23. Como eu aprendi a testificar de Deus

Por Moran, China

Em junho do ano passado, fui selecionada como diaconisa de rega e me tornei responsável pela rega daqueles que tinham acabado de aceitar a obra de Deus dos últimos dias. Eu pensei: “Devo cumprir bem o meu dever e retribuir o amor de Deus”. No início, tive muitas dificuldades com o trabalho: alguns irmãos estavam ocupados com seus empregos e não participavam regularmente das reuniões; alguns foram enganados pela calúnia do Partido Comunista e dos círculos religiosos e relutavam em participar das reuniões; alguns eram negativos e fracos por causa da resistência da família e não podiam cumprir os seus deveres. Eu sentia muita pressão quando refletia sobre essas coisas. Para regar bem esses irmãos, de modo que entendessem a verdade e criassem raízes no verdadeiro caminho, muito trabalho duro tinha de ser feito! Durante esse tempo, orei a Deus, confiei em Deus e busquei a verdade para resolver os problemas e dificuldades deles. Depois de um tempo, a maioria frequentava as reuniões normalmente, e alguns deles aprenderam o significado de cumprir seus deveres e assumiram um dever no máximo de sua habilidade. Quando vi esses resultados, fiquei encantada, não pude evitar ficar satisfeita comigo mesma, pensando: “Devo ser boa nesse trabalho. Caso contrário, não alcançaria resultados tão bons”. Depois disso, quando ouvia os irmãos falarem sobre os problemas e dificuldades que encontravam nos deveres, eu involuntariamente começava a exibir que eu era melhor e mais experiente do que eles.

