49. É correto renunciar e despender-se para receber bênçãos?

Por Su Enze, China

Tenho pressão alta, que é hereditária em minha família. Em 2013, também desenvolvi fortes dores de cabeça que ocorriam a cada um ou dois dias. Quando a dor me atingia, eu não conseguia fazer nada; sentia-me fraco por inteiro, não conseguia nem ficar de pé, e as dores de cabeça eram acompanhadas de dores de dente e náuseas. Nem depois de ir a grandes hospitais foi possível diagnosticar a causa. Às vezes, a dor era tão intensa que eu tinha vontade de esmagar a cabeça contra a parede e desejava estar morto, mas, ao ver minha esposa e meu filho recém-nascido, eu me mantinha firme. Mais tarde, minha mãe compartilhou comigo o evangelho de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias, e depositei minha esperança Nele, pensando que, como Deus é todo-poderoso, se eu acreditasse Nele de todo o coração, Ele poderia me abençoar e curar minha doença. Depois que comecei a acreditar em Deus, minha condição melhorou um pouco. Um dia, li estas palavras de Deus: “Aquele que sinceramente se despende por Mim, Eu certamente o abençoarei muito(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Declarações de Cristo no princípio, Capítulo 55”). Fiquei radiante e me convenci ainda mais de que, desde que me esforçasse para me despender por Deus, eu seria abençoado por Ele no futuro. Mais tarde, abri mão do meu emprego bem remunerado para me dedicar em tempo integral ao meu dever, e não importava quanto sofrimento ou dificuldade eu enfrentasse, estava disposto e feliz por fazer isso. Durante esses anos, minhas dores de cabeça melhoraram significativamente e a frequência dos ataques diminuiu. Alguns anos depois, quando estava desempenhando meu dever fora de casa, conheci uma irmã que era médica. Ela me disse que a causa das minhas dores era neuralgia do trigêmeo e me receitou um medicamento que custava pouco mais de dez yuans. Para minha surpresa, depois de tomar o medicamento por dois meses, minha neuralgia do trigêmeo desapareceu milagrosamente. A doença crônica da qual eu sofria havia anos tinha desaparecido, e fiquei extremamente feliz. Eu sabia que, superficialmente, parecia que a medicação havia me curado, mas, na realidade, era a graça de Deus que tinha vindo sobre mim. Parecia que me despender por Deus de fato trazia recompensas, e por isso me dediquei ainda mais a desempenhar meu dever.

Em julho de 2023, comecei a me sentir constantemente atordoado e, às vezes, também tinha dores de cabeça e tontura. No início, não dei muita atenção, imaginando que, como eu tinha pressão alta, tonturas ocasionais eram normais, mas, depois de mais de um mês sem nenhuma melhora, os sintomas pioraram a ponto de eu só conseguir desempenhar meu dever pela manhã. À tarde e à noite, minha cabeça ficava girando e doía, e minha mão esquerda ficava dormente. Quando a tontura se agravava, eu me deitava por um tempo para descansar. Um dia, depois de sair do banheiro, senti tanta tontura que tratei de me encostar na parede e fechei os olhos, mas, inesperadamente, desmaiei logo em seguida. Quando voltei a mim, senti uma dor intensa na parte de trás da cabeça e percebi que estava deitado no chão de cimento. Depois que meu irmão me ajudou a levantar, percebi que havia quebrado o caixilho da porta quando caí e que havia um grande galo na parte de trás da minha cabeça. Pensei comigo mesmo: “Ainda bem que caí primeiro contra o caixilho da porta. Se tivesse batido a parte de trás da cabeça diretamente no chão, as consequências teriam sido inimagináveis!”. Então, fui ao hospital para fazer um check-up, e o diagnóstico foi de infarto cerebral. Fiquei chocado e perguntei ao médico: “Como pude ter um infarto cerebral sendo tão jovem? Essa não é uma doença para pessoas idosas? Será que houve algum engano?”. O médico confirmou repetidas vezes que se tratava de um infarto cerebral e providenciou minha internação. Ele disse que, quando alguém tão jovem tem pequenos vasos sanguíneos bloqueados, não tratar imediatamente poderia levar ao bloqueio dos vasos principais, o que seria problemático. As palavras do médico pesaram como uma pedra em meu coração. Eu tinha visto muitos idosos com infarto cerebral, e aqueles com quadro mais grave desenvolveram paralisia em um lado do corpo, fala arrastada, boca torta e olhos enviesados, além de faculdades mentais prejudicadas. Eu tinha pavor de ficar como eles e pensava: “Se eu ficar assim, como vou poder comer e beber as palavras de Deus e desempenhar meu dever? E sem desempenhá-lo, como vou poder ganhar a salvação?”