77. A ideia de “Uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão” está correta?
No início de 2017, minha vizinha Li Lan pregou o evangelho de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias para mim. Após um período de investigação, confirmei que se tratava da obra de Deus e passei a entender algumas verdades. Especialmente quando vi que Deus encarnado nos últimos dias opera para limpar o caráter corrupto das pessoas e que, desde que busquem a verdade de forma genuína, elas podem ser salvas e ganhar a vida eterna, fiquei muito feliz e animada. Percebi que isso não era algo que se podia comprar com dinheiro ou bens materiais e, do fundo do coração, senti-me muito grata a Li Lan. Lembro-me de que, quando aceitei a obra de Deus dos últimos dias, eu estava constrangida de me reunir porque estava sendo perseguida pelo meu marido. Meu estado era muito negativo, e foram o amor e a paciência de Li Lan que me ajudaram e me apoiaram repetidas vezes, impedindo que eu caísse. Aos poucos, passei a entender algumas verdades e ganhei fé. Eu não era mais constrangida por meu marido e podia me reunir e desempenhar meus deveres normalmente. Quando eu saía para desempenhar meus deveres, Li Lan me ajudava a cuidar dos meus filhos e a fazer as tarefas domésticas. Eu costumava pensar: “O fato de eu ser capaz de acreditar em Deus e desempenhar meus deveres com tranquilidade, sem ser constrangida por meu marido — tudo isso devo à ajuda de Li Lan. Li Lan é minha grande benfeitora e é a única pessoa de quem nunca me esquecerei. Preciso encontrar uma chance de retribuir-lhe o favor no futuro”.
Um dia, em outubro de 2021, o líder me disse: “Li Lan só fala sobre assuntos domésticos durante as reuniões, e isso perturba os irmãos e os impede de se concentrar em contemplar e comunicar as palavras de Deus. Temos nos comunicado com ela e apontado seu comportamento várias vezes, e ela aceitou isso verbalmente, mas, assim que volta para a próxima reunião, ela faz exatamente a mesma coisa. Seu comportamento como uma descrente é bastante sério, e a igreja está coletando avaliações dos irmãos sobre ela. Já que a casa de vocês duas é perto uma da outra e você tem interagido com ela por muitos anos, por favor, escreva uma avaliação sobre ela”. Ao ouvir o líder dizer isso, senti um aperto no coração. Eu conhecia muito bem a situação de Li Lan; morávamos perto uma da outra, e ela frequentemente vinha à minha casa. Quando estávamos lendo as palavras de Deus e comunicávamos nossos estados juntas, descobri que seus pensamentos não eram nem um pouco sobre as palavras de Deus e que ela frequentemente falava sobre assuntos banais da família; em um momento, falava do marido que não se importava com ela e, no outro, do filho que era desobediente. Eu me comunicava com ela para que aceitasse isso de Deus e buscasse a verdade para aprender lições, mas ela simplesmente nunca aceitava minha comunhão, e quando nos encontrávamos de novo, ela voltava a falar sobre as mesmas coisas, e isso me chateava muito. Além disso, ela nunca se dedicava de coração aos seus deveres e sempre era descuidada em seu trabalho de assuntos gerais. Eu a corrigi e a expus muitas vezes em relação ao desempenho em seus deveres, mas ela só aceitava verbalmente e continuava do mesmo jeito. Agora ela também estava perturbando os irmãos, dificultando que tivessem reuniões tranquilas, mas, apesar das várias dicas e da ajuda recebida, ainda assim ela não conseguia aceitar esse conselho. Vi que Li Lan não aceitava a verdade de forma alguma, sempre interrompia e perturbava a vida de igreja, e estava claro que ela não era adequada para permanecer na igreja. Mas eu achava que, se eu expusesse seu comportamento, Li Lan teria de ser removida como uma descrente, e fiquei muito transtornada com essa ideia. Refleti sobre o fato de eu ter sido capaz de aceitar a obra de Deus dos últimos dias e ter tido a oportunidade de buscar a verdade e ser salva graças a Li Lan, que pregou o evangelho para mim. E em meus momentos de negatividade e fraqueza, era Li Lan que sempre me ajudava e apoiava. Além disso, quando eu saía para desempenhar meus deveres, Li Lan sempre me ajudava a cuidar dos meus filhos e a fazer as tarefas domésticas. Como diz o ditado: “a gentileza de uma gota d’água deve ser retribuída com uma fonte jorrante”, e Li Lan havia me ajudado tanto, portanto, se eu expusesse seu comportamento como uma descrente, isso não mostraria que eu não tinha consciência? Com isso em mente, eu disse ao líder com muito tato: “Nos últimos dois anos, não tenho me reunido com Li Lan, portanto, na verdade, não a conheço tão bem”. Também defendi Li Lan, dizendo: “Li Lan é entusiasmada e, embora sua família a persiga, ela realmente quer desempenhar seus deveres”. O líder disse: “Uma irmã que interagiu com Li Lan em duas ocasiões descobriu que ela perturba a vida de igreja, e consegue discerni-la. Por lógica, você deveria conhecê-la melhor. Você realmente não tem nenhum discernimento sobre ela?”