18. Quando meus pais foram removidos da igreja
Um dia, em outubro de 2018, um líder me disse: “Seus pais foram removidos da igreja”. Fiquei chocada — simplesmente não podia acreditar. Meus pais tinham causado algumas interrupções, eu sabia, mas certamente não ruins o suficiente para que fossem removidos. Fiquei ali sentada, sem reação, com o coração em turbilhão. Minha irmã mais velha tinha sido expulsa pela igreja, antes, por ser cúmplice de um anticristo e por não se arrepender, apesar de todos os esforços para me comunicar com ela. Agora, meus pais estavam sendo removidos também, deixando-me como a única crente da família. Nesse momento, me senti tão sozinha. Fazia mais de duas décadas que toda a família tinha se convertido, e suportamos a opressão do PCCh durante todo esse tempo. Meu pai foi preso duas vezes por compartilhar o evangelho e passou cinco anos na prisão. Minha mãe, minha irmã e eu vivemos sem casa fixa, mudando para todos os lugares, para evitar ser detidas. Passamos por todo tipo de altos e baixos, e agora a obra de Deus estava quase no fim. Então, como eles podiam ser removidos da igreja? Eles passaram por um tempo realmente difícil e sofreram muito. Foi tudo realmente em vão? Com esse pensamento, não consegui segurar as lágrimas. No coração, tentei argumentar com Deus: meus pais podem não ter alcançado distinção, mas sofreram o suficiente. Considerando seus muitos anos de sacrifício, eles não mereciam ter mais uma chance de se arrepender, mesmo que isso só significasse ficar como labutadores? Quanto mais eu pensava assim, mais doloroso e sombrio tudo era para mim, e perdi a motivação para desempenhar o dever. A irmã que era minha parceira me ofereceu um conselho: “Quando algo assim acontece, você tem que aceitar isso de Deus — não pode reclamar. Tudo o que Deus faz é justo”. Embora tivesse entendido seu raciocínio naquele momento, eu simplesmente não conseguia mudar meu pensamento.
Duas semanas depois, li os documentos sobre a remoção dos meus pais. Eles narravam como meu pai era especialmente arrogante, sempre seguindo o próprio caminho ao lidar com assuntos gerais, em vez de desempenhar o dever de acordo com os princípios. Ele não aceitava as sugestões dos irmãos, o que fazia com que a igreja sofresse significativas perdas financeiras. E, mais ainda, ele ficou entregando livros das palavras de Deus, apesar de estar plenamente consciente das questões de segurança relativas a ele mesmo, em especial. Ele simplesmente ignorou o conselho dos irmãos e seguiu adiante, apesar de tudo, o que resultou em sua detenção e prisão, e os livros foram confiscados. Isso teve consequências danosas para a igreja. Meu pai também distorceu as coisas quando minha irmã foi expulsa, dizendo que isso só aconteceu porque a líder tinha aprontado para ela. Ele também fez um escarcéu sobre uma corrupção que a líder demonstrou, ameaçando desacreditá-la e derrubá-la. Alguns dos outros, tendo sido desorientados para ficar do lado dele, criaram preconceitos contra a líder, e isso impediu que ela desempenhasse seu dever normalmente. O trabalho da igreja foi seriamente interrompido pelas ações e a conduta do meu pai, e ele não demonstrou nenhum remorso ou arrependimento pelo mal que havia feito. Acabou que ele foi classificado como uma pessoa maligna e removido da igreja. De sua parte, minha mãe foi removida — também segundo os princípios — porque não parava de argumentar contra a expulsão da minha irmã. Ela ficou reclamando da líder na frente dos outros irmãos, provocando desconfiança de ambos os lados, e distorceu os fatos durante as reuniões, discutindo o caso para várias pessoas que tinham sido expulsas e dizendo que a líder estava tentando pegá-los. Isso, também, interrompeu seriamente a vida da igreja. Apesar dos muitos esforços dos irmãos em comunicar-se com ela, ela recusou-se categoricamente a aceitar a verdade. Ela não viu as coisas de acordo com as verdades princípios, e ficou do lado das pessoas malignas ao interromper o trabalho da igreja. Sem ter nenhum senso de arrependimento, no final, ela foi removida da igreja. Considerando todas as suas más ações, eu sabia que, em princípio, era certo que minha mãe e meu pai fossem removidos, mas quando pensei sobre isso realmente acontecer, não soube como iria lidar com isso. Foi muito angustiante. Ler o material sobre a remoção deles me deixou entorpecida, e eu não conseguia parar de chorar. Comecei a argumentar com Deus: “Deus, Tu amas a humanidade. Meus pais são crentes há mais de vinte anos e passaram por muitas dificuldades. Eles não merecem algum reconhecimento por tudo o que sacrificaram?”. Eu estava vivendo em negatividade e incompreensão. Com toda a minha família removida, deixando-me como a única crente, eu me perguntava como poderia continuar na senda. Por mais de dois anos, permaneci nesse estado de confusão, e, por fim, fui dispensada por não realizar nada em meu dever. Fiquei muito angustiada e orei várias vezes, chorando: “Ó Deus! Eu me ressenti contra Ti e Te entendi mal por causa da remoção dos meus pais da igreja. Eu sei que é perigoso estar neste estado, mas não tenho forças para me livrar disso. Deus, por favor, guia-me e salva-me”.