. Esses pensamentos me deixaram ansioso e me sentindo injustiçado, e comecei a me queixar: “Durante todos esses anos, deixei minha família e minha carreira para trás. Mesmo que meus parentes e amigos me ridicularizassem e caluniassem, nunca desisti de minha fé em Deus. Passei por tantos momentos difíceis para desempenhar meu dever, então por que Deus não me protegeu? Por que Ele me deixou ter essa doença? Se eu não tivesse ficado doente, não seria capaz de desempenhar meu dever ainda melhor?”. Durante minha internação no hospital, em especial, eu era o mais jovem entre quase cem pacientes, e, quando os demais internados ao meu redor souberam da minha condição, ficaram chocados e disseram: “É compreensível que os idosos tenham essa doença, mas como alguém tão jovem como você pode ter um infarto cerebral?”. Ouvir isso me fez sentir ainda pior. Ao ver vários pacientes na UTI que haviam entrado em colapso devido a infartos cerebrais repentinos, com tubos de oxigênio e perdendo e recobrando a consciência, receei ficar daquele jeito se tivesse outro desmaio. Pensei: “Como posso ter tido o tamanho azar de acabar tendo uma doença como essa?”. Eu me sentia ansioso e desconfortável. Após um período de tratamento, minha condição ficou sob controle. Depois de voltar para casa, concentrei-me em cuidar da minha saúde, com medo de me esforçar demais, e meus pensamentos já não estavam em meu dever.

Certa noite, deitado na cama, refleti sobre não ter sido tão atencioso com meus deveres nos últimos dias por estar concentrado em cuidar da minha saúde e me senti um pouco culpado. No dia seguinte, orei diante de Deus: “Deus Todo-Poderoso, desde que descobri meu infarto cerebral, tenho me preocupado constantemente com a possibilidade de ele voltar a ocorrer e me fazer desmaiar de novo. Tenho medo de que, se eu cair com gravidade e minha vida estiver em perigo, não poderei ganhar a salvação. Como resultado, não tenho me encontrado no estado adequado para desempenhar meu dever e tenho me preocupado mais em preservar minha saúde. Deus, peço a Ti que me concedas fé e me guies na busca da verdade para resolver meu estado”. Depois de orar, lembrei-me das palavras de Deus que uma irmã havia me enviado antes de eu ser hospitalizado: “A duração de vida de todos foi predeterminada por Deus. Uma doença pode ser terminal do ponto de vista médico, mas, do ponto de vista de Deus, se sua vida deve continuar e sua hora ainda não chegou, você não poderia morrer nem se quisesse. Se Deus lhe deu uma comissão e sua missão não acabou, então você não morrerá nem mesmo de uma doença que deveria ser fatal — Deus ainda não o levará. Mesmo que você não ore e não busque a verdade, ou não cuide do tratamento de sua doença, ou mesmo que adie o tratamento, não morrerá. Isso é particularmente verdadeiro para as pessoas que receberam uma comissão de Deus: quando sua missão ainda não se completou, não importa a doença que as acometa, elas não devem morrer imediatamente; elas devem viver até o momento final em que a missão se completa. Você tem essa fé? Se não tiver, fará apenas algumas orações superficiais a Deus, dizendo: ‘Deus! Tenho que completar a comissão que me deste. Quero passar meus últimos dias em total lealdade a Ti, para que não tenha nenhum arrependimento depois. Tu tens que me proteger!’. Embora você ore assim, se não tomar a iniciativa de buscar a verdade, não terá a vontade e a força para exercer a lealdade. Como não está disposto a pagar o preço real, você costuma usar esse tipo de desculpa e esse método para orar a Deus e barganhar com Ele — essa é uma pessoa que busca a verdade? Se sua doença fosse curada, realmente seria capaz de desempenhar bem o dever? Não necessariamente. O fato é que, não importa se sua barganha tem o objetivo de curar sua doença e evitar que morra, ou se você tem alguma outra intenção ou objetivo, do ponto de vista de Deus, se puder desempenhar o dever e ainda for útil, se Deus decidiu que você será usado, então não morrerá. Não poderá morrer, mesmo que queira. Mas se você causar problemas, cometer todo tipo de ato maligno e insultar o caráter de Deus, morrerá rapidamente; sua vida será interrompida. O tempo de vida de todas as pessoas foi determinado por Deus antes da criação do mundo. Se puderem se submeter aos arranjos e orquestrações de Deus, então, não importa que tenham ou não uma doença, e que sua saúde seja boa