52. O que aprendi depois de ser dispensada
Em 2021, eu regava os recém-chegados na igreja. Devido à minha abordagem perfunctória em meu dever, muitos recém-chegados frequentavam as reuniões de forma irregular. Ainda por cima, meu caráter arrogante sempre fazia com que os outros se sentissem constrangidos ao cooperar comigo. Assim, os líderes me dispensaram e me remanejaram para cuidar de assuntos gerais. Quando soube disso, fiquei muito angustiada. Refleti sobre como eu acreditava em Deus havia mais de dez anos e que, desde que abandonei meus estudos, sempre estive desempenhando meus deveres na igreja. Além disso, como eu tinha algum conhecimento de um idioma estrangeiro, sempre me achei mais capaz do que os outros irmãos. Eu não esperava que, nesse momento crítico de propagação do evangelho do reino, eu seria dispensada e remanejada para um dever de baixo perfil, cuidando de assuntos gerais. Essa dispensa poderia ser a maneira de Deus me revelar e me eliminar? Pensando nisso, fui tomada por um misto de decepção, dor e preocupação. Falei para mim mesma em meu coração: “No futuro, preciso ser cautelosa e meticulosa ao desempenhar meus deveres para evitar causar qualquer problema que possa levar a uma nova dispensa. Caso contrário, posso realmente perder toda a esperança de ser salva”.
Depois de um tempo, soube que alguns irmãos tinham sido dispensados por conta de resultados ruins em seus deveres. De repente, fiquei ansiosa e pensei: “Como tenho desempenhado meus deveres recentemente? Será que também corro o risco de ser dispensada?”. Tratei logo de considerar os problemas que ainda poderiam existir em meus deveres, qual era a atitude da supervisora em relação a mim e se havia algum sinal de que eu poderia ser dispensada. Quando vi que havia alguns problemas em meus deveres e que os resultados não eram muito bons, senti-me muito desconfortável e pensei: “Será que um dia a supervisora vai me dispensar? Se eu for dispensada de novo, posso ser completamente eliminada”. Naquela época, eu desempenhava meus deveres com muita cautela, temendo cometer algum erro. Às vezes, quando minha supervisora me enviava mensagens, eu me preocupava com a possibilidade de ela estar planejando me dispensar. Eu vivia em um estado de cautela e suspeita, sentindo-me extremamente reprimida, como se uma pedra enorme estivesse sobre mim.
Um dia, durante uma reunião, li uma passagem das palavras de Deus que me deu alguma compreensão do meu próprio estado. Deus Todo-Poderoso diz: “Algumas pessoas não acreditam que a casa de Deus consegue tratar as pessoas justamente. Não acreditam que Deus reina em Sua casa, e que a verdade reina nela. Acreditam que, qualquer que seja o dever que uma pessoa desempenha, se um problema surgir nele, a casa de Deus lidará com essa pessoa imediatamente, e a privará do direito de desempenhar esse dever, mandará que vá embora ou até a removerá da igreja. É realmente assim que as coisas funcionam? Certamente não. A casa de Deus trata todas as pessoas de acordo com as verdades princípios. Deus é justo em Seu tratamento de todas as pessoas. Ele não vê somente como a pessoa se comporta num caso isolado; Ele vê a natureza essência da pessoa, suas intenções, sua atitude, e Ele vê especialmente se a pessoa consegue refletir sobre si mesma quando comete um erro, se ela se arrepende, se ela consegue penetrar a essência do problema com base em Suas palavras, passar a entender a verdade, odiar a si mesma e se arrepender de verdade. […] Se você não aceita nem um pouco a verdade ao desempenhar seu dever e sempre teme ser revelado e eliminado, esse seu medo está manchado de intenção humana e de um caráter satânico corrupto, e de suspeita, cautela e equívoco. Nenhuma dessas é uma atitude que uma pessoa deveria ter. Você deve começar resolvendo seu medo e seus equívocos em relação a Deus. Como surgem os equívocos de uma pessoa em relação a Deus? Quando as coisas estão indo bem para a pessoa, ela certamente não O entende errado. Ela acredita que Deus é bom, que Deus é honrável, que Deus é justo, que Deus é misericordioso