Então, em meus devocionais, li algumas das palavras de Deus. Deus Todo-Poderoso diz: “Quando as pessoas sabem que Deus ama a humanidade, elas O definem como um símbolo do amor: não importa o que as pessoas façam, não importa como se comportem, não importa como tratem a Deus e não importa quão rebeldes sejam, nada disso importa, porque Deus tem amor, e o amor de Deus é ilimitado e imensurável. Deus tem amor, por isso pode ser tolerante com as pessoas; Deus tem amor, por isso pode ser misericordioso para com as pessoas, misericordioso para com a imaturidade delas, misericordioso para com a ignorância delas, e misericordioso para com a rebeldia delas. É assim que é realmente? Para algumas pessoas, quando tiverem experimentado a paciência de Deus uma vez, ou algumas vezes, elas a tratarão como capital em seu entendimento de Deus, acreditando que Deus será paciente e misericordioso para com elas para sempre, e, ao longo do curso de sua vida, elas tomarão a paciência de Deus e a considerarão como o padrão de como Deus as trata. Há também aquelas pessoas que, quando tiverem experimentado a tolerância de Deus uma vez, definirão Deus para sempre como tolerante — e, em sua mente, essa tolerância é infinita, incondicional e até totalmente sem princípios. Essas crenças estão corretas?” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “Como conhecer o caráter de Deus e os resultados que Sua obra alcançará”). “Deus é justo em Seu tratamento de cada pessoa. Ele aborda a obra da conquista e da salvação da humanidade com sinceridade. Esse é Seu gerenciamento. Ele trata cada pessoa com seriedade, não como um animal de estimação para brincar. O amor de Deus pelo homem não é do tipo de mimar ou acostumar mal, e Sua misericórdia e tolerância para com a humanidade não são indulgentes ou descuidadas. Pelo contrário, o amor de Deus pela humanidade envolve cuidar, ter pena e respeitar a vida; Sua misericórdia e tolerância transmitem Suas expectativas em relação ao homem e são aquilo de que a humanidade precisa para sobreviver. Deus está vivo e existe de verdade; Sua atitude para com a humanidade é baseada em princípios, não é, nem um pouco, um conjunto de regras dogmáticas, e ela pode mudar. Suas intenções para a humanidade estão mudando de forma gradual e se transformando com o tempo, a depender das circunstâncias que surgem, e com a atitude de cada pessoa. Portanto, você deveria saber no coração, com absoluta clareza, que a essência de Deus é imutável, e que Seu caráter se expressará em diferentes momentos e em diferentes contextos. Você pode não achar que esse é um assunto sério, e talvez você use suas noções pessoais para imaginar como Deus deveria fazer as coisas. Contudo, há vezes em que o oposto total de seu ponto de vista é verdadeiro, e, ao usar as próprias noções para tentar avaliar Deus, você já O enfureceu. Isso se dá porque Deus não opera como você acha que Ele opera, e não tratará essa questão como você diz que Ele fará” (A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “Como conhecer o caráter de Deus e os resultados que Sua obra alcançará”). Depois de ler as palavras de Deus, eu entendi que Deus é amoroso, mas o amor de Deus pelo homem é construído sobre princípios. Não é cego e sem princípios, como o tipo de amor que as pessoas têm. Deus é um Deus justo, e Ele toma uma posição em relação à conduta e às ações de cada pessoa. Deus tem amor e misericórdia para com aqueles que amam a verdade, mas ainda assim transgrediram. Mas quanto a pessoas malignas, as que são avessas à verdade e que interrompem o trabalho da igreja, Ele as condena e as elimina. Só porque Deus é amoroso, isso não significa que Ele tem compaixão e tolerância para com as pessoas malignas e permite que elas interrompam o trabalho da igreja. Eu tinha entendido errado o caráter e a essência de Deus e O tinha definido de acordo com minhas noções. Eu tinha assumido que, já que Deus ama os humanos, Ele sempre nos daria chances de nos arrepender, não importando quanto mal façamos, desde que O sigamos e façamos sacrifícios por Ele. Foi por isso que eu não consegui aceitar meus pais serem removidos, e comecei a argumentar com