhum fardo em seu dever, e quando os irmãos ficavam negativos e fracos, ele agia mecanicamente e compartilhava uma comunhão simplista. Ele não se importava de verdade se daria resultado ou não. Pensei: “Será que ele não está sendo descuidado em seu dever? Certamente, isso atrasará a entrada na vida dos irmãos e irmãs. Tenho de comunicar com ele. Por outro lado, ele cumpre esse dever há mais tempo que eu e tem experiência com esse trabalho. Já eu comecei agora meu dever como líder. O que ele pensaria de mim se eu dissesse que ele não está suportando um fardo em seu trabalho?”. É como diz o ditado: “Calar diante das falhas de bons amigos ajuda a criar uma amizade boa e duradoura”. Assim, para manter nosso relacionamento, só falei com ele e minimizei seus problemas.

Em uma de nossas reuniões, alguns irmãos e irmãs mencionaram dificuldades que tiveram ao compartilhar o evangelho. Eles esperavam que nós os ajudássemos a abordar esses problemas. Falei com o irmão Tian sobre irmos juntos, mas ele deu a desculpa de que o trabalho de evangelização não era o forte dele, então não quis ir. Comuniquei com ele, dizendo que nossos irmãos e irmãs estavam tendo dificuldades no dever deles, então deveríamos fazer tudo em nosso poder para ajudá-los, que nosso dever não se baseava apenas em nossas preferências. Ele ficou em silêncio, então achei que havia concordado. Para minha surpresa, ele nem apareceu no dia seguinte. Fiquei um pouco decepcionado. Afinal, não foi irresponsável da parte dele, um líder da igreja, não estender a mão para resolver os problemas dos irmãos? Eu sabia que deveria abordar isso com ele.

Fui falar com ele imediatamente após a reunião, e no caminho fiquei pensando em como comunicar. Mas ele foi tão acolhedor e amigável comigo quando cheguei à casa dele, que me senti um pouco reticente. Pensei: “O irmão Tian está todo sorrisos e está até me servindo chá. Como posso abordar isso? Se eu disser que ele é irresponsável em seu dever e que está num estado perigoso, seria constrangedor para ele. Diz o ditado: ‘Não levante a mão contra um rosto sorridente’. Sempre nos demos tão bem. Como continuaremos trabalhando juntos se eu arruinar nosso relacionamento? Nós nos vemos o tempo todo, então ficaria um clima muito estranho!”. Por isso, eu lhe disse, gentilmente: “Precisamos desenvolver um senso de responsabilidade para com o nosso dever. Não podemos fazer as coisas com base em nossas preferências”. Quando ele abaixou a cabeça sem dizer nada, não tive coragem de falar mais nada. Pensei que eu mal havia acabado de me tornar um líder da igreja e ainda não sabia bem o trabalho da igreja. Eu precisava da ajuda dele para vários assuntos, e era como diz o ditado: “Não feche as portas para você”. Eu achei que não poderia ser rígido demais, então não falei mais nada.

Chegou mais tarde um recado da parte de nossos líderes, avisando-nos de uma reunião. Eu e o irmão Tian decidimos cada um avisar alguns irmãos. No dia seguinte, quando nos vimos, perguntei se ele tinha dado a notícia, e ele, totalmente despreocupado, disse que esteve ocupado com outras coisas e havia esquecido. Vendo como ele parecia tranquilo, não pude evitar repreendê-lo. Eu disse: “Cumprir seu dever assim é irresponsável e poderia atrasar o trabalho da igreja”. Para a minha surpresa, ele fechou a cara, pegou as chaves e foi embora. Ao ver a antipatia dele, não ousei dizer mais nada, temendo arruinar nosso relacionamento por completo.

