22. Uma avaliação que me expôs
Nos meados de maio de 2021, de repente, uma líder de igreja veio falar comigo e perguntou se eu sabia muito sobre a irmã Lilah, se ela era justa com os outros e se ela costumava julgar. Ela estava tão séria que lhe perguntei na hora o que estava acontecendo. Ela disse que Lilah tinha um caráter muito arrogante e tinha dito coisas que julgavam vários líderes na frente dos irmãos, dizendo que eles eram falsos líderes. Ela também disse que Lilah era uma pessoa cheia de lábia e que, nas reuniões, ela só falava sobre seu autoconhecimento, mas, na verdade, não se entendia nem um pouco. Ela disse que a maioria dos irmãos não conseguia vê-la pelo que ela era e que eles gostavam da comunhão dela. Imediatamente, eu me lembrei de como alguns anticristos que tinham sido expulsos da igreja tinham feito a mesma coisa, julgaram líderes e obreiros. É normal dizer que um líder aqui e ali é falso, mas dizer que vários deles são falsos é arrogância. Nessa hora, eu disse: “O fato de que ela pode dizer essas coisas é algo sério. Os julgamentos que ela faz não são iguais aos que os anticristos fazem?”. Eu também me lembrei de como, na eleição de líderes do ano passado, Lilah discutiu secretamente um dos candidatos com outra irmã, dizendo que o candidato se importava demais com honra e status, fazia coisas só para se exibir e não fazia trabalho real. Eu não consegui deixar de sentir algum preconceito contra Lilah e achei que ela realmente julgava os outros.
Então a líder pediu que eu escrevesse uma avaliação de Lilah. Lembrei-me de minhas interações recentes com ela, quando alguns irmãos a repreenderam por algumas coisas. Embora tenha se defendido no início, mais tarde ela refletiu e teve alguma mudança e entrada e foi capaz de aceitar a verdade. Em conversas com ela, eu pude ver que ela se importava com autorreflexão e autoconhecimento e que ela orava, buscava as verdades princípios e procurava palavras de Deus nas quais entrar. Achei que ela era uma buscadora da verdade. Mas quando me lembrei de como a líder tinha dito que Lilah tinha um caráter arrogante, que ela era cheia de lábia, boa em desorientar pessoas e julgava líderes e obreiros a esmo, se eu dissesse na minha avaliação que ela era alguém que conseguia aceitar e buscar a verdade, a líder diria que eu carecia de discernimento e era uma tola? Se eu passasse uma impressão ruim para a líder, no futuro, ela poderia me impedir de desempenhar certos deveres. Com isso em mente, eu disse em minha avaliação que Lilah tinha um caráter arrogante e, às vezes, julgava pessoas segundo a imaginação dela. Eu disse que ela tinha dificuldade de aceitar a verdade e tendia a se justificar quando pessoas a confrontavam com problemas. Também mencionei algumas das corrupções que ela revelava ocasionalmente no dia a dia. Embora também descrevesse algumas maneiras em que ela buscava a verdade, eu acrescentei um comentário dizendo que eu não tinha certeza se ela realmente era uma buscadora da verdade. Depois de escrever a avaliação, eu me senti um pouco inquieta; eu nunca achei que Lilah era como a líder a tinha descrito. Embora tivesse um caráter arrogante e, às vezes, falasse de um jeito direto que era difícil de aceitar, ela não tinha um coração mau. Ela defendia os interesses da igreja quando surgiam problemas e era corajosa o bastante para se manifestar quando via outros violando as verdades princípios. Por exemplo, quando viu que uma irmã estava sempre agindo superficialmente em seu dever e impactando o progresso do trabalho, Lilah foi capaz de deixar seu relacionamento de lado e ajudá-la apontando isso sem demora, ao mesmo tempo em que também falou com a líder sobre isso. A julgar pelo comportamento geral de Lilah, ela era capaz de defender os interesses da igreja e era uma pessoa correta, mas a líder dizia o contrário. Fiquei pensando se a líder tinha preconceito e se as avaliações que ela estava coletando levariam Lilah a ser dispensada ou expurgada da igreja. Eu ficava mais inquieta quanto mais eu pensava nisso, por isso perguntei à líder se ela havia se comunicado com Lilah sobre os problemas desta e se esta os entendia. Mas a líder se esquivou da pergunta, dizendo que Lilah já havia sido propensa a julgar líderes e obreiros antes e que agora tinha voltado a fazer isso. Ela disse que um líder estava pensando em renunciar por causa das acusações de Lilah, por isso esta já tinha se tornado uma interrupção. Quando ouvi isso, achei que a líder devia ser melhor do que eu em entender problemas e que eu devia carecer de discernimento e tinha sido seduzida pelo comportamento externo de Lilah. Por isso, eu não disse mais nada.
