15. Adulterações em meus sacrifícios para Deus

Por Jiang Ping, China

Um dia, em abril de 2020, de repente, senti uma dor terrível no lado direito da coluna. Pensei que devia tê-la distendido por acaso e não dei muita atenção, achando que ficaria bem se colocasse um curativo medicinal e que tudo ficaria bem. Mas para a minha surpresa, minha dor só piorou. Era como se eu fosse perfurada com uma agulha — era uma dor aguda desde o peito até a coluna. Quando piorava, parecia que alguém estava rasgando minha carne e ossos. A dor era tão intensa, não consigo nem a descrever. Durante algumas noites, doeu tanto que nem consegui dormir. Eu não aguentava mais e quis correr para ver um médico, mas eu acabara de organizar uma reunião para compartilhar o evangelho com algumas pessoas. A consulta certamente adiaria isso. Pensei em ir alguns dias mais tarde, depois da reunião, além disso, tudo estava nas mãos de Deus. Eu só precisava continuar desempenhando meu dever e me sentiria melhor em alguns dias. Assim resisti àquela dor e fui ao hospital depois de compartilhar o evangelho. O médico me disse em voz muito séria: “Por que esperou tanto até fazer a consulta? Isso não é coisa pequena. É herpes causado por um vírus, se piorar, isso pode até ser fatal”. Fiquei perplexa. Nunca imaginei que poderia ser algo tão sério, que poderia até custar a minha vida se não fosse tratado! Eu tinha compartilhado o evangelho e desempenhado meu dever ativamente durante os últimos anos e tinha feito sacrifícios e me despendido, e tinha sofrido e pago um preço. Nunca tinha traído a Deus, nem quando fui presa e torturada brutalmente pelo Partido Comunista e continuei desempenhando meu dever depois da prisão. Então como pude, mesmo assim, ficar doente? Pensando nisso, fiquei mais agitada. Eu estava prestes a chorar e senti um vazio em meu coração.

Ao mesmo tempo, muita coisa estava acontecendo na igreja, então continuei desempenhando meu dever enquanto recebia tratamento. Quando saía de bicicleta, qualquer saliência me causava uma dor angustiante. Às vezes, eu era acometida por um surto de dor e nem conseguia ficar sentada. Quando voltava do meu dever, eu me deitava, sem um pingo de força e sem vontade de falar. Eu sabia que isso estava acontecendo com a permissão de Deus. Eu estava orando, e buscando, e refletindo sobre se eu poderia estar fazendo algo que não estivesse alinhado com a intenção de Deus, e acreditava que, enquanto reconhecesse meu erro e desempenhasse meu dever, eu poderia me recuperar da doença. Mas dois meses se passaram num piscar de olhos, e eu não tinha melhorado. Eu me perguntava havia quanto tempo eu já tinha essa doença — o que eu faria se nunca mais melhorasse? Nesses últimos anos, eu nunca parei de desempenhar meu dever. Continuei compartilhando o evangelho mesmo doente, então por que eu não estava melhorando? Quanto mais pensava nisso, mais injustiçada e aborrecida eu me sentia. Pensei: “Se eu nunca me recuperar, virá o dia em que não poderei nem mais desempenhar um dever e em que não serei capaz de preparar boas ações. Então ainda poderei ser salva? Tudo que eu tinha dado ao longo dos anos foi em vão? Devo guardar minha energia para a minha saúde e ver o que acontecerá com minha doença”. Depois disso, não investi mais tanto o meu coração no meu dever. Em nossas reuniões de grupo, eu só fazia perguntas perfunctórias sobre possíveis alvos evangelísticos, e se não houvesse nenhum, eu ia para casa e descansava. Eu estava com medo de me esgotar e ficar ainda mais doente. Durante aquele tempo, eu me preocupava somente com a minha doença, e estava muito deprimida. Não estava ganhando nenhum esclarecimento das palavras de Deus, e minha comunhão nas reuniões era seca. Eu me sentia muito distante de Deus. Em minha dor, orei a Deus: “Oh, Deus! Estou péssima por causa dessa doença, tenho queixas e não tenho motivação nenhuma para desempenhar meu dever. Por favor, esclarece-me para que eu entenda as Tuas intenções. Quero me submeter, refletir sobre mim mesma e aprender uma lição”.