Certa vez, numa reunião com algumas irmãs que tinham acabado de começar a regar recém-convertidos, elas mencionaram que alguns recém-convertidos viam a repressão e a detenção frenética do Partido Comunista e se sentiam negativas, fracas, tímidas e temerosas. Essas irmãs não sabiam como comungar para resolver isso. Pensei que, já que tinha resolvido esses problemas recentemente e obtido alguns resultados, essa era uma boa chance de dizer-lhes como eu comungava sobre a verdade para resolver essas coisas e para mostrar-lhes que era eu que entendia a verdade e era a obreira habilidosa. Então eu disse, cheia de confiança: “Recentemente, reguei alguns irmãos que estavam no mesmo estado. Eu estava muito ansiosa na época, então, para regá-los bem, fiz muitas reuniões com eles e li a palavra de Deus e comunguei sobre a verdade voltada para o seu estado. Eu ia de bicicleta. Eram mais de cinquenta quilômetros para ir e voltar. Depois de eu regá-los por um tempo, eles ganharam um conhecimento da obra, da onipotência e da sabedoria de Deus, entenderam o significado de Deus usar o grande dragão vermelho como contraste em Sua obra, e ganharam confiança em Deus. Não se sentiam mais constrangidos pela perseguição do Partido Comunista, e até quiseram espalhar o evangelho para testificar da obra de Deus…”. Enquanto eu comungava, as irmãs me olhavam como que em transe. Tive uma sensação de realização, e me sentia cada vez mais energizada enquanto falava. Quando terminei a comunhão, uma irmã disse, animada: “Com toda a sua experiência, você vê os problemas claramente. Eu ficaria toda confusa”. Outra irmã disse, com inveja: “Resolver esses problemas é tão fácil para você. Se você tiver outras experiências boas, por favor, comungue conosco para que possamos aprender com você”. Fiquei encantada ao ouvir seus elogios. Embora dissesse que os resultados do meu trabalho se deviam puramente à orientação de Deus, e não aos meus esforços, em meu coração, eu achava que era eu que tinha sofrido e pago um preço por esses resultados. Numa reunião, uma irmã estava negativa porque ela não alcançava bons resultados na rega dos recém-convertidos, e ela falou sobre muitas dificuldades. Eu pensei: “Se eu falar que tenho as mesmas dificuldades, os outros não me menosprezarão? Sou responsável pelo trabalho dela, então lhe contarei minhas experiências de sucesso e lhe mostrarei como eu comunguei sobre a verdade para resolver problemas quando enfrentei essas dificuldades diferentes. Dessa forma, posso resolver seus problemas e fazer com que me admirem ainda mais”. Quando pensei nisso, evitei falar sobre as minhas fraquezas e deficiências e, em vez disso, me gabei de como eu era eficiente nos meus deveres. Eu disse: “Durante esse período, reguei e apoiei cinco irmãos e irmãs. Eles não participavam das reuniões regularmente — alguns porque tinham muitas noções religiosas, alguns porque cobiçavam dinheiro e alguns porque eram fracos e negativos devido a problemas em casa. Eu os procurei um por um, superei algumas dificuldades, procurei muito na palavra de Deus e comunguei com cada um para resolver esses problemas, até entenderem a verdade, abandonarem suas noções, participarem das reuniões regularmente e assumirem um dever. Havia um irmão, um profissional talentoso, que raramente vinha às reuniões porque buscava status e fama no mundo. Eu tive muitas dificuldades no processo de apoiá-lo, mas confiei em Deus, li a palavra de Deus para ele e comunguei sobre a vontade de Deus. Tendo me ouvido, esse irmão entendeu o valor de buscar a verdade para os crentes em Deus, conseguiu ver que buscar reputação e status é algo vazio, e se dispôs a buscar a verdade e a cumprir os seus deveres”. Depois da minha comunhão, vi muita admiração e adoração no rosto das minhas irmãs, e elas correram anotar as passagens da palavra de Deus da minha comunhão. Uma irmã disse, emocionada: “Você usou a verdade para resolver os problemas deles, para que pudessem entender a vontade de Deus, e estivessem dispostos a seguir a Deus e a cumprir seus deveres. Você não poderia fazer isso se não possuísse as verdades realidades”. Outra irmã disse, admirada: “Se enfrentasse esses problemas, eu não seria capaz de resolvê-los. Você tem mais experiência, por isso é melhor em resolver esses problemas do que nós”. Foi então que achei que algo não estava certo. Elas estavam me adorando? Depois da minha comunhão, uma das irmãs se sentiu um pouco negativa, pois achava que seu calibre era baixo e que ela não conseguia usar a verdade para resolver os problemas dos recém-convertidos. Eu pensei: “Estou falando demais sobre a minha experiência bem-sucedida? Estou deixando que pensem que os problemas que eu enfrento são simples para mim e fáceis de resolver, e elas estão pensando bem demais de mim? Aqueles que admiram e aqueles que são admirados receberão infortúnio — esse tipo de comunhão é mesmo apropriado?”. Mas então pensei: “Estou falando sobre a minha experiência prática, então não deve haver problema”. Nesse momento, eu não continuei refletindo sobre mim mesma, e o assunto passou. Mais tarde, encontrei duas irmãs de rega para perguntar sobre o trabalho delas. Assim que cheguei, uma delas disse, toda animada: “Ainda bem que você está aqui. Temos alguns irmãos aqui com problemas que não sabemos resolver. Por favor, fale conosco sobre eles”. Seu olhar de expectativa me deixou animada e preocupada ao mesmo tempo. Animada, porque ela me admirava, mas preocupada, porque eu me perguntava se falar sempre sobre os resultados que eu alcançava no trabalho a tinha levado a me adorar. Meu pensamento seguinte foi: “Eu sempre falo sobre meus sucessos para lhes dar uma senda de prática na realização dos deveres, o que é comungar a verdade para resolver problemas. Além disso, só falo sobre as minhas experiências reais, eu não exagero”. Então eu continuei como antes, comungando sobre as minhas experiências positivas. Elas reagiram com admiração e inveja, e eu fiquei encantada.

Depois disso, em toda reunião, eu falava sobre como eu sofria e pagava um preço nos meus deveres, como eu comungava sobre a verdade para resolver problemas, e sobre cada um dos meus exemplos de sucesso. Aos poucos, todos os meus irmãos e irmãs começaram a me adorar, esperavam que eu resolvesse todos os seus problemas, e eu gostava muito da sensação de ser admirada e adorada. Voltando das reuniões, eu me lembrava das expressões dos irmãos de admiração e adoração e me sentia exultante. Ser admirada por tantos me deu motivação nos meus deveres. Mas assim que mergulhei na alegria de ser adorada, enfrentei poda e tratamento inesperados.

