79. Preocupações com a denúncia de problemas
Em abril de 2023, eu estava servindo como diácono de rega na igreja. Naquela época, muitos irmãos que desempenhavam seus deveres tinham sido presos pelo PC Chinês, e o trabalho da igreja havia caído em um estado de paralisia. Embora alguns irmãos e eu estivéssemos cooperando para lidar com o trabalho de acompanhamento, o progresso ainda era muito lento. Depois de um tempo, a irmã Chen Ping foi eleita líder de igreja, e eu pensei: “Isso é ótimo. Com uma líder, o trabalho progredirá muito mais rápido”.
Um dia, os líderes superiores enviaram uma carta pedindo que escrevêssemos avaliações sobre a irmã Su Jing, uma pregadora. Como Su Jing era responsável pelo trabalho em nossa igreja, todos a conhecíamos muito bem, mas Chen Ping não queria escrever nada e até disse que não conhecia a Su Jing muito bem. Fiquei intrigado, pensando: “O que está acontecendo com a Chen Ping? Ela já interagiu muito com a Su Jing, então pode fazer uma avaliação objetiva com base no entendimento que ganhou em suas interações com ela. Por que não quer escrever nada?”. Alguns dias depois, encontrei a Chen Ping, e ela me disse: “Você sabe por que eu não quis escrever uma avaliação sobre a Su Jing naquele dia? Não sei qual é o dever que os líderes pretendem que a Su Jing desempenhe, mas não acho que ela seja a pessoa certa”. Pedi mais detalhes, e Chen Ping disse com raiva: “Você não faz ideia. Em 2012, Su Jing estava servindo como líder, e ela nunca fez um trabalho real. Uma vez, preparamos meticulosamente materiais de expulsão para um anticristo, mas a Su Jing interrompeu o processo sem dar nenhum motivo. Esse homem criou um caos total na igreja, mas a Su Jing não nos deixou preparar os materiais sobre ele. Isso não é atrapalhar o trabalho de limpeza da igreja? Ela não era uma falsa líder?”. Chen Ping, temendo que eu não acreditasse nela, até se vangloriou de ter feito trabalho de limpeza antes e de ter algum discernimento sobre as pessoas. Mas, com base no meu entendimento, Su Jing não era o tipo de pessoa que a Chen Ping estava descrevendo. Tive uma vaga sensação de que poderia haver alguma rixa pessoal entre a Chen Ping e a Su Jing, caso contrário, por que a Chen Ping teria um preconceito tão forte contra a Su Jing? Mas eu não sabia o que havia acontecido, então não falei nada. Chen Ping continuou: “Ultimamente, venho relatando os problemas da igreja à Su Jing, mas ela não tem respondido. Como pregadora, ela não está resolvendo problemas reais!”. Ao ouvir isso, fiquei um pouco surpreso, pois senti que parte do que a Chen Ping estava dizendo não se alinhava com a realidade. Eu vinha cooperando com a Su Jing por mais de um ano, e, embora ela tivesse um calibre um pouco baixo, ainda era capaz de fazer um trabalho real. Além disso, eu estava presente quando a Chen Ping relatou os problemas, e, embora a Su Jing não tivesse encontrado uma solução na época, ela continuou discutindo e buscando soluções com todos e resolveu alguns problemas reais. Não era como a Chen Ping disse — que a Su Jing não fazia nenhum trabalho real. Depois de um tempo, a Chen Ping me perguntou hesitantemente: “Minhas opiniões podem não ser totalmente precisas. Você conhece a Su Jing há muito tempo, então deve entendê-la melhor. O que você acha?”. Daí mencionei os pontos fortes e fracos da Su Jing. Quando mencionei os pontos fracos dela, Chen Ping mostrou-se muito satisfeita, mas, quando falei sobre os pontos fortes da Su Jing, a Chen Ping pareceu infeliz e não quis ouvir. No final, ela disse com relutância: “Talvez eu seja parcial em relação a ela”. Depois disso, Chen Ping não voltou a mencionar o assunto comigo. Senti que a Chen Ping tinha um preconceito contra a Su Jing. Parecia que ela estava julgando a Su Jing pelas costas quando disse essas coisas para mim, e que estava tentando semear a discórdia. Eu pensei: “Devo relatar isso aos líderes superiores para que eles resolvam o problema? Caso contrário, a falta de cooperação harmoniosa entre elas vai afetar o trabalho”. Mas aí pensei: “Não entendo completamente a situação, e, se eu relatar isso e a Chen Ping descobrir, será que ela vai me acusar de ser caguete e dificultar a minha vida?”. Pensando nisso, não me atrevi a fazer a denúncia.
