71. A falta de conhecimento não é desculpa
Em maio de 2021, fui escolhida para servir como líder de igreja e fiquei encarregada principalmente de nosso trabalho de produção de vídeo. Eu estava um pouco preocupada em desempenhar esse dever e pensei comigo mesma: “Já fiz algumas produções de vídeo antes, mas minhas habilidades nessa área ainda são um pouco deficientes. Serei realmente capaz de supervisionar bem esse trabalho? Se meu desempenho for ruim e eu for substituída, o que meus irmãos pensarão de mim? Além disso, todas as pessoas que estou supervisionando têm mais conhecimento técnico do que eu — se eu não identificar os problemas em seus deveres e não conseguir fornecer sugestões significativas, elas certamente pensarão que sou amadora e que não sou uma supervisora eficaz, que não estou apta a ser líder”. A ideia disso me deixou um pouco ansiosa, mas eu sabia que deveria primeiro aceitar esse novo dever e me submeter aos arranjos da igreja.
Para me familiarizar com o trabalho o mais rápido possível, eu participava de todas as discussões que meus irmãos tinham sobre o trabalho. No início, eu ouvia atentamente, mas gradualmente comecei a perceber que não entendia muitas das competências profissionais que estavam sendo usadas e não tinha chance de falar. Eu tinha medo de que, se os irmãos perguntassem meu ponto de vista e eu não desse nenhuma sugestão significativa, eles poderiam achar que eu estava superestimando minhas habilidades e que não era qualificada para verificar o trabalho deles quando eu mesma não o entendia. Será que eles pensariam mal de mim? Para manter minha imagem de líder, além de compartilhar meu entendimento das palavras de Deus, eu não dizia nada em nossas discussões e visões gerais do trabalho durante as reuniões. Eu não queria participar nem prestava muita atenção às discussões sobre o lado profissional da produção de vídeo. Parei de suportar até mesmo o menor fardo e sempre pensava: “De qualquer forma, não entendo o lado técnico das coisas, então, vou me limitar a resolver qualquer problema que eles tenham com a entrada na vida. Quanto às questões técnicas, deixarei que eles confiem em Deus, orem a Ele e discutam entre si”. Lembro-me de uma vez em que uma irmã enviou um vídeo em que estava trabalhando para o grupo, pedindo sugestões. Na época, pensei que, como não entendia a parte técnica da produção, não conseguiria encontrar nenhum problema no vídeo, e, além disso, eu perderia completamente o respeito se dissesse algo errado na frente de todos, então, não planejei dar nenhuma sugestão e não assisti ao vídeo com muita atenção. Mais tarde, um líder de grupo encontrou um problema no vídeo da irmã e me perguntou se eu havia notado. Senti meu rosto corar porque não tinha assistido ao vídeo com atenção. Para evitar ser descoberta, eu esperava até o final de cada discussão para fornecer uma visão geral e resumir o que todos disseram ou simplesmente fazia um comentário breve e perfunctório do tipo: “Concordo praticamente com tudo o que foi dito, não tenho mais nada a acrescentar”. Eu quase não dizia nada durante toda a reunião e me sentia terrivelmente envergonhada e angustiada — até achava que não havia necessidade de eu estar lá. Depois disso, comecei a evitar ainda mais os aspectos técnicos do trabalho e raramente verificava o trabalho do líder do grupo. Durante as reuniões, eu tinha apenas uma ideia do estado atual das pessoas, observando se estavam carregando um fardo em seu dever ou apenas agindo sem se envolver. Quanto aos problemas e dificuldades relacionados à produção de vídeo, não me preocupava em entrar em detalhes com eles, achava que o líder do grupo poderia lidar com isso e que eu poderia deixar que as pessoas com as habilidades técnicas adequadas resolvessem os problemas. Isso também evitaria que eu fosse exposta como inútil se não conseguisse resolver seus problemas. Para dar a impressão de que eu ainda poderia fazer algum trabalho real, sempre que percebia ou ouvia que uma pessoa estava em um estado ruim ou tinha ficado negativa, eu rapidamente encontrava palavras de Deus para me comunicar com ela em apoio. No entanto, assim que ela mencionava qualquer dificuldade que estivesse enfrentando no trabalho, eu respondia perfunctoriamente: “Quando retificarmos nosso estado e confiarmos em Deus, Ele nos guiará para resolver esses problemas”. Sempre que eu dizia isso, o estado da pessoa melhorava temporariamente, mas assim que se deparava com outro problema em seu dever e suas questões continuavam sem solução, ela ficava negativa novamente. Por eu não conseguir resolver problemas reais e não controlar e supervisionar o trabalho, surgiram muitos problemas no trabalho de produção de vídeo, os irmãos não estavam melhorando de maneira significativa em suas habilidades técnicas, não captavam os princípios relevantes no dever, cometiam os mesmos erros vez após vez e, consequentemente, a qualidade do trabalho diminuía. Apesar de meu líder superior ter apontado esse problema para mim e tentado me ajudar, eu não tinha nenhum conhecimento real de mim mesma. Pouco tempo depois, fui substituída por não ter feito trabalho real em meu dever.