Um dia, a líder da igreja me procurou e disse: “Pedi que os irmãos avaliassem você nessa eleição da igreja, e todos disseram que você gosta de se exibir”. Quando ouvi isso, meu rosto ficou vermelho de vergonha. Eu pensei: “Como puderam dizer que eu gosto de me exibir? O que será que a líder vai pensar de mim? Como poderei encarar os outros novamente?”. Eu corri me explicar: “Admito que sou um tanto arrogante e, às vezes, me exibo involuntariamente, mas não me exibo deliberadamente. Nas reuniões, eu só falo da minha experiência”. A líder viu que eu não conhecia a mim mesma e disse: “Você fala sobre a sua experiência, mas por que os irmãos admiram você e confiam em você em vez de confiar em Deus e buscar a verdade? Você diz que não se exibe deliberadamente, mas por que você não fala de corrupção, deficiências, negatividade, fraqueza ou de pensamentos reais? Você só fala sobre as coisas boas, não sobre corrupção e fraqueza. Isso passa a impressão de que você busca a verdade e sabe como experimentar. Isso não é exaltar a si mesma e se exibir?”. Eu não tinha resposta para o que a líder expôs. Durante as reuniões, eu tinha apenas falado sobre a minha experiência de sucesso, e nunca tinha me aberto sobre os meus desvios e fracassos no meu dever. Eu realmente estava me exibindo. Ao pensar em como eu tinha me exibido na frente de tantos irmãos e como todos eles me discerniram, eu senti tanta vergonha que quis ser engolida pelo chão. Quanto mais pensava, pior eu me sentia, e não conseguia parar de chorar. Fiquei de joelhos diante de Deus e orei: “Deus, não quero mais me exibir. Por favor, guia-me para que eu possa refletir e vir a conhecer a mim mesma”.

Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus: “Exaltar-se e testificar de si mesmo, exibir-se, tentar fazer com que as pessoas o estimem e adorem — a humanidade corrupta é capaz dessas coisas. É assim que as pessoas reagem instintivamente quando são governadas por sua natureza satânica, e é algo comum a toda a humanidade corrupta. Como as pessoas costumam se exaltar e testificar de si mesmas? Como alcançam esse objetivo de fazer com que as pessoas as estimem e as adorem? Elas testificam quanto trabalho fizeram, quanto sofreram, quanto se despenderam, e que preço pagaram. Elas usam essas coisas como capital com o qual se exaltam, o que lhes garante um lugar mais elevado, mais firme e mais seguro na mente das pessoas, para que mais pessoas as apreciem, estimem, admirem e até mesmo as venerem, valorizem e sigam. Para alcançar esse objetivo, as pessoas fazem muitas coisas que testificam de Deus por fora, mas que, em essência, as exaltam e testificam delas mesmas. Agir dessa forma é sensato? Elas estão além do alcance da racionalidade e não têm vergonha, isto é, elas testificam descaradamente daquilo que fizeram por Deus e de quanto sofreram por Ele. Até exibem seus dons, talentos, experiência, habilidades especiais, suas técnicas inteligentes para negócios mundanos, os meios que usam para brincar com as pessoas, e assim por diante. Seu método de se exaltar e testificar de si mesmas é se exibir e diminuir os outros. Além disso, elas se camuflam e dissimulam, escondendo das pessoas as suas fraquezas, defeitos e deficiências para que estas só vejam sua excelência. Nem ousam contar a outras pessoas quando se sentem negativas; carecem da coragem de se abrir e comungar com elas, e quando cometem algum erro, fazem de tudo para escondê-lo e encobri-lo. Jamais mencionam os danos que causaram ao trabalho da igreja durante o cumprimento de seu dever. Quando, porém, fazem alguma contribuição insignificante ou alcançam algum sucesso menor, elas são rápidas em exibi-lo. Não conseguem esperar para contar ao mundo inteiro como são capazes, como é alto o seu calibre, quão excepcionais são e quão melhores são do que as pessoas normais. Isso não é uma maneira de se exaltar e testificar de si mesmo? Exaltar-se e testificar de si mesmo é algo que alguém com consciência e razão faria? Não é. Assim, quando as pessoas fazem isso, que caráter costumam revelar? Arrogância. Esse é um dos principais caracteres revelados, seguido por enganação, que envolve fazer o possível para fazer com que as pessoas as tenham em alta estima. Suas palavras são totalmente perfeitas, e contêm, obviamente, motivações e esquemas; elas estão se exibindo, no entanto, elas querem esconder esse fato. O resultado daquilo que dizem é que as pessoas são levadas a pensar que elas são melhores do que os outros, que ninguém se compara a elas, que todos os outros são inferiores a elas. E esse resultado não é alcançado por via de meios ardilosos? Que caráter está por trás de tais meios? E há algum elemento de perversidade? (Há.) Esse é um tipo de caráter perverso(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Quatro: Eles se exaltam e dão testemunho de si mesmos”). O que a palavra de Deus revelou fincou meu coração. Meu comportamento não era exatamente esse exibir-se? Nas reuniões, eu só tinha falado sobre meu sofrimento e os resultados positivos dos meus deveres. Quando meus irmãos encontravam problemas que não sabiam resolver, eu não comungava sobre a verdade, não os ajudava a entender a vontade de Deus e a confiar em Deus em seus deveres. Em vez disso, eu testificava da minha habilidade de sofrer e resolver problemas. Eu sempre falava sobre para quão longe eu viajava e o preço que pagava para regar as pessoas. Eu nunca falava das fraquezas e deficiências que expunha quando enfrentava dificuldades. Eu sempre falava sobre como eu suportava fardos, considerava a vontade de Deus, como eu buscava a verdade para resolver as coisas quando meus irmãos tinham problemas ou sobre quantos participavam das reuniões e cumpriam seus deveres graças à minha rega, meu apoio, para fazer com que os outros pensassem que eu entendia a verdade e era boa em resolver problemas. Era claramente a palavra de Deus que permitia aos irmãos entender a verdade, ter fé e querer cumprir os seus deveres. Esses foram os resultados alcançados pela palavra de Deus. Mas eu não exaltava a Deus nem testificava da palavra e obra de Deus. Eu deixava os outros pensarem que eu era aquela que resolvia os problemas dos irmãos. Ouvir minhas experiências não dava conhecimento de Deus para os outros; em vez disso, eles me adoravam. Eles não confiavam em Deus nem buscavam a verdade quando tinham problemas. Em vez disso, buscavam a minha comunhão para resolver as coisas. Eles me viam como alguém que poderia até salvar a vida deles. Se as coisas continuassem assim, eu não as estava trazendo para diante de mim mesma? Ainda assim, eu não achava que estava exaltando a mim mesma ou me exibindo. Ainda achava que estava apenas discutindo a minha experiência real. Eu vi que eu tinha intenções desprezíveis quando discutia as minhas experiências. Eu estava tentando conquistar uma posição alta no coração das pessoas. Quanto mais eu refletia, mais eu me sentia desprezível e descarada. Era a graça de Deus que eu pudesse assumir o trabalho de rega e era a Sua vontade que eu comungasse Sua palavra para resolver problemas, levar pessoas para diante de Deus e ajudá-las a entender a verdade e vir a conhecer a Deus. Mas nos meus deveres, eu me exibia constantemente para fazer com que as pessoas me adorassem. Eu via os efeitos da obra do Espírito Santo como efeitos do meu trabalho e os usava como capital para me gabar. Eu roubei a glória de Deus e desfrutei da admiração e adoração dos meus irmãos e não senti vergonha, nem um pouco. Eu não tinha nem um pingo de consciência e razão! Minha líder me podou e lidou comigo para que eu pudesse refletir sobre a senda errada em que eu estava e corrigir meu curso a tempo, o que era o amor e a salvação de Deus para mim! Eu sabia que não podia mais desafiar e me opor a Deus. Eu devia me arrepender, e rápido. Lembrei-me de uma passagem da palavra de Deus: “Compartilhar e comunicar suas experiências significa comunicar sua experiência e o conhecimento das palavras de Deus. Trata-se de dar voz a cada pensamento em seu coração, a seu estado, e ao caráter corrupto que se revela em você. Trata-se de permitir que os outros possam discernir essas coisas, e então resolver o problema comunicando a verdade. Somente quando as experiências são comunicadas desse jeito todos se beneficiam e colhem as recompensas. Somente isso é a vida de igreja verdadeira(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A prática mais fundamental de ser uma pessoa honesta”). Enquanto eu ponderava as palavras de Deus, entendi que a comunhão sobre experiências não deveria conter intenções, ambições e desejos pessoais. Eu devia abrir o meu coração e falar do que ali havia para os meus irmãos. Não importava se fosse positivo ou negativo, eu sempre deveria me abrir sobre o meu estado verdadeiro, para que eles pudessem absorver o positivo e aprender a discernir o negativo a partir da minha experiência, e vissem que eu também sou rebelde e corrupta, e posso ser negativa e fraca, e então não me admirassem. Desse modo, a minha experiência poderia ensinar-lhes lições e ajudá-los a evitar sendas erradas. Na reunião no dia seguinte, encontrei coragem para discutir o meu estado. Dissequei e desabafei sobre como, durante esse período, eu tinha me exibido para que os outros me admirassem, e tinha refletido e vindo a conhecer a mim mesma. Tive uma forte sensação de segurança e alegria nessa reunião.