Alguns dias depois, a Chen Ping espalhou seu preconceito contra a Su Jing para uma líder de outra igreja, Wu Xin, e até mesmo aliciou a diácona evangalística Li Yun, dizendo-lhes que a Su Jing era uma falsa obreira. Fiquei um pouco surpreso e me perguntei: “Como a Li Yun foi arrastada para isso também? Agora ela está do lado da Chen Ping. Parece que o problema não é tão pequeno. Devo relatar isso aos líderes superiores imediatamente; caso contrário, o trabalho da igreja ficará uma bagunça”. Mas também fiquei preocupado, imaginando: “A Chen Ping está encarregada do meu trabalho. Se eu relatar seus problemas e ela descobrir, ela vai me reprimir ou me atormentar?”. Pensando nisso, fiquei um pouco assustado, então não me atrevi a denunciá-la.
Alguns dias depois, a irmã Danchun, que estava encarregada do trabalho de limpeza, me enviou uma carta dizendo que a Chen Ping também havia espalhado seu preconceito contra a Su Jing para ela, e que a Chen Ping alegou que não conseguia cooperar bem com a Su Jing, e que a Su Jing não queria aceitar nenhuma sugestão que lhe davam. Chen Ping até pediu à Danchun que investigasse como a Su Jing costumava se comportar. Fiquei muito surpreso. Inicialmente, pensei que a Chen Ping tinha apenas um preconceito pessoal contra Su Jing, mas, depois de saber desses detalhes, percebi que a questão não era tão simples assim. A Chen Ping estava tentando formar panelinhas e provocar o caos de propósito. Deparei-me com uma passagem da palavra de Deus: “O fenômeno de alguém ser arbitrariamente condenado, rotulado e atormentado ocorre com frequência em toda igreja. Por exemplo, algumas pessoas nutrem um preconceito contra certo líder ou obreiro, para se vingar, fazem comentários sobre ele pelas costas, expondo e dissecando-o sob o pretexto de comunicar a verdade. A intenção e os propósitos por trás de tais ações estão errados. Se alguém realmente comunica a verdade para dar testemunho de Deus e beneficiar os outros, ele deve comunicar suas experiências verdadeiras e beneficiar os outros dissecando e conhecendo a si mesmo. Tal prática produz resultados melhores, e o povo escolhido de Deus a aprovará. Se a comunhão de alguém expõe, ataca e menospreza outra pessoa numa tentativa de atacá-la ou se vingar dela, a intenção da comunhão está errada, é injustificada, odiada por Deus e não é edificante para os irmãos e irmãs. Se a intenção de alguém é condenar os outros ou atormentá-los, ele é uma pessoa maligna e está cometendo o mal. Todo o povo escolhido de Deus deveria ter discernimento quando se trata de pessoas malignas. Se alguém deliberadamente ataca, expõe ou menospreza as pessoas, ele deveria receber ajuda amorosa, comunhão e dissecção ou poda. Se ele é incapaz de aceitar a verdade e, com teimosia, se recusa a corrigir seus modos, isso é uma questão totalmente diferente. Quando se trata de pessoas malignas que condenam, rotulam e atormentam os outros arbitrariamente com frequência, elas deveriam ser totalmente expostas para que todos aprendam a discerni-las, e então elas deveriam ser restringidas ou expulsas da igreja. Isso é essencial, pois tais pessoas perturbam a vida de igreja e o trabalho de igreja, e é provável que elas desorientem as pessoas e tragam caos para a igreja. […] O comportamento dessas pessoas não só impacta a vida de igreja, mas gera também conflito na igreja. Pode até impactar o trabalho da igreja como um todo e a propagação do evangelho. Portanto, líderes e obreiros precisam alertar esse tipo de pessoa e também precisam restringi-lo e lidar com ele” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (15)”). As palavras de Deus são muito claras. Julgar e condenar os outros de maneira arbitrária é fazer o mal. Isso perturba o trabalho da igreja, e as pessoas que fazem isso devem ser restringidas imediatamente. Refletindo sobre os eventos recentes, eu me perguntei: “A Su Jing tem alguns problemas, mas ela ainda consegue fazer um trabalho real, então por que a Chen Ping continua cismando com suas falhas e problemas? Se a Chen Ping perceber que a Su Jing está fazendo algo inapropriado, poderia apontar isso para ela ou relatar o fato à liderança superior. Mas por que Chen Ping está dizendo essas coisas para mim, e até mesmo