37. Aprendi uma lição dolorosa sendo escorregadia e enganosa
Em 2020, eu fazia trabalhos de design na igreja, principalmente esboços. Depois de um tempo, descobri que fazer esboços levava mais tempo do que outros trabalhos. Nossa supervisora estava supervisionando também outros trabalhos, por isso não acompanhava o nosso de perto. Comecei a desleixar. Ninguém estava me apressando, então eu só cumpria deveres de rotina. Achava que, contanto que não ficasse à toa e terminasse alguns desenhos todo dia, ficaria tudo bem. Em todo caso, era um trabalho relaxante. Eu não precisava correr nem sofrer fisicamente. Eu era hábil em fazer esboços; eu conhecia todos os princípios e habilidades profissionais. Então achava que permaneceria nesse dever e que seria salva no fim. Com esse tipo de perspectiva, eu não tinha metas diárias nem planos no meu dever. Fazia o quanto podia e estava bem com isso. Eu não parecia estar ociosa, mas estava totalmente relaxada. Quando desenhava, eu não conseguia me concentrar. Eu lia imediatamente qualquer mensagem que aparecia no aplicativo de bate-papo, respondia e tratava das coisas independentemente da importância ou urgência. Eu desperdiçava muito tempo sem me dar conta disso. Às vezes, tínhamos reuniões matinais, e, se eu usava bem o tempo nesse dia, eu conseguia terminar três desenhos, mas já ficava satisfeita quando terminava o primeiro, pensando que, já que a reunião matinal tinha ocupado metade do dia, fazer dois desenhos bastava. Assim eu protelava e só terminava dois. Não só isso, eu até usava meu tempo livre para assistir ao noticiário. Eu não estava pensando na minha entrada na vida nem nos problemas que poderiam existir no meu dever. Nessa época, eu só labutava no meu dever, não me concentrava em ler as palavras de Deus nem refletia sobre mim mesma. Eu revelava corrupção, mas não buscava a verdade para resolvê-la. Achava que não tinha dificuldades específicas nas minhas habilidades profissionais e que completava um número decente de desenhos, portanto estava indo bem no meu dever.
A carga de trabalho continuou aumentando, mas nosso ritmo era lento demais, então o trabalho foi acumulando. Houve um desenho que atrasou por um mês inteiro. Quando a supervisora descobriu e investigou a nossa produção diária, ela percebeu como era baixa a nossa produtividade e nos podou duramente por sermos preguiçosos e negligentes no dever. Ela disse que não tínhamos nenhum senso de urgência mesmo quando víamos o atraso no trabalho, e ninguém relatava isso, e que éramos descuidados, não assumíamos um fardo e protelávamos no nosso dever, o que era um impedimento para o trabalho evangelístico. Fiquei muito surpresa quando a supervisora disse isso. Eu achava que, normalmente, eu me mantinha bem ocupada e conseguia fazer bastante coisa; por que, então, era tão pouco quando visto de perto? Isso não fazia de mim um parasita que se aproveitava da igreja? Eu seria dispensada e eliminada se isso continuasse. Depois disso, sob a supervisão da supervisora, minha eficiência no meu dever melhorou um pouco. Mas todos aqueles desenhos pendentes me deixaram ansiosa. Em particular, a supervisora acompanhava agora o nosso trabalho mais de perto e, às vezes, fazia perguntas detalhadas e investigava onde estávamos tendo problemas. Quando percebeu que estávamos trabalhando de modo perfunctório, ela usou um tom mais duro conosco. Eu fiquei irritada. Era fácil, para ela, julgar, mas aquilo era exigir demais. Ela achava que fazer esses desenhos era fácil? Eu já trabalhava muito. Ela podia exigir quanto quisesse, mas eu não era sobre-humana! Eu estava num estado resistente, por isso não estava disposta a sofrer mais, nem a pagar um preço. Meus esforços superficiais para me apressar eram só para a supervisora ver. Eu temia que seria podada se fosse lenta demais. Sentia que estava sendo arrastada e ficava muito cansada todos os dias. Muitas vezes, eu ficava imaginando como seria ótimo terminar todos os desenhos num instante, e eu até invejava as outras irmãs, achava que os deveres delas eram tão relaxantes, diferentes dos meus inúmeros desenhos a serem feitos todos os dias. Era chato e exaustivo, e eu era podada quando não trabalhava rápido. Achava que a tarefa não prestava. Já que eu não estava no estado correto, eu me sentia sonolenta o tempo todo. Eu dormia bastante à noite, mas, durante o dia, estava quase sempre caindo no sono. Eu tinha que reunir toda a minha energia para trabalhar nos desenhos. Depois disso, percebi que duas irmãs com as quais eu trabalhava tinham alguns problemas no trabalho. Uma delas não entendia os princípios, e sua insistência em pequenos problemas estava atrasando o nosso progresso. A outra estava sempre fazendo de qualquer jeito, mas eu só apontei essas coisas, sem dar muita bola, e não acompanhei, nem contei isso à nossa líder. Nossa líder de equipe, mais tarde, descobriu esses problemas e tratou deles, mas a essa altura nosso trabalho já estava atrasado.