Mais tarde, eu soube que uma irmã estava muito deprimida. Quando conversamos, ela disse: “Nas reuniões, sempre ouço suas experiências e como você consegue ajudar os outros, mas eu careço das verdades realidades e meu calibre é pobre demais. Quando surgem problemas, não consigo resolvê-los. É estressante demais. Não dou conta desse dever”. Quando ouvi isso, senti muita vergonha. E pensei: “Eu sou a culpada pela negatividade dela. Eu não exaltei Deus nos meus deveres, não resolvi as dificuldades práticas dos meus irmãos em sua entrada na vida, e sempre me ostentei e me exibi, o que a levou a crer equivocadamente que eu entendia a verdade e tinha estatura. Não posso repetir meu erro. Devo me abrir e me revelar para ela”. Então, eu lhe contei do meu estado e como eu tinha me exibido durante esse período. Eu lhe disse que eu também tinha falhas, também era fraca quando encontrava dificuldades, e também que, na verdade, eu não possuía as verdades realidades, que os resultados dos meus deveres vinham da obra e orientação do Espírito Santo, e que eu não conseguia alcançar nada por conta própria. Minha irmã se comoveu e disse: “Sua comunhão me fez entender que eu não busco a verdade, não tenho lugar para Deus no coração e admiro dons externos, adoro os outros, e não entendi que todas as realizações vêm da obra e orientação do Espírito Santo. Não quero mais ser negativa e fraca diante dos meus problemas. Quero confiar em Deus e cumprir meus deveres”. Ao ouvir a minha irmã falar desse jeito, fiquei muito contente.