ou ruim, elas viverão o número de anos predeterminado por Deus. Você tem essa fé? Se você só reconhece isso em termos de doutrina, então não tem fé verdadeira, e não adianta dizer boas palavras; se confirmar no fundo do seu coração que Deus fará isso, sua abordagem e maneira de praticar mudarão naturalmente(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Ao ler as palavras de Deus, entendi que a vida e a morte de uma pessoa, bem como sua expectativa de vida, são todas ordenadas por Deus. Quando a missão de uma pessoa na Terra é concluída, seu tempo de vida chega ao fim, e é quando sua vida termina. Se a missão de uma pessoa ainda não estiver completa, independentemente da gravidade de sua doença, sua vida não terminará. Percebi que a hora da morte de uma pessoa não tem nada a ver com a doença que ela tem, e sim que é determinada pela ordenação de Deus. Pensei em alguns irmãos que foram diagnosticados com doenças muito graves, a quem os médicos informaram que não tinham muito tempo de vida, mas que, no final, tiveram suas doenças milagrosamente curadas. Também ouvi falar de um caso em que um menino faleceu devido a um simples resfriado. Isso me mostrou que a vida e a morte de uma pessoa não têm nada a ver com a gravidade de sua doença, e sim que são determinadas pela ordenação de Deus. Entretanto, eu não tinha visto essa questão claramente. Depois de saber que tive um infarto cerebral, vivi com medo e preocupação, receoso de que minha condição piorasse, que eu pudesse desmaiar novamente e que uma queda grave pudesse colocar minha vida em risco, fazendo com que eu perdesse a oportunidade de ganhar a salvação. Eu até reclamava, perguntando por que Deus não me protegeu e permitiu que eu tivesse essa doença. Como resultado, meu entusiasmo em desempenhar meu dever diminuiu, e passei a me concentrar apenas em preservar minha saúde, o que revelou que eu não tinha fé verdadeira em Deus. Agora eu entendia que tudo que eu poderia fazer era acalmar meu coração, desempenhar diligentemente meu dever e confiar minha vida e morte a Deus, permitindo que Ele orquestrasse tudo. Quando pensei assim, não senti mais a mesma tristeza e preocupação de antes, e meu coração pôde se empenhar em desempenhar meu dever.

Mais tarde, li estas palavras de Deus: “Algumas pessoas acham que crer em Deus deveria trazer paz e alegria, e que, se enfrentarem situações, só precisam orar a Deus e Ele as ouvirá, lhes concederá graça e bênçãos e garantirá que tudo corra de forma pacífica e tranquila para elas. Seu propósito ao crer em Deus é buscar graça, ganhar bênçãos e desfrutar de paz e felicidade. É por causa dessas opiniões que elas abandonam a família ou largam o emprego para se despender por Deus e podem suportar adversidade e pagar um preço. Elas acreditam que, desde que renunciem a coisas, se despendam por Deus, suportem adversidade e trabalhem diligentemente, demonstrando comportamento excepcional, elas ganharão as bênçãos e o favor de Deus e que, independentemente das dificuldades que encontrarem, desde que orem a Deus, Ele as resolverá e abrirá uma senda para elas em tudo. Esse é o ponto de vista defendido pela maioria das pessoas que creem em Deus. As pessoas acham que esse ponto de vista é legítimo e correto. A capacidade de muitas pessoas de manter sua fé em Deus por anos, sem desistir de sua fé está diretamente relacionada a esse ponto de vista. Elas pensam: ‘Eu me despendi tanto por Deus, meu comportamento tem sido tão bom, e não cometi nenhum ato maligno; Deus certamente me abençoará. Como sofri muito e paguei um preço alto por cada tarefa, fazendo tudo de acordo com as palavras e exigências de Deus, sem cometer nenhum erro, Deus deve me abençoar; Ele deve garantir que tudo corra bem para mim e que eu sempre tenha paz e alegria no coração e desfrute da presença de Deus’. Isso não é uma noção, uma imaginação humana? Sob uma perspectiva humana, as pessoas desfrutam da graça de Deus e recebem benefícios, então faz sentido ter que sofrer um pouco por isso, e vale a pena trocar esse sofrimento pelas bênçãos de Deus. Essa é uma mentalidade de fazer acordos com Deus. No entanto, sob a perspectiva da verdade e sob a perspectiva de Deus, fundamentalmente isso não se conforma com os princípios da obra de Deus nem com os padrões que Deus exige das pessoas. Trata-se de um pensamento totalmente ilusório, noção e imaginação puramente humanas sobre crer em Deus. Quer envolva fazer acordos ou exigir coisas de Deus, quer contenha