Um dia, a líder me procurou inesperadamente e disse: “Você está sendo perfunctória, escorregadia e irresponsável no seu dever. Você só se esforça quando alguém pressiona você. Você não está se despendendo genuinamente por Deus. Por causa do seu comportamento, você está dispensada. Você pode fazer desenhos em meio período, mas se não se arrepender, não precisaremos de você no futuro”. Fiquei sem palavras quando a líder me expôs. Era assim mesmo que eu estava desempenhando o meu dever, mas essa situação me pegou de surpresa. Eu não consegui aceitar essa realidade imediatamente. Reconheci que eu tinha atrasado o trabalho da igreja e que tinha causado danos reais. Eu estava péssima e cheia de remorso e repreensão própria, e podia sentir que o caráter justo de Deus não tolera ofensa humana. Quando Deus olha para alguém, Ele não vê quão bem ele parece se comportar, quão ocupado parece estar. Ele vê sua atitude em relação à verdade e ao seu dever. Mas a minha atitude em relação ao meu dever era muito negligente, eu fazia coisas perfunctórias e protelava, e sempre tinha que ser pressionada pelos outros. Eu não mudei após ser podada e tinha enojado a Deus havia muito tempo. Ser dispensada foram o castigo e a disciplina de Deus. Eu só podia culpar a mim mesma — estava colhendo o que tinha semeado. Eu estava pronta para me submeter, para refletir sobre mim mesma e me arrepender para compensar minhas transgressões passadas. Mas algo que eu não entendia era que, no início, eu queria fazer um bom trabalho; por que, então, eu acabei desempenhando meu dever desse jeito? Qual era a razão disso? Orei a Deus na minha confusão, pedindo que Ele me esclarecesse para eu entender o meu problema.
Então li esta passagem das palavras de Deus nos meus devocionais: “Se vocês desempenhassem o seu dever conscienciosa e responsavelmente, não levaria nem cinco ou seis anos para vocês serem capazes de falar das suas experiências e dar testemunho de Deus, e os vários trabalhos seriam realizados com grande efeito — mas vocês não estão dispostos a ter consideração pelas intenções de Deus nem se esforçam para alcançar a verdade. Há algumas coisas que não sabem fazer, então Eu lhes dou instruções exatas. Vocês não precisam pensar, precisam apenas ouvir e dedicar-se ao trabalho. Esse é o único tiquinho de responsabilidade que devem assumir — mas até isso está fora do seu alcance. Onde está a sua lealdade? Ela não está em parte alguma! Tudo o que vocês fazem é dizer coisas agradáveis. Em seu coração, vocês sabem o que deveriam fazer, mas simplesmente não praticam a verdade. Isso é rebeldia contra Deus e, na raiz, é uma falta de amor pela verdade. Vocês sabem muito bem em seu coração como agir de acordo com a verdade — vocês simplesmente não a põem em prática. Esse é um problema sério; vocês olham para a verdade sem a colocar em prática. Não são nem um pouco pessoas que se submetem a Deus. A fim de desempenhar um dever na casa de Deus, o mínimo que vocês devem fazer é buscar e praticar a verdade e agir de acordo com os princípios. Se você não consegue praticar a verdade no desempenho do seu dever, então onde poderá praticá-la? E se não pratica nada da verdade, você é um descrente. Qual é realmente o seu propósito, se você não aceita a verdade — muito menos pratica a verdade — e simplesmente enrola na casa de Deus? Você quer transformar a casa de Deus em sua casa de repouso ou num asilo? Se assim for, você está enganado — a casa de Deus não cuida de aproveitadores, de vadios. Qualquer pessoa de humanidade pobre, que não desempenhe com prazer o seu dever, que seja incapaz de desempenhar um dever, deve ser removida; todos os descrentes que não aceitam nem um pouco a verdade devem ser eliminados. Algumas pessoas entendem a verdade, mas não conseguem colocá-la em prática ao desempenhar seus deveres. Quando veem um problema, elas não o resolvem, e, mesmo sabendo que isso é responsabilidade sua, elas não dão tudo de si. Se você nem executar as responsabilidades que é capaz de executar, que valor ou efeito o desempenho do seu dever poderia ter? É significativo crer em Deus