Depois disso, comecei a refletir sobre mim mesma. Por que, mesmo sabendo que se exibir era resistir a Deus, eu ainda assim seguia essa senda involuntariamente? O que estava acontecendo ali? Mais tarde, li uma passagem da palavra de Deus: “Algumas pessoas particularmente idolatram Paulo. Elas gostam de sair, dar palestras e trabalhar, gostam de participar de reuniões e pregar e gostam de ter pessoas que as ouçam, adorem e girem em torno delas. Elas gostam de manter um lugar no coração dos outros e apreciam quando os outros valorizam a imagem que elas apresentam. Vamos analisar sua natureza a partir desses comportamentos. Qual é a natureza delas? Se elas realmente se comportam assim, então isso é suficiente em mostrar que são arrogantes e convencidas. Elas não adoram a Deus de modo algum; elas buscam um status mais elevado e desejam ter autoridade sobre os outros, possuí-los e manter uma posição no coração deles. Essa é a imagem clássica de Satanás. Os aspectos de sua natureza que se sobressaem são a arrogância e a presunção, uma relutância em adorar a Deus e um desejo de ser adorado pelos outros. Tais comportamentos podem lhe dar uma visão muito clara de sua natureza(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Como conhecer a natureza do homem”). Entendi, a partir da revelação da palavra de Deus, que eu gostava de me exibir para os meus irmãos e os levava a me adorar porque eu era controlada pela minha natureza arrogante. Porque a minha natureza era tão arrogante, quando meus deveres produziram algum resultado, eu comecei a me admirar. No intuito de mostrar que eu era incrível e superior, eu me ostentava nas reuniões e exibia as realizações do meu trabalho. Das minhas dificuldades, fraquezas, rebeldia e corrupção, eu não dizia nada. Quando meus irmãos me elogiavam, eu não sentia medo. Em vez disso, ficava muito feliz, e desfrutava descaradamente de sua admiração e adoração. Paulo gostava muito de reuniões e de pregar, reivindicava os efeitos da obra do Espírito Santo como capital próprio, se exibia e se ostentava para enganar as pessoas. Trazia todos os crentes para diante de si, de modo que, ainda agora, dois mil anos depois, todo o mundo religioso o adora e exalta, trata as palavras dele como a palavra de Deus e carece de conhecimento do Senhor Jesus. Paulo tinha uma natureza arrogante, hipócrita, e não tinha consideração por Deus; ele trilhava a senda de um anticristo que resiste a Deus. Ele ocupou a posição de Deus no coração das pessoas, ofendeu seriamente o caráter justo de Deus e foi punido e amaldiçoado por Deus. Meu caráter não era igual ao de Paulo? Eu também era arrogante, hipócrita, gostava de me exaltar e exibir e de me cercar de pessoas. Como resultado, após meses da minha “apresentação”, todos me adoravam e não tinham lugar para Deus no coração. Quando ocorriam problemas, em vez de Deus, eles buscavam a mim. Eu não estava resistindo a Deus e prejudicando os irmãos? Eu não estava trilhando a senda do anticristo? Somente então eu vi que estava em perigo, e que eu era controlada pela minha natureza arrogante. Repetidas vezes, eu me exibi descaradamente e me gabei de mim mesma, enganei meus irmãos para que me adorassem e, às vezes, até tive intenções desprezíveis e usei truques para me exibir. Eu era tão desprezível! Pensar nisso me encheu de aversão e ódio por mim mesma, e eu jurei que nunca mais me exibiria.

