A obra de Deus, o caráter de Deus e o Próprio Deus III

Nossas últimas comunhões exerceram grande impacto sobre cada um de vocês. A partir de agora, as pessoas podem, por fim, sentir realmente a verdadeira existência de Deus e que Deus está, de fato, muito próximo do homem. Embora as pessoas possam ter crido em Deus por muitos anos, elas nunca compreenderam verdadeiramente os Seus pensamentos e ideias como o fazem agora nem verdadeiramente experimentaram Suas ações práticas como o fazem agora. Quer seja conhecimento ou prática real, a maioria das pessoas aprendeu algo novo, alcançou uma compreensão mais elevada, percebeu o erro nas suas próprias buscas passadas, percebeu a superficialidade de sua experiência, que grande parte de sua experiência não está alinhado com a vontade de Deus, e percebeu que o que mais falta ao homem é o conhecimento do caráter de Deus. Esse conhecimento por parte do homem é meramente um tipo de conhecimento baseado em percepção; elevar-se ao nível do conhecimento racional requer um aprofundamento e fortalecimento gradual por meio de suas experiências. Antes de o homem compreender verdadeiramente a Deus, pode-se dizer subjetivamente que ele acredita na existência de Deus em seu coração, mas não têm uma compreensão real de questões específicas, como que tipo de Deus Ele realmente é, qual é a Sua vontade, qual é o Seu caráter e qual é a Sua real atitude para com a humanidade. Isso compromete muito a fé das pessoas em Deus, impedindo que a fé delas alcance pureza ou perfeição. Mesmo se você estiver face a face com a palavra de Deus ou sentir que encontrou Deus através de suas experiências, ainda assim não se pode dizer que você O compreende plenamente. Como você não conhece os pensamentos de Deus nem o que Ele ama e o que Ele odeia, o que O deixa irritado e o que Lhe traz alegria, você, portanto, não tem uma verdadeira compreensão Dele. A sua fé é construída sobre uma base de vagueza e imaginação, baseada em seus desejos subjetivos. Ainda está longe de ser uma crença autêntica, e você ainda está longe de ser um verdadeiro seguidor. Explicações dos exemplos dessas histórias bíblicas permitiram que os humanos conhecessem o coração de Deus, o que Ele estava pensando a cada passo da Sua obra e por que Ele realizou essa obra, quais eram a Sua intenção original e o Seu plano quando Ele fez isso, como Ele chegou às Suas ideias e como Ele preparou e desenvolveu o Seu plano. Por meio dessas histórias, podemos ganhar uma compreensão detalhada e específica de cada intenção específica de Deus e de cada pensamento real durante os seis mil anos da Sua obra de gerenciamento e da Sua atitude em relação aos humanos em diferentes épocas e eras. Se as pessoas puderem entender o que Deus estava pensando, quais eram a Sua atitude e o caráter que Ele revelou ao enfrentar cada situação, isso poderá ajudar cada pessoa a perceber mais profundamente a verdadeira existência de Deus e sentir mais profundamente a Sua praticidade e autenticidade. O Meu objetivo ao contar essas histórias não é para que as pessoas entendam a história bíblica, tampouco é ajudá-las a se familiarizar com os versículos ou os personagens da Bíblia e, especialmente, não é ajudar as pessoas a compreender antecedentes pano de fundo daquilo que Deus fez durante a Era da Lei. É, antes, ajudar as pessoas a entenderem a vontade de Deus, Seu caráter e cada pequena parte Dele e a ganharem um entendimento e um conhecimento mais autênticos e mais precisos sobre Ele. Dessa forma, o coração das pessoas pode, pouco a pouco, abrir-se para Deus, aproximar-se de Deus, e elas podem melhor compreendê-Lo, Seu caráter, Sua essência e conhecer melhor o Próprio Deus verdadeiro.

O conhecimento do caráter de Deus e daquilo que Ele tem e é pode ter um impacto positivo sobre as pessoas. Pode ajudá-las a ter mais confiança em Deus e ajudá-las a alcançar a verdadeira obediência e temor a Ele. Então elas não mais O seguirão nem o adorarão cegamente. Deus não quer os tolos nem aqueles que seguem a multidão cegamente, mas sim um grupo de pessoas que tenha, em seu coração, um entendimento e conhecimento claro do caráter de Deus e possa agir como testemunhas de Deus, pessoas que, por causa de Sua amabilidade, devido ao que Ele tem e é e devido ao Seu caráter justo, jamais abandonariam Deus. Como seguidor de Deus, se no seu coração ainda faltar clareza ou houver ambiguidade ou confusão sobre a verdadeira existência de Deus, sobre Seu caráter, sobre o que Ele tem e é e sobre o Seu plano para salvar a humanidade, então a sua fé não poderá ganhar o louvor de Deus. Deus não quer que esse tipo de pessoa O siga, e Ele não gosta quando esse tipo de pessoa vem para diante Dele. Como esse tipo de pessoa não compreende a Deus, ele é incapaz de entregar seu coração a Deus — o coração dessas pessoas está fechado para Ele, por isso sua fé em Deus é cheia de impurezas. Sua maneira de seguir a Deus só pode ser chamada de cega. As pessoas só podem ganhar crença verdadeira e ser verdadeiros seguidores se tiverem verdadeiro entendimento e conhecimento de Deus, o que gera dentro delas obediência verdadeira e temor de Deus. Só assim podem dar seu coração a Deus e abri-lo para Ele. É isso o que Deus quer, porque tudo que fazem e pensam pode resistir ao teste de Deus e dar testemunho Dele. Tudo que Eu comunico a vocês a respeito do caráter de Deus, ou sobre o que Ele tem e é, ou a Sua vontade e Seus pensamentos em tudo o que Ele faz e de qualquer perspectiva, de qualquer ângulo que Eu fale sobre isso, é tudo para ajudá-los a ter mais certeza da existência verdadeira de Deus, a compreenderem e apreciarem mais verdadeiramente o Seu amor pela humanidade e a compreenderem e apreciarem mais verdadeiramente a preocupação de Deus com as pessoas e o Seu sincero desejo de gerenciar e salvar a humanidade.