Eu me senti muito mal depois de ser subitamente substituída e fiquei me perguntando: “Por que acabei me tornando uma falsa líder que não fez trabalho real, apesar de estar bastante ocupada em meus deveres todos os dias? Qual foi o motivo do meu fracasso?”. Durante aquele tempo, li muitas verdades sobre o discernimento de falsos líderes, e vi que quase todos os comportamentos dos falsos líderes que não fazem trabalho real, que Deus dissecou, eram coisas que eu mesma havia feito. Era como se Deus estivesse me expondo pessoalmente. Isso era especialmente verdadeiro nas seguintes passagens: “Uma característica dos falsos líderes é sua incapacidade de explicar ou esclarecer completamente qualquer problema que envolva verdades princípios. Se alguém busca isso deles, eles só conseguem dizer-lhe algumas palavras vazias e doutrinas. Quando confrontados com problemas que precisam ser resolvidos, eles frequentemente respondem com uma declaração do tipo: ‘Todos vocês são especialistas em desempenhar esse dever. Se vocês tiverem problemas, devem resolvê-los sozinhos. Não me perguntem; não sou especialista e não entendo. Resolvam por conta própria’. […] Os falsos líderes costumam usar razões e desculpas como ‘não entendo, nunca aprendi isso, não sou especialista’ para enrolar as pessoas e se esquivar das perguntas. Eles podem parecer bastante humildes; no entanto, isso expõe um problema sério com os falsos líderes — eles carecem de qualquer entendimento dos problemas que envolvam conhecimento profissional em determinadas tarefas, acham-se impotentes e parecem extremamente desajeitados e constrangidos. O que eles fazem então? Eles só podem reunir várias passagens das palavras de Deus e comunicá-las a todos durante as reuniões, falando sobre algumas doutrinas para exortar as pessoas. Os líderes com um pouco de bondade podem demonstrar preocupação com as pessoas e perguntar-lhes de vez em quando: ‘Você tem enfrentado alguma dificuldade em sua vida recentemente? Você tem roupas suficientes? Há alguém entre vocês que esteja se comportando mal?’. Se todos disserem que não têm esses problemas, eles respondem: ‘Então não há problema. Continuem com seu trabalho; tenho outros assuntos a tratar’, e saem apressadamente, temendo que alguém possa fazer perguntas e pedir que eles as respondam, colocando-os em uma situação embaraçosa. É assim que os falsos líderes trabalham — eles não conseguem resolver nenhum problema real. Como podem realizar efetivamente o trabalho da igreja? Como resultado, o acúmulo de questões não resolvidas acaba prejudicando o trabalho da igreja. Essa é uma característica proeminente e uma manifestação de como os falsos líderes trabalham” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (2)”). “É claro que ser um líder não significa necessariamente que ele precisa entender todos os tipos de profissão, mas ele deveria comunicar claramente as verdades princípios necessárias para resolver problemas, independentemente do tipo de profissão a que esses problemas estejam relacionados. Desde que as pessoas entendam as verdades princípios, os problemas podem ser resolvidos de acordo com elas. Os falsos líderes usam ‘sou leigo nisso; não entendo dessa profissão’ como motivo para não ter de comunicar as verdades princípios para resolver problemas. Isso não é fazer trabalho real. Se os falsos líderes usam constantemente a frase ‘sou leigo nisso; não entendo dessa profissão’ como motivo para não ter que resolver problemas, então eles não estão aptos para o trabalho de liderança. A melhor coisa que deveriam fazer é pedir demissão e deixar que outra pessoa assuma seu lugar. Mas será que os falsos líderes possuem esse tipo de razão? Eles serão capazes de renunciar? Não conseguirão. Eles até pensam: ‘Por que dizem que não estou fazendo nenhum trabalho? Faço reuniões todos os dias e estou tão ocupado que não consigo nem fazer as refeições na hora certa e durmo menos. Quem disse que os problemas não estão sendo resolvidos? Realizo reuniões e me comunico com eles, e encontro passagens das palavras de Deus para eles’. […] Veja bem, os falsos