Deus e a resistir a Ele. Em retrospectiva, a igreja tinha dado a meus pais muitas chances antes de removê-los, e foi só porque eles nunca se arrependeram que as coisas chegaram a esse ponto. O caráter de Deus é justo e santo. Desde que as pessoas estejam dispostas a se arrepender de suas transgressões e demonstrações de corrupção, Deus é extremamente misericordioso e tolerante. Mas pessoas como meus pais, que fizeram tanto mal sem se arrepender de verdade, e cuja maldade na verdade piorou, são de fato pessoas malignas, e Deus não pode ficar mostrando misericórdia e tolerância a tais pessoas. Especialmente, Ele não pode ser leniente para com eles só porque são crentes de longa data e sofreram muito por causa da fé.
Um dia, li outra passagem das palavras de Deus: “As pessoas dizem que Deus é um Deus justo e, enquanto o homem O seguir até o fim, Ele certamente será imparcial com ele, pois Ele é sumamente justo. Se o homem O seguir até o fim, como Ele poderia descartá-lo? Eu sou imparcial com todos os homens e julgo todos eles com Meu caráter justo, no entanto, há condições adequadas às exigências que faço ao homem; o que Eu demando deve ser cumprido por todos, independentemente de quem são. Não Me importo com suas qualificações nem por quanto tempo as teve; só Me importa se você segue Meu caminho e se você ama e está sedento pela verdade. Se você carecer da verdade e, em vez disso, envergonhar Meu nome, se não agir de acordo com Meu caminho, meramente seguindo sem cuidado ou preocupação, então, naquele momento, Eu o derrubarei e punirei por seus males. O que você dirá então? Você será capaz de dizer que Deus não é justo? Hoje, se você cumpriu as palavras que Eu falei, então você é o tipo de pessoa que Eu aprovo. Você diz que sempre sofreu enquanto seguiu Deus, que O seguiu na abundância e na escassez e compartilhou com Ele os bons e os maus momentos, mas você não viveu as palavras faladas por Deus; você quer apenas ficar ocupado para Deus e despender-se por Deus a cada dia e nunca pensou em viver uma vida com sentido. Você também diz: ‘Em todo caso, creio que Deus é justo. Eu sofri por Ele, ocupei-me por Ele e me dediquei a Ele, e trabalhei duro mesmo sem receber nenhum reconhecimento; Ele certamente Se lembrará de mim’. É verdade que Deus é justo, mas essa justiça não é manchada por quaisquer impurezas: ela não contém qualquer vontade humana nem é manchada pela carne ou por transações humanas. Todos que são rebeldes e estão em oposição, todos que não estão em conformidade com Seu caminho serão punidos; ninguém é perdoado, ninguém é poupado!” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “As experiências de Pedro: seu conhecimento de castigo e julgamento”). Eu aprendi, com as palavras de Deus, que a justiça de Deus não é como eu pensava — que o que recebemos de volta depende de quanto investimos. Deus não tem obrigação de favorecer aqueles que correm por aí se despendendo, trabalhando e sofrendo por Ele. Para Deus, não existe essa coisa de “existe mérito em trabalhar duro, não importando a contribuição”. Deus não determina o desfecho de uma pessoa baseado em quanto ela sofreu pelo trabalho ou em sua senioridade. Ele não olha para quanto ela se sacrificou externamente. O que importa é se ela busca a verdade e a coloca em prática, e se há uma mudança em sua vida caráter. Ela nunca ganhará a aprovação de Deus se não praticar Suas palavras, por mais sênior que ela seja ou quanto tenha sofrido pelo trabalho. Ela será punida com justiça por Deus pelo mal que tiver feito. Eu vinha medindo a justiça de Deus com uma mentalidade transacional. Pensava que, porque meus pais tinham feito sacrifícios e sofrido bastante durante seus anos de fé, eles deveriam ter mais chances de se arrepender e ser mantidos na igreja, não importando quanto mal tivessem feito. Senão, isso não seria justo para com eles. Mas meu jeito de pensar estava totalmente errado. Pensei em Paulo, percorrendo toda a Europa para espalhar o evangelho do Senhor. Ele foi preso muitas vezes e sofreu bastante, mas em todo lugar para onde ia, ele permanecia altivo e dava testemunho de si. Por fim, ele disse que vivia como Cristo, e