Uma recapitulação dos pensamentos, ideias e ações de Deus desde Sua criação do mundo

Hoje, resumiremos primeiro os pensamentos, ideias e cada um de Seus movimentos desde que Ele criou a humanidade. Daremos uma olhada na obra que Ele realizou desde a criação do mundo até o início oficial da Era da Graça. Poderemos então descobrir quais dos pensamentos e ideias de Deus são desconhecidos ao homem, e a partir daí podemos esclarecer a ordem do plano de gerenciamento de Deus e compreender plenamente o contexto no qual Ele criou Sua obra de gerenciamento, sua fonte e seu processo de desenvolvimento, e também compreender plenamente quais resultados Ele quer da Sua obra de gerenciamento — isto é, o cerne e o propósito da Sua obra de gerenciamento. Para compreender essas coisas, precisamos voltar a um tempo distante, imóvel e silencioso, quando não havia humanos…

Deus cria pessoalmente a primeira pessoa viva

Quando Deus Se levantou do Seu leito, o primeiro pensamento que Ele teve foi este: criar uma pessoa viva — um ser humano vivo, real — alguém para viver com Ele e ser seu companheiro constante; essa pessoa poderia ouvi-Lo, e Ele poderia se confiar a ela e falar com ela. Então, pela primeira vez, Deus pegou um punhado de terra e o usou para criar a primeira pessoa viva de acordo com a imagem que Ele tinha criado em Sua mente e deu então a essa criatura viva um nome: Adão. Uma vez que Deus tinha essa pessoa que vivia e respirava, como Ele Se sentiu? Pela primeira vez, Ele sentiu a alegria de ter um ente querido, um companheiro. Sentiu também pela primeira vez a responsabilidade de ser pai e a preocupação que a acompanha. Essa pessoa que vivia e respirava trouxe a Deus felicidade e alegria; pela primeira vez, Ele Se sentiu reconfortado. Essa foi a primeira coisa que Deus fez que não foi realizada com Seus pensamentos nem mesmo com palavras, mas sim com as Suas mãos. Quando esse tipo de ser — uma pessoa que vive e respira — postou-se diante de Deus, feito de carne e sangue, com corpo e forma e capaz de falar com Deus, Ele experimentou uma espécie de alegria que nunca sentira antes. Deus realmente sentiu a Sua responsabilidade, e esse ser vivo não apenas tocou Seu coração, mas aqueceu e comoveu Seu coração com cada pequeno movimento que fazia. Quando esse ser vivo se postou diante de Deus, foi a primeira vez que Ele teve o pensamento de ganhar mais pessoas assim. Essa foi a série de eventos que se iniciou com esse primeiro pensamento que Deus teve. Para Ele, todos esses eventos estavam ocorrendo pela primeira vez, mas, nesses primeiros eventos, não importa o que Ele tenha sentido naquele momento — alegria, responsabilidade, preocupação — não havia ninguém com quem Ele pudesse compartilhar. A partir daquele momento, Deus sentiu verdadeiramente uma solidão e uma tristeza que nunca havia experimentado antes. Sentiu que o homem não podia aceitar nem compreender Seu amor e Sua preocupação, nem Suas intenções para o homem e, assim, Ele continuou sentindo tristeza e dor em Seu coração. Embora Ele tivesse feito essas coisas para o homem, o homem não estava ciente disso e não compreendia. Além de felicidade, a alegria e o consolo que o homem trouxe para Ele logo trouxeram consigo os Seus primeiros sentimentos de tristeza e solidão. Esses eram os pensamentos e sentimentos de Deus naquele momento. Enquanto Deus estava fazendo todas essas coisas, em Seu coração Ele passava da alegria à tristeza e da tristeza à dor, e todos esses sentimentos se misturavam com ansiedade. Tudo o que Ele queria era apressar-Se para fazer essa pessoa, essa humanidade, saber o que estava em Seu coração e compreender as Suas intenções o quanto antes. Essas pessoas poderiam, então, tornar-se Seus seguidores, compartilhar Seus pensamentos e estar alinhados com Sua vontade. Elas não mais apenas ouviriam Deus falar e permaneceriam mudos; elas não mais estariam inconscientes de como unir-se a Deus na Sua obra; acima de tudo, elas não seriam mais pessoas indiferentes às exigências de Deus. Essas primeiras coisas que Deus fez são muito significativas e têm grande valor para o Seu plano de gerenciamento e para os seres humanos de hoje.

Depois de criar todas as coisas e a humanidade, Deus não descansou. Ele estava inquieto e ansioso para realizar Seu gerenciamento e para ganhar as pessoas que Ele amava tanto em meio à humanidade.

Deus faz uma série de obras sem precedentes por volta do tempo da Era da Lei

Em seguida, não muito depois de Deus ter criado os seres humanos, vemos na Bíblia que houve um grande dilúvio por todo o mundo. Noé é mencionado no registro do dilúvio, e pode-se dizer que Noé foi a primeira pessoa a receber o chamado de Deus para trabalhar com Ele, para completar uma tarefa de Deus. Naturalmente, essa também foi a primeira vez que Deus chamou uma pessoa na terra para fazer alguma coisa de acordo com a Sua ordem. Logo que Noé terminou de construir a arca, Deus inundou a terra pela primeira vez. Quando Deus destruiu a terra com o dilúvio, foi a primeira vez desde que havia criado os seres humanos que Ele Se sentiu tomado de desgosto por eles; foi isso que obrigou Deus a tomar a dolorosa decisão de destruir essa raça humana por meio de um dilúvio. Depois que o dilúvio destruiu a terra, Deus fez Sua primeira aliança com os humanos, uma aliança para mostrar que Ele nunca voltaria a destruir o mundo por meio de dilúvios. O sinal dessa aliança foi o arco-íris. Essa foi a primeira aliança de Deus com a humanidade, e assim o arco-íris foi o primeiro sinal de uma aliança dado por Deus; o arco-íris é uma coisa real e física, que existe. É a própria existência do arco-íris que faz com que Deus, muitas vezes, sinta tristeza pela raça humana anterior que Ele perdeu e que Lhe serve como um lembrete constante do que aconteceu com eles… Deus não quis diminuir o ritmo — Ele estava inquieto e ansioso para dar o próximo passo em Seu gerenciamento. Em seguida, Deus escolheu Abraão como Sua primeira opção para a Sua obra por todo Israel. Essa foi também a primeira vez que Deus escolheu um tal candidato. Deus resolveu começar a realizar a Sua obra de salvar a humanidade por meio dessa pessoa e a continuar a Sua obra entre os descendentes dessa pessoa. Podemos ver na Bíblia que foi isso que Deus fez com Abraão. Deus então fez de Israel a primeira terra escolhida e começou a Sua obra da Era da Lei por meio do Seu povo escolhido, os israelitas. Novamente pela primeira vez, Deus forneceu aos israelitas as regras e leis expressas que a humanidade deveria seguir e as explicou em detalhes para eles. Essa foi a primeira vez que Deus deu aos seres humanos regras tão específicas e padronizadas para como eles deveriam oferecer sacrifícios, como deveriam viver, o que deveriam fazer e não fazer, quais festas e dias eles deveriam observar, e os princípios a seguir em tudo que fizessem. Foi a primeira vez que Deus deu à humanidade regulamentos e princípios tão detalhados e padronizados sobre como deveriam viver sua vida.