desabafando suas queixas de longa data, de anos atrás, contra a Su Jing? Isso não é semear a discórdia? Não está minando a reputação de Su Jing? Além disso, ela não só está julgando a Su Jing na minha frente, mas também está tentando cooptar a líder e a diácona evangelística de outra igreja, e está até mesmo espalhando essa história para a irmã responsável pelo trabalho de limpeza. O que a Chen Ping está fazendo definitivamente não é para proteger o trabalho da igreja, nem para ajudar a Su Jing. Ela está tentando formar panelinhas e provocar o caos com o objetivo de fazer com que as pessoas fiquem do lado dela, julgando e isolando a Su Jing para derrubá-la”. Tais pensamentos me deixaram preocupado: “A igreja acabou de passar por uma repressão do PC Chinês, muitos irmãos não podem levar uma vida normal na igreja, e todo o trabalho lá ainda está em recuperação. Se o caos surgir agora, tanto o trabalho da igreja quanto a vida dos irmãos sofrerão muito”. Pensei em escrever uma carta para relatar o assunto. Mas, quando estava prestes a escrevê-la, hesitei novamente, pensando: “A Chen Ping está encarregada do meu trabalho. Se ela descobrir que eu escrevi a carta, será que ela vai me atacar e me excluir? Será que vai dificultar a minha vida? Ou se aproveitará das minhas falhas para me atormentar ou me expulsar? Se isso acontecer, minha chance de salvação não estará arruinada?”. Esse pensamento me assustou, e eu disse a mim mesmo: “Quando você está sob o teto de outra pessoa, não tem escolha a não ser abaixar a cabeça! A Chen Ping é responsável pelo meu trabalho, e, se eu a ofender e ela me atormentar, quem vai ficar sabendo? Quem me ajudaria? Esqueça, é melhor eu não me envolver, senão trarei problemas para mim mesmo”. Então continuei sem relatar o problema, mas, depois disso, senti uma culpa constante dentro de mim.
Um dia, durante um devocional, deparei-me com as palavras de Deus: “Todos vocês dizem que têm consideração pelo fardo de Deus e que defenderão o testemunho da igreja, mas quem dentre vocês realmente foi atencioso com o fardo de Deus? Perguntem a si mesmos: você é alguém que demonstrou consideração pelo fardo de Deus? Você pode praticar a justiça para Deus? Você pode se levantar e falar por Mim? Você pode colocar a verdade em prática firmemente? Você tem coragem suficiente para lutar contra todos os atos de Satanás? Você seria capaz de colocar seus sentimentos de lado e expor Satanás em prol da Minha verdade? Você pode permitir que Minhas intenções sejam satisfeitas em você? Você ofereceu seu coração nos momentos mais cruciais? Você é alguém que segue a Minha vontade? Faça a si mesmo essas perguntas e pense sobre elas com frequência” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 13”). “A mente de uma pessoa ainda é mais ágil do que a de uma máquina: a pessoa sabe como se adaptar, quando encontra situações, sabe quais ações contribuem para seus interesses pessoais e quais não contribuem, e são ágeis em aplicar cada método de que dispõem. Consequentemente, sempre que você enfrenta certas coisas, sua pequena confiança em Deus não consegue permanecer firme. Você age com astúcia em relação a Deus, envolve-se em táticas contra Ele e trapaceia, e isso revela sua falta de fé genuína em Deus. Você acha que Deus não é digno de confiança, que Ele pode não ser capaz de protegê-lo ou de garantir sua segurança e que Deus pode até permitir que você morra. Você acha que Deus não é confiável e que você só pode estar seguro se confiar em si mesmo. O que acontece no fim? Não importam que circunstâncias ou questões você enfrente, você as aborda usando esses métodos, táticas e estratégias e é incapaz de permanecer firme em seu testemunho de Deus. Não importam as circunstâncias, você é incapaz de ser um líder ou obreiro qualificado, é incapaz de exibir as qualidades ou ações de um administrador e é incapaz de demonstrar lealdade plena, perdendo assim seu testemunho. Não importam quantas questões você enfrente, você é incapaz de confiar em sua fé em Deus para executar lealdade e sua responsabilidade. Consequentemente, o resultado é que você não ganha nada” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (19)”). As palavras de Deus expuseram meu estado