82. A dor de contar mentiras
Em outubro de 2019, aceitei a obra de Deus Todo-Poderoso dos últimos dias. Em reuniões, eu via que os irmãos eram capazes de comunicar seu entendimento e experiências. Conseguiam se abrir sobre toda a sua corrupção e deficiências sem quaisquer receios, e eu sentia inveja. Eu também queria ser uma pessoa honesta e me abrir, igual a eles, mas quando chegava a hora, eu não conseguia falar honestamente. Uma vez, meus irmãos me perguntaram: “Você é jovem, ainda é estudante?”. A verdade é que eu não era estudante havia muito tempo e só cozinhava e limpava num restaurante, mas eu temia que os outros me menosprezassem se soubessem disso, então lhes disse que ainda era estudante. Não dei muita importância depois de dizer isso e segui em frente. Um dia, vi uma passagem da palavra de Deus num vídeo de testemunho experiencial que me fez refletir sobre mim mesmo. A palavra de Deus diz: “Vocês devem saber que Deus gosta de pessoas honestas. Deus tem a essência da fidelidade, então Sua palavra é sempre digna de confiança; além disso, Suas ações são irrepreensíveis e inquestionáveis. É por isso que Deus gosta daqueles que são absolutamente honestos com Ele. Ser honesto significa entregar o coração a Deus, ser genuíno com Ele em todas as coisas, ser aberto com Ele em todas as coisas, nunca esconder os fatos, nunca tentar enganar quem está acima e abaixo de você e não fazer as coisas apenas para conseguir o favor de Deus. Resumindo, ser honesto é ser puro em suas ações e palavras e não enganar nem a Deus nem aos homens” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Três admoestações”). Depois de ler as palavras de Deus, entendi que Deus gosta de pessoas honestas, que pessoas honestas conseguem se abrir com Deus, que são inequívocas nas coisas que fazem e dizem e que não tentam enganar nem a Deus nem aos outros. Eu, porém, quando os outros me perguntavam: “Você ainda é estudante?”, eu nem conseguia dizer a verdade, muito menos conseguia ser uma pessoa honesta diante de Deus. Eu não era nem um pouco honesto! Por isso, eu queria me abrir com os outros, mas temia que zombassem de mim; ao mesmo tempo, porém, não dizer nada me inquietava profundamente. Então orei a Deus, pedindo que Ele me ajudasse a praticar dizer a verdade e ser uma pessoa honesta. Numa reunião posterior, eu me abri sobre a minha corrupção e expus minha intenção de usar mentiras e engano. Eles não só não me menosprezaram, mas até me enviaram mensagens dizendo que a minha experiência era boa. Isso me deixou mais confiante para ser uma pessoa honesta. A despeito de ter praticado honestidade e dizer a verdade naquela ocasião, eu ainda não estava ciente do meu caráter satânico, e quando se tratava de coisas que diziam respeito à minha reputação e aos meus interesses, eu ainda não conseguia deixar de me disfarçar.