Sempre que digo “pela primeira vez”, isso se refere a um tipo de obra que Deus nunca tinha realizado antes. Refere-se a uma obra que não existia antes, e embora Deus tivesse criado a humanidade e todos os tipos de criaturas e seres vivos, esse é um tipo de obra que Ele nunca tinha feito antes. Toda essa obra envolvia o gerenciamento da humanidade por Deus; tudo tinha a ver com as pessoas e a salvação e o gerenciamento delas por Deus. Depois de Abraão, Deus mais uma vez teve uma estreia — Ele escolheu Jó como aquele que viveria sob lei e poderia resistir às tentações de Satanás, enquanto continuava a temer a Deus, a evitar o mal e ser testemunha de Deus. Essa foi também a primeira vez que Deus permitiu que Satanás tentasse uma pessoa e a primeira vez que Ele fez uma aposta com Satanás. No final, pela primeira vez, Ele ganhou alguém que era capaz de ser testemunha e de dar testemunho Dele enquanto enfrentava Satanás e alguém capaz de envergonhar Satanás completamente. Desde que Deus tinha criado a humanidade, essa foi a primeira pessoa que Ele tinha ganhado que era capaz de dar testemunho Dele. Tendo ganhado esse homem, Deus ficou ainda mais ansioso para continuar o Seu gerenciamento e realizar o próximo estágio na Sua obra, preparando o local e as pessoas que Ele escolheria para o próximo passo da Sua obra.

Depois de comunicar-lhes sobre tudo isso, vocês têm uma verdadeira compreensão da vontade de Deus? Deus considera esse caso de Seu gerenciamento da humanidade, de Sua salvação da humanidade, como mais importantes do que qualquer outra coisa. Ele faz essas coisas não apenas com a Sua mente nem apenas com Suas palavras e, certamente, não com uma atitude casual — Ele faz todas essas coisas com um plano, com um objetivo, com padrões e com Sua vontade. É claro que essa obra de salvar a humanidade tem grande significado tanto para Deus como para o homem. Por mais difícil que seja a obra, por maiores que sejam os obstáculos, por mais fracos que sejam os humanos, ou por mais profunda que seja a rebeldia da humanidade, nada disso é difícil para Deus. Deus Se mantém ocupado, despendendo Seus meticulosos esforços e gerenciando a obra que Ele Mesmo quer realizar. Ele também está arranjando tudo e exercendo Sua soberania sobre todas aquelas pessoas nas quais operará e sobre toda a obra que Ele quer completar — nada disso jamais foi feito antes. Essa foi a primeira vez em que Deus usou esses métodos e pagou um preço tão alto por esse importante projeto de gerenciar e salvar a humanidade. Enquanto Deus está realizando esta obra, pouco a pouco Ele está expressando e liberando para a humanidade, sem reservas, Seu esforço meticuloso, o que Ele tem e é, Sua sabedoria e onipotência e cada aspecto do Seu caráter. Ele libera e expressa essas coisas como nunca fez antes. Assim, no universo inteiro, além das pessoas que Deus visa gerenciar e salvar, nunca houve qualquer criatura tão próxima de Deus, que teve um relacionamento tão íntimo com Ele. No Seu coração, a humanidade que Ele quer gerenciar e salvar é de suma importância; Ele valoriza essa humanidade acima de tudo. Muito embora tenha pago um alto preço por ela e muito embora seja continuamente magoado e desobedecido por ela, Ele nunca desiste dela e prossegue incansavelmente em Sua obra, sem queixas nem arrependimentos. Isso é porque Ele sabe que, mais cedo ou mais tarde, as pessoas despertarão para o Seu chamado e serão tocadas por Suas palavras, reconhecerão que Ele é o Senhor da Criação e retornarão para o Seu lado…

Depois de ouvir tudo isso hoje, vocês podem sentir que tudo que Deus faz é muito normal. Parece que os humanos sempre sentiram um pouco das intenções de Deus para com eles a partir de Suas palavras e de Sua obra, mas há sempre uma certa distância entre seus sentimentos ou conhecimento e o que Deus está pensando. É por isso que acho ser necessário comunicar para todas as pessoas por que Deus criou a humanidade e o contexto por trás de Seu desejo de ganhar a humanidade pela qual Ele esperava. É essencial compartilhar isso com todos, para que todos tenham clareza e entendam isso no coração. Como cada pensamento e ideia de Deus, cada fase e cada período de Sua obra estão vinculados e intimamente ligados a toda Sua obra de gerenciamento, assim, quando vocês compreendem os pensamentos, as ideias e a vontade Dele em cada passo de Sua obra, isso é o mesmo que compreender como a obra de Seu plano de gerenciamento surgiu. É sobre esse fundamento que a compreensão que vocês têm de Deus se aprofunda. Embora tudo que Deus tenha feito quando criou o mundo, como já mencionei, por ora pareça ser meramente “informação” irrelevante para a busca da verdade, ao longo de sua experiência haverá, porém, um dia em que você não mais pensará que seja algo tão simples como uma informação qualquer, nem que seja simplesmente algum tipo de mistério. À medida que sua vida progride, uma vez que Deus tenha algum lugar em seu coração ou uma vez que você compreenda mais plena e profundamente Sua vontade, você realmente compreenderá a importância e a necessidade daquilo que estou falando hoje. Não importa em que medida vocês aceitem isso agora, ainda é necessário que vocês entendam e saibam essas coisas. Quando Deus faz alguma coisa, quando Ele realiza Sua obra, não importa se é com Suas ideias ou com as Próprias mãos, não importa se é a primeira vez em que Ele fez aquilo ou se é a última — no fim, Deus tem um plano, e Seus propósitos e pensamentos estão em tudo que Ele faz. Esses propósitos e pensamentos representam o caráter de Deus e expressam o que Ele tem e é. Essas duas coisas — o caráter de Deus e o que Ele tem e é — devem ser compreendidas por todas as pessoas, sem exceção. Uma vez que uma pessoa compreenda Seu caráter e o que Ele tem e é, ela pode gradualmente compreender por que Deus faz o que faz e por que Ele diz o que diz. A partir daí, ela pode ter mais fé para seguir a Deus, buscar a verdade e uma mudança em seu caráter. Ou seja, o entendimento do homem sobre Deus e sua fé em Deus são inseparáveis.