exato. Quando as coisas estavam indo bem, eu proclamava que Deus tinha soberania sobre tudo e que minha sina estava nas mãos Dele, mas quando vi a Chen Ping tentando formar panelinhas e provocar o caos, eu sabia que deveria relatar tudo aos líderes superiores para que o caso pudesse ser resolvido rapidamente, mas eu não tinha fé verdadeira em Deus, e meu coração estava cheio de preocupações e inquietações. Eu tinha medo de que, se a Chen Ping descobrisse que eu a havia denunciado, ela procuraria oportunidades para me atormentar e retaliar contra mim, e poderia até fazer com que eu fosse expulso. Para me proteger, não denunciei os problemas da Chen Ping. Eu dizia acreditar em Deus, mas não confiava em Sua soberania. Eu até acreditava que minha sina estava nas mãos dos líderes, e que, se um líder me atormentasse, não era certeza que Deus me protegeria. Qual era a diferença entre esse ponto de vista e o de um descrente? Eu via claramente a natureza do problema, mas não estava disposto a denunciá-lo. Estava sempre protegendo meus próprios interesses, com medo de ser reprimido ou excluído pela líder, e não estava resguardando os interesses da casa de Deus de forma alguma. Eu tinha sido tão egoísta e desprezível!
Mais tarde, li outra passagem das palavras de Deus: “Não faça as coisas sempre pelo seu bem e não considere constantemente seus interesses; não considere os interesses do homem, e não pense em seu orgulho, reputação e status. Primeiro, você precisa considerar os interesses da casa de Deus, e fazer deles sua prioridade. Você deve ser atencioso para com as intenções de Deus e começar por contemplar se houve ou não impurezas no desempenho do seu dever, se você foi leal, cumpriu suas responsabilidades, e deu tudo de si, e também se você tem pensado ou não, de todo o coração, sobre seu dever e o trabalho da igreja. Você deve considerar essas coisas. Se refletir sobre elas com frequência e entendê-las, será mais fácil, para você, cumprir bem seu dever” (A Palavra, vol. 3: Os discursos de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). Depois de ler as palavras de Deus, senti-me profundamente envergonhado. As exigências de Deus para as pessoas não são altas, Ele simplesmente espera que, quando algo acontece, elas possam proteger os interesses da casa Dele e desempenhar seu dever da melhor forma possível. Dessa forma, Deus ficará satisfeito. Eu já tinha confirmado que a Chen Ping estava minando a reputação dos outros, perturbando a igreja e provocando o caos, e também sabia que, se esse problema não fosse resolvido logo, atrapalharia muito o trabalho da igreja. Mas, por medo de ser atormentado, eu não estava disposto a relatar isso. Em vez disso, optei por evitar e ignorar o problema. Onde estavam minha consciência e minha razão? Minha atitude estava permitindo que Satanás perturbasse o trabalho da igreja, o que era uma traição a Deus! Eu não podia mais tentar me proteger. Tinha que colocar os interesses da casa de Deus em primeiro lugar. Deus é justo, e a verdade reina na casa Dele, e se eu relatasse corretamente o problema, a Chen Ping não poderia fazer nada comigo. Mesmo que eu fosse atormentado e reprimido, eu deveria experienciar isso, e haveria uma lição que eu precisaria aprender. Também li os testemunhos experienciais de alguns irmãos. Quando eles se depararam com anticristos e pessoas malignas, alguns inicialmente entraram em um estado de tentar se proteger, preocupados em serem atormentados, mas depois de entender a intenção de Deus por meio da oração e da busca, eles relataram os atos malignos desses anticristos e pessoas malignas, e, após investigação e verificação, esses anticristos e pessoas malignas acabaram sendo expulsos, e o trabalho da igreja voltou ao normal. Depois de ler seus testemunhos, senti-me muito encorajado. Eu pensei: “Preciso confiar em Deus para relatar esse problema, para que os líderes superiores possam entender a situação, arranjar para que alguém resolva logo esse caos e restaurar a ordem normal do trabalho da igreja. Essa é a minha responsabilidade e o meu dever, e não posso me esquivar”. Então, escrevi tudo o que havia acontecido e enviei o relatório aos líderes superiores. Ao praticar dessa forma, fiquei tranquilo.