dessa forma? Alguém que entende a verdade, mas não consegue praticá-la, que não consegue suportar as adversidades que deveria suportar — tal pessoa não é apta a desempenhar um dever. Algumas pessoas que desempenham um dever só o fazem para serem alimentadas. São mendigos. Pensam que, se fizerem algumas poucas tarefas na casa de Deus, terão pensão e hospedagem garantidas, que elas serão sustentadas sem a necessidade de terem um emprego. Tal barganha existe? A casa de Deus não provê para vagabundos. Se alguém que não pratica a verdade nem minimamente e que é consistentemente perfunctório no desempenho de seu dever afirmar que crê em Deus, Deus o reconhecerá? Todas essas pessoas são descrentes e, aos olhos de Deus, malfeitoras” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Para desempenhar bem o dever, deve-se, no mínimo, possuir consciência e razão”). Refletindo sobre as palavras de Deus, eu senti como se Ele estivesse me revelando pessoalmente. Ele descrevia exatamente como eu desempenhava o meu dever. Lembrei-me de uma coisa após a outra que tinham acontecido. Quando percebi que a supervisora não acompanhava bem o meu trabalho, eu comecei a me aproveitar disso, sendo escorregadia e astuta. Eu não parecia estar ociosa, mas não fazia muita coisa. No meu tempo livre, eu não pensava nos problemas que existiam no meu dever nem sobre a minha entrada na vida, mas assistia ao noticiário por curiosidade — não havia nada de apropriado no meu coração. Eu não estava ciente de como eu atrasava o progresso do nosso trabalho. Eu melhorei minha eficiência um pouco depois de ser podada pela supervisora, mas estava me forçando a fazer um esforço só para não ser dispensada. Eu resisti e reclamei da supervisão dela, e até me irritei ao desempenhar meu dever. Achava que era um trabalho difícil e ingrato. Eu sabia que uma das irmãs estava apenas fazendo tudo de qualquer jeito e atrasando o nosso trabalho, mas me fiz de cega. Percebi que eu não era sincera em relação ao meu dever. Eu não estava praticando a verdade nem considerando as intenções de Deus. Eu só me importava com confortos físicos e relaxamento. Eu era um parasita à procura de uma refeição de graça na igreja. Eu não tinha consciência nem razão! Eu estava me comportando igual àqueles descrentes que só se importam em comer à vontade e ganhar bênçãos. Eu não estava desempenhando meu dever desse jeito porque eu não entendia as habilidades profissionais ou não tinha as habilidades certas. Era porque eu carecia de humanidade e não buscava a verdade e porque eu cobiçava os confortos da carne. Eu não era digna de desempenhar nenhum dever na igreja de forma alguma.
Durante minha autorreflexão, li algumas das palavras de Deus: “Todas as pessoas escolhidas de Deus estão agora praticando o desempenho de seus deveres, e Deus usa o desempenho dos deveres pelas pessoas para aperfeiçoar um grupo de pessoas e eliminar um outro. Assim, é o desempenho do dever que revela cada tipo de pessoa, e cada tipo de pessoa enganosa, descrente e pessoa maligna é revelado e eliminado no desempenho de seu dever. Aqueles que desempenham seus deveres lealmente são pessoas honestas; aqueles que são consistentemente perfunctórios são pessoas enganosas e astutas e descrentes; e aqueles que causam interrupções e perturbações ao desempenharem os deveres são pessoas malignas e anticristos. […] Todas as pessoas são reveladas no desempenho dos seus deveres — basta colocar uma pessoa em um dever, e não demorará muito até que seja revelado se é uma pessoa honesta ou uma pessoa enganosa e se é ou não alguém que ama a verdade. Aqueles que amam a verdade conseguem desempenhar sinceramente os seus deveres e defender o trabalho da casa de Deus; aqueles que não amam a verdade não defendem nem um pouco o trabalho da casa de Deus e são irresponsáveis no desempenho dos seus deveres. Isso se torna imediatamente claro para aqueles que são perspicazes. Ninguém que desempenha mal o seu dever é alguém que ama a verdade ou uma pessoa honesta; todas essas pessoas serão reveladas e eliminadas. Para desempenharem bem seus deveres, as pessoas