Se aquilo do que as pessoas ganham conhecimento e aquilo que chegam a entender for o caráter de Deus e o que Ele tem e é, então o que elas ganham será a vida que vem de Deus. Uma vez que essa vida tenha sido forjada dentro de você, seu temor a Deus se tornará cada vez maior. Esse é um ganho que ocorre muito naturalmente. Se você não quer compreender nem conhecer o caráter de Deus ou a Sua essência, se você não quer nem sequer ponderar ou concentrar-se nessas coisas, posso dizer-lhe com certeza que a maneira como você está atualmente buscando sua fé em Deus nunca poderá permitir que você cumpra a vontade Dele ou ganhe o Seu louvor. Mais ainda, você nunca poderá verdadeiramente alcançar a salvação — essas são as consequências finais. Quando as pessoas não compreendem a Deus e não conhecem o Seu caráter, seu coração nunca pode realmente se abrir para Ele. Uma vez que tenham entendido Deus, elas começarão a apreciar e saborear o que está no Seu coração com interesse e fé. Quando você aprecia e saboreia o que está no coração de Deus, seu coração vai gradualmente, pouco a pouco, se abrindo para Ele. Quando seu coração se abrir para Ele, você sentirá quão vergonhosas e desprezíveis foram suas permutas com Deus, suas exigências a Ele e seus próprios desejos extravagantes. Quando seu coração realmente se abrir para Deus, você verá que o coração Dele é um mundo infinito e você entrará em um reino que nunca experimentou antes. Nesse reino não há trapaça, não há engano, não há escuridão nem maldade. Existe somente sinceridade e fidelidade; luz e retidão; somente justiça e bondade. É cheio de amor e cuidado, compaixão e tolerância, e, por meio dele, você sente a felicidade e a alegria de estar vivo. Essas coisas são o que Deus revelará a você quando você abrir seu coração para Ele. Esse mundo infinito está repleto da sabedoria de Deus e da Sua onipotência; também está repleto do Seu amor e da Sua autoridade. Aqui você pode ver cada aspecto daquilo que Deus tem e é, o que traz alegria a Ele, por que Ele se preocupa e por que fica triste, por que se irrita… Isso é o que cada pessoa que abre o coração e permite que Deus entre nele pode ver. Deus só pode entrar em seu coração se você o abrir para Ele. Você só pode ver o que Deus tem e é e só pode ver Suas intenções para você, se Ele tiver entrado em seu coração. Nesse momento, você descobrirá que tudo a respeito de Deus é muito precioso, que o que Ele tem e é é muito digno de se valorizar. Comparado a isso, as pessoas que o cercam, os objetos e eventos na sua vida e até mesmo seus entes queridos, seu parceiro e as coisas que você ama mal são dignos de serem mencionados. Eles são tão pequenos e inferiores; você sentirá que nenhum objeto material jamais poderá seduzi-lo novamente e que qualquer objeto material poderá incitá-lo a pagar um preço por ele novamente. Na humildade de Deus, você verá a Sua grandeza e supremacia. Além disso, você verá em algum feito de Deus, que anteriormente você acreditava ser muito pequeno, Sua infinita sabedoria e tolerância, você verá Sua paciência, Sua longanimidade e Sua compreensão por você. Isso gerará em você uma adoração por Ele. Nesse dia, você sentirá que a humanidade está vivendo em um mundo tão imundo, que as pessoas ao seu lado e as coisas que acontecem na sua vida e até aqueles que você ama, o amor deles por você e a suposta proteção ou preocupação deles por você são coisas que nem merecem ser mencionadas — apenas Deus é o seu amado, é apenas Deus o que você mais preza. Quando esse dia chegar, creio que haverá algumas pessoas que dirão: o amor de Deus é tão grande e Sua essência é tão sagrada — em Deus não há engano, nem mal, nem inveja, nem conflito, mas apenas retidão e autenticidade, e tudo que Deus tem e é deve ser desejado pelos humanos. Os humanos devem se esforçar e aspirar por isso. Sobre qual base é construída a capacidade da humanidade para conseguir isso? Ela é construída com base na compreensão que os humanos têm do caráter de Deus e na sua compreensão da essência de Deus. Assim, compreender o caráter de Deus e o que Ele tem e é é uma lição para toda a vida para cada pessoa; esse é um objetivo vitalício buscado por cada pessoa que se esforça para mudar o seu caráter e que se esforça para conhecer a Deus.

A primeira vez que Deus Se torna carne para operar

Acabamos de falar sobre toda a obra que Deus fez, a série de obras sem precedente que Ele realizou. Cada uma dessas coisas é relevante para o plano de gerenciamento de Deus e para a Sua vontade. Elas também são relevantes para o caráter do Próprio Deus e Sua essência. Se quisermos compreender mais do que Deus tem e é, não podemos parar no Antigo Testamento ou na Era da Lei — devemos seguir em frente, acompanhando os passos que Deus deu em Sua obra. Então, quando Deus encerrou a Era da Lei e iniciou a Era da Graça, deixem que nossos próprios passos sigam até a Era da Graça — uma era cheia de graça e redenção. Nessa era, Deus novamente fez algo muito importante que nunca tinha sido feito antes. A obra nesta nova era, tanto para Deus como para a humanidade, foi um novo ponto de partida — ponto de partida que consistia em outra nova obra feita por Deus que nunca tinha sido feita antes. Essa nova obra era sem precedente, algo que estava além da força de imaginação dos humanos e de todas as criaturas. É algo que, agora, é bem conhecido a todas as pessoas — pela primeira vez Deus Se tornou um ser humano e pela primeira vez Ele iniciou uma nova obra na forma de um homem, com a identidade de um homem. Essa nova obra significou que Deus completou a Sua obra na Era da Lei e que Ele não faria nem diria mais nada sob a lei. Tampouco falaria nem faria qualquer coisa na forma da lei nem de acordo com os princípios ou regras da lei. Isto é, toda a Sua obra baseada na lei foi interrompida para sempre e não seria continuada, pois Deus queria começar uma nova obra e fazer novas coisas. Seu plano mais uma vez teve um novo ponto de partida, e, assim, Deus teve que conduzir a humanidade para a próxima era.