Depois de algum tempo, fui escolhido como pregador e passei a ser responsável pelo trabalho de três igrejas. Durante uma reunião de obreiros, um líder quis saber em detalhe como os recém-convertidos estavam sendo regados em cada igreja e nos perguntou por que alguns recém-convertidos não tinham sido apoiados corretamente. Comecei a ficar um pouco nervoso, pois eu só sabia como as coisas estavam indo numa das igrejas, mas não nas outras duas. O que eu deveria dizer? Se eu contasse a verdade, o que todos pensariam de mim? Eles se perguntariam se eu era apto a ser um pregador se nem conseguia acertar nisso? Ou diriam que eu não fazia trabalho real e que eu era incapaz de desempenhar esse dever? Seria tão vergonhoso se eu fosse transferido ou dispensado! Eu só queria sumir dali, mas se me despedisse antes da hora, tinha medo de ser descoberto. Assim, não tive outra escolha senão ficar e ouvir como os outros pregadores falavam sobre o trabalho pelo qual eram responsáveis. Eu estava como um gato num teto de zinco quente e não sabia o que fazer. Quando o líder chamou meu nome, eu estava nervoso demais e fingi que não o tinha ouvido, perguntando: “O que você disse?”. O líder disse: “Estávamos falando sobre a rega dos recém-convertidos, e você ouviu o que todos disseram há pouco. Você se importaria de nos contar sobre seus recém-convertidos?”. Meu coração se agitou. Eu não tive escolha senão falar primeiro sobre a igreja que eu conhecia, mas não quis falar sobre as outras duas. No entanto, eu temia que todos soubessem que eu não tinha feito o trabalho de acompanhamento, por isso cerrei os dentes e menti, dizendo: “Muitos dos recém-convertidos na segunda igreja não estão sendo apoiados corretamente, e, por causa da pandemia, não conseguimos contatá-los. Não tenho certeza sobre a situação na terceira igreja, porque tenho acompanhado o trabalho das duas outras igrejas o tempo todo”. Eu me senti muito incomodado por ter dito isso e temia que todos percebessem a minha mentira, o que teria sido ainda mais humilhante. Meus nervos estavam à flor da pele o tempo todo, e só pude soltar um suspiro de alívio quando a reunião terminou. Para a minha surpresa, o líder me perguntou separadamente: “Quanto àqueles recém-convertidos que não estão sendo apoiados por causa da pandemia, você pediu aos regadores que ligassem para eles e verificassem como estão?”. A pergunta do líder me deixou perplexo. Eu não sabia os detalhes da situação. Se eu lhe contasse a verdade, o líder perceberia que eu tinha mentido? Eu não podia dizer que não sabia. Assim, continuei mentindo. “Conversei com eles, mas alguns dos recém-convertidos não atenderam o telefone.” Então o líder perguntou: “Quais recém-convertidos?”. Eu pensei: “O líder continua me interrogando porque descobriu que eu menti?”. Às pressas, respondi: “Acho que são alguns daqueles que acabaram de aceitar a obra de Deus”. Vendo que eu não conseguia explicar melhor, o líder resignadamente disse: “Bem, quando descobrir, conte-me”. Quando desliguei, senti uma culpa profunda. Eu tinha mentido e enganado de novo. Uma vez que contei uma mentira, tive de usar várias outras mentiras para consertá-la. É um transtorno enorme ter que usar mentiras para encobrir outras. Naquela reunião, um pregador tinha dito que não tinha acompanhado uma das três igrejas pelas quais ele era responsável. Ele foi capaz de falar a verdade; por que, então, eu não conseguia dizer uma única palavra honesta? Eu mentia, enganava e criava uma aparência falsa assim, mas não podia enganar a Deus, pois Ele escrutina tudo. Eu era tão perfunctório em meu dever que, mais cedo ou mais tarde, seria revelado, por isso orei a Deus: “Deus, na reunião de hoje, quando o líder perguntou sobre o trabalho, eu não disse a verdade. Temia que todos me menosprezassem e dissessem que eu não fazia um trabalho real se soubessem a verdade. Deus, por favor, guia-me a conhecer a mim mesmo e a me livrar do meu caráter corrupto”.