. Ao perceber que minha mentira havia sido exposta, fiquei um pouco envergonhada, mas quando pensei em como Li Lan tinha sido boa comigo, continuei não querendo escrever uma avaliação sobre ela. Quando o líder foi embora, senti-me inquieta, como se uma pedra grande pesasse em meu coração. Um dia, minha filha voltou de uma reunião e me disse: “Durante a reunião, Li Lan não parou de falar sobre assuntos domésticos, e foi impossível realizarmos uma reunião adequada, e, embora os irmãos tenham se comunicado com ela e a tenham exposto várias vezes, ela ainda não mudou. Todos disseram que não querem mais se reunir com ela”. Ao ouvir minha filha dizer isso, eu soube que Li Lan continuava perturbando a vida de igreja e me senti muito culpada, pensando: “Se eu expuser o comportamento de Li Lan, ela poderá ser removida da igreja mais cedo, e os irmãos serão menos perturbados. Mas se eu a denunciar ao líder, Li Lan me acusará de ser ingrata e de não ter consciência quando ela descobrir? Como eu a encararia?”. Com esses pensamentos, eu me senti muito dividida, e, no fim, acabei não fornecendo uma avaliação sobre Li Lan.
Algum tempo depois, uma irmã que estava fazendo um trabalho de limpeza veio a uma reunião conosco, e, de repente, me perguntou se eu sabia de Li Lan. Meu coração quase parou, e eu pensei: “Por que, do nada, a irmã está fazendo perguntas sobre Li Lan? Como devo responder? Se eu disser que sei dela, a irmã terá que me fazer perguntas detalhadas sobre o comportamento de Li Lan, e se eu falar com honestidade, é muito provável que Li Lan seja removida. Eu poderia simplesmente dizer que não sei, mas já contei uma mentira. Se eu mentir de novo, não me tornarei uma mentirosa verdadeiramente descarada?”. Eu me senti muito dividida, então orei a Deus com urgência: “Deus! Tu deves ter permitido a pergunta dessa irmã. Por favor, concede-me a força para praticar a verdade”. Depois de orar, lembrei-me de uma passagem das palavras de Deus: “Todos vocês dizem que têm consideração pelo fardo de Deus e que defenderão o testemunho da igreja, mas quem dentre vocês realmente foi atencioso com o fardo de Deus? Perguntem a si mesmos: você é alguém que demonstrou consideração pelo fardo de Deus? Você pode praticar a justiça para Deus? Você pode se levantar e falar por Mim? Você pode colocar a verdade em prática firmemente? Você tem coragem suficiente para lutar contra todos os atos de Satanás? Você seria capaz de colocar seus sentimentos de lado e expor Satanás em prol da Minha verdade? Você pode permitir que Minhas intenções sejam satisfeitas em você? Você ofereceu seu coração nos momentos mais cruciais? Você é alguém que segue a Minha vontade? Faça a si mesmo essas perguntas e pense sobre elas com frequência” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 13”). Cada pergunta de Deus perfurava meu coração. Deus espera que eu considere Seu fardo e proteja os interesses da igreja, e que eu exponha e denuncie prontamente qualquer pessoa que esteja perturbando a vida de igreja. Eu mantinha contato frequente com Li Lan e tinha muita clareza sobre suas ações. Ela sempre se recusava a aceitar a verdade e, durante as reuniões, trazia à tona assuntos familiares e perturbava as pessoas, impedindo-as de comer e beber as palavras de Deus em paz. Apesar de várias rodadas de comunhão e correções, ela ainda não havia se arrependido, e isso perturbava gravemente a vida de igreja. Eu deveria praticar a verdade para proteger os interesses da igreja, fornecer, com honestidade, os detalhes que eu sabia da situação, e limpar Li Lan da igreja imediatamente, para que os irmãos pudessem ter um ambiente tranquilo para viver a vida de igreja. Isso seria considerar a intenção de Deus e Seu fardo. Então, fui franca com a irmã sobre o comportamento consistente de Li Lan, e ela anotou tudo o que eu lhe disse, um detalhe de cada vez. Depois de lhe contar essas coisas, senti-me em paz e tranquila no coração. Passado pouco tempo, Li Lan foi removida da igreja, e os irmãos deixaram de ser perturbados durante as reuniões.