Se isso foi uma notícia alegre ou sinistra para os humanos dependeu da essência de cada pessoa individual. Pode-se dizer que, para algumas pessoas, não foi uma notícia alegre, mas ameaçadora, porque quando Deus começou Sua nova obra, aqueles que apenas seguiam as leis e as regras, que apenas seguiam as doutrinas, mas não temiam a Deus, tendiam a usar a antiga obra de Deus para condenar Sua nova obra. Para essas pessoas, foi uma notícia ameaçadora. Mas para cada pessoa que era inocente e aberta, que era sincera com Deus e estava disposta a receber Sua redenção, a primeira encarnação de Deus foi uma notícia muito alegre. Pois desde que os humanos passaram a existir pela primeira vez, essa foi a primeira vez em que Deus apareceu e viveu entre os homens de uma forma que não era Espírito; dessa vez, Ele nasceu de um ser humano e viveu entre as pessoas como o Filho do homem e operou em seu meio. Essa “estreia” derrubou as noções das pessoas; estava além de tudo que podiam imaginar. Além disso, todos os seguidores de Deus ganharam um benefício tangível. Deus não apenas encerrou a antiga era como também encerrou Seus antigos métodos e estilo de operar. Ele não mais exigiu que Seus mensageiros transmitissem Sua vontade, não ficou mais oculto entre as nuvens e não mais apareceu nem falou com os humanos de maneira imponente, através do trovão. Diferentemente de tudo que houve antes, por meio de um método inimaginável para os humanos, que era difícil para eles compreenderem ou aceitarem — tornando-Se carne — Ele Se tornou o Filho do homem a fim de iniciar a obra daquela era. Esse ato de Deus pegou a humanidade totalmente despreparada; constrangeu-a, porque Deus havia, mais uma vez, iniciado uma nova obra que Ele nunca havia feito antes. Hoje, examinaremos qual foi a nova obra que Deus realizou na nova era e contemplaremos o que podemos aprender com essa nova obra em termos do caráter de Deus e daquilo que Ele tem e é.

As seguintes palavras estão registradas no Novo Testamento da Bíblia.

1. Jesus colhe espigas no sábado para comer

Mateus 12:1 Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os Seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer.

2. O Filho do homem é o Senhor do sábado

Mateus 12:6-8 Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.

Vejamos primeiro esta passagem: “Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os Seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer”.

Por que selecionei essa passagem? Que conexão tem ela com o caráter de Deus? Nesse texto, a primeira coisa que aprendemos é que era o dia de sábado, mas o Senhor Jesus saiu e levou Seus discípulos pelos campos de trigo. O que é ainda mais “traiçoeiro” é que eles até “começaram a colher espigas, e a comer”. Na Era da Lei, a lei de Deus Jeová estipulava que as pessoas não podiam sair casualmente ou participar de atividades no sábado — havia muitas coisas que não podiam ser feitas no sábado. Essa ação por parte do Senhor Jesus foi intrigante para os que tinham vivido sob a lei por um longo tempo, e até provocou críticas. Quanto à confusão deles e à maneira como falaram sobre o que Jesus fez, vamos deixar isso de lado por ora e discutir primeiro por que o Senhor Jesus optou por fazer isso justamente no sábado e o que Ele quis comunicar, por meio dessa ação, às pessoas que viviam sob a lei. É sobre a conexão entre essa passagem e o caráter de Deus que desejo falar.