Eu tinha visto que o irmão Tian não suportava fardo algum em seu dever, que era descuidado e atrasava as coisas, e que, diante de problemas, carecia de autoconhecimento. Quando os outros comunicavam ou apontavam os problemas dele, ele não aceitava. Tudo isso indicava que ele era um falso líder, incapaz de aceitar a verdade ou fazer obra prática, não é? Se ele mantivesse a posição de líder, o trabalho da igreja seria atrasado. Eu sabia que deveria avisar os líderes sobre esses problemas. Mas então pensei em como os líderes o podariam e lidariam com ele quando soubessem de tudo isso, e ele provavelmente perderia sua posição. Se o irmão Tian descobrisse que tinha sido eu quem o denunciara, ele diria que eu era insensível e que tinha traído um velho amigo. Como eu o encararia depois disso? Tal pensamento me deixou sem saber o que fazer. Após muita consideração, por fim decidi esperar para denunciá-lo. Eu tinha lhe exposto os problemas, então talvez ele refletisse a respeito e os entendesse, e depois se arrependesse. Ele era crente havia anos e tinha sido muito responsável em seu dever antes. Então decidi ficar atento às coisas por mais alguns dias, e se ainda não mudasse, eu poderia denunciá-lo depois.

Depois disso, tínhamos uma possível conversão de alguém de boa humanidade e que estava interessado em examinar o trabalho de Deus dos últimos dias, mas ele tinha de viajar a trabalho dentro de poucos dias. Precisávamos conseguir alguém com urgência para compartilhar o evangelho com ele. Discutimos e decidimos que o irmão Tian iria. Contudo, inesperadamente, ele confundiu o horário e não foi no dia em que era para ir. Fiquei muito bravo quando soube disso. Eu o tinha avisado várias vezes, mas ele não mudou, e, dessa vez, ele realmente bagunçou algo importante. Então me ocorreu que eu bem sabia que já havia um tempo que o irmão Tian vinha cumprindo seu dever como dava, sem nenhum senso de responsabilidade. Mas eu só estive preocupado com nosso relacionamento. Com medo de ofendê-lo, não contei aos líderes sobre os problemas dele. Isso tinha atrasado o trabalho da igreja repetidas vezes. Eu não estava fazendo o mal? Fiquei perturbado e cheio de remorso diante desse pensamento.