Alguns dias depois, uma líder superior investigou a situação e disse que Lilah não estava julgando líderes e obreiros arbitrariamente, mas que estava expondo e denunciando falsos líderes usando senso de retidão. Essa líder tinha sido denunciada por Lilah, por isso a estava oprimindo e punindo, dizendo que Lilah estava julgando líderes e obreiros arbitrariamente — ela até suspendeu unilateralmente o dever de Lilah! Todos os falsos líderes denunciados por Lilah foram dispensados, e ela recebeu seu dever de volta. Meu coração parou por um segundo quando ouvi isso — eu fiquei chocada e também um pouco agitada. Eu tinha concordado com a líder, condenando Lilah por ter um caráter arrogante, por julgar líderes arbitrariamente e por não aceitar bem a verdade. Eu também não estava condenando a Lilah? Isso era um problema sério! Achei que não era um assunto insignificante e que eu realmente deveria refletir sobre mim mesma. Então orei a Deus, pedindo que Ele me guiasse a entender a mim mesma. Mais tarde, li isto nas palavras de Deus: “Para crer em Deus e trilhar a senda certa na vida, no mínimo, você precisa viver com dignidade e semelhança humana, você precisa ser digno da confiança das pessoas e ser considerado valioso, as pessoas precisam sentir que há substância em sua integridade e índole, que você cumpre tudo que diz e que é fiel à sua palavra. […] Todas as pessoas com dignidade têm um pouco de personalidade, às vezes, elas não se dão bem com os outros, mas são honestas, e não há falsidade nem trapaça nelas. No fim das contas, os outros as têm em alta estima, porque elas são capazes de praticar a verdade, são honestas, têm dignidade, integridade e índole, elas nunca se aproveitam dos outros, ajudam as pessoas quando estão em apuros, tratam as pessoas com consciência e razão e nunca as julgam precipitadamente. Quando avaliam ou discutem outras pessoas, tudo que esses indivíduos dizem é preciso, eles dizem o que sabem e não falam sobre coisas que não sabem, não ficam dourando a pílula, e suas palavras podem servir como evidência ou referência. Quando falam e agem, as pessoas que possuem integridade são relativamente práticas e confiáveis. Ninguém considera pessoas que carecem de integridade como valiosas, ninguém dá qualquer atenção ao que dizem e fazem, nem trata suas palavras e ações como importantes, e ninguém confia nelas. Isso ocorre porque elas contam mentiras demais e falam poucas palavras honestas, ocorre porque elas carecem de sinceridade quando interagem com as pessoas ou fazem qualquer coisa por elas, elas tentam iludir e enganar a todos, e ninguém gosta delas. Vocês encontraram alguém que, aos seus olhos, seja confiável? Vocês se veem como dignos da confiança das pessoas? As outras pessoas podem confiar em vocês? Se alguém lhe perguntar sobre a situação de outra pessoa, você não deve avaliar e julgar essa pessoa de acordo com sua própria vontade, suas palavras devem ser objetivas, corretas e de acordo com os fatos. Você deve falar sobre o que você entende e não falar sobre coisas que não tem compreensão. Você precisa ser reto e imparcial em relação a essa pessoa. Essa é a maneira responsável de agir. Se você só observou um fenômeno superficial e o que você quer dizer é apenas seu julgamento sobre essa pessoa, então você não deve dar veredicto a essa pessoa cegamente e certamente não deve julgá-la. Antes de falar, você deve dizer: ‘Esta é minha opinião pessoal’ ou ‘É assim que sinto’. Dessa forma, suas palavras serão relativamente objetivas e, depois de ouvir o que você disse, a outra pessoa será capaz de sentir a honestidade de suas palavras e sua atitude imparcial e será capaz de confiar em você. Vocês têm certeza de que conseguem realizar isso?” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só uma pessoa honesta pode viver uma verdadeira semelhança humana”). Com as palavras de Deus, percebi que pessoas íntegras e honestas avaliam os outros correta e objetivamente e não saem por aí falando besteira. Elas só dizem o que sabem, e nada mais. Elas são confiáveis. Mas aqueles que não são íntegros têm intenções pessoais em suas avaliações, soltam tudo aquilo que imaginam, até distorcem fatos ou viram as coisas de ponta cabeça para alcançar seus objetivos. Esse tipo de pessoa mente demais, fala pouca verdade e não é confiável. Ela carece de dignidade e integridade. Eu repensei minha avaliação de Lilah. Quando ouvi a líder condená-la como arrogante, presunçosa e julgadora, não fiz esforço para discernir se isso era factual, e não investiguei se os líderes que Lilah tinha denunciado eram falsos líderes. Eu só concordei cegamente quando a líder a condenou. Embora percebesse que a opinião de Lilah não batia com minha experiência e eu me sentisse incomodada, eu temia que ela diria que eu carecia de discernimento e teria uma impressão ruim de mim e que eu poderia não receber deveres importantes. Por isso eu escrevi uma avaliação negativa de Lilah. Eu estava contrariando os fatos, incriminando-a e oprimindo-a; eu estava revelando um caráter malicioso. Lilah foi íntegra ao denunciar e expor falsos líderes sem ser constrangida por status e poder. Eu não só deixei de apoiá-la, como me juntei a uma falsa líder ao condená-la, causando-lhe nada além de dor. Isso era cometer o mal, e eu estava agindo como ajudante de Satanás. Vendo isso, fiquei cheia de remorso e culpa. Sentia-me em dívida com Lilah e não conseguia encará-la. Eu orei a Deus: “Deus, eu careço de humanidade. Eu segui uma falsa líder e oprimi e condenei Lilah. Cometi uma transgressão diante de Ti. Deus, eu estava errada e quero me arrepender”.
Li mais algumas passagens das palavras de Deus que me ajudaram a me entender melhor. Deus Todo-Poderoso diz: “Os anticristos são cegos quanto a Deus, Ele não tem nenhum lugar no coração deles. Quando encontram Cristo, eles O tratam como se fosse uma pessoa comum, leem constantemente Sua expressão e Seu tom como dicas, mudam de melodia de acordo com a situação, nunca dizem o que realmente está acontecendo, nunca são sinceros, só falam palavras e doutrinas vazias, tentam enganar e enrolar o Deus prático que está diante de seus olhos. Eles não têm nada de um coração temente a Deus. Não são nem capazes de falar a Deus de coração, de dizer qualquer coisa real. Falam como uma cobra rasteja, de modo sinuoso e indireto. O modo e a direção de suas palavras são como uma trepadeira que sobe uma estaca. Por exemplo, quando você diz que alguém é de bom calibre e deveria ser promovido, eles falam imediatamente sobre como ele é bom e sobre o que se manifesta e se revela nele; e se você diz que alguém é mau, eles se apressam em falar sobre como ele é mau e maligno, sobre como causa perturbações e interrupções na igreja. Quando você deseja investigar alguma situação real, eles nada têm a dizer; tergiversam, esperando que você chegue a uma conclusão, prestando atenção no significado de suas palavras, para que possam alinhar as palavras deles aos seus pensamentos. Tudo que dizem são palavras agradáveis, adulação e obsequiosidade; nenhuma palavra sincera sai da boca deles” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item dez: Eles desprezam a verdade, violam descaradamente os princípios e ignoram os arranjos da casa de Deus (parte 2)”). “A humanidade dos anticristos é desonesta, o que significa que eles não são nem um pouco verdadeiros. Tudo o que eles dizem e fazem é adulterado e contém seus objetivos e intenções, e escondidos em tudo isso estão suas trapaças e ardis indizíveis e inconfessáveis. Assim, as palavras e as ações dos anticristos estão contaminadas demais e cheias demais de falsidade. Não importa o quanto falem, é impossível saber quais de suas palavras são verdadeiras e quais são falsas, quais são certas e quais são erradas. Isso porque eles são desonestos, e sua mente é extremamente complicada, cheia de esquemas traiçoeiros e repleta de trapaças. Nada do que dizem é direto. Eles não dizem que um é um, dois é dois, sim é sim, e não é não. Em vez disso, em todos os assuntos, eles fazem rodeios e pensam nas coisas várias vezes em sua mente, avaliando as consequências, pesando os méritos e as desvantagens