devem ter um senso de responsabilidade e um senso de fardo. Dessa forma, o trabalho certamente será feito corretamente. Só é preocupante quando alguém não tem um senso de fardo nem responsabilidade, quando ele precisa ser incentivado a fazer tudo, quando é sempre perfunctório e ele tenta culpar outros quando surgem problemas, causando atrasos em sua resolução. O trabalho ainda pode ser bem-feito assim? Tal desempenho de seu dever pode render qualquer resultado? Ele não deseja fazer nenhuma das tarefas arranjadas para ele, e quando vê outros que precisam de ajuda com seu trabalho, ele os ignora. Ele só faz um pouco de trabalho quando mandado, só quando é forçado e não tem escolha. Isso não é desempenhar um dever — isso é mão de obra contratada! Uma mão de obra contratada trabalha para um empregador, é fazer o trabalho de um dia pelo salário de um dia, o trabalho de uma hora pelo salário de uma hora; ela espera ser paga. Teme fazer qualquer trabalho que seu chefe não veja, teme não ser recompensada por algo que faz, ela só trabalha pelas aparências — o que significa que ela não tem lealdade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só uma pessoa honesta pode viver uma verdadeira semelhança humana”). “Crer em Deus é trilhar a senda certa na vida, e é preciso buscar a verdade. Isso é uma questão do espírito e da vida e é diferente da busca por glória e riqueza dos não crentes, por eternizar seu nome. Essas são sendas separadas. Em seu trabalho, os não crentes pensam em como trabalhar menos e ganhar mais dinheiro, em enganações duvidosas que podem fazer para ganhar mais. Pensam o dia inteiro em como enriquecer e acumular uma fortuna familiar, e eles até inventam meios inescrupulosos para alcançar seus objetivos. Essa é a senda do mal, a senda de Satanás, e é a senda trilhada pelos não crentes. A senda trilhada pelos crentes em Deus é a senda de buscar a verdade e ganhar a vida; é a senda de seguir a Deus e de ganhar a verdade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só uma pessoa honesta pode viver uma verdadeira semelhança humana”). As palavras de Deus me mostraram que os não crentes trabalham com uma mentalidade de funcionário. Eles querem mais dinheiro por menos trabalho, ou, melhor ainda, ser pagos sem mexer um dedo. Quando alguém os inspeciona, eles fazem de conta e trabalham um pouco, mas são escorregadios e enganosos demais quando ninguém está olhando. Seja lá como vai o trabalho, eles não têm grande sensação de urgência contanto que sejam pagos sem atraso. Percebi que eu era exatamente igual. Quando não havia pressão nem adversidade no meu dever, quando eu não tinha que sofrer nem pagar um preço, eu achava que esse dever não era ruim. Achava que, contanto que não ficasse ociosa e conseguisse terminar algumas tarefas, eu não seria eliminada, que estaria qualificada a permanecer na igreja e que seria salva no fim, matando, assim, dois pássaros com uma pedra só. Eu não parecia ser preguiçosa, e os outros não viam nenhum problema, mas eu não estava dando tudo de mim — eu me contentava com pouco trabalho. Eu me ocupava com informações irrelevantes no resto do tempo, lia coisas sem importância para encontrar alguma novidade. Estava sempre enrolando. Quando o nosso trabalho atrasou, eu agi como se isso não fosse nada e continuei como sempre, calmamente. Quando fui podada e exposta, eu me esforcei um pouco mais para salvar minha reputação e não ser dispensada, mas assim que os padrões foram elevados, eu resisti e reclamei e quis ser transferida para um dever mais fácil e mais relaxante. Parecia que eu estava desempenhando o meu dever, mas eu só estava fazendo uma tarefa para a supervisora ver. Eu não era sincera em relação ao meu dever nem a Deus. Eu queria pagar um preço baixo em troca das bênçãos do reino dos céus. Isso era tentar fazer uma transação com Deus. Nunca me ocorrera que eu era uma pessoa tão escorregadia e astuta. Eu tinha desfrutado do sustento de Suas palavras e de tudo que Deus tinha me dado, mas eu só buscava tranquilidade e conforto no meu dever, fazendo de tudo para evitar sofrimento, sem