89. Reflexões sobre minha luta contra uma doença
Desde que aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias, sempre tive paixão por pregar o evangelho e desempenhar meu dever sem atraso, fizesse chuva ou sol. Mais tarde, fui escolhido como líder de igreja e, sempre que via os irmãos com problemas ou dificuldades, eu me esforçava ao máximo para ajudar a resolvê-los. Depois de assumir a responsabilidade pelo trabalho de vídeo, passei a fazer horas extras, acompanhando e orientando o trabalho. Quando o progresso era lento ou havia desvios, eu me comunicava e os resolvia sem demora. Depois de um tempo, vi que as habilidades dos irmãos haviam melhorado e que o trabalho de vídeo apresentava algum progresso. Fiquei muito feliz e pensei: “Desde que eu continue a suportar dificuldades, a pagar um preço e a obter alguns resultados em meu dever, certamente receberei a aprovação de Deus no futuro e terei grande esperança de ser salvo”. Mas justo quando estava totalmente empenhado em meu dever, um dia, senti-me extremamente cansado e sem apetite, mas não dei muita atenção a isso, achando que, provavelmente, isso se devia apenas à minha recente falta de descanso, e supus que não era um problema sério. No entanto, meu apetite continuou a diminuir e meu rosto estava abatido. O irmão Guan Ming, que cooperava comigo, me aconselhou a ir ao hospital para fazer um check-up. Para minha surpresa, o médico disse que eu tinha hepatite B, que havia um pequeno nódulo duro em meu fígado e que, se continuasse a piorar, poderia se transformar em câncer de fígado. Minha cabeça começou a zunir: “Não pode ser! Estou desempenhando meu dever; como posso ter uma doença dessas? Não é uma doença fácil de tratar…”. Foi como se houvesse uma pedra pesando em meu peito, e meu coração se encheu de dor e fraqueza. Pensei em como, ao longo dos anos, eu havia renunciado à minha família e carreira, suportado o sofrimento e me despendido. Mesmo quando fui caçado e perseguido pelo Partido Comunista, não traí a Deus. Então, por que Deus não me protegeu? Em meu sofrimento, lembrei-me de um hino das palavras de Deus: “Quando ocorre uma doença, isso se deve ao amor de Deus, e certamente Sua boa vontade está abrigada nela. Embora seu corpo possa passar por um pouco de sofrimento, não considere nenhuma ideia de Satanás. Louve a Deus em meio à enfermidade e desfrute de Deus em meio ao seu louvor. Não desanime diante da enfermidade, continue buscando de novo e de novo e nunca desista, e Deus o iluminará e esclarecerá” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 6”). As palavras de Deus trouxeram um pouco de paz ao meu coração. Sim, se a doença pioraria ou não estava nas mãos de Deus e, embora eu não entendesse Suas intenções naquele momento, eu não podia reclamar Dele. Tinha que buscar Suas intenções, persistir em meu dever e permanecer firme em meu testemunho. Pensando nisso, eu me senti um pouco melhor.