noções e imaginações humanas, em todo caso, nada disso se alinha com as exigências de Deus, nem atende aos princípios e padrões de Deus para abençoar as pessoas. Em particular, esse pensamento e esse ponto de vista transacional ofendem o caráter de Deus, mas as pessoas não percebem isso. Quando o que Deus faz não se alinha com as noções das pessoas, elas rapidamente desenvolvem reclamações e mal-entendidos sobre Ele em seu coração. Elas até se sentem injustiçadas e então começam a discutir com Deus, podendo até julgá-Lo e condená-Lo. Independentemente das noções e dos mal-entendidos que as pessoas desenvolvem, sob a perspectiva de Deus, Ele nunca age nem trata ninguém de acordo com noções ou desejos humanos. Deus sempre faz o que deseja fazer, de acordo com Sua própria maneira e com base em Seu próprio caráter essência. Deus tem princípios na maneira como trata cada pessoa; nada do que Ele faz a cada pessoa se baseia em noções, imaginações ou preferências humanas — esse é o aspecto da obra de Deus que mais conflita com as noções humanas. Quando Deus arranja um ambiente para as pessoas que contradiz completamente suas noções e imaginações, elas formam noções, julgamentos e condenações contra Deus em seu coração, e podem até negá-Lo. Deus pode, então, satisfazer suas necessidades? De forma alguma. Deus nunca mudará Sua maneira de operar e Seus desejos de acordo com as noções humanas. Então quem é que precisa mudar? São as pessoas. As pessoas precisam largar suas noções, aceitar os ambientes arranjados por Deus, submeter-se a eles e experimentá-los, e buscar a verdade para resolver suas noções, em vez de avaliar o que Deus faz em relação a suas noções para ver se está correto. Quando as pessoas insistem em se agarrar a suas noções, elas desenvolvem resistência contra Deus — isso acontece naturalmente. Onde está a raiz da resistência? Está no fato de que o que as pessoas geralmente possuem no coração são, sem dúvida, suas noções e imaginações, e não a verdade. Portanto, quando confrontadas com a obra de Deus que não se alinha com as noções humanas, as pessoas podem desafiar a Deus e fazer julgamentos contra Ele. Isso prova que as pessoas carecem fundamentalmente de um coração submisso a Deus, seu caráter corrupto está longe de ser purificado, e elas vivem essencialmente de acordo com seu caráter corrupto. Elas ainda estão incrivelmente longe de alcançar a salvação(A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (16)”). “Algumas pessoas, independentemente do ambiente que encontram, não buscam a verdade. Em vez disso, elas avaliam todos os ambientes que Deus orquestra com base em suas noções, imaginações e se isso as beneficia ou não. Suas considerações sempre giram em torno de seus próprios interesses; elas sempre se preocupam com quão grande é o benefício que podem ganhar, quanto seus interesses podem ser satisfeitos em termos de coisas materiais, dinheiro e prazeres carnais; e elas sempre tomam decisões e tratam tudo o que Deus arranja com base nesses fatores. Por fim, depois de quebrar a cabeça, elas optam por não se submeter ao ambiente arranjado por Ele, mas por fugir e evitá-lo. Por causa de sua resistência, rejeição e evitação, elas se distanciam das palavras de Deus, perdem a experiência de vida e sofrem perdas, trazendo dor e tormento ao coração. Quanto mais se opõem a tais ambientes, mais sofrimento, e maior, elas suportam. Quando tal situação ocorre, o pouco de fé que elas têm em Deus acaba sendo esmagado. Nesse momento, as noções que dominam seu coração surgem de uma só vez: ‘Eu me despendi por deus por tanto tempo, mas não esperava que ele me trataria dessa maneira. Deus é injusto, ele não ama as pessoas! Ele disse que aqueles que se despendem por Ele sinceramente com certeza serão grandemente abençoados. Eu me despendi por ele com sinceridade, renunciei à minha família e à minha carreira, suportei dificuldades e trabalhei duro — por que ele não me abençoou grandemente? Onde estão as bênçãos de deus? Por que não consigo senti-las ou vê-las? Por que deus trata as pessoas com parcialidade? Por que ele não cumpre sua palavra? As pessoas dizem que ele é fiel, mas por que não consigo sentir isso? Deixando todo o resto de lado, apenas neste ambiente eu não senti nem um pouco que deus é fiel!’