e amoroso, que Deus está certo em tudo que faz. No entanto, quando é confrontada com algo que não se conforma a suas noções, ela pensa: ‘Parece que Deus não é muito justo, pelo menos não nessa questão’. Isso não é um equívoco? Como é que Deus não é justo? O que foi que deu origem a esse equívoco? O que foi que fez você formar essa opinião e esse entendimento de que Deus não é justo? Você pode dizer com certeza o que foi? Qual foi a frase? Qual questão? Qual situação? Diga, para que todos possam entender e ver se você tem algo em que se apoiar. E quando uma pessoa entende Deus errado ou enfrenta algo que não se conforma a suas noções, que atitude ela deveria ter? (Uma atitude de buscar a verdade e de submissão.) Ela precisa primeiro se submeter e considerar: ‘Eu não entendo, mas eu me submeterei, porque isso é algo que Deus fez, e não é algo que o homem deveria analisar. Além do mais, não posso duvidar das palavras de Deus nem de Sua obra, porque a palavra de Deus é a verdade’. Não é essa a atitude que uma pessoa deveria ter? Com essa atitude, seu equívoco ainda representaria um problema? (Não representaria.) Não afetaria, nem perturbaria o desempenho do seu dever” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Eu era exatamente como Deus descreveu: quando cometia erros em meu dever, sempre tinha medo de ser dispensada. Isso se devia ao fato de eu ser excessivamente cautelosa e interpretar mal a Deus, não compreendendo os princípios por trás da dispensa de pessoas na casa de Deus nem reconhecendo Seu caráter justo. Eu achava que, se alguém tivesse problemas ou cometesse erros no desempenho do dever, ou se os resultados não fossem bons por um período, ele seria dispensado, exatamente como no mundo dos não crentes, onde os erros levavam à repreensão e à possível demissão, de forma que era preciso ter extrema cautela para se manter no cargo. Porém, na casa de Deus, Ele dá às pessoas o maior número possível de oportunidades de arrependimento, e a demissão delas também se baseia em princípios. Não se trata de uma pessoa ser dispensada só porque cometeu um pequeno erro em seu dever ou porque teve resultados ruins por um curto período. Em vez disso, a dispensa se baseia em uma avaliação abrangente do desempenho regular e da natureza essência dessa pessoa, especialmente se ela pode refletir sobre si mesma e se conhecer, demonstrando um arrependimento verdadeiro após cometer um erro. Quando eu estava desempenhando meu dever de regar os recém-chegados, por exemplo, meu caráter arrogante fazia com que eu sempre constrangesse os outros ao cooperar com eles. Meus irmãos me chamaram a atenção para esse problema. No entanto, só fiquei chateada por um tempo e depois não me preocupei em lidar com meu caráter arrogante. Além disso, ao regar os recém-chegados, eu era perfunctória, fazendo apenas um trabalho superficial. Quando os recém-chegados tinham dificuldades e não frequentavam regularmente as reuniões, eu não oferecia ajuda nem apoio. Ao fazer um balanço do trabalho e ver tantos recém-chegados com frequência irregular, só fiquei chateada por um tempo contudo, depois disso continuei não me esforçando para resolver esses problemas. A igreja me dispensou com base em meu desempenho regular, mas não me tirou a oportunidade de desempenhar meu dever, remanejando-me, em vez disso, para desempenhar o dever de assuntos gerais, dando-me a chance de me arrepender; no entanto, eu não refleti nem compreendi a mim mesma adequadamente e alimentei uma cautela excessiva e uma incompreensão em relação a Deus. Eu era muito enganosa mesmo! Agora, embora eu tivesse alguns problemas e desvios em meu dever de assuntos gerais, quando a supervisora ficava sabendo, ela me dava alguns conselhos ou comunicava os princípios comigo. Quando segui essas sugestões, os problemas em meu dever foram resolvidos, e a igreja não me dispensou por conta deles. Vi que a dispensa de pessoas na casa de Deus era feita realmente segundo os princípios e que minha cautela excessiva e minha incompreensão eram, na verdade, autoengano e autoconstrangimento.