Mais tarde, refleti: “Por que não tive coragem de expor ou denunciar as tentativas da Chen Ping de formar panelinhas? Qual era a razão por trás disso?”. Um dia, li as palavras de Deus: “Qual, então, é a causa de sua incapacidade de lidar com as pessoas malignas e abordá-las? É porque sua humanidade é inerentemente covarde, tímida e medrosa? Isso não é nem a causa principal nem a essência do problema. A essência do problema é que as pessoas não são leais a Deus; elas protegem a si mesmas, protegem sua segurança pessoal, sua reputação, seu status e sua rota de fuga. Sua deslealdade se manifesta em como sempre se protegem, escondem-se como uma tartaruga se esconde em sua carapaça sempre que enfrenta algo e espera até aquilo passar antes de mostrar a cabeça de novo. Não importa com que se deparem, elas sempre pisam em ovos, têm muita ansiedade, preocupação e apreensão e não são capazes de se levantar e defender o trabalho da igreja. Qual é o problema aqui? Não é falta de fé? Você não tem fé real em Deus, você não acredita que Deus é soberano sobre todas as coisas, e você não acredita que sua vida, seu tudo, está nas mãos de Deus. Você não acredita no que Deus diz: ‘Sem a permissão de Deus, Satanás não ousa mexer em um só fio de cabelo em seu corpo’. Você confia em seus próprios olhos e julga os fatos, você julga as coisas com base em seus cálculos, sempre protegendo a si mesmo. Você não acredita que o destino de uma pessoa está nas mãos de Deus; você tem medo de Satanás, de forças malignas e de pessoas malignas. Isso não é uma falta de fé genuína em Deus? (Sim.) Por que não há fé real em Deus? Será que é porque as experiências das pessoas são superficiais demais e elas não conseguem perceber bem essas coisas ou porque elas não entendem o suficiente da verdade? Qual é a razão? Isso tem algo a ver com os caracteres corruptos das pessoas? É porque as pessoas são astutas demais? (Sim.) Não importam quantas coisas elas experimentem, não importam quantos fatos sejam apresentados a elas, elas não acreditam que isso é a obra de Deus nem que o destino de uma pessoa está nas mãos de Deus. Esse é um aspecto. Outro problema mortal é que as pessoas se importam demais consigo mesmas. Elas não estão dispostas a pagar nenhum preço nem a fazer nenhum sacrifício por Deus, por Sua obra, pelos interesses da casa de Deus, por Seu nome ou por Sua glória. Não estão dispostas a fazer nada que envolva nem mesmo o menor perigo. As pessoas se importam demais consigo mesmas! Por causa de seu medo da morte, da humilhação, de serem presas pelas pessoas malignas e de caírem em algum tipo de situação difícil, as pessoas fazem de tudo para preservar sua carne e se esforçam para não se meterem em nenhuma situação perigosa. Em um sentido, esse comportamento mostra que todas as pessoas são astutas demais, em outro, revela sua autopreservação e seu egoísmo” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (19)”). Com a exposição das palavras de Deus, entendi que a razão pela qual eu não conseguia praticar a verdade nem proteger o trabalho da igreja era principalmente porque minha natureza era verdadeiramente egoísta e enganosa. Os venenos de Satanás como “cada um por si e o demônio pega quem fica por último” e “pessoas sensatas sabem se proteger, e buscam somente evitar cometer erros” passaram a me controlar. Então, quando as coisas aconteciam, a primeira coisa que eu considerava era se meus interesses seriam ou não prejudicados. Eu estava disposto a fazer coisas que me beneficiassem, mas, se algo prejudicasse meus interesses ou colocasse a minha segurança em risco, mesmo que isso protegesse o trabalho da igreja, eu não fazia. Eu estava muito ciente de que a Chen Ping estava tentando formar panelinhas e