. Por terem noções, as pessoas são facilmente ludibriadas e mal orientadas por elas. Mesmo quando Deus arranja ambientes para a mudança de caráter das pessoas e para seu crescimento de vida, elas acham difícil aceitar e O entendem mal. Acham que isso não é bênção de Deus e que Ele não gosta delas. Elas acreditam que se despenderam sinceramente por Deus, mas Ele não cumpriu Suas promessas. Essas pessoas que não buscam a verdade são assim tão facilmente reveladas por meio de uma única provação de algum ambiente menor(A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (16)”). Deus expõe que as pessoas têm uma certa noção em sua crença Nele: elas pensam que, desde que renunciem às coisas e se despendam por Deus, suportem o sofrimento e façam sacrifícios por Ele, então Deus deve abençoá-las, cuidar delas e protegê-las, além de lhes conceder paz de espírito e alegria. Quando Deus não as satisfaz de acordo com suas noções, elas discutem com Ele, não O entendem bem e reclamam Dele. Era exatamente o que eu tinha feito. Quando comecei a acreditar em Deus, achava que, desde que acreditasse Nele de todo o coração e estivesse disposto a sofrer dificuldades e pagar um preço para desempenhar meu dever, então Deus me abençoaria e faria minha saúde melhorar. Impulsionado por esse ponto de vista, renunciei à minha família e à minha carreira ao longo dos anos para desempenhar meu dever, e, mesmo quando a neuralgia do trigêmeo me deu fortes dores de cabeça, ou quando minha pressão alta me causou tontura, vômito e fraqueza geral, eu nunca adiei meu dever. Sempre me confortava com o pensamento de que Deus consideraria meu sofrimento e meu dispêndio, cuidaria de mim e me protegeria, e que, no futuro, Ele me concederia grandes bênçãos. No entanto, quando soube que havia sofrido um infarto cerebral, senti-me injustiçado. Pensei que Deus não havia me abençoado com boa saúde; pelo contrário, Ele havia permitido que eu contraísse essa doença, e, em vez de receber bênçãos, eu havia sofrido infortúnios. Isso me encheu de incompreensão e reclamações contra Deus, e cheguei até a discutir com Ele: “Se eu tivesse boa saúde, não seria capaz de desempenhar meu dever ainda melhor?”. Percebi que, em todos esses anos crendo em Deus, eu estava simplesmente tentando negociar com Ele e exigindo coisas Dele. Quando Deus curou minha doença, fiquei entusiasmado e diligente em meu dever, mas, quando não me satisfez, minha motivação para desempenhar meu dever e me despender por Ele diminuiu. Eu não passava de um zé-ninguém desprezível, empenhado apenas em me beneficiar, buscando avidamente as bênçãos e evitando dificuldades. Eu fui mesmo absolutamente egoísta! Meus esforços tinham sido claramente para mim mesmo e para ganhar bênçãos, mas eu havia afirmado pomposamente que eram para satisfazer a Deus e desempenhar meu dever. Que tremenda sem-vergonhice!

Mais tarde, li uma passagem em que Deus expõe e disseca o estado das pessoas que acreditam Nele com o único propósito de ganhar bênçãos. Deus diz: “Qual é o maior problema em seu relacionamento com Ele? É que elas nunca se consideraram um ser criado de forma alguma e nunca consideraram Deus como o Criador a ser adorado, nem mesmo de forma mínima. Desde o início de sua crença em Deus, elas O trataram como uma árvore de dinheiro, um baú do tesouro; consideraram-No um bodhisattva para livrá-las do sofrimento e do desastre, e se consideraram seguidoras desse bodhisattva, desse ídolo. Elas achavam que crer em Deus era como crer em Buda, que apenas comendo comida vegetariana, recitando escrituras, frequentemente acendendo incenso e se curvando elas poderiam conseguir o que queriam. Assim, todas as histórias que se desenvolveram depois que elas creram em Deus aconteceram no âmbito de suas noções e imaginações. Elas não demonstravam nenhuma das manifestações de um ser criado aceitando do Criador a verdade, nem demonstravam nada da submissão que um ser criado deveria ter para com o Criador; havia apenas exigências contínuas, cálculos contínuos e pedidos incessantes. Tudo isso acabou levando ao rompimento de seu relacionamento com Deus. Esse tipo de relacionamento é transacional e nunca pode se manter firme; é apenas uma questão de tempo até que essas pessoas sejam reveladas(A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (16)”). Depois de ler as palavras de Deus, senti-me profundamente envergonhado. O que Ele descreveu era exatamente meu ponto de vista e minha busca. Aqueles que adoram Buda ou Guanyin os tratam como fonte de riqueza e proteção. Para ganhar promoções, enriquecer e manter sua família saudável, eles se prostram, queimam incenso, viram vegetarianos e recitam as escrituras budistas