Depois disso, assisti a um vídeo de uma leitura da palavra de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Deus é o Criador, e Sua identidade e Seu status são supremos. Deus possui autoridade, sabedoria e poder, e Ele tem Seu próprio caráter e Seus bens e ser. Alguém sabe há quantos anos Deus tem operado em meio à humanidade e toda a criação? O número específico de anos pelos quais Deus tem operado e administrado toda a humanidade é desconhecido; ninguém pode dar um número exato, e Deus não informa esses assuntos à humanidade. No entanto, se Satanás fosse fazer algo assim, ele o informaria? Certamente informaria. Ele quer se exibir para enganar mais pessoas e conscientizar mais pessoas das contribuições dele. Por que Deus não informa esses assuntos? Existe um aspecto humilde e oculto na essência de Deus. O que é o oposto de ser humilde e oculto? É ser arrogante e se exibir. […] Deus exige que as pessoas deem testemunho Dele, mas será que Ele deu testemunho de Si mesmo? (Não.) Por outro lado, Satanás tem medo de que as pessoas não saibam nem mesmo as menores coisas que ele faz. Os anticristos não são diferentes: eles se gabam de cada coisinha que fazem na frente de todos. Ouvindo-os, parece que estão testificando de Deus — mas se ouvir com atenção, você descobrirá que eles não estão testificando de Deus, mas se exibindo, aumentando a si mesmos. A motivação e a essência por trás daquilo que eles dizem é competir com Deus por Seus escolhidos e por status. Deus é humilde e oculto, e Satanás se exibe. Existe uma diferença? Exibir-se versus humildade e ocultação: quais são as coisas positivas? (Humildade e ocultação.) Satanás poderia ser descrito como humilde? (Não.) Por quê? A julgar por sua natureza essência demoníaca, ele é um pedaço de lixo sem nenhum valor; seria anormal se Satanás não se exibisse. Como Satanás poderia ser chamado de ‘humilde’? ‘Humildade’ é algo que se diz sobre Deus. A identidade, a essência e o caráter de Deus são elevados e honráveis, mas Ele nunca se exibe. Deus é humilde e oculto, para que as pessoas não vejam o que Ele fez, mas enquanto Ele opera em tal obscuridade, a humanidade é incessantemente sustentada, nutrida e orientada — e tudo isso é arranjado por Deus. Não é ocultação e humildade o fato de que Deus nunca declara essas coisas, nunca as menciona? Deus é humilde exatamente porque Ele é capaz de fazer essas coisas, mas nunca as menciona nem declara, e Ele não discute com as pessoas sobre elas. Que direito você tem de falar de humildade quando é incapaz de fazer essas coisas? Você não fez nenhuma dessas coisas, mas insiste em ficar com o mérito por elas — isso se chama ser descarado. Orientando a humanidade, Deus executa uma obra tão grande, e Ele preside sobre todo o universo. Seu poder e autoridade são tão vastos, mas Ele nunca disse: ‘Meu poder é extraordinário’. Ele permanece oculto entre todas as coisas, presidindo sobre tudo, nutrindo e provendo para a humanidade, permitindo que toda a humanidade continue geração após geração. Veja, por exemplo, o ar e o brilho do sol ou todas as coisas materiais necessárias para a existência humana na Terra — todas elas jorram sem cessar. Não há dúvida de que Deus provê para o homem. Se Satanás fizesse algo bom, ele permaneceria em silêncio e seria um herói anônimo? Jamais. É como o fato de que existem alguns anticristos na igreja que, no passado, fizeram trabalho perigoso, que renunciaram a coisas e suportaram sofrimento, que podem até ter ido para a prisão; há também alguns que, no passado, contribuíram para um aspecto do trabalho da casa de Deus. Eles nunca se esquecem dessas coisas, acham que merecem crédito vitalício por elas, acham que elas são o capital de toda a sua vida — o que mostra como as pessoas são pequenas! As pessoas são mesmo pequenas, e Satanás é descarado(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item Sete: Eles são malignos, insidiosos e enganosos (parte 2)”). Tendo lido as palavras de Deus, eu senti vergonha. Deus é o Criador. Ele tem autoridade e poder. Ele tem a identidade mais elevada e o mais alto status. No entanto, Deus veio encarnado pessoalmente para salvar a humanidade corrupta, e discretamente expressa a verdade para suprir e salvar as pessoas. Ele nunca usa o status de Deus para Se mostrar, e Ele não fala de quanta obra Ele fez para salvar a humanidade ou quanta humilhação e dor Ele sofre. Em vez disso, Ele sempre permanece humilde e oculto entre as pessoas, fazendo Sua obra de regar e salvar a humanidade. A essência de Deus é tão santa, tão gentil e tão boa! Sou uma pessoa totalmente imunda e profundamente corrompida por Satanás, aos olhos de Deus sou insignificante, mesmo assim eu me exaltava descaradamente, me exibia e fazia com que os outros me admirassem e adorassem. Eu era mesmo tão arrogante que perdi minha razão e não era digna de viver diante de Deus! Nesse momento, senti vergonha maior ainda da minha arrogância, da ostentação e de me mostrar. Eu ajoelhei diante de Deus e orei: “Deus, por meio do Teu julgamento e revelação, eu vi que não vivo nenhuma semelhança humana, e não quero mais viver assim. Deus, guia-me, ensina-me a praticar a verdade e testificar de Ti”.