que morrer seria um ganho. Como resultado, ele foi reverenciado por dois mil anos. Ele tomou um lugar mais alto na mente das pessoas do que o do Senhor Jesus, e, no fim, foi punido por Deus por resistir a Ele. Vi, com isso, que Deus não olha para quanto as pessoas trabalham e sofrem externamente. Ele retribui, de acordo com seus feitos, às que fazem o mal e ofendem Seu caráter, mas, teimosas, recusam-se a se arrepender. Meus pais, por exemplo, trabalharam, sofreram e se sacrificaram muito por Deus, mas nunca aceitavam a verdade. Tudo que fizeram serviu para interromper o trabalho da igreja e minar a vida de igreja normal, causando danos à vida dos irmãos e prejudicando os interesses da igreja. Removê-los da igreja estava de acordo com os princípios e era a justiça de Deus. Sem entender o caráter justo de Deus, eu me agarrei à noção tradicional de que “existe mérito em trabalhar duro, não importando a contribuição”. Tentei argumentar com Deus sobre isso, criando caso, o tempo todo vivendo em um estado negativo e desafiando a Deus. Eu fui tão rebelde! Ao perceber isso, senti-me péssima e cheia de remorso, e orei, chorando: “Deus! Eu tive fé em Ti todos esses anos sem Te conhecer nem um pouco. Eu medi Teu amor e justiça de acordo com minhas noções e imaginações, sempre indo contra Ti e tentando argumentar Contigo. Ó, Deus, agora eu posso ver que a remoção dos meus pais foi Tua justiça”. Eu me senti muito mais tranquila depois de fazer essa oração.
Mais tarde, refleti que foi porque meus afetos pelos meus pais eram tão fortes que eu fiquei tão chateada pelo fato de a igreja removê-los. Isso me fez pensar em algumas das palavras de Deus: “Deus criou este mundo e trouxe o homem, um ser vivo ao qual Ele concedeu a vida, para dentro dele. Em seguida, o homem veio a ter pais e parentes, não estava mais só. Desde que colocou os olhos pela primeira vez neste mundo material, o homem estava destinado a existir dentro da ordenação de Deus. O sopro de vida de Deus sustenta cada ser vivo durante o crescimento até a vida adulta. Nesse processo, ninguém acha que o homem está crescendo sob os cuidados de Deus; ao contrário, eles acreditam que o homem cresce sob o cuidado amoroso dos pais e que é o próprio instinto vital que dirige o seu crescimento. Isso acontece porque o homem não sabe quem concedeu sua vida, ou de onde ela veio, menos ainda como o instinto da vida cria milagres. O homem sabe apenas que o alimento é a base da continuidade da vida, que a perseverança é a fonte da existência da vida e que as crenças em sua mente são o capital do qual sua sobrevivência depende. Da graça e da providência de Deus, o homem não está nem um pouco ciente, e assim ele desperdiça a vida que lhe foi concedida por Deus… Nem um homem sequer desses humanos de que Deus cuida dia e noite se encarrega de adorá-Lo. Deus apenas continua a operar no homem, de quem não espera mais nada, conforme havia planejado. Ele faz isso na esperança de que um dia o homem acorde de seu sonho e, de repente, perceba o valor e o sentido da vida, o preço que Deus pagou por tudo que tem dado ao homem e a preocupação ansiosa com a qual Deus espera que o homem volte para Ele” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus é a fonte da vida do homem”). “Nem um único não crente tem fé de que existe um Deus, ou que Ele criou os céus e a terra e todas as coisas, ou que o homem foi criado por Deus. Há até alguns que dizem: ‘A vida foi dada ao homem por seus pais, e ele deve honrá-los’. De onde vem tal pensamento ou opinião? Vem de Satanás? Milênios de cultura tradicional educaram e desorientaram o homem desse jeito, fazendo com que ele negue a criação e a soberania de Deus. Sem Satanás desorientando e controlando as pessoas, a humanidade investigaria a obra de Deus e leria Suas palavras, e ela saberia que foi criada por Deus, que sua vida é dada por Deus; saberia que tudo que ela tem é dado por Deus e que é a Deus que ela deveria agradecer. Caso alguém nos faça um favor, devemos aceitar isso de Deus, em especial, nossos pais, que nos colocaram no mundo e nos criaram; tudo isso é arranjado por Deus. Deus tem soberania sobre tudo; o homem