líderes não conseguem fazer trabalho real e, ainda assim, inventam um monte de desculpas. Eles são realmente desavergonhados e repugnantes! Seu calibre é tão baixo, eles não entendem nenhuma profissão e não compreendem as verdades princípios envolvidas em cada item do trabalho profissional — de que adianta tê-los como líderes? Eles são simplesmente tolos e inúteis! Já que não conseguem fazer nenhum trabalho real, por que ainda estão servindo como líderes da igreja? Eles são simplesmente desprovidos de razão. Já que não têm autoconsciência, deveriam ouvir o feedback do povo escolhido de Deus e avaliar se atendem aos padrões para serem líderes. No entanto, os falsos líderes nunca consideram essas coisas. Independentemente de quanto do trabalho da igreja foi atrasado e de quanta perda foi causada à entrada do povo escolhido de Deus na vida durante seus muitos anos de serviço como líderes, eles não se importam. Esse é o semblante feio dos falsos líderes completos” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (2)”). As palavras de Deus me atingiram em cheio. Os comportamentos e as características dos falsos líderes que Deus expôs estavam completamente alinhados com meu estado real. Deus diz que os falsos líderes usam sua falta de conhecimento técnico como desculpa para não se envolverem de fato na supervisão e no controle de todos os aspectos do trabalho, e como uma desculpa para não resolver os problemas e as dificuldades reais dos irmãos em seus deveres. Eles ficam satisfeitos em apenas proferir palavras e doutrinas e evitam ou se esquivam de lidar com questões específicas e reais. Foi exatamente assim que eu agi. Desde que fui escolhida como líder, eu receava que, como não tinha conhecimento técnico de produção de vídeo, minhas deficiências seriam expostas ao controlar esse trabalho. Fiquei apavorada achando que os irmãos me enxergariam e eu passaria vergonha na frente de todos. Para preservar meu status e reputação, eu usava minha falta de conhecimento técnico como desculpa para não participar de discussões de trabalho. Eu raramente me preocupava em perguntar aos meus irmãos sobre seus problemas e dificuldades, temendo não ser capaz de resolver seus problemas e perder respeito no processo. Às vezes, quando eles me faziam perguntas, eu simplesmente os enrolava com algumas palavras e doutrinas. Será que eu não os estava enganando? Por fora, parecia que eu estava bastante ocupada — ocupada em reuniões, comunicando e aparentemente resolvendo os problemas das pessoas e fazendo trabalho real —, mas, na verdade, eu só estava trabalhando para reforçar minha reputação e só falava de palavras e doutrinas. Eu estava apresentando uma fachada às pessoas e, na realidade, tentava evitar lidar com os problemas mais reais dos irmãos sempre que possível. Mesmo vendo claramente os irmãos sobrecarregados com problemas que estavam influenciando seus estados e afetando os resultados de seu dever, eu não tinha um senso de fardo para resolver seus problemas. Em vez disso, usava minha falta de conhecimento técnico como desculpa para adiar e deixar de lado os problemas, ou até mesmo ceder a responsabilidade aos líderes de grupo para que eles lidassem com isso. Refletindo sobre meu comportamento, percebi que não estava fazendo trabalho real. Eu estava apenas agindo perfunctoriamente, sem me envolver e sendo enganosa. Como líder, eu não era o que Deus chama de “tolo” e “inútil”? Eu mantinha o título de líder, mas não tinha a menor responsabilidade, só agia para manter minha reputação e meu status, não fazia nada do trabalho real que eu deveria fazer como líder e não cumpria nenhuma das responsabilidades que eu deveria cumprir; tudo isso afetou gravemente o trabalho de produção de vídeo. Eu era uma falsa líder e não merecia nenhum tipo de confiança. Quando percebi tudo isso, senti-me incrivelmente arrependida e orei a Deus em arrependimento: “Ó Deus, sei que minhas ações Te magoaram e Te deixaram aborrecido. Estou disposta a me arrepender e apenas peço que me guies e me esclareças para que eu possa conhecer minha corrupção e rebeldia”.