em troca do que desejam. Sua busca é totalmente voltada para o ganho pessoal. Da mesma forma, depois de passar a acreditar em Deus, eu pensava erroneamente que, desde que as pessoas se despendessem e fizessem sacrifícios ao acreditar Nele, elas seriam recompensadas no sentido de que Deus as vigiaria, protegeria e lhes concederia graça infinita. Eu tratava Deus como um talismã, um provedor de graça e paz de espírito. Quando fui diagnosticado com um infarto cerebral, reclamei que Deus não havia me vigiado nem protegido. Eu discuti e fiz exigências, não demonstrando a menor submissão a Ele e, portanto, falhando completamente em tratá-Lo como Deus. Que diferença havia entre meu ponto de vista sobre a crença e o daqueles que adoram Buda ou Guanyin? Nos últimos dias, a principal obra de Deus envolve expressar a verdade para julgar e castigar as pessoas a fim de purificá-las e salvá-las. Eu não havia buscado a verdade, mas, em vez disso, tinha tratado Deus como Buda ou Guanyin, acreditando que Ele concederia benefícios às pessoas com base em suas contribuições e esforços aparentes. Isso refletia claramente o ponto de vista dos descrentes e, mais ainda, era uma forma de blasfêmia contra Deus! Também me lembrei do relato da Bíblia sobre as 5.000 pessoas que seguiram o Senhor Jesus montanha acima. Elas não estavam buscando ouvir Seus ensinamentos, mas estavam atrás de bênçãos e graça. Elas só viam o Senhor como um benfeitor, como quem busca comer pães até se fartar, e o Senhor Jesus não reconheceu a fé dessas pessoas. Minha crença em Deus também tinha o propósito de buscar ganhos e benefícios Dele. Essa não era a verdadeira fé, mas sim o ponto de vista de um descrente que busca comer pães até se fartar, e, por fim, eu certamente também seria rejeitado e eliminado por Deus. Senti medo em meu coração e me coloquei diante de Deus para orar: “Ó Deus, nos muitos anos em que creio em Ti, tenho Te tratado como alguém de quem exigir graças, acreditando em Ti com o mesmo ponto de vista daqueles que adoram Buda e Guanyin, também Te exigindo graça e bênçãos. Esse ponto de vista está errado, e estou disposto a me arrepender e mudar de rumo”.

Mais tarde, li uma passagem das palavras de Deus: “Deus diz: ‘Aquele que sinceramente se despende por Mim, Eu certamente o abençoarei muito’ — essas palavras não são a verdade? Essas palavras são totalmente a verdade. Elas não contêm impetuosidade ou engano. Elas não são mentiras ou ideias que soam grandiosas, muito menos são algum tipo de teoria espiritual — são a verdade. Qual é a essência dessas palavras de verdade? É que você deve ser sincero quando se despende por Deus. O que significa ‘sincero’? Estar disposto e não ter impurezas; não ser motivado por dinheiro nem fama, e certamente não fazer isso por suas intenções, seus desejos e objetivos. Você se despende não porque é obrigado a isso, nem porque é incitado, gentilmente persuadido ou arrastado, mas porque isso vem de dentro de você, voluntariamente; isso nasce da consciência e da razão. É isso que significa ser sincero. Em termos da disposição de se despender por Deus, é isso que significa ser sincero. Como, então, ser sincero se manifesta em termos práticos quando você se despende por Deus? Você não se engaja em falsidade ou trapaça, não recorre a truques para evitar o trabalho e não faz as coisas perfunctoriamente; você dedica todo o seu coração e mente, fazendo tudo o que pode, e assim por diante — há muitos detalhes para mencionar aqui! Em resumo, ser sincero incorpora as verdades princípios. Por trás das exigências de Deus para o homem existem um padrão e um princípio(A Palavra, vol. 5: As responsabilidades dos líderes e dos obreiros, “As responsabilidades dos líderes e dos obreiros (16)”). Pelas palavras de Deus, entendi o verdadeiro significado das palavras: “Aquele que sinceramente se despende por Mim, Eu certamente o abençoarei muito”. Essa declaração é dirigida àqueles que se dedicam a buscar a verdade e a cumprir seus deveres para satisfazer a Deus. Eles não buscam ganho pessoal, não entendem mal e não reclamam de Deus quando enfrentam calamidades. Eles podem voluntariamente renunciar às coisas e se despender por Deus. Essas pessoas agradam a Deus e certamente receberão Suas bênçãos no futuro. Tome como exemplo Jó: ele sempre seguia o caminho de Deus, orava frequentemente a Deus e oferecia sacrifícios. Mesmo quando sua riqueza e seus filhos foram tirados e ele foi afligido por feridas dolorosas, Jó não culpou