Em minha busca, li as palavras de Deus: “Primeiro, quando as pessoas começam a acreditar em Deus, qual delas não tem seus próprios objetivos, motivações e ambições? Mesmo que uma parte delas acredite na existência de Deus e tenha visto a existência de Deus, sua crença em Deus ainda contém essas motivações, e seu objetivo final em acreditar em Deus é receber Suas bênçãos e as coisas que elas querem. Nas experiências de vida das pessoas, elas geralmente pensam em si mesmas: ‘Eu abandonei minha família e minha carreira para Deus, e o que Ele me deu? Devo fazer as contas e confirmar — recebi alguma bênção recentemente? Eu dei muito durante esse período, corri, corri e sofri muito — Deus me deu alguma promessa em troca? Ele Se lembrou das minhas boas ações? Qual será o meu fim? Posso receber as bênçãos de Deus?…’. Toda pessoa constantemente faz tais cálculos em seu coração e ela faz exigências a Deus que trazem em si suas motivações, ambições e uma mentalidade transacional. Isto quer dizer que, no coração, o homem está constantemente testando Deus, constantemente concebendo planos sobre Deus e constantemente argumentando a favor do próprio fim individual com Deus, e tentando extrair uma declaração de Deus, vendo se Deus pode ou não dar a ele o que ele quer. Ao mesmo tempo em que busca a Deus, o homem não trata a Deus como Deus. O homem sempre tentou fazer acordos com Deus, fazendo-Lhe exigências incessantes, e até mesmo O pressionando a cada passo, tentando tomar um quilômetro depois de receber um centímetro. Ao mesmo tempo em que tenta fazer acordos com Deus, o homem também discute com Ele, e há até mesmo pessoas que, quando as provações lhes sobrevêm ou se encontram em certas situações, frequentemente se tornam fracas, negativas e negligentes em sua obra, e cheias de reclamações sobre Deus. Desde o tempo em que o homem começou a acreditar em Deus, ele tem considerado que Deus é uma cornucópia, um canivete suíço, e considera-se o maior credor de Deus, como se tentar receber bênçãos e promessas de Deus fosse seu direito intrínseco e obrigação, enquanto a responsabilidade de Deus fosse proteger e cuidar do homem e prover para ele. Essa é a compreensão básica da ‘crença em Deus’ de todos aqueles que acreditam em Deus, e tal é sua compreensão mais profunda do conceito de crença em Deus(A Palavra, vol. 2: Sobre conhecer a Deus, “A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus II”). Eu me senti muito culpada quando refleti sobre as palavras de Deus. Vi que eu simplesmente não estava tratando Deus como Deus em minha fé. Estive tratando Deus como um canivete suíço, como uma cornucópia, pensando que, contanto que continuasse a me despender por Deus, Ele certamente me manteria sã e salva, que eu nunca enfrentaria doença nem tragédia, que eu escaparia de desastres de todos os tipos e acabaria sendo salva e ganharia com uma boa destinação. Ao longo dos últimos anos, eu tinha deixado a minha família e carreira para trás para desempenhar meu dever, tinha sofrido e dado muito e nunca recuei, nem mesmo quando fui presa e torturada. Mas quando adoeci, sobretudo quando vi que meus problemas de saúde estavam se arrastando, culpei a Deus e tentei argumentar com Ele. Eu estava somando todo o meu sofrimento ao longo dos anos, achando que tudo que tinha dado seria um desperdício se eu não fosse salva, e comecei a ser desleixada em meu dever. Vi que minha fé não era para ganhar a verdade e me submeter a Deus, mas para trocar meu sofrimento e trabalho pela graça e bênçãos de Deus. Isso não era enganar e usar a Deus? A fim de salvar a humanidade, Deus nos deu tantas palavras para nos regar e sustentar. Mas eu não retribuía o amor de Deus; eu tentava fazer transações com Ele. Quando Ele não cumpriu o que eu queria, eu comecei a ser superficial em meu dever e a não me importar. Eu não estava sendo genuína em relação a Deus. Eu não tinha nenhuma consciência nem razão! Vim para diante de Deus e orei: “Deus, eu tenho Te usado e enganado em minha fé. Mal sou humana! Quero me arrepender diante de Ti. Por favor, guia-me”.