Seguindo adiante, considerando a grande quantidade de trabalho de vídeo, os líderes temiam que meu corpo não aguentasse, por isso arranjaram que o irmão Li Cheng e eu cooperássemos na pregação do evangelho. Enquanto recebia tratamento, perseverei no desempenho de meu dever, e sempre que encontrávamos dificuldades em nosso trabalho, comunicávamos e buscávamos as verdades relevantes para resolvê-las. Embora estivesse suportando algumas dificuldades físicas e pagando algum preço, ver mais e mais pessoas aceitando a obra de Deus dos últimos dias me deixou muito feliz, e pensei: “Desde que persista em meu dever, sofra mais dificuldades e pague um preço maior, talvez Deus me proteja e minha condição melhore”. Mas, depois de algum tempo, senti que minha condição estava piorando. Eu me sentia cansado todos os dias, com fraqueza no corpo inteiro, e meu apetite diminuiu ainda mais, por isso fui fazer outro check-up. O médico disse que minha hepatite B havia piorado e que eu precisava ser internado e receber tratamento imediatamente; caso contrário, ela continuaria a progredir e se tornaria difícil de tratar. Como eu estava sendo caçado pelo Partido Comunista, a internação exporia minha identidade e me colocaria em perigo, por isso tive de recorrer a medicamentos e tratamento intravenoso, mas, ainda assim, minha condição não melhorou muito. Com o tempo, fiquei muito fraco e pensei: “Essa hepatite B já voltou a se manifestar várias vezes; se ela piorar ainda mais e se transformar em cirrose ou câncer de fígado, minha vida pode estar em perigo a qualquer momento. Se eu morrer desse jeito, ainda poderia ser salvo? Com certeza, não é assim que minha vida de fé em Deus vai terminar?”. Esse pensamento me deixou totalmente sem forças, e a perplexidade e a queixa brotaram dentro de mim de uma só vez: “Desde que comecei a acreditar em Deus, tenho sido entusiástico em meu dever e na pregação do evangelho. Faça vento ou chuva, calor escaldante ou frio cortante, e independentemente de eu ser caçado e perseguido pelo Partido Comunista e de não poder voltar para casa, nunca atrasei meu dever. Mesmo durante esses anos de doença, perseverei em meu dever o tempo todo, nunca joguei a toalha, e, embora não tenha alcançado mérito, sofri e labutei. Por que minha doença não só não melhorou, como na verdade piorou?”. Vi os irmãos com boa saúde e desempenhando ativamente seus deveres, enquanto eu estava sofrendo com uma doença grave. Quanto mais pensava sobre isso, maior era a mágoa que sentia; mal conseguindo conter as lágrimas, voltei para a casa anfitriã. Eu estava muito triste e negativo, sem motivação para desempenhar meu dever. Nesse momento, o irmão Li Cheng me lembrou: “Quando enfrentamos uma doença, devemos buscar as intenções de Deus e não entendê-Lo mal nem reclamar Dele”. As palavras do irmão Li Cheng me ajudaram a me acalmar. Tudo o que acontece é permitido por Deus, e eu tinha que começar submetendo-me para buscar a verdade e refletir sobre mim mesmo. Então, orei a Deus e busquei, esperando que Ele me levasse a entender Suas intenções.
Mais tarde, li algumas das palavras de Deus: “Algumas pessoas acham que crer em Deus deveria trazer paz e alegria, e que, se enfrentarem situações, só precisam orar a Deus e Ele as ouvirá, lhes concederá graça e bênçãos e garantirá que tudo corra de forma pacífica e tranquila para elas. Seu propósito ao crer em Deus é buscar graça, ganhar bênçãos e desfrutar de paz e felicidade. É por causa dessas opiniões que elas abandonam a família ou largam o emprego para se despender por Deus e podem suportar adversidade e pagar um preço. Elas acreditam que, desde que renunciem a coisas, se despendam por Deus, suportem adversidade e trabalhem diligentemente, demonstrando comportamento excepcional, elas ganharão as bênçãos e o favor de Deus e que, independentemente das dificuldades que encontrarem, desde que orem a Deus, Ele as resolverá e abrirá uma senda para elas em tudo. Esse é o ponto de vista defendido pela maioria das pessoas que creem em Deus. As pessoas acham que esse ponto de vista é legítimo e correto. A capacidade de muitas pessoas de manter sua fé em Deus por anos, sem desistir de sua fé está diretamente relacionada a esse ponto de vista. Elas pensam: ‘Eu me despendi tanto por Deus, meu comportamento tem sido tão