Deus. Em vez disso, ele disse: “Jeová deu, e Jeová tirou; bendito seja o nome de Jeová” (Jó 1:21). Jó realmente adorava a Deus. Ele não O tratava como um objeto de demanda, muito menos via seus atos regulares de adoração e sacrifícios como capital para obter graça e bênçãos. Nem quando perdeu tudo ele reclamou de Deus. Sua sinceridade e submissão acabaram resultando em bênçãos de Deus. Quando olhei para mim mesmo, percebi que não compreendi corretamente as palavras de Deus. Acreditava erroneamente que, desde que pudesse renunciar às coisas, despender-me, suportar o sofrimento e pagar o preço pela minha fé, eu acabaria recebendo bênçãos, paz e saúde. Minha forma de buscar é exatamente oposta à de Jó. Usei meus sacrifícios e dispêndios como um meio de exigir graça e bênçãos de Deus, acreditando Nele apenas para satisfazer meus desejos egoístas e ganhos pessoais. Quando enfrentei uma doença, cheguei até a reclamar de Deus. Fiquei realmente envergonhado, pois eu não era nada comparável a Jó. Agora eu entendia que, como um ser criado, deveria acreditar em Deus e adorá-Lo. Desempenhar meu dever é minha responsabilidade, é perfeitamente natural e justificado, e não tem nada a ver com receber bênçãos ou sofrer infortúnios. Mesmo diante de adversidades e doenças, ainda devo me submeter a Deus e permanecer firme em meu testemunho.

Em março de 2024, tive outra recorrência de infarto cerebral. Sentia minha mão esquerda dormente e vivia tonto. Eu me preocupava com o fato de que, se caísse novamente e fosse grave, não conseguiria desempenhar meu dever. Como poderia então buscar a salvação? Olhando para os irmãos ao meu redor, todos com saúde melhor que a minha, senti inveja e pensei: “Por que não posso ter um corpo saudável como todos os outros?”. Quando tive esses pensamentos, percebi que estava reclamando novamente e li estas palavras de Deus: “Bênçãos, graça, recompensas, coroas — como todas essas coisas são dadas e a quem são dadas depende de Deus. Por que isso depende de Deus? Essas coisas pertencem a Deus; não são bens de propriedade conjunta do homem e de Deus que podem ser distribuídos igualmente entre eles. Elas pertencem a Deus, e Deus as concede àqueles a quem Ele promete concedê-las. Se Deus não prometer concedê-las a você, mesmo assim você deve se submeter a Ele. Se você parar de acreditar em Deus por esse motivo, que problemas isso resolverá? Você deixará de ser um ser criado? Você pode escapar da soberania de Deus? Deus ainda detém soberania sobre todas as coisas, e isso é um fato imutável. A identidade, o status e a essência de Deus jamais podem ser equiparados à identidade, ao status e à essência do homem, e essas coisas jamais sofrerão qualquer mudança — Deus sempre será Deus, e o homem sempre será homem. Se uma pessoa é capaz de entender isso, o que ela deve fazer, então? Ela deve se submeter à soberania e aos arranjos de Deus — essa é a maneira mais racional de lidar com as coisas, e, além disso, não há outra senda que possa ser escolhida(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item doze: Eles querem se retirar quando não têm status nem esperança de ganhar bênçãos”). As palavras de Deus me despertaram a tempo. Eu deveria ver minha própria identidade e meu status com clareza. Sou apenas um ser criado, enquanto Deus é o Criador. No entanto, eu continuava querendo ditar como Deus deveria agir e me tratar. Isso era irracional. Eu tinha medo de que, se um infarto cerebral voltasse a ocorrer e eu não conseguisse desempenhar meu dever, perderia minha chance de salvação, e por isso exigi que Deus me concedesse a mesma boa saúde que a dos outros irmãos. Isso também foi uma falta de submissão! Eu deveria me submeter à soberania e aos arranjos de Deus, fazendo o melhor possível para desempenhar meu dever. Essa era a razão que eu deveria ter. Então, coloquei-me diante de Deus para orar: “Ó Deus, não importa quão graves sejam as recorrências do meu infarto cerebral, que Tu me impeças de reclamar para que eu possa me agarrar ao meu dever”. Alguns dias depois, fui ao hospital para fazer um check-up. O médico disse que minha condição estava muito bem controlada e que eu só precisava tomar minha medicação normalmente. Essa notícia me deixou muito feliz. Só de pensar que já havia se passado mais de sete meses desde meu último tratamento e que eu ainda era capaz de desempenhar meus deveres normalmente, vi que tudo isso se devia à graça de Deus, e eu estava realmente grato por Sua misericórdia.