Porém, depois disso, continuei me sentindo em dívida com Li Lan. Mais tarde, quando mencionei isso a uma irmã, ela me comunicou: “Seus constantes sentimentos de dívida para com Li Lan se devem principalmente à influência da ideia de que uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão”. A irmã me apresentou duas passagens das palavras de Deus: “A ideia de que ‘uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão’ é um dos critérios clássicos na cultura tradicional chinesa para julgar se a conduta de uma pessoa é moral ou imoral. Ao avaliar se a humanidade de alguém é boa ou ruim e quão moral é sua conduta, uma das referências é se ele retribui os favores ou a ajuda que recebeu — se ele é ou não alguém que retribui a gentileza que recebe. Na cultura tradicional chinesa e na cultura tradicional da humanidade, as pessoas tratam isso como uma medida importante de conduta moral. Se alguém não entende que ‘uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão’ e é ingrato, ele é considerado desprovido de consciência e indigno de que as pessoas se associem com ele e deveria ser desprezado, recusado ou rejeitado por todos. Por outro lado, se alguém entende que ‘uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão’ — se ele é grato e retribui os favores e a ajuda que recebe com todos os meios à sua disposição — ele é considerado uma pessoa de consciência e humanidade. Se alguém receber benefícios ou ajuda de outra pessoa, mas não os retribuir ou só expressar um pouco de gratidão a ela com um simples ‘obrigado’ e nada mais, o que a outra pessoa pensará? Ela poderia se sentir incomodada com isso? Ela poderia pensar: ‘Esse sujeito não merece receber ajuda, ele não é uma pessoa boa. Se é assim que ele reage após eu ter ajudado tanto, ele não tem nenhuma consciência nem humanidade, e não merece que as pessoas se associem com ele’? Se ela se deparasse com esse tipo de pessoa novamente, ela ainda o ajudaria? No mínimo, não desejaria fazer isso” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (7)”). “Desde a antiguidade até hoje, inúmeras pessoas têm sido influenciadas por essa ideia, essa opinião e esse critério da conduta moral referente à retribuição de gentilezas. Mesmo quando a pessoa que concede uma gentileza a elas é uma pessoa má ou maligna e obriga-as a cometer atos nefastos e feitos maus, elas ainda assim contrariam a própria consciência e a própria razão, obedecendo cegamente, com muitas consequências desastrosas, a fim de retribuir sua gentileza. Pode-se dizer que muitas pessoas, tendo sido influenciadas, limitadas, constrangidas e amarradas por esse critério da conduta moral, cega e equivocadamente defendem essa opinião de retribuir gentileza e são até propensas a ajudar e auxiliar pessoas malignas. Agora que vocês ouviram Minha comunhão, vocês têm uma imagem clara dessa situação e conseguem determinar que isso é uma lealdade tola, que esse comportamento conta como comportar-se sem estabelecer nenhum limite e como retribuir gentileza imprudentemente sem qualquer discernimento, e que isso carece de significado e valor. Como as pessoas temem ser castigadas pela opinião pública ou condenadas pelos outros, elas relutantemente dedicam sua vida a retribuir a gentileza dos outros, sacrificando até mesmo a própria vida no processo, o que é um jeito falacioso e tolo de lidar com as coisas. Esse ditado da cultura tradicional não apenas limitou o pensamento das pessoas, mas também colocou um peso e uma inconveniência desnecessários em sua vida e sobrecarregou sua família com sofrimentos e fardos adicionais. Muitas pessoas pagaram um preço alto para retribuir a gentileza recebida — elas veem a retribuição de gentilezas como uma responsabilidade social