Depois, ponderei mais e percebi que, além de resolver minha cautela excessiva e minha incompreensão, eu também precisava cuidar do medo de ser dispensada se cometesse um erro em meu dever. Eu refleti: por que estava com medo? Orei a Deus e busquei a respeito. Um dia, durante meu devocional, li uma passagem das palavras de Deus: “Algumas pessoas experimentaram alguns fracassos no passado, como ser dispensadas por não realizar nenhum trabalho real como líderes ou por cobiçar os benefícios do status. Depois de serem dispensadas várias vezes, algumas delas passam por um pouco de mudança verdadeira, então ser dispensado é uma coisa boa ou ruim para as pessoas? (É uma coisa boa.) Quando são dispensadas pela primeira vez, as pessoas sentem como se o mundo estivesse desmoronando. É como se seu coração tivesse simplesmente sido despedaçado. Elas não conseguem mais se sustentar e não sabem em que direção seguir. Mas depois da experiência, elas pensam: ‘Isso não foi tão sério assim. Por que a minha estatura era tão pequena antes? Como pude ser tão imaturo?’. Isso prova que elas fizeram progresso na vida e que entenderam um pouco sobre as intenções de Deus, a verdade e o propósito da salvação de Deus para o homem. Esse é o processo de experimentar a obra de Deus. Você deve admitir e aceitar esses métodos que Deus utiliza em Sua obra, ou seja, podar você constantemente, ou dar veredictos sobre você, dizer que você é incorrigível, dizer que você não é alguém que será salvo, e até mesmo condenar e amaldiçoar você. Talvez você se sinta negativo, mas buscando a verdade e refletindo sobre si mesmo e conhecendo a si próprio, em breve você será capaz de se reerguer, seguir a Deus e desempenhar seus deveres normalmente. Isso é o que significa crescer na vida. Então, experimentar mais dispensas é bom ou ruim? Esse método que Deus utiliza em Sua obra é correto? (Sim.) No entanto, às vezes as pessoas não reconhecem isso e não conseguem aceitar isso. Principalmente quando são dispensadas pela primeira vez, elas sentem que estão sendo tratadas injustamente, ficam sempre argumentando com Deus e reclamando Dele, incapazes de superar esse obstáculo. Por que elas não conseguem superar isso? Será que é porque querem criar problemas com Deus e com a verdade? É porque as pessoas não entendem a verdade, não sabem refletir sobre si mesmas e não procuram os problemas dentro de si mesmas. Elas sempre se recusam a obedecer, no coração, e, quando são dispensadas, começam a desafiar a Deus. Elas são incapazes de aceitar o fato de sua dispensa e ficam cheias de ressentimento. Nesse ponto, seus caracteres corruptos estão graves demais, mas quando, no futuro, refletirem sobre essa questão, elas conseguirão ver que foi certo elas serem dispensadas — acabou sendo uma coisa boa, que lhes permitiu fazer certo progresso na vida. Quando enfrentarem novamente uma dispensa no futuro, elas contestarão a situação dessa mesma forma? (Cada vez menos.) É normal que isso melhore progressivamente. Se nada muda, isso prova que elas não aceitam a verdade e que são descrentes. Então, elas são completamente reveladas e eliminadas, e não têm como alcançar a salvação” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Depois de ler as palavras de Deus, senti-me profundamente tocada. Não importa se experimentamos a dispensa ou se somos definidos como alguém que não pode ser salvo, devemos aceitar isso de Deus. Se pudermos nos submeter, buscar a verdade, refletirmos sobre nós mesmos e nos conhecermos, nossa vida progredirá, e isso é bom. Entretanto, se continuarmos a argumentar e reclamar sem refletirmos sobre nós mesmos, seremos realmente revelados e eliminados. Refletindo sobre a época em que fui dispensada do meu dever de rega, embora tenha sido muito doloroso, aquilo me despertou, levando-me a refletir sobre mim mesma e a me entender, e eu adquiri algum entendimento sobre minha perfunctoriedade no desempenho do meu dever e sobre meu caráter arrogante. No passado, quando via que os recém-chegados não frequentavam as reuniões regularmente, eu achava que entender suas dificuldades e encontrar as palavras de Deus para resolver seus problemas era problemático demais. Por isso, não desejava conscienciosamente fazer sacrifícios para lidar com essas questões e só queria realizar algumas tarefas simples que me fizessem parecer uma pessoa legal. Depois de ser dispensada, percebi que eu era particularmente preguiçosa e que me refestelava no conforto físico. Vi que desempenhar meus