é só uma ferramenta de serviço. Se alguém conseguir deixar seus pais, ou seu marido (ou esposa) e seus filhos de lado, a fim de se despender por Deus, essa pessoa será mais forte e terá um senso maior de justiça diante Dele” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só ao reconhecer as próprias opiniões equivocadas pode-se realmente se transformar”). Eu entendi, pelas palavras de Deus, que Deus é a fonte da vida humana, e que tudo que possuímos nos é concedido por Deus; que só chegamos aonde estamos hoje através do cuidado e da proteção de Deus, e que os que são gentis ou prestativos para conosco o são segundo o arranjo de Deus. Deveríamos aceitar isso de Deus e ser gratos a Ele por Seu amor. Notei que, em vez de seguir pelas palavras de Deus, eu só estive pensando na bondade que meus pais tinham me demonstrado. Eu não tinha visto como o governo e os arranjos de Deus estavam por trás de tudo que meus pais faziam, e que foram o cuidado, a proteção e a orientação de Deus que me trouxeram até o dia de hoje. Eu não tinha agradecido a Deus por Seu cuidado e proteção, nem tinha retribuído Seu amor. Ao contrário, eu tinha sido rebelde e desafiado a Deus. Quanto mais refletia sobre isso, mais eu achava que tinha sido inconcebível. Eu tinha decepcionado a Deus!
Eu li outra passagem das palavras de Deus mais tarde: “Quem é Satanás, quem são os demônios, quem são os inimigos de Deus se não os que resistem e que não acreditam em Deus? Não são eles as pessoas que se rebelam contra Deus? Não são eles os que alegam ter fé, mas carecem da verdade? Não são eles aqueles que meramente buscam obter bênçãos, mas são incapazes de dar testemunho de Deus? Você ainda se mistura com esses demônios hoje e os trata com consciência e amor, mas, nesse caso, você não está estendendo boas intenções a Satanás? Você não está em conluio com demônios? Se as pessoas chegaram a esse ponto e ainda são incapazes de distinguir entre o bem e o mal e continuam cegamente a ser amorosas e misericordiosas sem qualquer desejo de buscar as intenções de Deus ou de serem capazes, de alguma forma, de tomar as intenções de Deus como se fossem suas, então seus desfechos serão ainda mais miseráveis. Qualquer um que não acredita no Deus na carne é um inimigo de Deus. Se você pode ter consciência e amor por um inimigo, não lhe falta um senso de retidão? Se você é compatível com aqueles que Eu detesto e dos quais discordo e ainda tem amor ou sentimentos pessoais para com eles, você não é rebelde? Você não está resistindo intencionalmente a Deus? Tal pessoa possui verdade? Se as pessoas têm consciência para com os inimigos, amor pelos demônios e misericórdia para com Satanás, elas não estão interrompendo intencionalmente a obra de Deus?” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Deus e o homem entrarão em descanso juntos”). As palavras de Deus revelaram precisamente meu estado. Deus exige que amemos o que Ele ama e odiemos o que Ele odeia. Aqueles que odeiam a verdade e resistem a Deus são essencialmente pessoas malignas que Deus detesta e odeia, então devemos odiá-los também. Eu não estava discernindo a essência dos meus pais de acordo com as palavras de Deus. Por mais que eles tivessem prejudicado o trabalho da igreja, eu tinha ficado do lado deles, argumentando com Deus e resistindo a Ele. Eu tinha até perdido o ânimo para desempenhar meu dever. Mas agora eu entendi por que Deus disse: “Os sentimentos são Seus inimigos” (A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Interpretações dos mistérios das ‘Palavras de Deus para todo o universo’, Capítulo 28”). Por causa de afetos, eu tinha amado e tido misericórdia para com pessoas malignas. Eu tinha até esperado que Deus lhes desse outra chance para se arrepender e permanecer na igreja. Eu tinha sido incrivelmente tola! As pessoas malignas nunca se arrependerão verdadeiramente, não importa o que aconteça. Isso é algo que está determinado por sua essência. Deixar que meus pais permanecessem na igreja teria sido tolerar o mal que eles continuavam a fazer e a interrupção que causavam no trabalho da igreja. Teria sido ficar do lado das pessoas malignas, contra Deus!