Mais tarde, li a palavra de Deus: “Em muitos casos, as provações de Deus são fardos que Ele dá às pessoas. Qualquer que seja o fardo que Deus lhe dê, esse é o peso que você deveria suportar, pois Deus o compreende e sabe que você será capaz de suportá-lo. O fardo que Deus lhe deu não excederá sua estatura ou os limites da sua resistência, então não há dúvida de que você será capaz de suportá-lo. Seja qual for o fardo que Deus lhe der, ou qual provação, lembre-se de uma coisa: se você entende as intenções de Deus ou não, se você obtém o esclarecimento e a iluminação do Espírito Santo depois de orar, se essa provação significa Deus disciplinando-o ou lhe dando um aviso, não importa se você não entende. Contanto que você não demore em desempenhar seu dever e possa se apegar lealmente a ele, Deus ficará satisfeito, e você terá se mantido firme em seu testemunho. […] Se, em sua fé em Deus e em sua busca da verdade, você é capaz de dizer: ‘Não importa que doença ou evento desagradável Deus permita sobrevir-me — não importa o que Deus faça —, devo me submeter e continuar no meu lugar como um ser criado. Antes de mais nada, devo colocar em prática esse aspecto da verdade — a submissão; devo implementar isso e viver a realidade da submissão a Deus. Ademais, não devo descartar a comissão de Deus para mim e o dever que deveria desempenhar. Devo me apegar ao meu dever até meu último suspiro’, isso não é dar testemunho? Quando tem esse tipo de determinação e esse tipo de estado, você ainda é capaz de se queixar de Deus? Não, não é. Em momentos como esse, você pensará: ‘Deus me dá esse fôlego, Ele tem provido para mim e me protegido durante todos esses anos, Ele tem tirado tanta dor de mim, me dado tanta graça e muitas verdades. Entendi muitas verdades e mistérios que as pessoas não entendem há gerações. Ganhei tanto de Deus, portanto devo retribuir a Ele! Antes, minha estatura era baixa demais, eu não entendia nada, e tudo que eu fazia feria Deus. Posso não ter outra oportunidade de retribuir a Deus, no futuro. Não importa quanto tempo me reste para viver, devo oferecer a pouca força que tenho e fazer o que puder para Deus, para que Deus possa ver que todos esses anos de provisão para mim não foram em vão, mas deram fruto. Deixe-me trazer conforto para Deus e não mais O ferir nem decepcionar’(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Só na leitura frequente das palavras de Deus e na contemplação da verdade existe um caminho adiante”). Ponderando sobre as palavras de Deus, consegui entender Sua intenção. Não importa que tipo de adversidade eu encontre — tudo é permitido por Deus. Essa doença era Deus me dando um fardo para carregar que eu devia aceitar e ao qual devia me submeter, e eu devia permanecer firme em meu testemunho. Lembrei-me de Pedro, que buscou satisfazer e se submeter a Deus. Ele sofreu doença e viveu com privação, mas sempre foi capaz de aceitar essas coisas e nunca se queixou. Essas coisas nunca mudaram seu amor por Deus. Eu devia permanecer no lugar de um ser criado, como Pedro, e realmente aprender uma lição com essa situação. Fiquei tomando remédios enquanto desempenhava meu dever e não me senti tão limitada pela minha doença. Depois de alguns meses de recuperação gradual, minha condição desapareceu. Eu era tão grata a Deus!