deveres com uma natureza tão canalha me tornava fundamentalmente indigna de confiança. Agora, ao realizar tarefas de assuntos gerais, comecei a refletir sobre como desempenhar meus deveres de maneira realista. Independentemente da minha capacidade de trabalho, passei a me concentrar apenas em fazer as tarefas com todo o meu coração e toda a minha força. Embora às vezes fosse cansativo, assim eu me sentia tranquila em meu coração. Além disso, no passado, eu sempre desprezava os irmãos com calibre ruim ou habilidades profissionais fracas. Ao falar sobre o trabalho, meu tom era muitas vezes ríspido, o que lhes causava danos e constrangimento. Depois de ser dispensada, comecei a me acalmar e a refletir sobre mim mesma. Percebi que meu desprezo pelos outros se devia a meu caráter arrogante. Mais tarde, ao conhecer os irmãos que antes eu havia menosprezado, descobri que eles tinham muitos pontos fortes e virtudes. Agora, quando os irmãos apontavam meus problemas e defeitos, eu podia aceitá-los, refletir sobre mim mesma e me conhecer. Os irmãos não eram mais constrangidos por mim. Isso me fez ver que o remanejamento e a dispensa não tinham o objetivo de revelar nem eliminar ninguém. Eu estava profundamente corrompida por Satanás e tinha muitos caracteres corruptos, portanto precisava experimentar muitos fracassos e ser revelada muitas vezes enquanto desempenhava meu dever. Se eu pudesse buscar a verdade, refletir sobre mim mesma e me arrepender sinceramente, seria algo bom para mim e um ponto de virada para a transformação do meu caráter, mas eu não conseguia lidar corretamente com as minhas falhas e com as situações em que era revelada em meu dever, e não conseguia me acalmar para buscar a verdade e refletir sobre mim mesma de maneira adequada. Em vez disso, sempre planejei minha destinação e meu desfecho, e me preocupei com eles, o que aprofundou minha negatividade e minha dor. Eu estava cheia de resistência aos ambientes arranjados por Deus. Se não me arrependesse, eu realmente me arruinaria. Agora, o que eu precisava fazer era aceitar os ambientes que Deus havia arranjado e me submeter a eles, concentrar-me em buscar a verdade, em refletir sobre minha própria corrupção e minhas deficiências, e em conhecê-las, aprender lições e progredir em minha entrada na vida. Ao entender isso, meu coração ficou mais tranquilo.
Alguns meses depois, a igreja me remanejou para regar os recém-chegados. Eu não esperava ter outra chance de desempenhar esse dever. Senti uma emoção indescritível e agradeci a Deus em meu coração. Depois de um tempo, encontrei algumas dificuldades para regá-los. Uns estavam ocupados demais com o trabalho, outros estavam doentes, e alguns tinham noções sobre a obra de Deus e, por isso, pararam de frequentar as reuniões. Depois de regá-los e apoiá-los por um período sem ver nenhum resultado óbvio, fiquei muito ansiosa: “Se eu não conseguir resolver esses problemas logo, serei dispensada? Os desastres estão se tornando mais graves e a obra de Deus está chegando ao fim. Se eu for dispensada nesse momento crítico, será que ainda poderei ser salva?”. Esses pensamentos me deixaram muito angustiada. Quando a supervisora veio verificar meu trabalho, ela me incitou a ser mais diligente e resolver esses problemas o mais rápido possível. Fiquei bastante desanimada: “Tenho me esforçado ultimamente, mas por que os resultados não melhoraram? Se eu continuar a ser ineficaz em meu dever, posso ser dispensada. Se eu for designada para um dever diferente, terei de aprender tudo do zero. E se eu continuar sendo ineficaz e for dispensada de novo? Aí serei completamente revelada e eliminada!”. Quanto mais eu pensava nisso, mais desânimo sentia, e minha mente ficava turva e pesada. Quando vi que os recém-chegados não estavam frequentando as reuniões regularmente, perdi a vontade de acompanhá-los e tinha até algumas queixas em meu coração: “Tenho trabalhado tanto ultimamente. Por que Deus não tem me guiado? Não importa o quanto eu me esforce, parece que não faz diferença. Essas questões não são fáceis de resolver, e, talvez, mesmo depois de todos os meus esforços, eu ainda seja dispensada”. Naquela época, eu estava muito negativa e não conseguia reunir energia para desempenhar meu dever. Mais tarde, comecei a refletir sobre mim mesma: “Por que sempre me preocupo em ser dispensada quando algo acontece?”. Percebi que estava sendo movida pelo intuito de ganhar bênçãos e, então, procurei palavras relevantes de Deus para comer e beber.