Naquela noite, orei a Deus, pedindo a Ele que me guiasse para entender meus problemas. Depois, li isto nas palavras de Deus: “A maioria das pessoas deseja buscar e praticar a verdade, mas, na maior parte do tempo, só têm a determinação e o desejo de fazê-lo; elas não possuem a vida da verdade dentro de si. Como resultado, quando deparam com forças malignas ou encontram pessoas perversas e más cometendo atos malignos ou falsos líderes e anticristos fazendo coisas de uma maneira que viole princípios — assim fazendo com que a obra da casa de Deus sofra perdas e prejudicando os escolhidos de Deus — elas depois perdem a coragem de se manifestar e se pronunciar. O que significa quando você não tem coragem? Significa que você é tímido ou inarticulado? Ou é que você não entende completamente e portanto não tem confiança para se pronunciar? Não é nada disso; é que você está sendo controlado por vários tipos de caracteres corruptos. Um desses caracteres é astúcia. Você pensa primeiro em si mesmo, pensando: ‘Se eu me pronunciar, como isso me beneficiará? Se eu me pronunciar e desagradar alguém, como conviveremos no futuro?’ Essa é uma mentalidade astuta, certo? Isso não é o resultado de um caráter astuto? Outro é um caráter egoísta e mau. Você pensa: ‘O que uma perda aos interesses da casa de Deus tem a ver comigo? Por que deveria me importar? Não tem nada a ver comigo. Ainda que eu veja ou ouça acontecer, não preciso fazer nada. Não é responsabilidade minha — não sou um líder’. Essas coisas estão dentro de você, como se tivessem brotado de sua mente inconsciente e como se ocupassem posição permanente em seu coração — elas são o caráter satânico corrupto do homem. Esse caracteres corruptos controlam os seus pensamentos e atam suas mãos e seus pés e controlam a sua boca. Quando você quer dizer algo no seu coração, as palavras alcançam seus lábios, mas você não as diz, ou, se chega a falar, suas palavras saem aos rodeios, deixando-lhe espaço de manobra — você não fala com nenhuma clareza. Os outros não sentem nada depois que o ouvem, e o que você disse não resolveu o problema. Você pensa consigo mesmo: ‘Bem, eu falei. Minha consciência está tranquila. Cumpri com a minha responsabilidade’. Na verdade, você sabe em seu coração que não disse tudo que deveria, que o que disse não teve efeito algum e que o detrimento à obra da casa de Deus permanece. Você não cumpriu com a sua responsabilidade, entretanto fala em alto e bom som que cumpriu com a sua responsabilidade ou que não tinha certeza do que estava acontecendo. Você não está, então, totalmente sob o controle de seus caracteres satânicos corruptos?(Extraído de ‘Só aqueles que praticam a verdade são tementes a Deus’ em “As declarações de Cristo dos últimos dias”). Cada uma das palavras de Deus me acertou como um raio, como se estivéssemos frente a frente e Ele me julgasse e me expusesse. Eu me senti extremamente culpado. Eu tinha visto claramente que o irmão Tian não suportava fardo algum em seu dever, o que atrasava o trabalho da igreja, mas quis ser bonzinho para proteger meu relacionamento com ele, fazendo vista grossa. Reuni alguma coragem para apontar os problemas, mas mesmo na hora eu me refreei, sem ousar falar sobre a essência e as consequências danosas das ações dele. E enganei a mim mesmo querendo pensar que estava colocando a verdade em prática. Vi o dano que um falso líder pode causar ao trabalho da casa de Deus, mas pelo bem da autopreservação, não o expus nem o denunciei. Preferi ofender a Deus a ofender uma pessoa. Agir dessa forma fez de mim um lacaio de Satanás, ficando do lado de um falso líder, afundando na lama com ele e atrasando o trabalho da igreja. Isso foi repulsivo e odioso para Deus. Deus me elevou, permitiu que eu assumisse o dever de líder da igreja na esperança de que eu comunicasse a verdade, resolvesse os problemas dos irmãos e defendesse o trabalho da igreja. Mas, em vez disso, eu só protegi meus relacionamentos pessoais e mimei um falso líder, enquanto ele interrompia o trabalho da igreja. Vi que eu estava totalmente desprovido de devoção em meu dever. Eu tinha fracassado em praticar a verdade, e também cometido uma transgressão. Eu tinha decepcionado os esforços cuidadosos de Deus. Finalmente vi que aqueles que gostam de agradar não são boas pessoas; são egoístas e astutos. Perceber isso foi perturbador, e eu me senti horrível com relação a mim mesmo. Eu sabia que não poderia mais querer agradar às pessoas, que eu tinha de colocar a verdade em prática e expor o irmão Tian por não fazer obra prática. Eu tinha de contar aos líderes a verdade sobre os problemas dele e parar de acobertá-lo.

Nessa mesma noite, escrevi aos líderes sobre o desempenho do irmão Tian. Senti paz e alívio após terminar a carta, como se finalmente eu tivesse adquirido um senso de justiça, deixando de ser mesquinho e desprezível como antes. Assim como Deus diz: “Se você conseguir cumprir suas responsabilidades, executar seus deveres e obrigações, deixar de lado seus desejos egoístas, deixar de lado seus próprios motivos e intenções, ter consideração pela vontade de Deus e colocar em primeiro lugar os interesses de Deus e de Sua casa, então, após experimentar isso por algum tempo, você sentirá que essa é uma boa maneira de viver. É viver franca e honestamente, sem ser uma pessoa baixa ou inútil, é viver justa e honradamente em vez de ser mesquinho ou mau. Você achará que é assim que uma pessoa deve viver e agir. Aos poucos, o desejo em seu coração de satisfazer seus próprios interesses diminuirá(Extraído de ‘Dê seu real coração a Deus e você poderá obter a verdade’ em “As declarações de Cristo dos últimos dias”). Quando vi o irmão Tian no dia seguinte, comuniquei com ele, dissecando os problemas em seu dever, e falei sobre a natureza e as consequências de ser tão descuidado e superficial. Após me escutar, ele reconheceu que estava com um problema. Posteriormente, com base no desempenho geral dele, nossos líderes decidiram que ele não tinha feito nenhuma obra prática e que era um falso líder, e ele foi dispensado. Embora ele tivesse perdido sua posição, eu tive uma responsabilidade inegável no dano que ele causara ao trabalho da igreja. Jurei a mim mesmo que nunca mais agradaria às pessoas, que não mais atrapalharia o trabalho da igreja.