considerar o trabalho da igreja nem a vontade urgente de Deus. Eu não tinha temor a Deus. Em que isso era desempenhar um dever? Eu estava atrasando o trabalho da igreja, e era uma oportunista que se aproveitava da igreja. Nessa minha reflexão, percebi que eu era egoísta e desprezível assim porque defendia filosofias satânicas, como “cada um por si e o demônio pega quem fica por último”, “fazer um esforço árduo para conquistar um cargo em prol de comida e roupas”, e “a vida é curta; desfrute dela enquanto pode”. Essas coisas tinham se tornado a minha natureza. Ao viver segundo essas coisas, eu só considerava meus interesses carnais nas minhas ações. Achava que, na vida, devemos ser generosos conosco, que nos esgotar e trabalhar demais não vale a pena. Estar livre e à vontade é ótimo, e preocupar-se e esgotar-se dá prejuízo. Eu sempre tive essa atitude no meu dever, era perfunctória e preguiçosa, o que acabou atrasando o trabalho da igreja e arruinando a minha índole. Eu era crente, mas não praticava as palavras de Deus, vivia de acordo com as palavras diabólicas de Satanás, e me tornava cada vez mais egoísta, astuta e depravada. Eu não tinha índole nem dignidade e não era digna de confiança. Até um não crente, num emprego, se abordasse as coisas com esse tipo de mentalidade oportunista, poderia até se safar disso por um tempo, mas em algum momento seria descoberto. Além disso, eu estava desempenhando um dever na igreja, e Deus tinha enxergado que eu estava trapaceando. Ele via que eu não estava me despendendo verdadeiramente por Ele, que estava apenas dando um jeito. A essa altura, me ocorreu que era por isso que eu estava sempre com sono e indiferente no trabalho e não conseguia sentir a presença de Deus. Era porque eu estava sendo escorregadia e enganosa, o que era repugnante e odioso para Deus. Ele tinha escondido Sua face de mim havia muito tempo. Sem a obra do Espírito Santo, fiquei entorpecida, então, por melhor que conhecesse as habilidades profissionais ou por mais experiente que fosse, eu não fazia um bom trabalho.
Mais tarde, li mais das palavras de Deus, que esclareceram a natureza de ser perfunctório num dever, e pude também ver que o caráter de Deus não pode ser ofendido. Deus diz: “O modo como você vê as comissões de Deus é extremamente importante e isso é um assunto muito sério! Se você não consegue completar o que Deus confiou às pessoas, então você não está apto para viver em Sua presença e deveria ser punido. É perfeitamente natural e justificado que os humanos devem completar quaisquer comissões que Deus lhes confie. Essa é a responsabilidade suprema do homem, e é tão importante quanto sua própria vida. Se você não leva a sério as comissões de Deus, então você O está traindo da maneira mais grave. Nisso você é mais lamentável que Judas e você deveria ser amaldiçoado. As pessoas devem ganhar um entendimento completo de como tratar o que Deus lhes confia e, no mínimo, devem compreender que as comissões que Ele confia à humanidade são exaltações e favores especiais de Deus e que são as coisas mais gloriosas. Tudo o mais pode ser abandonado. Mesmo que alguém deva sacrificar a própria vida, ele ainda precisa cumprir a comissão de Deus” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a natureza do homem”). “Uma vez confiei uma tarefa a alguém. Quando lhe expliquei a tarefa, ele fez um registro cuidadoso em seu caderno. Eu vi como ele era cuidadoso ao registrá-la — ele parecia ter um senso de fardo pelo trabalho e parecia ter uma atitude cuidadosa e responsável. Após comunicar-lhe o trabalho, esperei por uma atualização; duas semanas se passaram sem que ele Me enviasse notícias. Assim, dei-Me ao trabalho de procurá-lo e perguntei como a tarefa que Eu tinha lhe dado estava indo. Ele disse: ‘Ah não — eu me esqueci dela! Conta-me novamente o que era’. O que vocês acham da resposta dele? Esse era o tipo de atitude que ele tinha ao fazer um trabalho. Pensei: ‘Essa pessoa realmente não merece confiança. Suma da minha vista, rápido! Não quero vê-lo de novo!’