Mais tarde, vi uma passagem das palavras de Deus que dizia: “O apreço que os anticristos têm por reputação e status vai além do das pessoas normais, e é algo de dentro de seu caráter essência; não é um interesse temporário nem o efeito transitório de seu ambiente — é algo de dentro de sua vida, de seus ossos, e é, portanto, sua essência. Isso quer dizer que, em tudo que os anticristos fazem, sua primeira preocupação é com seu próprio status e reputação, nada mais. Para os anticristos, reputação e status são sua vida e seu objetivo vitalício. Em tudo que fazem, sua primeira consideração é: ‘O que acontecerá com meu status? E com a minha reputação? Fazer isso me dará uma boa reputação? Elevará meu status na mente das pessoas?’. Essa é a primeira coisa em que eles pensam, e é prova suficiente de que eles têm o caráter e a essência de um anticristo; se não fosse assim, eles não considerariam esses problemas. Pode-se dizer que, para os anticristos, reputação e status não são uma exigência adicional, muito menos algo extrínseco do qual eles podem abrir mão. São parte da natureza dos anticristos, estão em seus ossos, em seu sangue, são inatos para eles. Os anticristos não são indiferentes a se possuem reputação e status; essa não é sua atitude. Qual, então, é sua atitude? Reputação e status estão intimamente conectados a seu dia a dia, a seu estado diário, ao que buscam diariamente. E assim, para os anticristos, status e reputação são sua vida. Não importa como vivam, não importa o ambiente em que vivam, não importa o trabalho que façam, não importa o que busquem, quais sejam seus objetivos, qual seja a direção de sua vida, tudo gira em torno de ter boa reputação e status elevado. E esse objetivo não muda; eles nunca conseguem deixar essas coisas de lado. Essa é a face verdadeira dos anticristos e sua essência” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Nove: parte 3”). Deus revelou que os anticristos valorizam muito a reputação e o status e veem isso como sua força vital. Independentemente da situação em que se encontrem ou do que estejam fazendo, seu motivo e ponto de partida estão sempre centrados na reputação e no status. Ao refletir sobre mim mesma, percebi que eu não era diferente. Depois que fui escolhida como líder, não considerei o quanto o trabalho era importante ou como eu poderia estar atenta às intenções de Deus e fazer bem o trabalho; em vez disso, considerei minha reputação e meu status. Eu temia que os outros irmãos percebessem que eu não entendia a parte técnica do trabalho e que não conseguia fazer bem o meu trabalho. Até receei ser exposta e substituída. Durante todo o meu mandato como líder, trabalhei constantemente para manter minha reputação e meu status, e, para esconder minhas deficiências, eu sempre evitava e não perguntava nada a respeito dos trabalhos técnicos. Eu temia que as pessoas vissem minhas habilidades técnicas reais e achassem que eu não era capaz de supervisionar o trabalho e não estava apta a ser uma líder. Além disso, para esconder o fato de que eu não estava fazendo um trabalho real e para manter meu status de líder, eu me ocupava realizando reuniões, fazendo um trabalho que reforçava minha reputação, falando sobre doutrina, proferindo chavões e agindo perfunctoriamente. Tentei fazer uma demonstração externa de estar ocupado e de um senso de fardo para desorientar meus irmãos e induzi-los a acreditar que eu estava fazendo um trabalho real. Só me envolvi nesse comportamento fraudulento e enganoso e, por isso, o trabalho de produção de vídeo atrasou. Percebi que havia sido profundamente corrompida por Satanás. Venenos satânicos como “As pessoas precisam de seu orgulho assim como uma árvore precisa de sua casca” e “Um homem deixa seu nome onde quer que passe, assim como um ganso deixa seu grito onde quer que voe” se tornaram a minha natureza. Eu vivia de acordo com esses venenos e, ao desempenhar meu dever na minha crença em Deus. Eu só considerava minha reputação e status. Eu não tinha a menor preocupação com o trabalho da igreja ou com a entrada de meus irmãos na vida. Eu até me esquivava de desempenhar os deveres que eu sabia que deveria desempenhar — como eu era egoísta, desprezível, enganosa e escorregadia!