ou um dever pessoal e podem até passar a vida inteira retribuindo a gentileza dos outros. Elas acreditam que isso é algo perfeitamente natural e justificado de fazer, um dever inevitável. Esse ponto de vista e esse jeito de fazer as coisas não são tolos e absurdos? Isso revela completamente como as pessoas são ignorantes e pouco esclarecidas. Em todo caso, esse ditado sobre a conduta moral — uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão — pode estar de acordo com as noções das pessoas, mas não está de acordo com as verdades princípios. É incompatível com as palavras de Deus e é uma opinião e uma maneira incorreta de fazer as coisas” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (7)”). Das palavras de Deus, entendi que minha relutância em fornecer detalhes sobre o comportamento de Li Lan se devia ao fato de eu estar presa e constrangida pela ideia de ter que ser grata e retribuir gentilezas. Desde a infância, meus pais sempre me ensinaram a agir assim. Passei a acreditar que, se alguém me fizesse um favor, eu deveria encontrar uma maneira de retribuir, e se eu não conseguisse fazer isso, as pessoas me criticariam pelas costas e me chamariam de ingrata. Portanto, considerei ser grata e retribuir gentilezas como um princípio de comportamento. Levei essa atitude para o mundo, retribuindo em dobro a quem fosse gentil comigo, e todos os meus vizinhos gostavam de interagir comigo, o que me fez acreditar ainda mais que agir dessa forma me tornava uma pessoa com consciência e humanidade. Depois de encontrar Deus, continuei vivendo de acordo com essas ideias tradicionais e, porque Li Lan havia pregado o evangelho de Deus dos últimos dias para mim, havia me apoiado e me ajudado quando eu estava fraca e negativa, e também cuidou dos meus filhos e das minhas tarefas domésticas, eu era muito grata a Li Lan. Achava que minha capacidade de desempenhar deveres normalmente até aquele momento se devia à comunhão e à ajuda de Li Lan. Achava que ela era a pessoa que eu jamais esqueceria. Na realidade, por meio de minhas interações regulares com Li Lan, eu já havia percebido que ela sempre se fixava apenas em pessoas e eventos, que ela não aceitava as coisas de Deus nem aprendia lição alguma, e que não investia o coração em seus deveres. Quando eu comia e bebia as palavras de Deus com Li Lan, ela só falava sobre assuntos familiares banais, e isso fazia com que todos se sentissem apreensivos e distraídos. Seu comportamento mostrava que ela era uma descrente, e, de acordo com os princípios, ela deveria ser removida. Eu deveria ter denunciado prontamente o comportamento de Li Lan aos líderes para que ela fosse removida da igreja. Mas, para retribuir a gentileza de Li Lan e não ser chamada de ingrata, eu não só deixei de denunciar seu comportamento, mas também a encobri e a conivenciei, querendo que ela continuasse na igreja. Eu não estava protegendo uma descrente? Eu estava cometendo o mal e me opondo a Deus! A igreja é o lugar onde o povo escolhido de Deus O adora e também é um lugar onde os irmãos podem comunicar as palavras de Deus. Mas, por causa das perturbações de Li Lan, os irmãos não conseguiam se aquietar para ponderar as palavras de Deus. E, a fim de retribuir a suposta bondade de Li Lan para comigo, eu não a expus. Como eu tinha qualquer consciência ou humanidade? Eu realmente não conseguia distinguir o bem do mal, o certo do errado. Eu fiz mesmo com que Deus me abominasse! Ao perceber isso, fiquei cheia de arrependimento e culpa, então orei a Deus: “Deus, vejo que estou totalmente presa a essa visão tradicional de ser grata e retribuir gentilezas e me tornei incapaz de distinguir o certo do errado ou o bem do mal. Deus! Quero me arrepender diante de Ti”.