Um dia, li estas palavras Dele: “Quando um anticristo tem status e poder na casa de Deus, quando ele pode tirar vantagem e capitalizar a cada passo, quando as pessoas o admiram e o bajulam, e quando ele acha que bênçãos e recompensas e uma bela destinação parecem estar a seu alcance, então, por fora, ele parece estar transbordando de fé em Deus, nas palavras de Deus e em Suas promessas para a humanidade, e no trabalho e nas perspectivas da casa de Deus. No entanto, assim que é podado, quando seu desejo por bênçãos é ameaçado, ele desenvolve suspeitas e equívocos em relação a Deus. Num piscar de olhos, sua fé aparentemente abundante desaparece e não se encontra em lugar algum. Ele mal consegue juntar energia até para andar ou falar, deixa de ter interesse em desempenhar seu dever e perde todo o entusiasmo, o amor e a fé. Colocou de lado o pouco de boa vontade que tinha e não liga para quem fala com ele. Em um instante, ele se transformou em uma pessoa completamente diferente. Ele foi revelado, não? Quando essa pessoa está se apegando à esperança de ser abençoada, ela parece ter energia ilimitada e ser leal a Deus. Ela pode se levantar cedo e trabalhar até tarde da noite, e é capaz de sofrer e pagar um preço. Mas quando perdeu a esperança de ser abençoada, ela fica como um balão vazio. Ela quer mudar seus planos, encontrar outra senda e desistir de sua fé em Deus. Fica desanimada e decepcionada com Deus, e se enche de queixas. Essa é a expressão de alguém que busca e ama a verdade, alguém com humanidade e integridade? (Não.) Ela está em perigo” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item doze: Eles querem se retirar quando não têm status nem esperança de ganhar bênçãos”). “Os anticristos nunca obedecem aos arranjos da casa de Deus e sempre vinculam estreitamente seu dever, sua fama, ganho e status à sua esperança de ganhar bênçãos e ao seu destino futuro, como se, uma vez que tenham perdido status e reputação, eles não têm esperança de ganhar bênçãos e recompensas, e, para eles, isso é igual a perder a vida. Eles pensam: ‘Preciso ter cuidado, não posso ser descuidado! Não se pode confiar na casa de deus, nos irmãos, nos líderes e obreiros, e nem mesmo em deus. Não posso confiar em nenhum deles. A pessoa em que você mais pode confiar e que mais merece confiança é você mesmo. Se você não fizer planos para si mesmo, quem se importará com você? Quem vai considerar seu futuro? Quem vai considerar se você vai receber bênçãos ou não? Portanto, preciso fazer planos e cálculos cuidadosos para meu próprio bem. Não posso cometer erros, não posso ser nem um pouco descuidado, caso contrário o que farei se alguém tentar se aproveitar de mim?’. Assim, eles se protegem contra os líderes e obreiros da casa de Deus, temendo que alguém os discernirá ou perceberá, e que, então, eles serão dispensados e que seu sonho de bênçãos será destruído. Eles acham que precisam preservar seu status e reputação para ter esperança de ganhar bênçãos. Um anticristo acha que ser abençoado é maior que os céus, maior que a vida, mais importante do que buscar a verdade, mudança de caráter ou a salvação pessoal e mais importante do que cumprir bem seu dever e ser um ser criado que está à altura do padrão. Ele pensa que ser um ser criado que está à altura do padrão, cumprir bem o dever, e ser salvo são coisas insignificantes que mal merecem ser mencionadas ou comentadas, enquanto ganhar bênçãos é a única coisa em toda sua vida que nunca deve ser esquecida. Não importa o que encontre, seja grande, seja pequeno, ele relaciona isso a ser abençoado, e é incrivelmente cauteloso e atento, e sempre deixa uma rota de fuga aberta para si. […] Se alguém ganha ou não a aprovação de Deus não se baseia em que dever ele desempenha, mas em se ele possui a verdade, se ele se submete a Deus genuinamente e se ele é leal. Essas são as coisas mais importantes. Durante o período da salvação de Deus para as pessoas, elas precisam sofrer muitas provações. Especialmente no desempenho do dever, elas precisam passar por muitos fracassos e contratempos, mas, no fim, se elas entenderam a verdade e tiverem submissão genuína a Deus, elas serão alguém que tem a aprovação de Deus. Na questão de serem transferidos em seu dever, pode-se ver que os anticristos não entendem a verdade e que eles não