Pensei no fato de que, como líder de uma igreja, mesmo que eu não tivesse conhecimento técnico de produção de vídeo, ainda assim deveria ter trabalhado com meus irmãos para resolver os problemas reais que enfrentamos em nosso trabalho. Essa era minha responsabilidade e o mínimo que eu deveria fazer como parte de meu dever. No entanto, eu não estava nem um pouco atenta às intenções de Deus e só me preocupava em manter minha reputação e status. Sempre usei minha falta de conhecimento como uma desculpa para passar despercebida, evitar e não executar o trabalho real, o que levou a um atraso na resolução dos problemas de meus irmãos, impediu que eles encontrassem uma senda de prática e afetou negativamente o trabalho de produção de vídeo. Essas foram todas as minhas transgressões. Percebi que o caráter justo de Deus não pode ser ofendido — o fato de eu ter sido substituída foi inteiramente a consequência de minha busca por reputação e status e por trilhar a senda de um anticristo. Se eu não me arrependesse e não me transformasse, certamente seria exposta e eliminada.
Mais tarde, deparei-me com esta passagem das palavras de Deus: “Na verdade, como líder, depois de arranjar o trabalho, você deve se atualizar sobre o progresso do trabalho. Mesmo que não esteja familiarizado com essa área de trabalho — mesmo que lhe falte qualquer conhecimento sobre ele — você pode encontrar um jeito de fazer seu trabalho. Você pode encontrar alguém que realmente o capta, que entende o trabalho em questão para fazer um exame minucioso e fazer sugestões. A partir dessas sugestões, você pode identificar os princípios apropriados e assim será capaz de se atualizar sobre o trabalho. Não importa se você está familiarizado ou entende a profissão em questão; no mínimo, você deve presidir sobre o trabalho, acompanhá-lo e continuamente fazer indagações e perguntas sobre seu progresso. Você deve manter controle sobre tais questões; isso é responsabilidade sua, faz parte do seu trabalho. Não se atualizar sobre o trabalho, não fazer nada depois que ele foi designado — lavando as mãos sobre isso — essa é a maneira como os falsos líderes fazem as coisas. Não se atualizar sobre o trabalho nem prover orientação em relação a ele, não investigar nem resolver os problemas que surgem e não captar o progresso ou a eficiência do trabalho também são manifestações de falsos líderes” (A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (4)”). As palavras de Deus me ajudaram a perceber que não é necessário entender e ser capaz de tudo para ser um líder de igreja. Independentemente de os líderes e obreiros terem ou não conhecimento técnico, eles ainda devem participar ativamente do trabalho, acompanhar o progresso, supervisionar e identificar problemas em tempo hábil e resolvê-los. Essa é a atitude que eles devem ter em relação ao seu dever e é o que Deus exige dos líderes e obreiros. Pensei em alguns líderes e obreiros na igreja que eram responsáveis por certas áreas de trabalho que exigiam habilidades técnicas — apesar de terem certas deficiências e falhas, eles levavam um fardo em seu trabalho, eram capazes de supervisionar e acompanhar o progresso do trabalho em tempo hábil, enfatizavam a orientação aos irmãos para desempenharem seus deveres de acordo com os princípios, e trabalhavam em conjunto com os irmãos para complementar seus respectivos pontos fortes e fracos. Gradualmente, eles começaram a aprender certas habilidades técnicas, bem como as verdades princípios, e os resultados que obtiveram em seus deveres melhoravam constantemente. Isso me levou a relembrar a história de Noé. Quando Noé começou a construir a arca, na verdade ele nunca havia construído uma arca antes e nem sequer sabia como seria uma arca. No entanto, ele era puro de coração, levava um fardo e estava atento às intenções de Deus. Quando Deus lhe dizia para fazer algo, ele agia de acordo com Suas exigências. No final, a arca foi sendo construída pouco a pouco e Noé cumpriu com sucesso a comissão de Deus. Quanto a mim, como tratei meu dever? Como uma líder de igreja, eu não considerava como estar atenta às intenções de Deus, realizar bem o trabalho da igreja e cumprir meu dever, e, em vez disso, sentava-me em minha posição de líder e sempre buscava maneiras de me apresentar como sendo melhor e mais capaz do que os outros. Temendo que, se eu participasse do trabalho técnico, minhas deficiências e falhas fossem reveladas e que os irmãos me desprezassem, eu sempre usava minha falta de conhecimento nos aspectos técnicos da produção de vídeo como desculpa para não participar — que hipócrita arrogante eu era! Só então percebi que o que se assume como líder não é um título ou status, mas uma responsabilidade e um fardo. Tive de confrontar adequadamente