. Foi assim que Me senti. Então, Eu lhes contarei um fato: vocês jamais devem associar as palavras de Deus às mentiras de um trapaceiro — fazer isso é abominável para Deus. Há alguns que dizem que são homens de palavra, que fazem o que prometem. Se esse é o caso, quando se trata das palavras de Deus, eles conseguem fazer o que essas palavras dizem quando eles as ouvem? Eles conseguem implementá-las com o mesmo cuidado com que tratam de seus assuntos pessoais? Cada sentença de Deus é importante. Ele não brinca quando fala. As pessoas devem executar e implementar o que Ele diz. Quando Deus fala, Ele está consultando as pessoas? Certamente não está. Ele está lhe fazendo perguntas de múltipla escolha? Certamente não está. Se você consegue perceber que as palavras e a comissão de Deus são ordens, que o homem deve fazer o que elas dizem e implementá-las, então você tem a obrigação de realizá-las e de implementá-las. Se você acha que as palavras de Deus só são uma piada, só são observações casuais que podem ser feitas — ou não — como você bem quiser e você as trata como tal, então você está desprovido de razão e não é apto a ser chamado uma pessoa. Deus jamais voltará a falar com você. Se uma pessoa sempre faz suas próprias escolhas quando se trata das exigências de Deus, de Suas ordens e de Sua comissão, e as trata com uma atitude perfunctória, ela é um tipo de pessoa que Deus detesta. Nas coisas que Eu ordeno e confio diretamente a você, se você sempre precisa que Eu o supervisione e o instigue, que acompanhe você, se você sempre Me deixa preocupado e me faz inquirir, exigindo que Eu verifique tudo para você a cada passo, você tem que ser eliminado” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Excurso três: Como Noé e Abraão obedeceram às palavras de Deus e se submeteram a Ele (parte 2)”). As palavras de Deus me mostraram que tudo que Ele diz, tudo que Ele exige deve ser executado, deve ser obedecido por um ser criado. Se não levamos a sério as palavras de Deus, mas sempre precisamos da supervisão e dos lembretes dos outros no nosso trabalho, ou se só fazemos um pouco quando somos obrigados, isso é enganar e trapacear a Deus, o que é repugnante e odioso para Ele. Esse tipo de pessoa não merece ouvir as palavras de Deus nem permanecer na igreja, e deve ser eliminado. Fiquei com muito medo quando refleti sobre as palavras de Deus, especialmente a parte em que Ele diz: “Essa pessoa realmente não merece confiança. Suma da minha vista, rápido! Não quero vê-lo de novo!”. Eu me arrependi e me senti culpada por transgressões anteriores no desempenho do meu dever, e as lágrimas não pararam de escorrer pelo meu rosto. Lembrando-me da minha atitude em relação ao meu dever, era exatamente como Deus expunha; era incrivelmente casual. Este é um período crucial na expansão do evangelho do reino, e todos os outros irmãos estão ansiosos por desempenhar um dever. Mas eu cobiçava confortos carnais, era casual e perfunctória no meu dever, me contentava em labutar sem tentar ser eficiente, o que impactava os resultados do meu trabalho. Eu era desleixada, negligente no dever, perdia tempo, só pensava na minha satisfação. A igreja me confiou um trabalho vital, e eu devia ter-lhe dado tudo de mim, devia ter cumprido a minha responsabilidade. Em vez disso, tratei-o como capital, como moeda de troca que eu poderia usar para me aproveitar da igreja, sem sofrer nem pagar um preço, sem pensar em como melhorar meu trabalho. Eu estava fazendo o mínimo possível. Eu não me importava com a lentidão do meu progresso nem com quão ansioso Deus estava. Eu só não queria me esgotar. Eu era negligente e desatenciosa no meu dever, só queria me virar e protelar sempre que possível. Deus não tinha um lugar no meu coração, e eu não tinha o menor coração temente a Deus. Ser tão casual no dever não me tornava inferior a um cachorro? Os cachorros são leais ao dono. Não importa se o dono está do lado deles ou não, eles cumprem sua responsabilidade e vigiam a casa do dono. Do jeito que eu agia, eu não era digna de continuar desempenhando um dever. Jurei a mim mesma que, a partir daquele dia, eu me arrependeria e compensaria o que eu devia.