de todos os ângulos. Então, alteram o que querem dizer usando a linguagem de tal modo que tudo o que dizem parece muito intrincado. As pessoas honestas nunca entendem o que eles dizem e são facilmente enganadas e trapaceadas por eles, e quem quer que fale e se comunique com tais pessoas acha a experiência cansativa e laboriosa. Nunca dizem que um é um e dois é dois, nunca dizem o que estão pensando e nunca descrevem as coisas como são. Tudo o que dizem é insondável, e os objetivos e intenções de suas ações são muito complicados. Se a verdade vem à tona — se outras pessoas os percebem bem e descobrem o que estão fazendo —, eles rapidamente inventam outra mentira para contornar a situação. […] O princípio e o método pelo qual essas pessoas se comportam e lidam com o mundo consistem em tapear as pessoas com mentiras. Elas têm duas caras e falam para agradar seu público; elas desempenham qualquer papel que a situação exija. Elas são bajuladoras e escorregadias, sua boca está cheia de mentiras, e elas não são confiáveis. Quem quer que fique em contato com elas por um tempo é desorientado ou fica perturbado e não pode receber provisão, ajuda nem edificação” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Excurso quatro: Resumindo a índole dos anticristos e seu caráter essência (parte 1)”). As palavras de Deus revelam que anticristos sempre abrigam truques em suas palavras e ações; eles falam de um jeito indireto, enganam os outros e carecem de qualquer credibilidade. Mesmo quando estão em contato com Cristo, eles procuram dicas em Suas palavras, observam de que lado sopra o vento e são bajuladores. Não há nada de genuíno neles. Eles são muito escorregadios, enganosos e malignos. Eu nunca estive em contato direto com Cristo, mas ficava atenta a sinais, tentava sentir a atmosfera e adivinhar o que os outros queriam. Eu estava revelando o caráter de um anticristo. Alguns meses antes, a líder tinha pedido minha avaliação de Lilah. Na época, eu não achei que a líder tinha uma opinião negativa dela; achei que, provavelmente, queria promovê-la. Assim, eu disse que Lilah conseguia buscar e aceitar a verdade diante de problemas, que tinha senso de retidão e conseguia defender os interesses da igreja. Basicamente, eu só escrevi sobre seus pontos fortes e mal mencionei suas fraquezas. Mas, dessa vez, quando ouvi que a líder disse que Lilah não era uma pessoa correta e pediu que os outros a avaliassem, eu soube que tinha uma experiência com Lilah diferente da dela. No entanto, para que a líder dissesse que eu tinha discernimento, eu concordei com ela e disse que Lilah tinha um caráter arrogante, que ela julgava e tinha dificuldade de aceitar a verdade quando aconteciam coisas. Em ambas as avaliações, eu estava avaliando a mesma pessoa, mas disse coisas totalmente diferentes. Eu não estava sendo imparcial nem objetiva. Lembrei-me das palavras do Senhor Jesus: “Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não” (Mateus 5:37). No entanto, quando escrevi sobre Lilah, eu quis passar uma boa impressão para a líder, por isso tentei adivinhar o que ela queria ouvir. Eu tinha que repensar as coisas várias vezes antes de expressar uma opinião, complicando meus pensamentos. Tudo que eu dizia e fazia estava manchado por intenções pessoais; nenhuma palavra era genuína nem verdadeira. Eu estava sendo enganosa e maligna demais. Eu não seguia princípios em minhas palavras e ações e não merecia a confiança de Deus nem das outras pessoas. Eu tinha perdido toda a minha dignidade e integridade. Tive cada vez mais nojo de mim mesma. Antes, quando via falsos líderes e anticristos oprimindo e condenando os outros para proteger seu status e nome, eu ficava indignada. Nunca imaginei que eu cometeria o mesmo tipo de mal. Eu distorci os fatos só para alcançar meus objetivos e proteger meus interesses. Representei incorretamente uma pessoa que tem senso de retidão e protegia os interesses da igreja como uma pessoa que julga. Eu incriminei e fui injusta com uma pessoa boa. Fiquei do lado de uma falsa líder, condenando e oprimindo Lilah.