minhas deficiências e falhas e me livrar de minha obsessão pelo título e pelo status da posição de líder. Eu tinha de cuidar das intenções de Deus, assumir um fardo pelo trabalho da igreja, colaborar harmoniosamente com meus irmãos para complementar nossos respectivos pontos fortes e fracos e fazer com que o trabalho da igreja fosse bem feito. Eu não estava familiarizada com certos aspectos técnicos do trabalho, mas poderia procurar irmãos que estivessem, buscar e discutir com eles. Eu poderia pedir-lhes que dessem mais sugestões e ideias e fazer com que todos trabalhassem juntos para buscar sendas de prática e resolver nossos problemas. Trabalhar dessa forma permitiria que todos os aspectos do trabalho prosseguissem normalmente. Se ainda assim não conseguíssemos resolver nossos problemas após a busca e a discussão, poderíamos pedir ajuda à liderança superior — isso garantiria que qualquer problema em nosso trabalho fosse identificado e resolvido em tempo hábil e não causaria atrasos no trabalho da igreja. Isso era o que eu deveria fazer e era completamente capaz de fazer. Eu deveria ter uma atitude responsável em relação ao trabalho da igreja e fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para realizar o que fosse possível. Só assim eu estaria cumprindo meu dever e minha responsabilidade. Percebi que, no passado, eu dava muita ênfase à reputação e ao status. Sempre usava minha falta de conhecimento técnico como desculpa, trabalhava ativamente para manter minha reputação e status, e, por fim, causava atrasos no trabalho de produção de vídeo da igreja.
Mais tarde, deparei-me com esta passagem das palavras de Deus: “Para todos que desempenham um dever, por mais profundo ou raso que seja seu entendimento da verdade, a maneira mais simples de praticar entrar na verdade realidade é pensar nos interesses da casa de Deus em tudo e abrir mão de desejos egoístas, intenções, motivos, orgulho e status pessoais. Coloque os interesses da casa de Deus em primeiro lugar — isso é o mínimo que se deve fazer. Se uma pessoa que desempenha um dever não consegue fazer nem mesmo isso, como se pode dizer que ela está desempenhando seu dever? Isso não é desempenhar o dever. Você deveria primeiro pensar nos interesses da casa de Deus, considerar as intenções de Deus e considerar o trabalho da igreja. Coloque essas coisas acima de tudo; só depois disso você pode pensar sobre a estabilidade de seu status ou sobre como os outros o consideram. Vocês não acham que isso fica um pouco mais fácil quando vocês o dividem em dois passos e fazem algumas concessões? Se praticar assim por algum tempo, você vai achar que satisfazer a Deus não é algo tão difícil. Além disso, você deve ser capaz de cumprir suas responsabilidades, desempenhar seu dever e suas obrigações, e deixar de lado seus desejos egoístas, seus motivos e intenções; você deveria demonstrar consideração pelas intenções de Deus e colocar em primeiro lugar os interesses da casa de Deus, o trabalho da igreja e o dever que é para você desempenhar. Após experimentar isso por algum tempo, você sentirá que essa é uma boa maneira de se comportar. É viver franca e honestamente, e não ser uma pessoa baixa, vil; é viver justa e honradamente, em vez de ser desprezível, baixo e inútil. Você achará que é assim que uma pessoa deveria agir e a imagem que ela deveria viver. Aos poucos, seu desejo de satisfazer seus interesses diminuirá” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Liberdade e alívio só podem ser ganhos livrando-se do caráter corrupto”). Ponderando sobre as palavras de Deus, percebi que, independentemente do dever que desempenharmos, devemos sempre definir nossas intenções corretamente, deixar de lado os desejos pessoais ou as aspirações de reputação e status e nos esforçar para manter o trabalho da igreja. Não devemos nos preocupar com o que os outros pensam de nós, mas devemos ser capazes de aceitar o escrutínio de Deus e cumprir nossas responsabilidades — só assim poderemos viver de forma franca e honesta. Pensei em como o fato de ter sido escolhido como líder era apenas uma oportunidade para eu praticar e não significava que eu estava totalmente qualificada para o cargo. Eu ainda tinha de buscar continuamente a verdade no processo de desempenhar meu dever e trabalhar junto com meus irmãos para desempenhá-lo bem. No entanto, eu era muito rebelde, só considerava meu status e minha reputação e deixava de fazer um trabalho real; tudo isso causou perdas ao trabalho da igreja e levou à minha substituição. Depois que passei a entender as intenções de Deus, resolvi agir de acordo com as palavras de Deus em meu dever dali em diante, parar de considerar minha reputação e meu status e cumprir meu dever para satisfazer a Deus.