Logo depois, comecei a trabalhar com o irmão Li, que havia se tornado líder da igreja. Compartilhávamos comunhões e discutíamos quaisquer dificuldades que surgiam em nosso trabalho. Quando eu estava num estado ruim, ele me ajudava por meio de comunhão. Nós nos dávamos muito bem. Mas, após um tempo, ficou claro que o irmão Li não fazia obra prática em seu dever. Ele agia mecanicamente nas reuniões e não resolvia as dificuldades reais dos irmãos. Ocorreu-me que o irmão Li não era muito responsável, e que eu deveria comunicar com ele. Um tempo depois, levantei esse problema com ele e expus a natureza e as consequências da maneira com que ele cumpria seu dever.

Notei que, embora tivesse passado algum tempo, o irmão Li ainda não ajustara sua atitude com relação ao dever dele e, além disso, estava sempre em busca de nome e status. Quando não alcançava nada em seu trabalho e não ganhava a estima dos outros, ele ficava negativo e não ligava para o trabalho da igreja. Fui comunicar com ele de novo e lhe pedi que refletisse e tentasse entender suas motivações em seu dever. Na hora, ele reconheceu que sua perspectiva em sua busca estava equivocada, mas depois o estado dele não mudou nada. Percebi que, se ele continuasse naquele dever, isso seria prejudicial para o trabalho da igreja, então decidi avisar os líderes. Mas assim que peguei a caneta e me preparei para escrever a carta, pensei: “Se os líderes souberem do comportamento do irmão Li, com certeza agirão de acordo com os princípios e o dispensarão. Visto que o irmão Li valoriza fortemente sua reputação, ele não se ressentirá de mim se for dispensado? Quando comecei meu dever, ele estava sempre comunicando comigo e me ajudando. Se eu denunciar os problemas dele agora, ele não vai pensar que sou insensível? Como eu poderia encará-lo depois disso?”. Então percebi que eu estava prestes a querer agradar de novo e não estava defendendo o trabalho da casa de Deus. Sentindo-me um tanto culpado com isso, orei rapidamente: “Deus, tenho visto os problemas do irmão Li e quero denunciá-lo, mas tenho medo de desagradá-lo. Estou ciente da verdade, mas não consigo colocá-la em prática. Isso não é defender o trabalho da casa de Deus. Oh Deus, por favor, guia-me para que eu me conheça e assim possa me arrepender e mudar”.

Após minha oração, li isto nas palavras de Deus: “Satanás corrompe as pessoas por meio da educação e da influência de governos nacionais, dos famosos e grandes. Suas palavras diabólicas têm se tornado parte da vida-natureza do homem. ‘Cada um por si e o diabo pega quem fica por último’ é um ditado satânico popular que tem sido plantado em cada um e tem se tornado a vida do homem. Existem outros dizeres das filosofias para viver que também são semelhantes. Satanás usa a boa cultura tradicional de cada nação para educar as pessoas, fazendo com que a humanidade caia e afunde em um abismo de destruição sem limites, e no fim as pessoas são destruídas por Deus por servirem a Satanás e resistirem a Deus. […] Ainda restam muitos venenos satânicos na vida das pessoas, em sua conduta e comportamento; elas possuem quase nenhuma verdade. Por exemplo, suas filosofias para viver, suas maneiras de fazer as coisas e suas máximas estão todas repletas dos venenos do grande dragão vermelho, e todas elas vêm de Satanás. Assim, todas as coisas que fluem pelos ossos e sangue das pessoas são todas coisas de Satanás. […] A humanidade foi profundamente corrompida por Satanás. O veneno de Satanás flui pelo sangue de cada pessoa, e pode-se ver que a natureza do homem é corrupta, maligna e reacionária, repleta das filosofias de Satanás e imersa nelas — é, em sua totalidade, uma natureza que trai a Deus. É por isso que as pessoas resistem a Deus e se opõem a Deus(Extraído de ‘Como conhecer a natureza do homem’ em “As declarações de Cristo dos últimos dias”).