Quando o Senhor Jesus veio, Ele usou Suas ações práticas para dizer as pessoas que Deus havia deixado a Era da Lei e iniciado uma nova obra e que essa nova obra não exigia observar o sábado. A saída de Deus saiu dos limites do dia de sábado foi apenas um prenúncio da Sua nova obra; a obra real e grandiosa ainda estava por vir. Quando o Senhor Jesus iniciou a Sua obra, Ele já havia deixado para trás os “grilhões” da Era da Lei e rompido com os regulamentos e princípios daquela era. Nele, não havia vestígio de nada relativo à lei; Ele a havia rejeitado inteiramente e não mais a observava e não mais exigia que a humanidade a observasse. Então aqui você vê que o Senhor Jesus passou pelos campos de trigo no sábado e que o Senhor não descansou; Ele estava ao ar livre, trabalhando e não descansando. Essa Sua ação foi um choque para as noções das pessoas, e ela comunicou a elas que Ele não mais vivia sob a lei e que Ele havia deixado as limitações do sábado e aparecido diante da humanidade e em seu meio em uma nova imagem, com uma nova maneira de operar. Essa Sua ação disse às pessoas que Ele havia trazido Consigo uma nova obra, uma obra que começou com o emergir de estar sob a lei e o partir do sábado. Quando Deus realizou Sua nova obra, Ele não mais Se apegou ao passado e não estava mais preocupado com os regulamentos da Era da Lei. Tampouco foi afetado pela Sua obra na era anterior, mas, em vez disso, operou no sábado como fazia em qualquer outro dia, e quando Seus discípulos ficaram com fome no sábado, eles puderam colher espigas para comer. Isso tudo era muito normal aos olhos de Deus. Para Deus, é permissível ter um novo início para boa parte da nova obra que Ele quer fazer e as palavras novas que Ele quer dizer. Quando Ele começa algo novo, Ele não menciona Sua obra anterior nem continua a executá-la. Deus tem Seus princípios na Sua obra, quando Ele quer começar uma nova obra, é quando Ele quer trazer a humanidade para um novo estágio da Sua obra e quando a Sua obra entrará em uma fase mais elevada. Se as pessoas continuarem a agir de acordo com os ditos ou regulamentos antigos ou continuarem a se apegar a eles, Ele não lembrará nem aprovará isso. Isso acontece porque Ele já trouxe uma nova obra e entrou em uma nova fase da Sua obra. Quando Ele inicia uma nova obra, Ele aparece para a humanidade com uma imagem inteiramente nova, de um ângulo completamente novo e de uma maneira completamente nova, para que as pessoas possam ver diferentes aspectos do Seu caráter e o que Ele tem e é. Esse é um dos Seus objetivos na Sua nova obra. Deus não Se apega a coisas velhas nem segue a senda já muito trilhada; quando Ele opera e fala, Ele não é tão proibitivo quanto as pessoas imaginam. Em Deus, tudo é livre e liberado, e não há proibição nem restrições — o que Ele traz para a humanidade é liberdade e libertação. Ele é um Deus vivo, um Deus que existe genuína e verdadeiramente. Ele não é uma marionete nem uma figura de barro e é totalmente diferente dos ídolos que as pessoas consagram e adoram. Ele é vivo e vibrante, e o que Suas palavras e a Sua obra trazem para a humanidade é inteiramente vida e luz, liberdade e libertação, porque Ele detém a verdade, a vida e o caminho — Ele não é limitado por nada em nenhuma parte da Sua obra. Não importa o que as pessoas digam nem a maneira como veem ou avaliam a Sua nova obra, Ele realizará a Sua obra sem hesitação. Ele não Se preocupará com as noções de ninguém nem com dedos apontados para a Sua obra e as Suas palavras, nem mesmo com a forte oposição e resistência das pessoas à Sua nova obra. Ninguém, em toda a criação, pode usar a razão humana nem a imaginação, o conhecimento ou a moralidade humanos para medir ou definir o que Deus faz, para desacreditar, perturbar ou sabotar a Sua obra. Não há proibição na Sua obra e no que Ele faz; ela não será restringida por nenhum homem, evento ou coisa nem será perturbada por nenhuma força hostil. No que diz respeito à Sua nova obra, Ele é um Rei sempre vitorioso, e todas as forças hostis e todas as heresias e falácias da humanidade são pisoteadas debaixo do Seu escabelo. Não importa qual novo estágio da Sua obra Ele esteja realizando, ele certamente será desenvolvido e ampliado em meio à humanidade e certamente será realizado sem impedimentos por todo o universo, até que a Sua grande obra tenha se completado. Essa é a onipotência e sabedoria de Deus, Sua autoridade e poder. Assim, o Senhor Jesus pôde sair e operar no sábado abertamente, porque não havia regras em Seu coração e não havia conhecimento nem doutrina originária da humanidade. O que Ele tinha era a nova obra de Deus e o caminho de Deus. Sua obra era o caminho para libertar a humanidade, para libertar as pessoas, para permitir que elas existissem na luz e vivessem. Entrementes, aqueles que adoram ídolos ou falsos deuses vivem todos os dias presos por Satanás, restringidos por todos os tipos de regras e tabus — hoje uma coisa é proibida; amanhã, outra — não há liberdade em sua vida. Eles são como prisioneiros algemados, que vivem sem nenhuma alegria. O que a “proibição” representa? Ela representa restrições, amarras e maldade. Assim que uma pessoa adora um ídolo, ela está adorando um falso deus, um espírito maligno. A proibição surge quando uma pessoa se engaja em tais atividades. Você não pode comer isso ou aquilo, hoje você não pode sair, amanhã não pode cozinhar, no dia seguinte não pode mudar-se para uma casa nova, certos dias devem ser escolhidos para casamentos e enterros e até mesmo para dar à luz uma criança. Como se chama isso? Chama-se proibição; é a escravidão da humanidade, e são os grilhões de Satanás e dos espíritos malignos que controlam as pessoas e lhes confinam o coração e o corpo. Essas proibições existem com Deus? Ao falar da santidade de Deus, você deve primeiro pensar nisto: com Deus não há proibições. Deus tem princípios nas Suas palavras e obras, mas não há proibições, pois o Próprio Deus é a verdade, o caminho e a vida.