bom, e não cometi nenhum ato maligno; Deus certamente me abençoará. Como sofri muito e paguei um preço alto por cada tarefa, fazendo tudo de acordo com as palavras e exigências de Deus, sem cometer nenhum erro, Deus deve me abençoar; Ele deve garantir que tudo corra bem para mim e que eu sempre tenha paz e alegria no coração e desfrute da presença de Deus’. Isso não é uma noção, uma imaginação humana? Sob uma perspectiva humana, as pessoas desfrutam da graça de Deus e recebem benefícios, então faz sentido ter que sofrer um pouco por isso, e vale a pena trocar esse sofrimento pelas bênçãos de Deus. Essa é uma mentalidade de fazer acordos com Deus. No entanto, sob a perspectiva da verdade e sob a perspectiva de Deus, fundamentalmente isso não se conforma com os princípios da obra de Deus nem com os padrões que Deus exige das pessoas. Trata-se de um pensamento totalmente ilusório, noção e imaginação puramente humanas sobre crer em Deus. Quer envolva fazer acordos ou exigir coisas de Deus, quer contenha noções e imaginações humanas, em todo caso, nada disso se alinha com as exigências de Deus, nem atende aos princípios e padrões de Deus para abençoar as pessoas. Em particular, esse pensamento e esse ponto de vista transacional ofendem o caráter de Deus, mas as pessoas não percebem isso. Quando o que Deus faz não se alinha com as noções das pessoas, elas rapidamente desenvolvem reclamações e mal-entendidos sobre Ele em seu coração. Elas até se sentem injustiçadas e então começam a argumentar com Deus, podendo até julgá-Lo e condená-Lo. […] Quando Deus arranja um ambiente para as pessoas que contradiz completamente suas noções e imaginações, elas formam noções, julgamentos e condenações contra Deus em seu coração, e podem até negá-Lo. Deus pode, então, satisfazer suas necessidades? De forma alguma. Deus nunca mudará Sua maneira de operar e Seus desejos de acordo com as noções humanas. Então quem é que precisa mudar? São as pessoas. As pessoas precisam largar suas noções, aceitar os ambientes arranjados por Deus, submeter-se a eles e experimentá-los, e buscar a verdade para resolver suas noções, em vez de avaliar o que Deus faz em relação a suas noções para ver se está correto. Quando as pessoas insistem em se agarrar a suas noções, elas desenvolvem resistência contra Deus — isso acontece naturalmente. Onde está a raiz da resistência? Está no fato de que o que as pessoas geralmente possuem no coração são, sem dúvida, suas noções e imaginações, e não a verdade. Portanto, quando confrontadas com a obra de Deus que não se alinha com as noções humanas, as pessoas podem desafiar a Deus e fazer julgamentos contra Ele” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (16)”). “Para elas, não existe objetivo mais legítimo do que acreditar em Deus para receber bênçãos — é o valor exato de sua fé. Se uma coisa não contribui para esse objetivo, elas permanecem não sendo afetadas por isso. Esse é o caso com a maioria das pessoas que acreditam em Deus hoje. O objetivo e a intenção delas parecem legítimos, porque, como creem em Deus, elas também se despendem por Deus, se dedicam a Deus e desempenham seu dever. Elas abrem mão de sua juventude, abandonam família e carreira, e até passam anos ocupando-se longe de casa. Em nome do objetivo final, elas mudam os próprios interesses, suas perspectivas de vida e até a direção que buscam; no entanto, não conseguem mudar o objetivo de sua fé em Deus. […] Além dos benefícios que estão tão intimamente associados a elas, poderia haver outros motivos para que pessoas que nunca entendem Deus doem tanto por Ele? Nisso, descobrimos um problema não identificado antes: o relacionamento do homem com Deus é meramente de um interesse próprio nu e cru. É um relacionamento entre um receptor e um doador de bênçãos. Para colocar de forma mais clara, é o relacionamento entre um empregado e um empregador. O empregado trabalha muito apenas para receber as recompensas concedidas pelo empregador. Não há afeto em tal relacionamento baseado em interesses, apenas transação. Não há amar nem ser amado, apenas caridade e misericórdia. Não há entendimento, apenas indignação impotente suprimida e engano. Não há intimidade, apenas um abismo intransponível” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Apêndice 3: O homem só pode ser