Mais tarde, li uma passagem da palavra de Deus: “No dia a dia, as pessoas costumam falar bobagens, contar mentiras e dizer coisas que são ignorantes, tolas e defensivas. A maioria dessas coisas é dita em prol do orgulho e da vaidade, para satisfazer o ego. Falar tais falsidades revela seus caracteres corruptos. Se você resolvesse esses elementos corruptos, seu coração seria purificado e, aos poucos, você se tornaria mais puro e mais honesto. Na verdade, todas as pessoas sabem por que mentem. Por ganho pessoal e orgulho, ou em prol de status e vaidade, elas tentam competir com os outros e se apresentar como algo que não são. No entanto, eventualmente, suas mentiras são reveladas e expostas pelos outros, e elas acabam perdendo sua honra, dignidade e índole. Tudo isso é causado por um excesso de mentiras. Suas mentiras se tornaram numerosas demais. Cada palavra que você diz é adulterada e insincera, e nenhuma pode ser considerada verdadeira ou honesta. Mesmo que você não sinta que perdeu sua honra quando conta mentiras, no fundo, você se sente desonrado. Sua consciência acusa você, e você tem uma opinião ruim sobre si mesmo, e pensa: ‘Por que estou vivendo uma vida tão lamentável? É tão difícil falar a verdade? Preciso recorrer a mentiras por causa de meu orgulho? Por que minha vida é tão exaustiva?’. Você não precisa levar uma vida exaustiva. Se você conseguir praticar ser uma pessoa honesta, você será capaz de ter uma vida relaxada, livre e liberta. No entanto, você escolheu sustentar seu orgulho e sua vaidade contando mentiras. Consequentemente, você leva uma existência cansativa e miserável, algo que você causou pessoalmente. Pode-se ganhar um senso de orgulho contando mentiras, mas o que é esse senso de orgulho? É apenas uma coisa vazia e completamente sem valor. Contar mentiras significa trair sua índole e dignidade. Isso remove sua dignidade e sua índole e desagrada a Deus, e Ele o detesta. Vale a pena? Não. É a senda correta? Não, não é. Pessoas que mentem com frequência vivem de acordo com seus caracteres satânicos, vivem sob o poder de Satanás. Elas não vivem na luz nem na presença de Deus. Você reflete constantemente sobre como mentir e então, depois de mentir, você tem que pensar em como encobrir essa mentira. E quando você não encobre a mentira suficientemente bem e ela é exposta, você precisa quebrar a cabeça para tentar resolver as contradições e torná-la plausível. Não é cansativo viver assim? É exaustivo. Vale a pena? Não, não vale a pena. Quebrar a cabeça para contar mentiras e então encobri-las, só para o bem do orgulho, da vaidade e de status, que sentido há nisso? Finalmente, você reflete e pensa: ‘Qual é o sentido? É exaustivo demais contar mentiras e ter que encobri-las. Conduzir-me desse jeito não funciona; seria mais fácil se eu me tornasse uma pessoa honesta’. Você deseja tornar-se uma pessoa honesta, mas não consegue largar seu orgulho, sua vaidade e seus interesses pessoais. Portanto, você só pode recorrer a mentiras para sustentar essas coisas. […] Se você acha que mentiras podem defender o status, a reputação, a vaidade e o orgulho que você deseja, você está totalmente equivocado. Na verdade, ao contar mentiras, não apenas você não consegue manter seu orgulho e vaidade, sua índole e dignidade, o que é ainda mais sério, você perde a oportunidade de praticar a verdade e de ser uma pessoa honesta. Mesmo que consiga proteger seu status, reputação, vaidade e orgulho naquele momento, você sacrificou a verdade e traiu a Deus. Isso significa que você perdeu totalmente a chance de ser salvo e aperfeiçoado por Ele, o que é a maior perda e um arrependimento por toda a vida. Aqueles que são enganosos nunca entenderão isso” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só uma pessoa honesta pode viver uma verdadeira semelhança humana”). O que as palavras de Deus expuseram foi exatamente o meu estado. O líder queria se informar sobre a situação de rega em cada igreja, o que era algo simples, e não teria sido um problema falar a verdade, mas, para mim, nada poderia ter sido mais difícil. Eu estava cheio de receios e temia que, se o líder e os outros pregadores descobrissem a verdade, eles diriam que eu não fazia trabalho real e nem resolvia uma coisa tão