Outra passagem das palavras de Deus, que li mais tarde, meio que me iluminou. As palavras de Deus dizem: “Um dia, quando entender algo da verdade, você deixará de pensar que sua mãe é a melhor pessoa ou que seus pais são as melhores pessoas. Você perceberá que eles também são membros da raça humana corrupta e que seus caracteres corruptos são todos iguais. Tudo o que os distingue é a relação física de sangue com você. Se não acreditam em Deus, eles são iguais aos não crentes. Você já não olhará mais para eles da perspectiva de um membro da família ou da perspectiva da sua relação carnal, mas a partir do lado da verdade. Quais são os aspectos principais que você deve analisar? Você deve analisar as opiniões deles sobre a crença em Deus, as opiniões deles sobre o mundo, as opiniões deles sobre como lidar com as coisas, e, sobretudo, deve analisar as atitudes deles em relação a Deus. Se avaliar esses aspectos com precisão, você poderá ver claramente se eles são pessoas boas ou más. Um dia, talvez você veja claramente que eles são pessoas com caracteres corruptos, como você. Talvez fique ainda mais claro que eles não são as pessoas bondosas que têm amor verdadeiro por você que você imaginou que eles fossem, e não são capazes de conduzir você à verdade ou à senda certa na vida. Talvez você veja claramente que o que eles fizeram por você não foi tão benéfico para você, e que não teve utilidade para você para trilhar a senda correta na vida. Talvez você descubra também que muitas das práticas e opiniões deles são contrárias à verdade, que elas são da carne, e que isso faz com que você as despreze e sinta repulsa e aversão a elas. Se vier a enxergar essas coisas, você será, então, capaz de tratar seus pais corretamente em seu coração, e não mais sentirá saudade deles, não se preocupará com eles, nem será incapaz de viver separado deles. Eles completaram a missão de pais, então você deixará de tratá-los como as pessoas mais próximas ou de idolatrá-los. Em vez disso, você os tratará como pessoas comuns e, a essa altura, você escapará completamente da escravidão dos sentimentos e emergirá verdadeiramente de seus sentimentos e de seu afeto familiar” (A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só resolver o caráter corrupto pode causar uma transformação real”). Ler isso foi profundamente comovente. Por causa da força dos meus sentimentos pelos meus pais, eu só tinha visto como eles eram bons para mim, e não sua atitude para com a verdade e para com Deus. Eu não tinha conseguido ver claramente a essência deles ou a senda em que eles estavam, e foi por isso que não lidei corretamente com a questão da remoção deles. Presa pela emoção, eu tentei argumentar com Deus, e por mais de dois anos fui negativa e desafiadora. Minha vida tinha sido gravemente prejudicada, e eu tinha cometido transgressões. Pouco a pouco, por meio da rega e do sustento das palavras de Deus, meu coração endurecido e rebelde foi despertado, e meus equívocos sobre Deus, apagados. Agora me sinto muito mais livre e recuperei a motivação para desempenhar meu dever. Graças sejam dadas a Deus por Sua salvação.