Mais tarde, li duas passagens das palavras de Deus: “O conceito da cultura tradicional de que ‘uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão’ precisa ser discernido. A parte mais importante é a palavra ‘gentileza’ — como vocês deveriam ver essa gentileza? A que aspecto e natureza de gentileza ela se refere? Qual é a importância de ‘uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão’? As pessoas precisam descobrir as respostas a essas perguntas e, sob circunstância alguma, devem ser constrangidas por essa ideia de retribuir gentileza — para qualquer um que busca a verdade, isso é absolutamente essencial. O que é ‘gentileza’ de acordo com as noções humanas? Num nível inferior, gentileza é quando alguém ajuda você quando você está encrencado. Por exemplo, quando alguém lhe dá uma tigela de arroz quando você está morrendo de fome, ou uma garrafa de água quando você está morrendo de sede, ou quando ele ajuda você a se levantar quando você cai e não consegue se levantar. Todos esses são atos de gentileza. Um grande ato de gentileza é quando alguém resgata você quando você está em apuros — essa é uma gentileza que salva uma vida. Quando você está em perigo mortal e alguém o ajuda a evitar a morte, em essência, ele está salvando sua vida. Essas são algumas das coisas que as pessoas percebem como ‘gentileza’. Esse tipo de gentileza ultrapassa, e muito, qualquer favor material insignificante — é uma gentileza grande que não pode ser medida em termos de dinheiro ou coisas materiais. Aqueles que a recebem sentem um tipo de gratidão que é impossível de expressar com apenas algumas palavras de agradecimento. No entanto, é preciso que as pessoas avaliem a gentileza desse jeito? (Não é.) Por que você diz que não é preciso? (Porque essa medida se baseia nos padrões da cultura tradicional.) Essa é uma resposta baseada em teoria e doutrina, e, embora pareça ser correta, ela não chega ao âmago da questão. Como, então, podemos explicar isso em termos práticos? Pensem com cuidado. Algum tempo atrás, Eu soube de um vídeo da internet em que um homem deixa cair sua carteira sem perceber. Um cachorrinho pega a carteira e corre atrás dele, e quando o homem vê isso, ele bate no cachorro por roubar a carteira. Absurdo, não é? O homem tem menos moral do que o cachorro! As ações do cachorro estavam completamente de acordo com os padrões humanos de moralidade. Um humano teria exclamado: ‘Você deixou cair sua carteira!’. Mas, já que o cachorro não podia falar, ele pegou a carteira em silêncio e correu atrás do homem. Então, se um cachorro consegue mostrar os bons comportamentos encorajados pela cultura tradicional, o que isso diz sobre os humanos? Os humanos nascem com consciência e razão, portanto são ainda mais capazes de fazer essas coisas. Contanto que alguém tenha o senso de sua consciência, ele consegue cumprir esses tipos de responsabilidades e obrigações. Não é necessário esforçar-se muito nem pagar um preço, isso exige um pouco de esforço e é simplesmente uma questão de fazer algo útil, algo benéfico para os outros. Mas será que a natureza desse ato realmente se qualifica como ‘gentileza’? Chega a alcançar o nível de um ato de gentileza? (Não.) Já que não, as pessoas precisam falar sobre o retribuir? Isso seria desnecessário” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (7)”). “Às vezes, Deus usará os serviços de Satanás para ajudar as pessoas, mas precisamos agradecer a Deus nesses casos e não retribuir a gentileza a Satanás — essa é uma questão de princípio. Quando a tentação vem na forma de uma pessoa maligna que concede uma gentileza, primeiro você precisa ter clareza sobre quem, exatamente, está ajudando você e provendo ajuda, qual é a situação em que você está e se há outras sendas que você possa seguir. Você deve lidar com tais casos de modo flexível. Se Deus quer salvá-lo, não importa os serviços de quem Ele use para realizar isso, você deve primeiro agradecer a Deus e aceitar isso Dele. Você não deve direcionar sua gratidão exclusivamente a pessoas, muito menos deve oferecer sua vida a alguém, em gratidão. Isso é um erro grave. A coisa crucial é que seu coração seja grato a Deus e que você aceite isso Dele” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (7)”). Com as palavras de Deus, entendi como devo ver a gentileza das pessoas. Na igreja, quando as pessoas estão negativas, fracas ou enfrentam dificuldades, os irmãos comunicam a verdade para ajudar e apoiar uns aos outros. Essa é a responsabilidade de todo o povo escolhido de Deus e é Sua exigência para Seu povo escolhido. Quando fui perseguida por meu marido, Li Lan foi capaz de comunicar a verdade e me ajudar. Isso era responsabilidade dela e não podia ser considerado uma gentileza. Também entendi que, com relação à minha capacidade de ouvir a voz de Deus e aceitar a obra de Deus dos últimos dias, parecia que Li Lan pregava o evangelho para mim, mas, por trás de tudo isso, estava a soberania e a ordenação de Deus, portanto eu deveria agradecer-Lhe por Sua graça. Depois de encontrar Deus, não tropecei por causa da perseguição de meu marido e ainda fui capaz de persistir em meus deveres. Isso não foi uma conquista de nenhuma pessoa, mas sim o resultado da rega e da nutrição das palavras de Deus. Mas eu não aceitei isso Dele e não Lhe agradeci; em vez disso, expressei gratidão a uma pessoa. Eu estava sendo tão ingrata e me rebelando contra Deus!