simples. E se eu fosse dispensado, isso seria humilhante! Para proteger meu status e reputação e a boa impressão que os outros tinham de mim, eu menti e disse que tinha investigado duas igrejas, quando eu só tinha um entendimento de uma. Até entrei em detalhes sobre a segunda igreja, dizendo que seus recém-convertidos não estavam sendo devidamente apoiados por causa da pandemia. Isso não era uma mentira descarada? Quando o líder me perguntou se eu tinha pedido aos regadores que ligassem para os recém-convertidos, eu temi que o líder descobrisse a mentira que eu tinha acabado de contar, por isso contei outra mentira para encobrir a primeira e inventei uma desculpa para me livrar dele. Para proteger meu nome e status, eu usei uma mentira para remendar outra. Eu fui muito enganoso! Lembrei-me de um diálogo entre Deus e Satanás registrado na Bíblia. Deus perguntou a Satanás de onde ele vinha, e Satanás respondeu: “De rodear a terra, e de passear por ela” (Jó 1:7). Satanás é tão astuto. Ele não respondeu diretamente à pergunta de Deus e respondeu de forma sinuosa e tortuosa. Satanás não pode dizer de onde veio. Sua boca está cheia de mentiras, ele nunca fala honestamente, e ele sempre fala de modo equívoco e ambíguo. Em vista de minhas mentiras e enganações, eu não era igual ao diabo Satanás? Embora eu tivesse dado uma resposta ao líder, ela era vaga e pouco clara, cheia de mentiras e engano. Após ouvir minha resposta, o líder ainda não conhecia o estado exato do trabalho de rega pelo qual eu era responsável e não conseguia julgar se eu o estava acompanhando corretamente. Na verdade, minhas mentiras e enganações só preservavam meu status e reputação temporariamente, mas o que eu realmente tinha perdido era minha integridade, minha dignidade e a confiança dos outros. Se eu continuasse desse jeito, mais cedo ou mais tarde, todos veriam que eu não era uma pessoa honesta e que não era confiável. Ninguém acreditaria em mim, e, além disso, Deus não confiaria em mim. Assim eu não estaria completamente desprovido de integridade e dignidade? Isso não seria estupidez da minha parte?
Depois, li outra passagem da palavra de Deus: “O fato de Deus pedir que as pessoas sejam honestas prova que Ele realmente abomina e não gosta de pessoas enganosas. A aversão de Deus por pessoas enganosas é uma aversão por sua forma de fazer as coisas, seus caracteres, suas intenções e seus métodos de enganação; Deus não gosta de nenhuma dessas coisas. Se as pessoas enganosas são capazes de aceitar a verdade, admitir seus caracteres enganosos, e estão dispostas a aceitar a salvação de Deus, então elas também têm esperança de ser salvas — pois Deus trata todas as pessoas igualmente, bem como faz a verdade. E, assim, se quisermos nos tornar pessoas que agradam a Deus, a primeira coisa que devemos fazer é mudar nossos princípios de comportamento. Já não podemos mais viver segundo filosofias satânicas, já não podemos mais sobreviver com mentiras e trapaça. Devemos nos livrar de todas as nossas mentiras e nos tornar pessoas honestas. Então, a opinião de Deus sobre nós mudará. Anteriormente, as pessoas sempre confiavam em mentiras, fingimento e trapaças ao viver entre os outros, e usavam filosofias satânicas como base para sua existência, sua vida e como fundamento de seu comportamento. Isso era algo que Deus detestava. Entre os não crentes, se falar francamente, disser a verdade e for uma pessoa honesta, você será caluniado, julgado e abandonado. Por isso, você segue tendências mundanas e vive segundo filosofias satânicas; torna-se cada vez mais hábil em mentir e cada vez mais enganoso. Além disso, aprende a usar meios insidiosos para alcançar seus objetivos e proteger a si mesmo. Você se torna cada vez mais próspero no mundo de Satanás, e, como resultado, cai cada vez mais no pecado até não conseguir se libertar. Na casa de Deus, as coisas são precisamente o oposto. Quanto mais você mentir e aplicar jogos de enganação, mais o povo escolhido de Deus se fartará de você e o abandonará. Se você se recusa a se arrepender, e ainda se agarra a filosofias e lógica satânicas, se usa estratagemas e esquemas elaborados para se disfarçar e embalar, então é muito provável que você seja revelado e eliminado. Isso é porque Deus detesta