Logo depois disso, a igreja me designou para regar recém-convertidos e, depois de alguns meses, fui promovida a líder de grupo. Mais uma vez, não pude deixar de me preocupar: “Não rego recém-convertidos há muito tempo, falta-me experiência e minha capacidade de regar recém-convertidos não é melhor do que a dos outros irmãos. Serei realmente capaz de atuar como uma líder de grupo eficaz? Se eu não fizer bem meu trabalho e não puder recomendar sendas reais de prática para meus irmãos, eles pensarão que não sou qualificada para servir como líder de grupo? Será que meu líder pensará que não tenho calibre e competência?”. Percebi que, mais uma vez, estava desejando manter minha reputação e status. Pensei nas lições que aprendi com meu fracasso anterior e me apressei em orar diante de Deus. Depois de terminar minha oração, vi esta passagem das palavras de Deus: “Você deve buscar a verdade para resolver qualquer problema que surge, não importa o que seja, e de forma alguma deve se disfarçar ou mostrar um rosto falso aos outros. Seus defeitos, suas deficiências, suas falhas, seus caracteres corruptos — seja completamente aberto em relação a todos eles e comunique todos eles. Não os guarde no interior. Aprender a se abrir é o primeiro passo em direção à entrada na vida e é o primeiro obstáculo, que é o mais difícil de superar. Uma vez que você o superou, entrar na verdade é fácil. O que significa dar esse passo? Significa que você está abrindo seu coração e mostrando tudo que tem, bom ou mau, positivo ou negativo, desnudando-se para que os outros e Deus o vejam; não escondendo nada de Deus, não ocultando nada, não disfarçando nada, livre de engano e truques, e sendo igualmente aberto e honesto com as outras pessoas. Dessa forma, você vive na luz, e não somente Deus o escrutinará, mas as outras pessoas também serão capazes de ver que você age com princípios e alguma medida de transparência. Você não precisa utilizar nenhum método para proteger reputação, imagem e status, nem precisa encobrir ou disfarçar os seus erros. Não precisa se empenhar nesses esforços inúteis. Se puder abrir mão dessas coisas, você ficará muito relaxado, viverá sem constrangimentos ou dor, e viverá inteiramente na luz” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Ler as palavras de Deus me ajudou a ganhar clareza e me deu uma senda de prática. Eu não devo disfarçar nem ocultar minhas deficiências e falhas em nome da reputação e do status. Em vez disso, devo ter uma atitude adequada em relação às minhas deficiências, praticar ser uma pessoa honesta, realizar o máximo que eu entender, e cumprir meu dever e minha responsabilidade. Depois disso, acompanhei ativamente o progresso do trabalho e quando me deparava com problemas sobre os quais não tinha conhecimento ou não era capaz de lidar sozinha, eu procurava meus irmãos para resolvermos o problema juntos. Toda vez que os irmãos se reuniam para conversar, eu aprendia diligentemente com eles e absorvia as sendas de prática úteis que eles mencionavam. Eu também costumava me armar com a verdade das visões. Depois de praticar dessa forma por um período, gradualmente passei a captar alguns princípios, meu desempenho do dever melhorou gradualmente e me senti em paz e à vontade.
Em minha reflexão sobre essa experiência de ser substituída, as palavras de Deus me esclareceram e me guiaram, instilando em mim o conhecimento da verdade sobre meu esforço em prol da reputação e status e as consequências de tais ações. Suas palavras também ajudaram a retificar meus pontos de vista falaciosos. Tudo isso são o amor e a salvação de Deus!