Uma vez, durante uma reunião, uma irmã disse que tinha ouvido que a líder queria reunir avaliações de Lilah, mas achava que Lilah não era bem como a líder a retratava. Essa irmã não ouviu a líder cegamente; ao contrário, ela teve discernimento daquilo que a líder dizia e fazia. E também informou os líderes superiores e impediu que Lilah fosse tratada assim. Ao ser confrontada com a mesma situação, essa irmã conseguiu buscar a verdade; ela tinha um coração temente a Deus, e suas palavras foram honestas e imparciais. Ela protegeu Lilah e defendeu os interesses da igreja, enquanto eu acreditei nas mentiras e nos truques da falsa líder e encorajei seu mal desenfreado, agindo como assistente de Satanás. Eu me odiei muito por isso. Eu refleti sobre por que eu cedi tão facilmente quando a líder disse essas coisas sobre Lilah. Foi porque eu não entendia completamente a verdade sobre o que é ser julgador. Na verdade, a chave para saber se alguém é julgador é analisar a intenção por trás de suas palavras e ver se os problemas que ele relata são factuais. Se você descobre falsos líderes que violam os princípios e não fazem trabalho real e então você comunica e discerne isso com irmãos que entendem a verdade, se a intenção dessa pessoa for defender os interesses da igreja, ela não está julgando, mas tendo senso de retidão. Aqueles que realmente julgam têm suas intenções; eles distorcem os fatos, viram coisas de cabeça para baixo; eles difamam e atacam as pessoas; eles procuram coisas para usar contra os outros ou fazem um escarcéu da corrupção que as pessoas mostram e as rotulam indiscriminadamente. Tudo que trazem para os outros é opressão e condenação. É isso que significa ser julgador. Eu não tinha um entendimento puro do que significa ser julgador; portanto, acreditei falaciosamente que, se descobrirmos problemas com um líder ou obreiro, devemos dizer-lhes diretamente ou denunciar isso a um líder superior e que, se discutirmos seus problemas com outros irmãos pelas costas, isso é julgar. Eu não estava vendo o contexto nem a essência da situação. Quando soube que Lilah tinha conversado com algumas irmãs em particular, dizendo que certos líderes não estavam fazendo trabalho real e que eles eram falsos líderes, eu achei que ela estava sendo julgadora, por isso eu a condenei arbitrariamente. Eu não cogitei se o que ela dizia refletia a verdade. Mas agora os fatos mostravam que o que ela tinha denunciado era verdade. Ela ousou dizer a verdade e proteger os interesses da igreja. Ela tinha senso de retidão e não estava julgando.
Eu aprendi algumas lições com esse meu fracasso. Em avaliações futuras, eu preciso ter um coração temente a Deus e não confiar cegamente nos outros. Preciso discernir a essência das coisas de acordo com os fatos e as palavras de Deus. Se eu não entendo a verdade e não consigo ver as coisas claramente, eu preciso pelo menos ser franca, não bajular ninguém nem distorcer as coisas. As palavras de Deus dizem: “Quando digo ‘seguir o caminho de Deus’, a que se refere o ‘caminho de Deus’? Significa temer a Deus e evitar o mal. E o que é temer a Deus e evitar o mal? Quando você faz sua avaliação de alguém, por exemplo — isso está relacionado a temer a Deus e evitar o mal. Como você o avalia? (Devemos ser honestos, justos e imparciais, e nossas palavras não devem se basear em nossos sentimentos.) Quando você diz exatamente o que pensa e exatamente o que viu, você está sendo honesto. Em primeiro lugar, a prática de ser honesto está alinhada a seguir o caminho de Deus. Isso é o que Deus ensina às pessoas; esse é o caminho de Deus. Qual é o caminho de Deus? Temer a Deus e evitar o mal. Ser honesto não faz parte de temer a Deus e evitar o mal? E não é seguir o caminho de Deus? (Sim, é.) Se você não é honesto, o que você viu, o que você pensa não é igual ao que sai da sua boca. Alguém lhe pergunta: ‘Qual é sua opinião sobre essa pessoa? Ela é responsável no trabalho da igreja?’