salvo em meio ao gerenciamento de Deus”). As palavras de julgamento de Deus expuseram minuciosamente as intenções e os pontos de vista errados por trás da minha fé Nele, fazendo com que me sentisse humilhado e envergonhado. Sempre acreditei que, ao pagar um preço mais alto e me despender mais, eu poderia receber a proteção e as bênçãos de Deus e que minha esperança de ser salvo seria maior. Quando fui subitamente diagnosticado com hepatite B, desenvolvi queixas contra Deus no coração, achando que eu havia sofrido e me despendido por Ele durante todos esses anos e que Ele não devia ter permitido que eu fosse acometido por uma doença tão grave. Embora tivesse finalmente me submetido, eu ainda achava que, desde que perseverasse em meu dever, suportasse mais sofrimento e pagasse um preço maior, talvez Deus me protegesse e minha condição melhorasse. Mas quando minha condição piorou e eu até enfrentei a possibilidade de câncer e morte, achei que meu desejo por bênçãos havia sido destruído. Assim, fiquei negativo e desenvolvi um mal-entendido, discutindo com Deus no coração, acreditando que, embora não tivesse méritos, eu havia sofrido e labutado, e que Deus não deveria me tratar dessa forma; até reclamei de Deus por não me proteger. Na revelação dos fatos, vi que meus esforços e dispêndios tinham sido motivados por uma intenção desprezível, pois eu queria usar meu trabalho árduo, meus sacrifícios e meus dispêndios como capital, em troca de um bom futuro e de uma boa destinação, o que era fazer uma transação com Deus. Assim que deixei de receber bênçãos, interpretei mal a Deus e reclamei Dele. Tudo o que eu estava revelando era meu caráter satânico. Deus é o Criador, e não importa como Deus orquestre e arranje as coisas, não tenho motivo para fazer exigências a Ele e devo me submeter aos Seus arranjos. Mas eu sempre queria que Deus agisse de acordo com minhas noções e, quando as coisas não se alinhavam com elas, eu discutia com Ele. Eu tinha desfrutado gratuitamente de tanta rega e sustento das palavras de Deus, mas não retribuí Seu amor, em vez disso, até O entendi mal e reclamei Dele. Como eu poderia ser uma pessoa que realmente acreditava em Deus?
Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus e ganhei algum entendimento sobre a raiz de minha transação com Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Todos os humanos corruptos vivem para si mesmos. Cada um por si e o demônio pega quem fica por último — esse é o resumo da natureza do homem. As pessoas creem em Deus em prol de si mesmas; quando renunciam a coisas e se despendem para Deus, elas fazem isso a fim de serem abençoadas, e quando são leais a Ele, ainda assim fazem isso a fim de serem recompensadas. Em suma, tudo é feito com o propósito de ser abençoado, recompensado e entrar no reino dos céus. Na sociedade, as pessoas trabalham por seu próprio benefício, e na casa de Deus, elas desempenham um dever a fim de serem abençoadas. É para ganhar bênçãos que as pessoas se desfazem de tudo e conseguem suportar muito sofrimento: não há melhor evidência da natureza satânica do homem” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Pela exposição das palavras de Deus, entendi que, como as visões satânicas de “cada um por si e o demônio pega quem fica por último” e “nunca mexa um dedo sem recompensa” haviam se enraizado em meu coração e tinham se transformado no alicerce de minha existência, tudo o que eu fazia era para meu próprio benefício. E até meus sacrifícios e dispêndios foram para ganhar bênçãos e ser protegido da morte quando ocorrer o desastre. Durante esses anos de desempenho de meu dever, não importava quantas dificuldades físicas eu suportasse nem o preço que tivesse que pagar, desde que eu acreditasse que isso me beneficiaria em termos de bênçãos e salvação, eu estaria disposto a suportar qualquer quantidade de sofrimento. Mas quando minha doença piorou e o desejo de bênçãos foi destruído, perdi a motivação para desempenhar meu dever e até discuti com Deus e reclamei Dele no coração. Em tudo o que fazia, eu colocava o ganho pessoal em primeiro lugar, tratando meu dever como uma moeda de troca para obter recompensas e bênçãos, até achando que isso era totalmente justificável. Ao viver de acordo com esses venenos satânicos, perdi minha consciência e