pessoas enganosas. Somente pessoas honestas podem prosperar na casa de Deus, e pessoas enganosas acabarão sendo abandonadas e eliminadas. Tudo isso é preordenado por Deus. Somente pessoas honestas podem ter uma parte no reino dos céus. Se você não tentar ser uma pessoa honesta, e se não experimentar e praticar na direção de buscar a verdade, se não expuser sua feiura, e se não se desnudar, você nunca poderá receber a obra do Espírito Santo e ganhar a aprovação de Deus” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A prática mais fundamental de ser uma pessoa honesta”). Refletindo sobre as palavras de Deus, percebi que Deus não gosta de pessoas enganosas e que Ele não as salva. Por pertencerem a Satanás, as pessoas enganosas usam engano e truques em tudo que fazem, e falam sem honestidade só para proteger seu status, reputação e interesses. As intenções que essas pessoas abrigam e os métodos que usam são odiosos e repugnantes para Deus. Embora eu acreditasse em Deus, eu não tinha ganhado nenhuma verdade e ainda vivia segundo filosofias satânicas como: “cada um por si e o demônio pega quem fica por último” e “as pessoas precisam de seu orgulho assim como uma árvore precisa de sua casca”. Essas filosofias satânicas estavam enraizadas no meu coração, me enganando e corrompendo, e levando-me a trilhar a senda de buscar fama, ganho e status. Eu achava que as pessoas deveriam viver para si mesmas, destacar-se dos outros e ganhar renome e lucro, e que só assim uma pessoa não seria menosprezada. Achava que, se uma pessoa só contasse a verdade e nunca mentisse, essa pessoa seria tola. Por causa disso, eu sempre enganava e tecia uma rede de mentiras em nome dos meus interesses, tornando-me cada vez mais enganoso, falso e sem uma semelhança humana normal. Para mim, status e reputação eram mais importantes do que a verdade, e eu estava disposto a mentir e a violar a verdade para proteger status e reputação. Satanás é um mentiroso, por isso, quando minto e engano desse jeito, eu não sou igual? Neste mundo maligno, ser uma pessoa honesta e sincera simplesmente não funciona. Mas na casa de Deus é o contrário. Na casa de Deus, justiça e verdade reinam supremas, e quanto mais uma pessoa engana, mais provável é que ela caia, e, no final, todas as pessoas enganosas serão reveladas e eliminadas por Deus. Deus diz: “Se as pessoas desejam ser salvas, elas devem começar sendo honestas” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Seis indicadores de crescimento da vida”). “Somente pessoas honestas podem ter uma parte no reino dos céus” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A prática mais fundamental de ser uma pessoa honesta”). Deus é santo, e pessoas imundas não podem entrar no reino dos céus. Quando percebi isso, senti que o caráter santo e justo de Deus não tolera ofensa, e eu realmente me arrependi por mentir para os meus irmãos. Eu realmente me odiei e não quis mentir nem enganar nunca mais. Queria praticar a verdade, ser uma pessoa honesta e falar honestamente com todos. Queria tirar as mentiras da minha boca e a enganação do meu coração. Só assim eu seria digno da aprovação de Deus e teria uma oportunidade de ganhar a verdade e ser salvo.
Durante um dos meus devocionais, li uma passagem da palavra de Deus: “A prática da honestidade cobre muitos aspectos. Em outras palavras, o padrão para ser honesto não é alcançado apenas através de um aspecto; é preciso estar à altura em muitos aspectos antes de você poder ser honesto. Algumas pessoas sempre pensam que só precisam conseguir não mentir a fim de serem honestas. Essa opinião é correta? Ser honesto implica apenas não mentir? Não, também se relaciona a vários outros aspectos. Em primeiro lugar, não importa com o que você é confrontado, seja algo que você tenha visto com os seus próprios olhos ou algo que outra pessoa lhe tenha dito, seja interagir com as pessoas ou resolver um problema, seja o dever que você deveria estar desempenhando ou algo que Deus lhe tenha confiado, você sempre deve abordar isso com um coração honesto. Como se deveria praticar abordar as coisas com um coração honesto? Diga o que você pensa e fale com honestidade; não use palavras vazias, pomposas nem agradáveis, não diga coisas falsas bajuladoras ou