Vejamos agora a seguinte passagem das escrituras: “Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor” (Mateus 12:6-8). A que se refere a palavra “templo” aqui? Simplificando, ela se refere a um edifício alto e magnífico e, na Era da Lei, o templo era um local onde os sacerdotes adoravam a Deus. Quando o Senhor Jesus disse: “Aqui está o que é maior do que o templo”, a quem estava se referindo? Claramente, ao Senhor Jesus na carne, porque apenas Ele era maior que o templo. O que essas palavras disseram às pessoas? Elas disseram às pessoas que saíssem do templo — Deus já havia saído do templo e não estava mais operando nele, portanto as pessoas deveriam buscar os passos de Deus fora do templo e seguir Seus passos na Sua nova obra. Quando o Senhor Jesus disse isso havia uma premissa por trás de Suas palavras, que era que, sob a lei, as pessoas tinham passado a ver o templo como algo maior que o Próprio Deus. Isto é, as pessoas adoravam o templo em vez de adorar a Deus, por isso o Senhor Jesus as advertiu a não adorar ídolos, mas a, em vez disso, adorar a Deus, pois Ele é supremo. Assim, Ele disse: “Misericórdia quero, e não sacrifícios”. É evidente que, aos olhos do Senhor Jesus, a maioria das pessoas que vivia sob a lei não mais adorava a Jeová, mas estava apenas agindo sem se envolver nos sacrifícios, e o Senhor Jesus determinou que isso constituía idolatria. Esses adoradores de ídolos viam o templo como algo maior e superior a Deus. Em seu coração havia apenas o templo, não Deus, e se eles perdessem o templo, então eles perderiam sua morada. Sem o templo, eles não teriam onde adorar e não poderiam realizar seus sacrifícios. Sua chamada “morada” é onde eles usavam o pretexto falso de adorar a Deus Jeová a fim de permanecer no templo e tratar dos seus próprios assuntos. Seus supostos sacrifícios nada mais era do que eles levando a cabo suas próprias transações vergonhosas sob o disfarce de prestar seu serviço no templo. Foi por essa razão que as pessoas daquela época viam o templo como maior que Deus. O Senhor Jesus disse essas palavras como alerta para as pessoas, pois elas usavam o templo como fachada e os sacrifícios como disfarce para enganar as pessoas e enganar a Deus. Se vocês aplicarem essas palavras ao presente, elas são igualmente válidas e igualmente pertinentes. Embora as pessoas de hoje tenham experimentado uma obra de Deus diferentes da experimentada pelas pessoas na Era da Lei, sua natureza essência é a mesma. No contexto da obra de hoje, as pessoas ainda fazem o mesmo tipo de coisas como representadas pelas palavras “o templo é maior que Deus”. Por exemplo, as pessoas consideram cumprir o seu dever o seu trabalho; elas consideram dar testemunho de Deus e combater o grande dragão vermelho movimentos políticos em defesa dos direitos humanos, pela democracia e pela liberdade; eles transformam em carreiras seu dever de utilizar as suas habilidades, porém consideram que temer a Deus e evitar o mal não passam de instâncias de doutrina religiosa para se observar; e assim por diante. Não são esses comportamentos essencialmente o mesmo que “o templo é maior que Deus”? A diferença é que, dois mil anos atrás, as pessoas tratavam dos seus negócios pessoais no templo físico, mas hoje, tratam dos seus negócios pessoais em templos intangíveis. Aquelas pessoas que valorizam as regras veem as regras como maiores que Deus, aquelas pessoas que amam o status veem o status como maior que Deus, aquelas que amam sua carreira veem a carreira como maior que Deus e assim por diante — todas as suas expressões Me levam a dizer: “As pessoas louvam a Deus como sendo o maior pelas suas palavras, mas, aos seus olhos, tudo é maior que Deus”. Isso é porque, assim que as pessoas encontram uma oportunidade ao longo de sua senda de seguir a Deus para mostrar seus próprios talentos ou para tratar dos seus próprios negócios ou da sua própria carreira, elas se distanciam de Deus e se lançam na sua amada carreira. Quanto àquilo que Deus lhes confiou e à Sua vontade, essas coisas já foram descartadas há muito tempo desde então. Quando é a diferença entre o estado dessas pessoas e das que tratavam dos seus próprios negócios no templo dois mil anos atrás?

A seguir, vejamos a última frase dessa passagem: “Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor”. Existe um lado prático nessa frase? Vocês conseguem perceber o lado prático disso? Cada coisa que Deus diz vem do Seu coração, por que, então, Ele disse isso? Como vocês compreendem isso? Vocês podem compreender o significado dessa frase agora, mas na época em que foi dita, muitas pessoas não compreendiam, pois a humanidade havia acabado de sair da Era da Lei. Para elas, abandonar o sábado era algo muito difícil de fazer, sem falar em compreender o que é um verdadeiro sábado.

A frase “o Filho do homem até do sábado é o Senhor” diz às pessoas que tudo relacionado a Deus não é de natureza material e, embora Deus possa suprir todas as suas necessidades materiais, uma vez que todas as suas necessidades materiais tenham sido satisfeitas, a satisfação vinda dessas coisas poderá substituir a sua busca da verdade? É bem claro que isso não é possível! O caráter de Deus e o que Ele tem e é, sobre os quais comunicamos, são ambos a verdade. Seu valor não pode ser comparado com nenhum objeto material, não importa quão valioso seja, nem o seu valor pode ser quantificado em termos de dinheiro, pois não é um objeto material e supre as necessidades do coração de cada pessoa. Para cada pessoa, o valor dessas verdades intangíveis deve ser maior que o valor de qualquer coisa material que você possa prezar, não deve? Essa afirmação é algo sobre o qual vocês devem refletir. O ponto chave do que Eu disse é que aquilo que Deus tem e é e tudo relacionado a Deus são as coisas mais importantes para cada pessoa e não podem ser substituídas por nenhum objeto material. Eu lhe darei um exemplo: quando você está com fome, precisa de comida. Esse alimento pode ser melhor ou pior mais ou menos insatisfatório, mas, contanto que você coma o suficiente, a sensação desagradável de estar com fome deixará de existir — ela terá desaparecido. Você pode ficar sentado em paz, e seu corpo estará em repouso. A fome das pessoas pode ser resolvida com comida, mas quando você está seguindo a Deus e sente que não tem entendimento Dele, como você pode resolver o vazio em seu coração? Pode ser resolvido com comida? Ou quando você está seguindo a Deus e não compreende a vontade Dele, o que você pode usar para compensar essa fome em seu coração? No processo da sua experiência de salvação por meio de Deus, enquanto você busca uma mudança no seu caráter, se você não compreender a Sua vontade ou não souber o que é a verdade, se você não compreender o caráter de Deus, você não se sentirá muito incomodado? Não sentirá uma forte fome e sede em seu coração? Esses sentimentos não impedirão que você sinta descanso em seu coração? Assim, como você pode compensar essa fome em seu coração — existe uma maneira de resolvê-lo? Algumas pessoas vão fazer compras, outras procuram seus amigos para se confidenciar, outras se entregam a um longo sono, outras leem mais das palavras de Deus ou trabalham mais e despendem mais esforço para cumprir seus deveres. Essas coisas podem resolver suas dificuldades reais? Todos vocês compreendem plenamente esses tipos de práticas. Quando você se sente impotente, quando sente um forte desejo de ganhar o esclarecimento de Deus para lhe permitir conhecer a realidade da verdade e da Sua vontade, do que você mais precisa? O que você precisa não é de uma refeição completa nem de algumas palavras gentis, muito menos a consolação e satisfação passageiras da carne — o que você precisa é que Deus lhe diga, direta e claramente, o que você deve fazer e como deve fazê-lo, que lhe diga com clareza o que é a verdade. Depois de compreender isso, mesmo que você ganhe apenas um pouquinho de entendimento, você não se sentirá mais satisfeito em seu coração do que se tivesse comido uma boa refeição? Quando seu coração está satisfeito, o seu coração e todo o seu ser não ganham descanso verdadeiro? Por meio dessa analogia e análise, vocês compreendem agora por que Eu quis compartilhar com vocês esta frase: “O Filho do homem até do sábado é o Senhor”? Seu significado é que aquilo que vem de Deus, o que Ele tem e é, e tudo relacionado a Ele são maiores do que qualquer outra coisa, incluindo a coisa ou a pessoa que você antes acreditava ser a que você mais estimava. Isto é, se uma pessoa não consegue ganhar palavras da boca de Deus ou não entende a Sua vontade, não pode ganhar descanso. Em suas experiências futuras, vocês compreenderão por que Eu queria que vocês vissem essa passagem hoje — isso é muito importante. Tudo o que Deus faz é verdade e vida. A verdade é algo que não pode faltar na vida das pessoas e é algo sem o qual elas nunca podem viver; também se poderia dizer que é a maior de todas as coisas. Embora você não possa vê-la nem tocá-la, a importância dela para você não pode ser ignorada; é a única coisa que pode trazer descanso ao seu coração.