Um dia em setembro, eu voltei para casa após compartilhar o evangelho, e meu marido me disse com uma voz séria que tinha feito um exame de rotina no dia anterior e que o médico o tinha instruído a voltar no dia seguinte para fazer uma ressonância. Quando meu marido disse aquilo, fiquei bastante agitada e me perguntei se era algo sério. Eu fiquei me revirando naquela noite e não consegui dormir. Tentei me consolar, pensando que, provavelmente, não era nada sério. Ele também era crente, e eu estive cumprindo um dever longe de casa, de modo que Deus devia protegê-lo. Fui ao hospital com ele no dia seguinte. Fiquei chocada ao saber que ele estava com câncer do pâncreas. Essa notícia me deixou perplexa. Eu sabia que era muito difícil tratar esse tipo de câncer e que, se não fosse tratado a tempo, ele podia progredir rapidamente e que, se fosse sério, ele podia levar à morte dentro de meses. Pensei em como ele parecia estar cheio de vida, mas que talvez lhe restasse pouco tempo. Era como se o céu estivesse desabando. Pensei: “Eu acabei de me recuperar, e agora meu marido tem câncer. Por que isso está acontecendo?”. Sempre que pensava no câncer do meu marido, eu só conseguia chorar. Orei a Deus em minha dor, pedindo que Ele protegesse meu coração e me guiasse a entender a Sua intenção.

Li nas palavras de Deus: “Em sua crença em Deus, o que as pessoas buscam é obter bênçãos para o futuro; esse é seu objetivo em sua fé. Todas as pessoas têm essa intenção e essa esperança, mas a corrupção em sua natureza deve ser resolvida por meio de provações e refinamento. Quaisquer aspectos nos quais você não está purificado e revela corrupção, esses são os aspectos nos quais você deve ser refinado — esse é o arranjo de Deus. Deus cria um ambiente para você, forçando-o a ser refinado ali para que você possa conhecer sua corrupção. No fim, você chega a um ponto no qual preferiria morrer a fim de desistir de seus esquemas e desejos e se submeter à soberania e ao arranjo de Deus. Portanto, se não tiverem vários anos de refinamento, se não suportarem certa quantidade de sofrimento, as pessoas não serão capazes de se livrar dos constrangimentos da corrupção da carne em seus pensamentos e em seu coração. Quaisquer aspectos nos quais as pessoas ainda estão sujeitas aos constrangimentos de sua natureza satânica, e quaisquer aspectos nos quais elas ainda têm seus desejos e exigências, esses são os aspectos nos quais elas devem sofrer. Somente por meio do sofrimento as lições podem ser aprendidas, lições essas que significam ser capaz de ganhar a verdade e entender as intenções de Deus. Na verdade, muitas verdades são entendidas por meio de vivenciar provações dolorosas. Ninguém pode entender as intenções de Deus, reconhecer a onipotência e a sabedoria de Deus nem apreciar o caráter justo de Deus quando está num ambiente confortável e tranquilo ou quando as circunstâncias são favoráveis. Isso seria impossível!(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). Refleti sobre mim mesma à luz das palavras de Deus. Quando eu estava doente no passado, por meio do julgamento e da revelação das palavras de Deus, reconheci minha perspectiva errada de buscar bênçãos, e eu estava disposta a me submeter, melhorando ou não. Pensei que tinha renunciado ao meu impulso de buscar bênçãos, mas quando meu marido desenvolveu o câncer, voltei a culpar a Deus e O entender errado. Senti que Deus deveria nos proteger, pois éramos crentes. Vi quão profundamente enraizado era o meu desejo de receber bênçãos. Se Deus não tivesse me revelado dessa forma, eu teria tido dificuldade de reconhecer a intenção de ganhar bênçãos e os desejos extravagantes enraizados no fundo do meu coração, e teria sido ainda mais difícil, para mim, ser purificada e alcançar transformação. Então percebi que havia uma lição que eu devia aprender com a doença do meu marido e que devia parar de culpar a Deus.