Eu vi a palavra de Deus: “Ao dar testemunho de Deus, deveriam sobretudo falar mais de como Deus julga e castiga as pessoas, e que provações Ele usa para refinar as pessoas e mudar o caráter delas. Deveriam falar também de quanta corrupção foi revelada em sua experiência, o quanto sofreram, quantas coisas fizeram para resistir a Deus e como foram finalmente conquistados por Deus. Falem sobre quanto conhecimento real da obra de Deus vocês têm e de como deveriam dar testemunho de Deus e retribuir-Lhe por Seu amor. Vocês deveriam pôr substância nesse tipo de linguagem, ao mesmo tempo em que a colocam de maneira simples. Não falem sobre teorias vazias. Falem de forma mais realista; falem a partir do coração. É assim que vocês deveriam experimentar as coisas. Não se equipem com teorias vazias que pareçam profundas em um esforço para se exibir; fazer isso faz com que pareçam bastante arrogantes e insensatos. Vocês deveriam falar mais sobre coisas reais a partir de sua experiência atual e falar mais do coração; isso é mais benéfico para os outros e mais apropriado para eles verem(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente buscando a verdade pode-se alcançar uma mudança no caráter”). Encontrei sendas de prática nas palavras de Deus. A verdadeira comunhão não significa falar sobre experiências de sucesso no intuito de se mostrar. É testificar de como Deus nos julga, purifica e salva. É necessário expor a rebeldia, a corrupção e as intenções desprezíveis das pessoas e as consequências de suas ações, e falar sobre como, mais tarde, ao experimentar o julgamento e o castigo na palavra de Deus, elas vêm a conhecer a si mesmas. É desse jeito que os outros podem ganhar discernimento da verdadeira face da própria corrupção e ter conhecimento da obra de Deus, do caráter de Deus e das exigências de Deus para a humanidade. É assim que eles veem a salvação de Deus para as pessoas, e Seu amor pelas pessoas. Somente comungando dessa maneira pode-se testificar de Deus. Quando entendi essas sendas de prática, comecei a praticá-las conscientemente. Numa reunião, um irmão falou sobre buscar reputação e status em seus deveres. Ele se comparava com todos, se sentia péssimo e não sabia como resolver isso. Quando ele descreveu seu estado, eu pensei: “Se eu resolver o problema dele, quando ele falar sobre sua experiência no futuro, ele dirá que foi a minha comunhão que lhe permitiu mudar seu estado. Os irmãos me admirarão e dirão que eu entendo a verdade e tenho estatura. Devo compor minhas palavras e ideias na minha comunhão e contar-lhe tudo sobre a minha experiência”. Nesse momento, senti repreensão própria quando percebi de repente que eu estava prestes a fazer minha apresentação satânica de novo. O pensamento que eu acabara de ter era repugnante, como se eu tivesse engolido uma mosca morta. Então eu orei a Deus em silêncio, pedindo força para negar a mim mesma e exaltar e testificar de Deus dessa vez. Mais tarde, eu contei ao irmão sobre a minha experiência fracassada de ter sido substituída porque eu buscava reputação e status. Falei também de como, por meio da leitura da palavra de Deus, eu fui capaz de refletir, vir a conhecer a mim mesma, me arrepender e alcançar alguma mudança. Depois da minha comunhão, o irmão reconheceu que sua natureza era arrogante demais, e que buscar reputação e status é a senda do anticristo, e ele quis se arrepender. Quando ouvi a comunhão do meu irmão, agradeci a Deus no meu coração. Isso foi a orientação de Deus em operação.

Depois disso, na minha comunhão com os meus irmãos, nas reuniões, embora ainda me exibisse de vez em quando, isso já não era mais tão óbvio e sério quanto antes. Às vezes, eu pensava em me exibir, mas quando percebia isso, eu orava a Deus e negava a mim mesma. Aos poucos, eu me exibi cada vez menos e experimentei menos estados de querer me gabar, e me tornei um pouco mais sensata em minhas palavras e ações. Sou profundamente grata pela salvação de Deus Todo-Poderoso!

Anterior: 22. Por que tenho medo de relatar problemas?

Próximo: 24. Meus dias pregando na linha de frente

Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

Conteúdo relacionado

3. A provação de um contraste

Por Xingdao, Coreia do Sul“Ó Deus! Quer eu tenha status ou não, agora eu me entendo. Se meu status é alto, é por causa da Tua elevação, e,...

84. A fé inquebrável

Por Meng Yong, ChinaEm dezembro de 2012, eu e diversos irmãos e irmãs dirigimos até um local para pregar o evangelho, e terminamos sendo...

32. Meu espírito libertado

Por Mibu, Espanha“Se o homem desejar ser purificado em sua vida e obter mudanças em seu caráter, se desejar viver uma vida com sentido e...

Configurações

  • Texto
  • Temas

Cores sólidas

Temas

Fonte

Tamanho da fonte

Espaçamento entre linhas

Espaçamento entre linhas

Largura da página

Sumário

Busca

  • Pesquise neste texto
  • Pesquise neste livro

Conecte-se conosco no Messenger