razão e me queixei e me rebelei contra Deus. Se não me arrependesse, mais cedo ou mais tarde eu seria detestado, rejeitado e eliminado por Deus. Esse pensamento me deixou temeroso e arrependido. Uma pessoa tão egoísta e desprezível como eu tinha sido, com um caráter que não tinha mudado, continuava tendo a esperança ilusória de bênçãos. Que falta de vergonha! O caráter de Deus é justo e santo. Não importa quanto trabalho se faça, ou quantas dificuldades se sofra, ou quão alto seja o preço que se pague, se não houver mudança no caráter, tudo será em vão. Deus não abrirá uma exceção e nos levará para o Seu reino porque sofremos mais dificuldades. Deus diz: “Você deve saber que tipo de pessoa Eu desejo; a quem é impuro não se permite entrar no reino, a quem é impuro não se permite macular o solo santo. Ainda que possa ter feito muito trabalho e trabalhado por muitos anos, no fim, se você ainda é deploravelmente imundo, será intolerável para a lei do Céu que você deseje entrar no Meu reino! Desde a fundação do mundo até hoje, nunca ofereci fácil acesso ao Meu reino àqueles que Me bajulam. Esta é uma regra celestial, e ninguém pode infringi-la! Você deve buscar a vida. Hoje, os que serão tornados perfeitos são do mesmo tipo que Pedro. Eles são aqueles que procuram mudanças em seu próprio caráter e que se dispõem a dar testemunho de Deus e a cumprir seu dever como seres criados. Somente pessoas como essas serão tornadas perfeitas. Se você só busca recompensas e não procura mudar sua própria vida caráter, então todos os seus esforços serão inúteis — essa é uma verdade inalterável!” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O sucesso ou o fracasso dependem da senda que o homem percorre”). Deus não avalia as pessoas segundo seus dispêndios ou sofrimentos aparentes, mas segundo a senda que trilham, se elas ganharam a verdade e se seu caráter corrupto mudou. Embora tivesse acreditado em Deus por muitos anos, eu só me concentrava em trabalhar e labutar, e não buscava a verdade, meu caráter corrupto não havia mudado, e eu ainda tentava barganhar com Deus para ganhar bênçãos. Como uma pessoa tão egoísta e desprezível como eu poderia ser digna de salvação? Pensei em Paulo. Ele pregava o evangelho, fazia muito trabalho e sofria muito, mas não sofreu e labutou para praticar as palavras de Deus, nem para desempenhar o dever de um ser criado, mas para ganhar bênçãos e uma coroa. É como ele disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). O que ele queria dizer era que, se Deus não lhe desse uma coroa ou recompensas, isso significaria que Deus era injusto. Isso era uma maneira descarada de exigir uma coroa de Deus, era uma tentativa de coagir Deus. Embora Paulo tivesse labutado, sofrido e se despendido, ele não buscou a verdade, apenas procurou bênçãos e trilhou uma senda de resistir a Deus. Por fim, foi punido por Deus. Se eu continuasse na senda de Paulo, eu também seria eliminado por Deus. Eu não podia mais fazer exigências ou pedidos a Deus, nem viver de forma egoísta e desprezível, pensando só em mim mesmo. Independentemente de como minha condição evoluísse, eu estava disposto a me submeter às orquestrações e aos arranjos de Deus.
Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus que me forneceu uma senda. Deus diz: “Não há correlação entre o dever do homem e se ele recebe bênçãos ou sofre infortúnio. O dever é o que o homem deve cumprir; é sua vocação providencial, e não deveria depender de recompensa, condições ou razões. Só então ele está desempenhando o seu dever. Receber bênçãos se refere a quando alguém é aperfeiçoado e desfruta das bênçãos de Deus após experimentar julgamento. Sofrer infortúnio se refere a quando o caráter de alguém não muda depois de ter experimentado castigo e julgamento; ele não experimenta ser aperfeiçoado, mas, sim, punido. Mas, independentemente de receberem bênçãos ou sofrerem infortúnio, os seres criados devem cumprir seu dever, fazer o que devem fazer e fazer o que são capazes de fazer; isso é o mínimo que uma pessoa, uma pessoa que busca a Deus, deveria fazer. Você não deve desempenhar o seu dever apenas para receber bênçãos e não deve se recusar a agir por medo de sofrer infortúnio. Deixe-Me dizer-lhes uma coisa só: o desempenho do homem de seu dever é o que ele deve fazer e, se ele é