têm nenhuma capacidade de compreensão” (A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item doze: Eles querem se retirar quando não têm status nem esperança de ganhar bênçãos”). Por meio da exposição das palavras de Deus, vi que a razão pela qual os anticristos não conseguem abordar corretamente as reatribuições ou dispensas em seus deveres é porque eles os desempenham apenas para ganhar bênçãos, tentando negociar com Deus, e não para ganhar a verdade ou se submeter a Ele. Assim, quando algo dá errado, quando seus deveres são reatribuídos ou quando são dispensados, eles sempre associam isso ao recebimento de bênçãos. Quando veem que não há esperança de ganhar bênçãos, ficam desanimados, decepcionados e cheios de queixas, perdem a motivação para desempenhar seus deveres e chegam até a perder o desejo de acreditar em Deus. Eu também possuía essas manifestações de anticristos. Quando meus deveres corriam bem e eu sentia que tinha esperança de receber bênçãos, eu podia renunciar a meus estudos, suportar sofrimentos e pagar um preço por meus deveres. No entanto, quando obtinha resultados ruins em meus deveres e havia até o risco de eu ser dispensada, sentia que minha esperança de ganhar bênçãos tinha sido frustrada. Como resultado, eu ficava desanimada, desapontada, negativa e relaxada, e desempenhava meus deveres como uma pessoa totalmente diferente. Na verdade, é muito normal passar por uma dispensa ou receber conselhos e poda por problemas que surjam em um dever. Mas eu vivia preocupada: “Será que vou ser dispensada? Se eu for dispensada de novo, não serei completamente revelada e eliminada? Assim, não terei muita chance de ser salva e entrar no reino dos céus”. Eu havia transformado o ato de desempenhar meus deveres em uma transação, tentando trocar meus sacrifícios, dispêndios e resultados de trabalho pela bênção do reino dos céus. Foi exatamente isso que Paulo fez. Ele pregava o evangelho só para receber recompensas e bênçãos, não para ganhar a verdade, a ponto de poder dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). O que ele deu a entender foi que ele havia pago um preço alto ao desempenhar seu dever e que Deus tinha de lhe conceder recompensas e bênçãos, senão ele discutiria com Deus e se oporia a Ele. Será que eu não estava trilhando a mesma senda que Paulo? Eu estava disposta a pagar um preço para ganhar bênçãos, mas, quando sentia que não podia recebê-las, tornava-me negativa e relaxada, chegando até a reclamar que Deus não estava me guiando. Isso não era se opor silenciosamente a Ele? Pensando nisso, fiquei com muito medo, percebendo que desempenhar deveres só para ganhar bênçãos e tentar negociar com Deus é extremamente perigoso. Essa é uma senda de resistência a Deus!
Mais tarde, li duas passagens das palavras Dele: “Já que ser abençoado não é um objetivo apropriado a ser buscado pelas pessoas, qual é o objetivo apropriado? A busca da verdade, a busca de mudanças de caráter e ser capaz de se submeter a todos os arranjos e orquestrações de Deus: esses são os objetivos que as pessoas devem buscar. Digamos, por exemplo, que ser podado faça com que você tenha noções e mal-entendidos, e você se torne incapaz de se submeter. Por que você não consegue se submeter? Porque sente que o seu destino ou o seu sonho de ser abençoado foi desafiado. Você fica negativo e chateado, e quer desistir do seu dever. Qual é a razão disso? Há um problema com a sua busca. Então, como isso deve ser resolvido? É imperativo que você abandone imediatamente essas ideias equivocadas e busque imediatamente a verdade para resolver o problema do seu caráter corrupto. Você deveria dizer a si mesmo: ‘Não devo desistir, ainda preciso desempenhar bem o dever que um ser criado deve cumprir, e deixar de lado o meu desejo de ser abençoado’. Quando você renuncia ao desejo de ser abençoado e percorre a senda da busca da verdade, um peso é tirado dos seus ombros. E você ainda será capaz de ser negativo? Mesmo que ainda haja momentos em que é negativo, você não permite que isso o restrinja, e no seu coração você continua a orar e a lutar, mudando o objetivo da sua busca de ser abençoado e de ter um destino para a busca da verdade, e pensa: ‘A busca da verdade é o dever de um ser criado. Entender certas verdades hoje — não existe colheita maior, essa é a maior bênção de todas. Mesmo que Deus não me queira, e eu não tenha um bom destino, e as minhas esperanças de ser abençoado sejam destruídas, eu continuarei desempenhando devidamente o meu dever, sou obrigado a isso. Seja qual for a razão, não permitirei que afete meu desempenho adequado do dever, não permitirei que afete meu cumprimento da comissão de Deus; esse é o princípio que orienta a minha conduta’. E ao fazer isso, você não transcendeu as restrições da carne? Alguns podem dizer: ‘Bem, e se eu ainda estiver negativo?’