Por meio das palavras de Deus, pude entender que o fato de eu querer agradar às pessoas tinha raízes em ser egoísta, desprezível, desonesto e astuto demais. Eu sempre colocava meus interesses à frente de tudo. Eu vivia segundo as leis satânicas de sobrevivência e segundo perspectivas como “Cada um por si e o diabo pega quem fica por último”, “Calar diante das falhas de bons amigos ajuda a criar uma amizade boa e duradoura”, “Pense antes de falar e então fale com reservas”, e “Nunca jogue os erros e as deficiências na cara das pessoas”. Eu continuava calado sobre os problemas dos outros, não importando com quem eu estava lidando, pensando que isso cativaria os outros e que eles gostariam de mim. Eu protegia meus relacionamentos interpessoais a todo instante e protegia minha imagem aos olhos dos outros. Minhas próprias motivações e adulterações estavam envolvidas em tudo que eu fazia, assim como os esquemas astutos de Satanás. Eu sabia que o irmão Tian não sentia nenhuma responsabilidade em relação ao dever dele e que ele interrompia e atrasava o trabalho da igreja vez após vez, mas eu não entrava em detalhes sobre esses problemas nem os denunciava aos líderes, com medo de ofendê-lo e esperando preservar a imagem que ele tinha de mim. Isso causou dano ao trabalho da igreja. E mais recentemente, vi que o irmão Li só se concentrava em buscar nome e status no dever dele, e não assumia nenhuma responsabilidade para com o trabalho da igreja. Eu sabia também que ele não tinha real entendimento sobre si mesmo, que não era adequado para aquela posição, e eu deveria contar aos líderes imediatamente para proteger o trabalho da casa de Deus. Contudo, preocupei-me que ele se ressentisse de mim e em comprometer meus interesses e reputação, de modo que, mais uma vez, pensei em agradar. Percebi que eu estava vivendo segundo as filosofias de vida satânicas a todo instante, colocando meus interesses e reputação acima de todo o resto, sem a mínima consideração pelo trabalho da igreja. Fui realmente egoísta e desprezível. Isso tudo aconteceu inteiramente por eu estar vivendo de agradar às pessoas, com base nas filosofias de vida satânicas.

Eu pensava que viver em harmonia com todos, sem nunca ferir os sentimentos de ninguém, fazia de mim uma boa pessoa. Mas a realidade me mostrou que, embora aqueles que agradam às pessoas pareçam nunca ferir os outros, quando eles veem alguém vivendo dentro de seu caráter corrupto, prejudicado por Satanás e danificando os interesses da igreja, eles só se importam em proteger os próprios interesses e relacionamentos pessoais. Não se posicionam do lado da verdade para ajudar e apoiar os irmãos e defender o trabalho da igreja. Aqueles que gostam de agradar podem parecer boas pessoas, justas e compreensivas, mas é tudo fachada. Nas profundezas do coração, só pensam em interesse próprio. Eles até desviam o olhar, sem pensar duas vezes, enquanto o trabalho da igreja é prejudicado e o progresso dos irmãos na vida é atrasado. Eles buscam ganho pessoal à custa dos outros. Onde está a humanidade nisso? É evidente que são traiçoeiros, enganosos, pérfidos e hipócritas traiçoeiros. Senti muita vergonha ao perceber isso. Estive desfrutando de tudo que vinha de Deus, mas quando confrontado com um problema, fiquei do lado de Satanás, agradando às pessoas. Como aquilo podia ser cumprir o dever? Eu estava favorecendo o inimigo e cuspindo no prato em que comi. Eu era um dos fantoches de Satanás, interrompendo o trabalho da igreja, fazendo o mal e resistindo a Deus!