provocar o caos e que, se isso não fosse resolvido logo, perturbaria e atrapalharia muito o trabalho da igreja. Mas eu estava cheio de medos constantes. Preocupava-me com o fato de que, depois de relatar o problema, a Chen Ping retaliaria contra mim, me atormentaria ou até mesmo me expulsaria, então não ousei fazer a denúncia e, em vez disso, agi como uma tartaruga que esconde a cabeça em seu casco. Eu não tinha nenhuma fé genuína em Deus. Como fui covarde! Eu acreditava em Deus havia muitos anos e desempenhava meus deveres na igreja porque Ele havia me exaltado. A intenção de Deus era que eu protegesse os interesses da casa Dele em momentos cruciais, mas, quando a Chen Ping tentou formar panelinhas e provocar o caos, e isso ameaçou paralisar o trabalho da igreja, só considerei meus interesses próprios. Eu fui muito egoísta e enganoso! Para me proteger, não estava disposto a praticar nem mesmo a verdade que eu entendia. Não estava, assim, vivendo uma existência ignóbil? Se eu não mudasse isso, certamente seria detestado, rejeitado e eliminado por Deus. Especialmente porque a igreja tinha acabado de passar por uma repressão do PC Chinês, e vários aspectos do trabalho ainda não haviam se recuperado, se ocorresse outra onda de caos, além de o trabalho da igreja ser perturbado, a entrada na vida dos irmãos também sofreria perdas maiores. Com isso em mente, não consegui mais conter minhas lágrimas. Eu disse a mim mesmo: “Não posso mais decepcionar a Deus. Devo praticar a verdade para proteger o trabalho da igreja e resolver essa questão o mais rápido possível”.
Mais tarde, cooperei com os líderes superiores para investigar e verificar a situação. Após a análise, descobrimos que a Chen Ping guardava rancor da Su Jing desde 2012. Naquela época, a Su Jing era líder, e a Chen Ping, ansiosa por status, queria ser líder e se juntou a outros para tentar remover a Su Jing de seu cargo. Mas seus planos não foram bem-sucedidos. Mais tarde, a Chen Ping foi dispensada, mas sempre guardou rancor e continuou tentando se aproveitar das falhas da Su Jing. A maioria das acusações que a Chen Ping fez contra a Su Jing não tinha fundamento. Depois de avaliar tudo, ficou evidente que a Su Jing não estava deixando de fazer um trabalho real, mas a Chen Ping estava constantemente se aproveitando das falhas Su Jing e as ampliando, até mesmo tentando convencer mais pessoas a excluírem a irmã. A Chen Ping demonstrou o caráter sério de um anticristo e foi dispensada. Os líderes superiores dissecaram a natureza e os danos das ações de Chen Ping e lhe deram uma advertência. Por meio da comunhão e do discernimento, a diácona evangelística Li Yun percebeu que havia sido manipulada por Chen Ping. Também percebeu que havia interrompido e perturbado o trabalho da igreja, e, mais tarde, escreveu uma carta de arrependimento. Com base nos princípios, a igreja deu a Li Yun a chance de se arrepender e a manteve no cargo.
Depois de passar por essa questão, eu realmente senti em meu coração que a verdade reina na casa de Deus e que Seu caráter justo não tolera nenhuma ofensa. Os anticristos e as pessoas malignas que não praticam a verdade e resistem a ela ou são avessos a ela serão todos revelados e eliminados por Deus no final. Também vi que entender a verdade e ter um senso de retidão é crucial. Se não expusermos e denunciarmos prontamente as pessoas malignas e os anticristos na igreja, além de o trabalho da igreja ser seriamente perturbado, o progresso de vida dos irmãos também será prejudicado. Por meio desse ambiente real, vi como eu era profundamente corrupto e deficiente, e como eu era egoísta e enganoso. Ao mesmo tempo, essa questão me ajudou a ganhar algum discernimento. Do fundo do meu coração, agradeço a Deus!