Quando me acalmei, refleti sobre por que eu não conseguia evitar de me queixar de Deus e de O entender errado quando meu marido adoeceu. Eu li na palavra de Deus: “Aos olhos dos anticristos, e em seus pensamentos e opiniões, deve haver alguns benefícios em seguir a Deus; sem benefícios, eles não se darão ao trabalho de seguir. Se não houver fama, ganho ou status que possam ser desfrutados, se nenhum dos trabalhos ou deveres que eles desempenharem lhes renderem a admiração dos outros, não há sentido em acreditar em Deus e desempenhar deveres. Os primeiros benefícios que eles precisam ganhar são as promessas e bênçãos mencionadas nas palavras de Deus, e eles também devem desfrutar de fama, ganho e status dentro da igreja. Os anticristos acham que, ao acreditar em Deus, a pessoa deve ser superior aos outros, deve ser admirada, deve ser especial — no mínimo, os crentes em Deus devem desfrutar dessas coisas. Se não desfrutarem, há certa dúvida sobre se esse Deus em que estão acreditando é o Deus verdadeiro. A lógica dos anticristos não é que eles tomam as palavras ‘aqueles que acreditam em deus devem desfrutar das bênçãos e da graça de deus’ como a verdade? Tentem analisar essas palavras: elas são a verdade? (Não são.) Agora está claro que essas palavras não são a verdade, são uma falácia, são a lógica de Satanás e não têm relação com a verdade. Alguma vez Deus disse: ‘Se as pessoas acreditarem em Mim, elas certamente serão abençoadas e nunca sofrerão adversidade’? Qual linha das palavras de Deus fala disso? Deus nunca disse palavras como essas, nem fez isso. Quando se trata de bênçãos e adversidades, há uma verdade a ser buscada. Qual é o ditado sábio ao qual as pessoas devem aderir? Jó disse: ‘Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?’ (Jó 2:10). Essas palavras são a verdade? Essas são as palavras de um homem; elas não podem ser elevadas ao nível da verdade, embora se conformem à verdade de alguma forma. De que forma elas se conformam à verdade? Se as pessoas são abençoadas ou sofrem adversidades, tudo isso está nas mãos de Deus, tudo isso está sob a soberania de Deus. Essa é a verdade. Os anticristos acreditam nisso? Não, eles não acreditam. Eles não reconhecem isso. Por que eles não acreditam nisso nem reconhecem isso? (Eles creem em Deus para ser abençoados — eles só querem ser abençoados.) (Porque são egoístas demais e só buscam os interesses da carne.) Em sua crença, os anticristos só querem ser abençoados, e não querem sofrer adversidade. Quando veem alguém que é abençoado, que foi beneficiado, que foi agraciado e que recebeu mais prazeres materiais, grandes vantagens, eles acreditam que isso é feito por Deus; e se eles não recebem tais bênçãos materiais, então não é ação de Deus. A implicação é: ‘Se tu realmente és deus, então tu só podes abençoar as pessoas; tu deverias evitar a adversidade das pessoas e não permitir que elas sofram. Só assim há valor e sentido na fé das pessoas em ti. Se, depois de te seguirem, as pessoas ainda são afligidas por adversidade, se ainda sofrem, qual o sentido de crerem em ti?’. Eles não admitem que todas as coisas e todos os eventos estão nas mãos de Deus, que Deus detém soberania sobre tudo. E por que eles não admitem? Porque os anticristos têm medo de sofrer adversidade. Eles só querem se beneficiar, se aproveitar, desfrutar bênçãos; não querem aceitar a soberania nem a orquestração de Deus, mas só receber benefícios de Deus. Esse é o ponto de vista egoísta e desprezível dos anticristos(A Palavra, vol. 4: Expondo os anticristos, “Item dez: Eles desprezam a verdade, violam descaradamente os princípios e ignoram os arranjos da casa de Deus (parte 6)”). “Todos os humanos corruptos vivem para si mesmos. Cada um por si e o demônio pega quem fica por último — esse é o resumo da natureza do homem. As pessoas creem em Deus em prol de si mesmas; quando renunciam a coisas e se despendem para Deus, elas fazem isso a fim de serem abençoadas, e quando são leais a Ele, fazem isso a fim de serem recompensadas. Em suma, tudo é feito com o propósito de ser abençoado, recompensado e entrar no reino dos céus. Na sociedade, as pessoas trabalham por seu próprio benefício, e na casa de Deus, elas desempenham um dever a fim de serem abençoadas. É para ganhar bênçãos que as pessoas se desfazem de tudo e conseguem suportar muito sofrimento: não há melhor evidência da natureza satânica do homem(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). As palavras de Deus revelam a perspectiva dos anticristos sobre bênçãos e infortúnios. Eles buscam bênçãos em sua fé e acham que devem ser abençoados por causa de sua fé. Se isso não acontece, acham que ter fé não faz sentido e eles podem até trair a Deus e abandoná-Lo a qualquer momento. Vi que eu tinha a mesma perspectiva sobre a fé. Pensava que, já que eu tinha feito todos esses sacrifícios, Deus devia abençoar a mim e a minha família com segurança e nos manter livres de doença e calamidade. Então, não importava se meu marido ou eu adoecêssemos, eu entendia Deus errado e O culpava. Até fiz exigências insensatas a Ele, querendo que Ele curasse minha virose e o câncer do meu marido. Assim que Deus não satisfazia os meus desejos, eu deixava de querer me despender em meu dever. Minha perspectiva sobre a fé tinha sido tão absurda! A verdade é que Deus nunca disse que coisas ruins não acometeriam os crentes. Ele governa sobre tudo. Nascimento, morte, doença e saúde estão nas mãos Dele, as pessoas não recebem só bênçãos de Deus, mas também infortúnios, e os crentes não são nenhuma exceção. Desempenhar um dever é a coisa mais correta e natural que um ser criado deve fazer e nada tem a ver com ser abençoado ou não. Mas eu estava tão corrompida por Satanás que coisas como “cada um por si e o demônio pega quem fica por último” e “nunca mexa um dedo sem recompensa” eram venenos satânicos segundo os quais eu vivia. Eu só pensava em meus próprios interesses, vendo Deus como algo a ser usado por mim. Eu queria usar meu sofrimento, sacrifícios e trabalho árduo para enganar Deus e receber bênçãos. Quando Deus fez algo que comprometeu meus interesses pessoais, eu me enchi de queixas e equívocos em relação a Ele, e até argumentei com Ele e me opus a Ele. Que tipo de crente era eu? Eu era tão egoísta e desprezível! Lembrei-me de Paulo. Ele também sofreu muito pelo Senhor, mas ele não buscava a verdade nem conhecimento de Deus. Ele só usou seus sacrifícios, contribuições e trabalho árduo para trocar essas coisas por recompensas e uma coroa. Ele disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (2 Timóteo 4:7-8). O que ele realmente quis dizer com isso era que, se Deus não o coroasse e recompensasse, Deus não seria justo. Ele quis usar seus esforços e sofrimento como capital para pressionar Deus, para resistir a Deus. No fim, Deus o puniu. Fiquei com muito medo quando percebi isso. Vi que eu não tinha me concentrado em buscar a verdade em minha fé, mas que só buscava graça e bênçãos. Eu estava numa senda contrária a Deus. Eu nunca ganharia a verdade assim, e meu caráter corrupto nunca mudaria. Eu acabaria sendo eliminada! Mais tarde, li outra passagem da palavra de Deus: “Você pode pensar que crer em Deus é uma questão de sofrer ou de fazer todo tipo de coisas para Ele; você pode pensar que o propósito de crer em Deus é para que a sua carne esteja em paz, ou para que tudo corra bem em sua vida, ou para que você possa estar confortável e tranquilo em todas as coisas. No entanto, nenhuma dessas coisas é um propósito que as pessoas deveriam vincular a sua crença em Deus. Se você acredita com esses propósitos, então sua perspectiva está incorreta, e é simplesmente impossível que você seja aperfeiçoado. As ações de Deus, o justo caráter de Deus, Sua sabedoria, Suas palavras, Sua maravilha e insondabilidade são todas coisas que as pessoas devem entender. Tendo esse entendimento, você deveria usá-lo para tirar de seu coração todas as exigências, esperanças e noções pessoais. Somente ao eliminar essas coisas é que você pode cumprir as condições exigidas por Deus, e é somente ao fazer isso que você pode ter vida e satisfazer Deus. O propósito de crer em Deus é satisfazê-Lo e viver o caráter que Ele requer de tal modo que Suas ações e Sua glória possam se manifestar através deste grupo de pessoas indignas. Essa é a correta perspectiva para crer em Deus e também é a meta que você deveria buscar(A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “Aqueles que hão de ser aperfeiçoados devem passar pelo refinamento”). As palavras de Deus me mostraram o que eu deveria estar buscando. Não deveria estar buscando bênçãos nem qualquer tipo de benefício em minha fé, antes deveria estar buscando conhecer e satisfazer a Deus, ser igual a Jó sem quaisquer exigências ou demandas a Deus. Jó acreditava que tudo que ele tinha vinha de Deus, então, não importava se Deus dava ou tirava, se ele recebia bênçãos ou infortúnios, ele se submetia a Deus incondicionalmente e louvava Sua justiça. Então, quando Satanás tentou Jó, quando todos os seus bens tinham sido roubados, seus filhos tinham morrido e seu corpo se cobriu de chagas, ele nunca reclamou de Deus e continuou louvando Seu nome. Não importava o que Deus fizesse, Jó permaneceu no lugar de um ser criado, submeteu-se a Deus e O adorou. A fé de Jó foi elogiada por Deus. Esse entendimento me deu uma senda de prática. Meu marido melhorando ou não, eu devia me submeter a Deus e cumprir o meu dever.