. E você responde: ‘Ele é ótimo. Ele é mais responsável do que eu, seu calibre é melhor do que o meu, e sua humanidade também é boa. É uma pessoa madura e estável’. Mas é isso que você está pensando no coração? O que você realmente vê é que, embora essa pessoa tenha calibre, ela não é confiável, bem enganosa e muito calculista. Isso é o que você está realmente pensando em sua mente, mas quando chega a hora de falar, ocorre a você que ‘não posso dizer a verdade. Não devo ofender ninguém’, então, rapidamente, você diz algo diferente e escolhe coisas legais para dizer sobre ela, mas nada daquilo que você diz é o que você realmente pensa; é tudo mentira e falso. Isso indica que você segue o caminho de Deus? Não. Você seguiu o caminho de Satanás, o caminho dos demônios. Qual é o caminho de Deus? É a verdade, é a base segundo a qual as pessoas deveriam se comportar e é o caminho de temer a Deus e evitar o mal. Embora você esteja falando a outra pessoa, Deus também está ouvindo; Ele está observando e escrutinando seu coração. As pessoas ouvem o que você diz, mas Deus escrutina o seu coração. As pessoas são capazes de escrutinar o coração do homem? Na melhor das hipóteses, as pessoas podem ver que você não está dizendo a verdade; elas conseguem ver o que está na superfície, mas só Deus pode ver dentro das profundezas do seu coração. Só Deus pode ver o que você está pensando, o que está planejando e os pequenos esquemas, os modos traiçoeiros e os pensamentos ativos que você tem no coração. Quando Deus vê que você não está dizendo a verdade, qual é Sua opinião e avaliação de você? Que você não seguiu o caminho de Deus nesse assunto, porque você não disse a verdade” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Com as palavras de Deus, percebi que tudo que acontece se reduz a se somos capazes de temer a Deus e de evitar o mal. Deus vê dentro de nosso coração e nossa mente. Deus vê absolutamente tudo que pensamos e fazemos. Quando avaliamos os outros, devemos ter um coração temente a Deus. Não devemos ser controlados por intenção ou interesse pessoal, antes, ser factuais, dizer só o que sabemos, e ser honestos de acordo com as exigências de Deus. Se não temos um entendimento claro do comportamento de alguém ou das verdades princípios que se aplicam à situação, devemos buscar e orar mais, para não julgar nem rotular alguém arbitrariamente. Também pensei no trabalho de limpeza da igreja. Ter intenções pessoais e não conseguir avaliar as pessoas objetivamente ou de acordo com os fatos pode desorientar os outros. Em casos sérios, alguém pode ser removido ou expulso por erro, o que seria uma injustiça contra ele. Falar e agir com base em sentimentos, defender e proteger um descrente ou uma pessoa maligna pode significar que alguém que deveria ser removido ou expulso continue na igreja, na qual pode causar mais interrupção. O mesmo vale para mudanças no dever. Se uma avaliação é imprecisa, ela pode impedir que pessoas boas sejam promovidas e cultivadas, enquanto pessoas ruins continuam em sua posição. Isso não só atrasa a entrada na vida dos irmãos, mas também interrompe e perturba o trabalho da igreja. Além disso, percebi que avaliações precisam se basear no comportamento geral; precisam ser imparciais e objetivas. Não podemos nos fixar somente nas fraquezas das pessoas nem em uma manifestação momentânea de corrupção, fazer tempestade em copo d’água e aplicar um rótulo nelas. Quando percebi isso, eu comecei a me lembrar de que eu tinha que ter um coração temente a Deus ao avaliar outras pessoas e de fazer isso factual e objetivamente. Mais tarde, tive que escrever outra avaliação de Lilah por causa do dever. Eu sabia que isso era um teste para ver se eu conseguiria praticar a verdade, entrar nos princípios e avaliar minha irmã de forma imparcial e objetiva. Assim, aquietei meu coração diante de Deus e fiz uma oração, pedindo que Deus sondasse meu coração. Eu queria ser honesta. Eu tinha que falar sem rodeios e não falar a partir da minha intenção. Eu devia escrever o que sabia e, se não soubesse algo, dizer isso. Eu me senti muito melhor quando coloquei isso em prática.
Essa avaliação de Lilah me ajudou a ver meu caráter corrupto astuto e enganoso e que, se falar e agir a partir da minha intenção, eu cometerei o mal e magoarei as pessoas sem querer. Também vi que viver segundo as palavras de Deus e a verdade, falar e agir verdadeiramente como Deus nos ensina e ser uma pessoa honesta é o único jeito de viver uma semelhança humana verdadeira e de ganhar a aprovação de Deus.