Em minha busca, li outra passagem das palavras de Deus que me ensinou como tratar aqueles que me ajudaram. Deus Todo-Poderoso diz: “Considere, também, esta situação: alguém o ajudou no passado, foi gentil com você de certas maneiras e teve um impacto sobre sua vida ou sobre algum evento importante, mas a humanidade dessa pessoa e a senda que ela trilha não estão alinhados com a senda que você segue nem com o que você busca. Vocês não falam a mesma língua, você não gosta dessa pessoa e, talvez, em algum nível, pode-se dizer que seus interesses e o que você busca são completamente diferentes. Suas sendas na vida, suas visões de mundo e suas perspectivas de vida são todas diferentes — vocês são dois tipos de pessoas completamente diferentes. Então, como você deveria abordar e responder à ajuda que ela lhe deu anteriormente? Essa é uma situação realista que pode surgir? (Sim.) Então, o que você deveria fazer? Essa também é uma situação com a qual é fácil lidar. Como vocês dois estão trilhando sendas diferentes, depois de fornecer a ela qualquer reembolso material que você possa pagar considerando seus recursos, você descobre que suas crenças são muito divergentes, vocês não conseguem trilhar a mesma senda, não podem nem mesmo ser amigos e não podem mais interagir. Como você deveria proceder, já que vocês não podem mais interagir? Mantenha distância dela. Ela pode ter sido gentil com você no passado, porém ela engana e trapaceia na sociedade, cometendo todo tipo de ato nefasto, e você não gosta dessa pessoa, portanto, é totalmente sensato manter distância dela. Alguns podem dizer: ‘Agir dessa forma não é falta de consciência?’. Isso não é falta de consciência — se ela realmente encontrasse alguma dificuldade na vida, você ainda poderia ajudá-la, mas você não pode ser constrangido por ela nem a acompanhar na prática de atos malignos e inescrupulosos. Também não há necessidade de ser escravo dela só porque ela o ajudou ou lhe fez um grande favor no passado — essa não é sua obrigação e ela não é digna desse tipo de tratamento. Você tem o direito de escolher interagir, passar tempo e até se tornar amigo de pessoas de quem você gosta e com quem se dá bem, pessoas que são corretas. Você pode cumprir sua responsabilidade e sua obrigação com essa pessoa, esse é seu direito. É claro, você também pode se recusar a fazer amizade e a interagir com pessoas de quem não gosta, e você não precisa cumprir nenhuma obrigação ou responsabilidade para com elas — esse também é seu direito. Mesmo que você decida abandonar essa pessoa e recuse interagir com ela ou cumprir qualquer responsabilidade ou obrigação para com ela, isso não seria errado. Você precisa estabelecer certos limites na maneira como se comporta e tratar pessoas diferentes de maneiras diferentes. Você não deveria se associar a pessoas malignas nem seguir o mau exemplo delas, essa é a escolha sábia. Não se deixe influenciar por vários fatores, como gratidão, sentimentos e opinião pública — isso é assumir uma postura e ter princípios e é o que você deveria fazer” (A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “O que significa buscar a verdade (7)”). Depois de ler as palavras de Deus, meu coração ficou muito mais iluminado. As pessoas precisam ter um ponto de vista e princípios em seu comportamento e, em relação àqueles que nos ajudaram, precisamos considerar a senda em que estão. Se estiverem na senda certa, devemos ser tolerantes e pacientes quando suas ações não estiverem alinhadas com as verdades princípios e ajudá-los comunicando a verdade. Mas se estiverem na senda de resistir a Deus, devemos expô-los e denunciá-los e, se não se arrependerem, devemos nos distanciar deles e rejeitá-los. Assim como Li Lan me ajudou uma vez, se ela encontrasse dificuldades na vida, eu certamente poderia lhe oferecer alguma ajuda material, mas agora que ela estava perturbando a vida de igreja e estava na senda de resistir a Deus, eu não poderia me associar a ela em seus malfeitos. Eu tinha que expô-la e proteger os interesses da igreja. Isso é distinguir o certo do errado e agir com princípios.
Foram o julgamento e a exposição das palavras de Deus que me permitiram corrigir prontamente minhas opiniões erradas, deixar de ser constrangida pela visão tradicional de que uma gentileza recebida deve ser retribuída com gratidão, e entender que só podemos estar alinhados com as intenções de Deus ao vermos as pessoas e as coisas de acordo com Suas palavras. Graças a Deus!