Deus Todo-Poderoso diz: “Quando Deus arranja para que alguém contraia uma enfermidade, seja ela grave ou branda, Seu propósito não é fazer você apreciar os prós e os contras de estar doente, o dano que a enfermidade lhe traz, as inconveniências e as dificuldades que a enfermidade lhe causa e todos os incontáveis sentimentos que a enfermidade o faz sentir — Seu propósito não é que você aprecie a doença por estar doente. Antes, Seu propósito é que você aprenda as lições a partir da doença, aprenda a captar as intenções de Deus, conheça os caracteres corruptos que você revela e as atitudes erradas que adota em relação a Deus quando está doente e aprenda a submeter-se à soberania e aos arranjos de Deus, de modo que possa alcançar a verdadeira submissão a Deus e ser capaz de manter-se firme em seu testemunho — isso é absolutamente fundamental. Deus deseja salvá-lo e purificá-lo através da doença. O que em você Ele deseja purificar? Ele deseja purificar todos os seus desejos extravagantes e exigências em relação a Deus e até purificar os vários cálculos, julgamentos e planos que você faz a todo custo para sobreviver e viver. Deus não lhe pede para fazer planos, Ele não lhe pede para julgar e não lhe permite ter quaisquer desejos extravagantes em relação a Ele; só exige que você se submeta a Ele e, em sua prática e experiência de se submeter, saiba a atitude que você tem em relação à doença, conheça sua atitude em relação a essas condições fisiológicas que Ele lhe dá, assim como seus desejos pessoais. Quando passa a conhecer essas coisas, você pode então apreciar o quanto lhe é benéfico que Deus tenha arranjado as circunstâncias da doença para você ou que Ele lhe tenha dado essas condições fisiológicas; e você pode apreciar o quanto elas são úteis para mudar seu caráter, para você alcançar salvação e para sua entrada na vida(A Palavra, vol. 6: Sobre a busca da verdade, “Como buscar a verdade (3)”). Li essa passagem das palavras de Deus várias vezes e senti que essa doença continha a intenção sincera Dele. Sua intenção era me salvar e me ajudar a me entender, levando a uma transformação em meu caráter. Quando passei a acreditar em Deus, eu tinha a intenção de ganhar bênçãos. E, com o passar dos anos, não tive um entendimento real dessa minha intenção. Como Deus é santo, meu caráter corrupto me impediria de ser salvo se não fosse resolvido até o fim de Sua obra. Essa doença revelou meu desejo por bênçãos e minhas exigências e noções em relação a Deus, levando-me a buscar a verdade, arrepender-me e mudar. Essa foi a salvação de Deus para mim. No entanto, eu não entendia a intenção Dele e guardava mal-entendidos e reclamações contra Ele. É como uma criança que se envereda pela senda de cometer crimes. Quando os pais usam medidas severas para ajudar a criança a corrigir seu caminho, suas intenções são para o bem dela, mas, se a criança não entende o coração dos pais e acha que eles não se importam com ela, essa criança é irracional e gela o coração dos pais. Não sou eu exatamente essa criança que é ignorante e incapaz de discernir o certo do errado? Apesar de meus mal-entendidos e reclamações, Deus ainda me guiou silenciosamente com Suas palavras, ajudando-me a despertar do meu estado negativo e rebelde. Quanto mais eu pensava sobre isso, mais me sentia envergonhado e culpado. De agora em diante, independentemente de minha doença melhorar ou piorar, e mesmo que ela ponha minha vida em risco, não quero mais entender mal nem reclamar de Deus. Estou disposto a me submeter aos Seus arranjos e às Suas orquestrações.

Depois de experienciar essa doença, ganhei algum entendimento sobre minha intenção de buscar bênçãos e tive uma verdadeira apreciação dos esforços sinceros de Deus para salvar as pessoas. Sou grato pela orientação de Deus que me levou a esses ganhos!

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Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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