. Então busque a verdade novamente para resolver isso. Não importa quantas vezes você caia em negatividade, se você continuar buscando a verdade para resolver o problema, e continuar se esforçando pela verdade, aos poucos, você emergirá da sua negatividade. E um dia, você sentirá que não tem o desejo de ganhar bênçãos e não está restrito por seu destino e desfecho, e que você está mais relaxado e livre vivendo sem essas coisas” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Somente na prática da verdade há entrada na vida”). “Jó não falava de barganhas com Deus e não fazia pedidos ou exigências a Deus. Seu louvor ao nome de Deus era por causa do grande poder e autoridade de Deus em governar todas as coisas, e não dependia de se ele recebesse bênçãos ou fosse atingido por um desastre. Ele acreditava que, independentemente de Deus abençoar as pessoas ou trazer desastre sobre elas, o poder e a autoridade de Deus não mudarão e, portanto, independentemente das circunstâncias de uma pessoa, o nome de Deus deve ser louvado. O fato de o homem ser abençoado por Deus é por causa da soberania de Deus, e quando o desastre acontece ao homem, também é por causa da soberania de Deus. O poder e a autoridade de Deus governam e arranjam tudo concernente ao homem; os caprichos da sina do homem são a manifestação do poder e da autoridade de Deus e, não importa sob que perspectiva você vê isso, o nome de Deus deve ser louvado. Foi isso que Jó experimentou e conheceu durante os anos de sua vida. Todos os pensamentos e ações de Jó alcançaram os ouvidos de Deus e chegaram diante de Deus e foram vistos como importantes por Deus. Deus apreciou esse conhecimento de Jó e valorizou Jó por ter tal coração. Esse coração aguardava a ordem de Deus sempre, e em todos os lugares e, não importava a hora ou o lugar, recebia de bom grado o que quer que acontecesse com ele. Jó não fez exigências a Deus. O que ele exigia de si mesmo era esperar, aceitar, encarar e se submeter a todos os arranjos que vieram de Deus; Jó acreditava que esse era seu dever, e era exatamente o que era desejado por Deus. […] Pois o coração de Jó era puro e não oculto a Deus, e sua humanidade era honesta e bondosa, e ele amava a retidão e aquilo que era positivo. Somente um homem assim, possuidor de tal coração e humanidade, era capaz de seguir o caminho de Deus e capaz de temer a Deus e evitar o mal. Tal homem podia ver a soberania de Deus, podia ver Sua autoridade e poder, e era capaz de alcançar submissão à Sua soberania e arranjos. Apenas um homem como esse poderia realmente louvar o nome de Deus. Isso era porque ele não olhava se Deus o abençoaria ou traria um desastre, porque ele sabia que tudo é controlado pela mão de Deus, e que o homem se preocupar é um sinal de tolice, ignorância e falta de razão, bem como um sinal de duvidar do fato da soberania de Deus sobre todas as coisas e de não temer a Deus. O conhecimento de Jó era exatamente o que Deus queria” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II”). As palavras de Deus são muito práticas e me mostraram uma senda para praticar. Quando enfrento situações e sinto que minha esperança de obter bênçãos foi destruída, devo orar a Deus, abrir mão de minha intenção de ganhar bênçãos e deixar de lado minhas exigências a Ele. Mesmo que, no final, eu não receba bênçãos e não possa ser salva, ainda assim devo me agarrar ao meu dever, buscar a verdade e experimentar, com uma atitude de submissão, os ambientes que Deus orquestrou. Dessa forma, o desejo de bênçãos não poderá mais me constranger. Assim como Jó, que não tentou barganhar com Deus e não Lhe fez nenhuma exigência. Quando as provações recaíram sobre Jó, ele perdeu todos os seus bens e filhos e ficou até coberto de feridas dolorosas, mas não reclamou de Deus. Ele