Então, nos meus devocionais, li uma passagem das palavras de Deus que me deu uma senda para desempenhar meu dever no futuro. As palavras de Deus dizem: “O que Noé pensou em seu coração após Deus ordenar que ele construísse uma arca? Ele pensou: ‘A partir de hoje, nada importa tanto quanto construir a arca, nada é mais importante e urgente do que isso. Ouvi a voz que veio do coração do Criador e senti Sua intenção urgente, por isso não devo tardar; devo construir com toda pressa a arca da qual Deus falou e a qual Ele pediu’. Qual foi a atitude de Noé? Foi a de não ousar ser negligente. E de que maneira ele executou a construção da arca? Sem demora. Ele executou e realizou cada detalhe que Deus tinha mencionado e instruído com toda a pressa e com toda a sua energia, sem ser, de modo algum, perfunctório. Em suma, a atitude de Noé para com a ordem do Criador foi de submissão. Ele não agiu despreocupadamente, e não havia resistência alguma em seu coração, nem havia indiferença. Ao contrário, ele tentou com diligência entender a intenção do Criador, decorando cada detalhe. Quando compreendeu a intenção urgente de Deus, ele decidiu apressar o passo para completar o que Deus tinha lhe comunicado com toda a rapidez. O que isso significava, ‘com toda a rapidez’? Significava completar, no menor tempo possível, um trabalho manual que, antes, teria levado um mês, terminá-lo talvez três ou cinco dias antes do prazo, sem, de modo algum, ficar embromando e sem a mínima procrastinação, mas tocar todo o projeto adiante da melhor forma possível. Naturalmente, ao executar cada trabalho, ele fazia o possível para minimizar perdas e erros e não fazer nenhum trabalho de modo que tivesse que ser repetido; ele também tinha completado cada tarefa e procedimento dentro do prazo e o tinha feito bem, garantindo sua qualidade. Essa era uma manifestação verdadeira de não embromar. Então, qual foi o prerrequisito para que ele fosse capaz de não embromar? (Ele tinha ouvido a ordem de Deus.) Sim, esse foi o prerrequisito e o contexto para isso. Agora, por que Noé foi capaz de não embromar? Algumas pessoas dizem que Noé possuía submissão verdadeira. O que, então, ele possuía que lhe permitiu alcançar tal submissão verdadeira? (Ele considerava o coração de Deus.) Correto! É isso que significa ter coração! Pessoas com coração são capazes de considerar o coração de Deus; pessoas sem coração são cascas vazias, tolas, não sabem considerar o coração de Deus. Sua mentalidade é: ‘Não me importa quão urgente isso seja para Deus, eu farei o que me agradar — em todo caso, não estou sendo ocioso nem preguiçoso’. Esse tipo de atitude, esse tipo de negatividade, a falta total de proatividade — essa não é uma pessoa que considera o coração de Deus nem entende como considerar o coração de Deus. Nesse caso, ela possui fé verdadeira? Definitivamente não. Noé estava atento ao coração de Deus, ele tinha fé verdadeira e, assim, foi capaz de completar a comissão de Deus. E assim, não basta simplesmente aceitar a comissão de Deus e estar disposto a fazer algum esforço. Você deve também considerar as intenções de Deus, dar tudo de si e ser leal — o que exige que você tenha razão e consciência; é o que as pessoas têm a obrigação de ter, e é o que se encontrava em Noé” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Excurso três: Como Noé e Abraão obedeceram às palavras de Deus e se submeteram a Ele (parte 2)”). A palavra de Deus mostra que Noé ganhou a aprovação de Deus porque tinha fé verdadeira em Deus e considerava a Sua vontade. Quando recebeu a comissão de Deus, ele fez da construção da arca a sua prioridade. Ele não pensou em sofrimento físico nem em como isso seria difícil. Naquela era pré-industrial, construir uma arca tão grande deve ter exigido um esforço físico e mental enorme, e ele teve que resistir à zombaria dos outros. Sob essas circunstâncias, Noé permaneceu firme por 120 anos para completar a comissão de Deus e, no fim, confortou o coração de Deus. Noé se despendeu genuinamente por Deus e mereceu a confiança de Deus. Mas eu, sem ninguém me pressionando ou vigiando, aproveitava a chance de ser preguiçosa e escorregadia, cobiçava confortos carnais, protelava e nunca me preocupava com o fato de atrasar as coisas. Eu não tinha humanidade e não merecia a salvação de Deus. Agora eu sabia que devia desempenhar meu dever igual a Noé, quando ele construiu a arca, que deve haver ação real. Tenho que aproveitar cada segundo para avançar, para trabalhar de modo mais eficiente. Mesmo que ninguém me pressione ou verifique, preciso ser responsável e fazer o que posso. Esse é o único jeito de ser uma pessoa com consciência e humanidade.