Mais tarde, li isto nas palavras de Deus: “Deus já planejou completamente a gênese, o advento, a duração de vida e o desfecho de todos os seres criados, como também a missão de sua vida e o papel que exercem em toda a humanidade. Ninguém pode mudar essas coisas; essa é a autoridade do Criador. O advento de cada ser criado, sua missão de vida, quando sua vida terminará — todas essas leis foram ordenadas por Deus há muito tempo, da mesma forma como Deus ordenou a órbita de cada corpo celestial; que órbita esses corpos celestiais seguem, por quantos anos, como eles orbitam, que leis eles seguem — tudo isso foi ordenado por Deus há muito tempo, inalterado por milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares de anos. Isso é ordenado por Deus, e essa é a Sua autoridade(A Palavra, vol. 3: As declarações de Cristo dos últimos dias, “Parte 3”). As palavras de Deus me mostraram que nosso destino, tempo de vida e desfecho estão nas mãos do Senhor da criação. Nosso nascimento, morte, doença e saúde são ordenados pelo governo de Deus. Deus ordena quando morremos, e nenhum de nós pode escapar disso. Mas se a hora que Deus determinou para nós ainda não chegou, mesmo que tenhamos câncer, não morreremos. Essa é a autoridade de Deus, e ninguém pode mudar isso. Entender isso me ajudou a relaxar um pouco. Eu sabia que a saúde do meu marido estava nas mãos de Deus e que eu só podia me submeter ao que Deus arranjava e cumprir o meu dever.