entendia que a vida das pessoas está nas mãos Dele e que os ambientes que uma pessoa experimenta em cada estágio são predestinados e arranjados por Deus. Assim, Jó sempre foi capaz de enfrentar tudo que foi arranjado por Deus com uma atitude honesta e submissa. Comparada a Jó, eu vinha deixando muito a desejar! Eu estava sempre tentando negociar com Deus e vivia preocupada com o fato de que, se fosse dispensada, não seria salva nem receberia bênçãos. Eu estava sempre exigindo que Deus fizesse isso ou aquilo e não me sentia à vontade para me confiar a Ele. Na realidade, quando irei a qualquer lugar, desempenharei qualquer dever e quando enfrentarei provações, isso tudo já foi tudo arranjado por Deus. Os ambientes que as pessoas experimentam não são importantes; o que importa é a senda que elas trilham. O fato de serem salvas ou eliminadas não é determinado pelos ambientes que elas encontram. Se eu sempre tentasse negociar com Deus e buscasse bênçãos, mas, no final, meu caráter não mudasse em nada, então, mesmo que eu não fosse dispensada, ainda assim seria eliminada. Se eu trilhasse a senda da busca da verdade e se, ao enfrentar fracassos e ser revelada, pudesse buscar a verdade, refletir sobre mim mesma e mudar minha vida caráter, no fim das contas, eu seria salva por Deus. Entendendo essas coisas, senti como se tivesse me livrado de um fardo pesado e ganhei uma sensação de paz e tranquilidade. Eu orei a Deus: “Deus, sempre me preocupei em ser dispensada enquanto desempenhava meu dever, o que me levou a um estado negativo e a ser passiva em meu dever. Deus, eu estava errada. Preciso fazer como Jó: não me preocupar com bênçãos nem infortúnios, e apenas buscar a verdade, submeter-me a Ti em todas as situações e cumprir meu dever”.
Depois de um tempo, alguns recém-chegados continuavam frequentando as reuniões de forma irregular. Fiquei ansiosa e preocupada com a possibilidade de ser dispensada, então tratei de me colocar diante de Deus em oração, pedindo-Lhe que me guiasse para me submeter à situação. Independentemente de eu ser dispensada ou não, o que eu deveria fazer era refletir sobre mim mesma e buscar as verdades princípios. Depois de orar, senti-me muito mais calma. Comecei a ponderar sobre a origem do problema desses resultados ruins na rega dos recém-chegados. Durante as discussões com outros irmãos, descobri meus desvios. Quando se tratava de recém-chegados com frequência irregular, eu só me comunicava brevemente com eles sobre a importância das reuniões, exortava-os e orava por suas dificuldades. Como resultado, alguns recém-chegados compareciam a uma ou duas reuniões, mas depois voltavam a ter frequência irregular. A questão principal era que eu não havia compreendido a raiz e o cerne do problema. Para resolver essa situação, eu precisava aprender a desempenhar meus deveres de acordo com os princípios. Por um lado, eu tinha de melhorar a qualidade da vida de igreja. Quando os irmãos desfrutavam e recebiam provisão por meio da vida de igreja, naturalmente desejavam frequentar as reuniões. Por outro, eu precisava aprender a discernir diferentes tipos de pessoas. Com relação aos recém-chegados que buscavam a verdade, eu precisava me concentrar em regá-los, ajudá-los a entender as palavras e as intenções de Deus. Isso era necessário para que eles superassem várias dificuldades, frequentassem as reuniões e desempenhassem seus deveres normalmente. Quanto àqueles que não buscavam a verdade e não tinham interesse nas reuniões, se eles fossem confirmados como descrentes, eu precisava desistir deles, em vez de continuar a fazer um trabalho fútil. Depois de entender essas coisas, tive uma direção para desempenhar meus deveres. Mais tarde, organizei um encontro com os regadores para estudarmos juntos os princípios. Comunicamo-nos sobre como melhorar a qualidade da vida de igreja, e eles também compartilharam métodos eficazes uns com os outros. Depois de um tempo, a vida de igreja melhorou. Agora, às vezes ainda não obtenho bons resultados em meus deveres, mas já não me preocupo com a possibilidade de ser dispensada. Em vez disso, enfrento as circunstâncias com uma atitude submissa, busco as verdades princípios e me esforço para desempenhar bem meus deveres. Isso me faz sentir tranquila em meu coração. Agradeço a Deus por Sua orientação!