Essa percepção foi assustadora para mim. Coloquei-me diante de Deus em oração imediatamente: “Deus, fiz tantas maldades. Há muito tempo que mereço Sua punição, mas ainda assim Tu me deste a chance de cumprir meu dever. Sou tão grato por Tua misericórdia. Oh Deus, desejo me arrepender. Por favor, guia-me e conduze-me para que eu encontre a senda da prática”.

Depois, li isto nas palavras de Deus: “Quando a verdade domina seu coração e se tornou sua vida, quando você vê o surgimento de algo passivo, negativo ou maligno, a reação em seu coração é totalmente diferente. Primeiro, você sente repreensão e tem uma sensação de incômodo, seguida imediatamente por este sentimento: ‘Não posso simplesmente não fazer nada e fazer vista grossa. Devo me levantar e falar, devo me manifestar e assumir responsabilidade’. Então você pode se levantar e pôr um fim a esses atos malignos, expondo-os, buscando salvaguardar os interesses da casa de Deus e impedir que a obra de Deus seja perturbada. Você não somente terá essa coragem e determinação e será capaz de entender completamente a questão, mas também cumprirá a responsabilidade que tem para com a obra de Deus e com os interesses de Sua casa, e assim seu dever será cumprido. Como ele será cumprido? Será cumprido por meio da verdade que exerce seu efeito sobre você e se torna sua vida(Extraído de ‘Só aqueles que praticam a verdade são tementes a Deus’ em “As declarações de Cristo dos últimos dias”). “Na igreja, permaneça firme em seu testemunho de Mim, sustente a verdade; o certo é certo e o errado é errado. Não confunda preto com branco. Você entrará em guerra com Satanás e precisa vencê-lo completamente para que ele nunca mais se erga de novo. Você deve dar tudo que tem para proteger Meu testemunho. Esse será o objetivo das ações de vocês — não se esqueçam disso(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 41”). Ler as palavras de Deus me ajudou a entender que, em meu dever, tenho de considerar a vontade de Deus e sempre colocar os interesses da igreja na frente. Se eu descobrir qualquer coisa que viole os princípios da verdade, não posso proteger meus interesses pessoais nem meus relacionamentos por sentimentalismo. Em vez disso, devo ter a coragem de trazer à tona as coisas negativas, fazer as coisas de acordo com os princípios e defender o trabalho da casa de Deus. Essa é a única maneira de cumprir meu dever e minhas responsabilidades. O irmão Li era um líder da igreja, então, se eu visse problemas na forma com que ele cumpria seu dever, mas não os abordasse, isso prejudicaria o trabalho da casa de Deus, além de ser prejudicial também ao próprio irmão Li. Eu sabia que, apesar do que ele pudesse pensar de mim ou como ele me trataria depois, eu tinha de defender a verdade e denunciar os problemas dele. Justo quando eu estava pronto para escrever a carta, os líderes marcaram uma reunião conosco. Nessa reunião, compartilhei tudo sobre o desempenho do irmão Li. Após verificarem tudo no dia seguinte, os líderes confirmaram que ele não estava apto para fazer obra prática e o dispensaram de seu dever. Isso me deu uma sensação de paz e tranquilidade.

Eu não me conhecia antes. Sempre agradava às pessoas, vivendo segundo as filosofias satânicas em tudo. Eu protegia meus interesses com medo de errar e arruinar meu relacionamento com os outros. Eu me mantinha calado mesmo quando sabia que os outros tinham agido erroneamente. Era incapaz de defender os princípios da verdade e não protegia os interesses da casa de Deus. Eu estava vivendo sem nenhuma dignidade nem integridade. Por largar meus desejos egoístas, adquirir um coração de reverência por Deus em meu dever, guardar os princípios e proteger o trabalho da casa de Deus, agora me sinto totalmente em paz. Creio que esse é o único caminho para viver uma semelhança humana. Sou extremamente grato pela salvação de Deus!

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Próximo: 52. Adeus, “boazinha”!

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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