Depois, meu marido se submeteu à químio por um tempo no hospital e, surpreendentemente, aquelas células cancerígenas em seu sangue haviam sumido. Todos os indicadores estavam normais. Metade do tumor também tinha sumido. O médico disse que era muito raro ver um caso assim. Nosso filho disse que o pai de seu colega desenvolveu o mesmo câncer. Ele fez químio uma vez e não suportou e morreu alguns meses depois. Eu fiquei tão grata a Deus quando meu marido melhorou tão rapidamente. O que mais me alegrou foi que meu marido sempre tinha sido apenas um crente nominal e sempre tinha corrido atrás de dinheiro, mas depois de seu câncer, ele ganhou algum entendimento da soberania onipotente de Deus, e então espalhou o evangelho e deu testemunho dos feitos de Deus entre amigos e parentes.

Embora passar por tudo isso tenha sido doloroso para mim, eu ganhei algum entendimento sobre meu desejo por bênçãos e minhas opiniões incorretas sobre a busca e corrigi os objetivos da minha busca na fé. Tudo isso são lições que eu aprendi com essa experiência. Eu vi que a obra de Deus de salvar a humanidade é muito prática!

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Tendo lido até aqui, você é uma pessoa abençoada. A salvação de Deus dos últimos dias virá até você.

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