Depois disso, comecei a organizar meu tempo. Quando não estava desenhando, eu usava meu tempo livre para ajudar em outro dever e permanecia atenta ao meu estado. Minha agenda estava lotada todos os dias, mas eu me sentia em paz e me dedicava mais ao meu dever do que no passado. Às vezes, quando um trabalho estava prestes a ser encerrado e eu tinha vontade de desleixar de novo ou quando um esboço estava atrasado porque eu não tinha organizado bem a minha agenda, eu queria me paparicar, pensava que eu não era membro da equipe e que ninguém estava me pressionando, que, além disso, eu estava ajudando em outro trabalho, por isso ser mais lenta com um desenho era justificável. Ao pensar nisso, percebi que o meu estado estava errado e corri buscar a verdade para resolvê-lo. Li isto nas palavras de Deus: “Quando as pessoas desempenham seu dever, elas estão, na verdade, fazendo o que deveriam fazer. Se você o fizer diante de Deus, se desempenhar seu dever e se submeter a Deus com uma atitude de honestidade e de coração, essa atitude não será muito mais correta? Como, então, você deveria aplicar essa atitude ao seu dia a dia? Você deve fazer de ‘adorar a Deus de coração e com honestidade’ a sua realidade. Sempre que você quiser ser desleixado e simplesmente agir sem se envolver, sempre que quiser agir de modo ardiloso e ser preguiçoso, e sempre que ficar distraído ou preferir ficar se divertindo, você deveria considerar: ‘Quando me comporto dessa maneira, sou indigno de confiança? É isso que significa colocar meu coração no desempenho do meu dever? Estou sendo desleal ao fazer isso? Quando faço isso, estou falhando em estar à altura da comissão que Deus confiou a mim?’. É assim que você deveria refletir sobre si mesmo. Se você chegar a descobrir que é sempre perfunctório em seu dever, que é desleal, e que você magoou Deus, o que deveria fazer? Deveria dizer: ‘No mesmo instante, percebi que havia algo errado aqui, mas não tratei como problema; simplesmente passei por cima disso, sem cuidado. Só percebi agora que realmente andei sendo perfunctório, que não fiz jus à minha responsabilidade. Eu realmente sou desprovido de consciência e razão!’. Você encontrou o problema e veio a se conhecer um pouco — agora, então, você deve dar meia-volta! Sua atitude em relação ao desempenho do seu dever estava errada. Você foi descuidado com ele, como se fosse um trabalho extra, e você não investiu seu coração nele. Se voltar a ser perfunctório desse jeito, você deve orar a Deus e permitir que Ele o discipline e castigue. Você precisa ter esse tipo de vontade no desempenho do seu dever. Somente então você pode arrepender-se de verdade. Você só pode dar meia-volta quando sua consciência está limpa e sua atitude em relação ao desempenho de seu dever é transformada” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só na leitura frequente das palavras de Deus e na contemplação da verdade existe um caminho adiante”). As palavras de Deus me deram mais clareza sobre uma senda de prática. Um dever é uma comissão que nos foi dada por Deus. Não importa se alguém está supervisionando ou não, devemos aceitar o escrutínio de Deus e dar tudo de nós. Sempre precisar de alguém para me pressionar a fazer um pouco era falta de devoção, e até os outros achavam isso desonroso. Eu não podia continuar desse jeito; tinha que ter um coração temente a Deus e aceitar Seu escrutínio. Eu devia ser proativa no meu dever sem que os outros me pressionassem. Quando as coisas estavam corridas em ambos os trabalhos, e eu precisava pagar um preço, eu organizava a minha agenda de antemão e dava tudo de mim, tentando não ser perfunctória no meu trabalho. Quando abordei as coisas dessa forma, depois de um tempo, comecei a ver resultados no meu dever. Eu tive que investir mais do que antes e despendi alguma energia, mas não me senti cansada — eu me senti calma e em paz. Quando encontrava dificuldades no meu dever, ao buscar a verdade, eu tinha mais ganhos. Eu progredia tanto nas minhas habilidades profissionais quanto na minha entrada na vida.
Um dia, em junho de 2021, a líder veio conversar comigo e me disse que eu seria redesignada para a equipe. Fiquei tão animada que nem soube o que dizer, e agradeci a Deus de coração. A experiência me mostrou como eu era preguiçosa, egoísta e vil. Eu realmente me odiei, e agora sabia como valorizar a oportunidade de desempenhar um dever. Além disso, passei a ter um pouco de um coração temente a Deus. Às vezes, ainda sentia preguiça, e então orava a Deus e pedia que Ele escrutinasse o meu coração. Quando ficava perfunctória, ardilosa e astuta, eu pedia a Deus que me expusesse, castigasse e disciplinasse imediatamente. Desde que comecei a colocar isso em prática, fiquei muito menos desonesta e preguiçosa que antes, e alcancei resultados melhores no meu dever, o que me fez sentir muito realizada. Mais tarde, a líder me disse que eu estava desempenhando o meu dever muito melhor do que antes. Fiquei comovida e motivada ao ouvir isso. Eu sabia que ainda não era o suficiente e que eu precisava continuar trabalhando muito. Sou grata a Deus por me castigar e disciplinar, o que me ajudou a mudar a minha atitude em relação ao meu dever.