incapaz de desempenhar seu dever, então isso é a sua rebeldia” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “A diferença entre o ministério de Deus encarnado e o dever do homem”). Pelas palavras de Deus, entendi que desempenhar o dever não está relacionado a ganhar bênçãos ou sofrer infortúnios. Deus me deu a vida e tudo o que tenho, e é natural e correto que eu me despenda por Ele como um crente. Essa é a responsabilidade e o dever que uma pessoa deveria cumprir, e é o que alguém com um pouco de consciência e razão deveria fazer. Eu não deveria usar meus dispêndios como moeda de troca para exigir bênçãos de Deus, nem reclamar Dele por causa de minha doença grave. Era igual a Jó: quer Deus lhe concedesse coisas ou o privasse delas, mesmo quando ele perdeu tudo e foi afligido por chagas, ele não reclamou de Deus nem pediu que Ele diminuísse seu sofrimento; em vez disso, louvou o nome Dele e permaneceu firme em seu testemunho de Deus. Ao refletir sobre a experiência de Jó, encontrei uma senda de prática. Não importava quanto tempo minha doença durasse ou quão grave ficasse, mesmo que minha vida estivesse em perigo, eu deveria me submeter a Deus e permanecer firme em meu testemunho Dele. Essa é a consciência e a razão que deveria ter. Mais tarde, sempre que pensava em ganhar bênçãos, eu orava a Deus para me rebelar contra esses desejos e me concentrava em experienciar as palavras de Deus e praticar a verdade todos os dias, e, ao fazer isso, meu coração ficou muito mais tranquilo.
Mais tarde, com a medicação, minha condição melhorou gradualmente, e fiquei muito feliz. Mas, depois de um tempo, voltei a me sentir cansado e fraco, então fui ao hospital para fazer um exame. O médico disse que o nível do vírus da hepatite B em meu corpo havia aumentado para mais de 100 milhões, e que vários outros indicadores de função hepática também estavam altos. Ele disse que, se isso continuasse a evoluir, poderia ser problemático. Ao ouvir isso, fiquei um pouco nervoso e preocupado, e pensei: “Tenho tido várias recaídas dessa doença; será que ela pode realmente se transformar em câncer? Será que minha doença será curada algum dia?”. Esses pensamentos me deixaram um pouco deprimido. Então, percebi que meu estado não estava certo, e orei a Deus. Li uma passagem das palavras de Deus: “Visto que você crê em Deus e segue a Deus, deve oferecer tudo a Ele e não deve fazer escolhas nem pedidos pessoais, bem como deve alcançar a satisfação das intenções de Deus. Visto que você foi criado, deve se submeter ao Senhor que o criou, porque você inerentemente não tem domínio sobre si mesmo e não tem aptidão para controlar seu próprio destino. […] Como um ser criado, o homem deve procurar cumprir o dever de um ser criado e buscar amar a Deus sem fazer outras escolhas, pois Deus merece o amor do homem. Os homens que buscam amar a Deus não devem buscar quaisquer benefícios pessoais nem buscar aquilo que pessoalmente anseiam; este é o meio de busca mais correto” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “O sucesso ou o fracasso dependem da senda que o homem percorre”). Pelas palavras de Deus, entendi Suas intenções e percebi que a vida e a morte estão nas mãos Dele. Eu não podia mais fazer exigências irracionais a Deus, e independentemente de minha doença se agravar ou não, mesmo que isso significasse morrer ou não ter um desfecho ou uma destinação final, ainda assim me submeteria às Suas orquestrações e aos Seus arranjos. Com isso em mente, deixei de ser constrangido pelo estado da minha doença, continuei a desempenhar meu dever como sempre e me senti bastante liberado. Mais tarde, continuei com a medicina tradicional chinesa e senti que a condição melhorava aos poucos. Após o último check-up, vários indicadores de função hepática haviam praticamente voltado ao normal.
Por meio dessa experiência de ser revelado por essa doença, embora eu tenha sofrido bastante, sou muito grato a Deus. Sem esse ambiente, eu não teria me conhecido e teria continuado a pensar que estava me despendendo sinceramente por Deus. Mas agora vejo claramente minha visão equivocada de buscar bênçãos por meio da crença em Deus, e ganhei algum entendimento de meu caráter satânico egoísta, desprezível e motivado pelo lucro. Esses são os ganhos que obtive ao enfrentar essa doença.