hipócritas, mas diga as palavras que estão no seu coração. Isso é ser uma pessoa honesta. Expresse os pensamentos e as opiniões verdadeiras que estão no seu coração — é isso que as pessoas honestas devem fazer. Se você nunca diz o que pensa, e as palavras apodrecem em seu coração, e aquilo que você diz sempre está em desacordo com o que você pensa, isso não é o que uma pessoa honesta faz” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só uma pessoa honesta pode viver uma verdadeira semelhança humana”). A palavra de Deus me deu uma senda de prática. Não importa se esteja interagindo com os outros ou desempenhando meu dever, devo ter um coração honesto na minha abordagem. Já que eu não tinha acompanhado o trabalho, eu devia simplesmente dizer e ser honesto sobre isso. Não devia pensar em se a minha reputação seria prejudicada. Praticar ser uma pessoa honesta é essencial. Na reunião de obreiros seguinte, eu quis tomar a iniciativa e expor minha corrupção, mas tinha medo do que os outros pensariam de mim. Percebi que eu estava querendo proteger status e reputação de novo, por isso fiz uma oração silenciosa a Deus, pedindo que Ele me guiasse, me desse força e me concedesse a coragem de expor minha corrupção, praticando a verdade e sendo uma pessoa honesta. Lembrei-me de uma passagem da palavra de Deus que eu tinha lido antes: “Se você não pratica de acordo com as palavras de Deus, e nunca disseca seus segredos e desafios, e nunca se abre com os outros em comunhão, nem comunica, nem disseca, nem traz à luz a sua corrupção e suas falhas fatais com eles, você não pode ser salvo” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “A prática mais fundamental de ser uma pessoa honesta”). Percebi que, se eu não fosse uma pessoa honesta, se continuasse encobrindo minha corrupção e deficiências, não me abrisse, nem me revelasse e me dissecasse, então eu nunca me livraria do meu caráter corrupto e nunca seria salvo. Fiz outra oração a Deus em meu coração: “Deus! Por favor, dá-me força para que eu possa me abrir e ser uma pessoa honesta”. Depois da minha oração, tomei a iniciativa e confessei aos outros irmãos, dizendo que havia mentido e enganado a todos na última reunião quando o líder perguntou sobre a rega dos recém-convertidos. Depois que eu disse isso, eles não me repreenderam nem me menosprezaram. Ao contrário, disseram que era bom eu ser capaz de simplesmente me abrir e ser uma pessoa honesta. Após praticar assim, me senti muito mais calmo e à vontade.
Não demorou, e um líder superior me perguntou: “Você tem um entendimento dos estados dos líderes de igreja?”. Não me senti muito seguro diante dessa pergunta, pois só conhecia o estado de um dos líderes de igreja, mas desconhecia o estado dos outros dois. Eu pensei: “Se eu contar a verdade, o líder dirá que não fiz trabalho real?”. E, por isso, quis dizer que tinha algum entendimento. Então percebi que estava querendo mentir de novo, então fiz uma oração a Deus. Depois, disse a verdade: “Só sei do estado de um líder de igreja, mas não dos outros dois”. O líder não me criticou e, em vez disso, fez algumas sugestões, dizendo que eu deveria me preocupar com mais regularidade sobre o estado dos líderes de igreja e ajudá-los a resolver logo suas dificuldades, se houvesse alguma, e o líder também comunicou a mim algumas sendas para fazer o trabalho. Aprendi que, quando eu falava a verdade, estava sendo uma pessoa honesta e ousava expor minha corrupção e deficiências, não apenas era capaz de receber a ajuda dos meus irmãos e de fazer ganhos, mas isso também era benéfico para o trabalho da igreja e para o crescimento de minha vida. Antes, eu mentia e usava o engano para proteger meu status e minha reputação, mas depois que eu contava uma mentira, meu coração pesava, e minha consciência me acusava, e, acima de tudo, eu perdia minha integridade e minha dignidade, além de ser detestado e odiado por Deus. Por meio dessa experiência, entendi que Deus e os homens gostam de pessoas honestas e que, quanto mais honestos formos, mais harmoniosas serão nossas relações com os outros e mais tranquilos e em paz estaremos. Os outros não só não nos menosprezarão, como também receberemos a ajuda de nossos irmãos, em vez disso. Ser uma pessoa honesta é ótimo!