A compreensão que vocês têm da verdade está integrada no próprio estado de vocês? Na vida real, você precisa pensar primeiro em quais verdades se relacionam com as pessoas, eventos e coisas que você já encontrou; é entre essas verdades que você pode encontrar a vontade de Deus e conectar aquilo que você encontrou com a vontade Dele. Se você não sabe quais aspectos da verdade se relacionam com as coisas que você encontrou, mas, em vez disso, vai diretamente buscar a vontade de Deus, isso é uma abordagem cega que não pode alcançar resultados. Se você quer buscar a verdade e entender a vontade de Deus, deve primeiro examinar que tipo de coisas lhe aconteceram, a que aspectos da verdade se relacionam, e procurar a verdade específica na palavra de Deus que se relaciona ao que você experimentou. Você então procurará a senda da prática que é correta para você naquela verdade; dessa forma, você poderá ganhar uma compreensão indireta da vontade de Deus. Buscar e praticar a verdade não é aplicar mecanicamente uma doutrina ou seguir uma fórmula. A verdade não é uma fórmula nem é uma lei. Ela não está morta — ela é a própria vida, é uma coisa viva, é a regra que um ser criado deve seguir na vida e a regra que um humano deve ter na vida. Isso é algo que você deve compreender o máximo possível por meio da experiência. Não importa a qual estágio você já chegou em sua experiência, você é inseparável da palavra de Deus ou da verdade, e o que você entende do caráter de Deus e o que você sabe daquilo que Deus tem e é, tudo isso está expresso nas palavras de Deus; elas estão inextricavelmente ligadas à verdade. O caráter de Deus e aquilo que Ele tem e é são, em si mesmos, a verdade; a verdade é uma manifestação autêntica do caráter de Deus e daquilo que Ele tem e é. Isso torna concreto aquilo que Ele tem e é e faz uma declaração clara sobre aquilo que Ele tem e é; diz a você mais diretamente o que Deus gosta, o que Ele não gosta, o que Ele quer que você faça e o que Ele não permite que você faça, quais pessoas Ele despreza e em quais pessoas Ele Se deleita. Por trás das verdades que Deus expressa, as pessoas podem ver Seu prazer, raiva, tristeza e felicidade, bem como a Sua essência — essa é a revelação do Seu caráter. Além de saber o que Deus tem e é e compreender Seu caráter a partir da Sua palavra, o mais importante é a necessidade de alcançar esse entendimento por meio da experiência prática. Se uma pessoa se retira da vida real a fim de conhecer a Deus, ela não conseguirá alcançar isso. Mesmo que haja pessoas capazes de ganhar alguma compreensão da palavra de Deus, sua compreensão é limitada a teorias e palavras, e então surge uma disparidade com o que o Próprio Deus realmente é.

Tudo que estamos comunicando agora está dentro do escopo das histórias registradas na Bíblia. Por meio dessas histórias e por meio da análise dessas coisas que aconteceram, as pessoas podem entender o Seu caráter e o que Ele tem e é que Ele expressou, permitindo-lhes conhecer cada aspecto de Deus de maneira mais ampla, mais profunda, mais abrangente e mais completa. Então, será que a única maneira de conhecer todos os aspectos de Deus é por meio dessas histórias? Não, não é a única maneira! Pois o que Deus diz e a obra que Ele faz na Era do Reino podem ajudar melhor as pessoas a conhecer o Seu caráter e a conhecê-lo mais plenamente. No entanto, creio que seja um pouco mais fácil conhecer o caráter de Deus e compreender o que Ele tem e é por meio de alguns exemplos ou histórias registradas na Bíblia com as quais as pessoas estão familiarizadas. Se Eu tomar as palavras de julgamento e castigo e as verdades que Deus expressa hoje, palavra por palavra, para capacitar você a conhecê-Lo dessa maneira, você sentirá que isso tudo é muito enfadonho e tedioso, e algumas pessoas até sentirão que as palavras de Deus parecem ser como fórmulas. Mas se Eu tomar essas histórias bíblicas como exemplos para ajudar as pessoas a conhecer o caráter de Deus, elas não as acharão tediosas. Você poderia dizer que, no decorrer da explicação desses exemplos, os detalhes daquilo que estava no coração de Deus naquele tempo — Seu humor ou sentimento, ou Seus pensamentos e ideias — foram transmitidos às pessoas em linguagem humana, e o objetivo de tudo isso é permitir que elas apreciem, sintam que o que Deus tem e é não é como uma fórmula. Não é uma lenda nem algo que as pessoas não podem ver nem tocar. É algo que realmente existe e que as pessoas podem sentir e apreciar. Esse é o objetivo final. Poderíamos dizer que as pessoas que vivem nesta era são abençoadas. Elas podem recorrer a histórias bíblicas para ganhar uma compreensão mais ampla da obra anterior de Deus; podem ver o Seu caráter através da obra que Ele realizou; podem compreender a vontade de Deus para a humanidade por meio desses caracteres que Ele expressou e compreender as manifestações concretas da Sua santidade e do Seu cuidado para com os humanos e, assim, elas podem alcançar um conhecimento mais detalhado e mais profundo do caráter de Deus. Creio que todos vocês podem sentir isso!

Dentro do escopo da obra que o Senhor Jesus completou na Era da Graça, você pode ver outro aspecto daquilo que Deus tem e é. Esse aspecto foi expresso através de Sua carne, e as pessoas puderam ver e apreciar isso por causa da Sua humanidade. No Filho do homem, as pessoas viram como Deus na carne viveu a Sua humanidade e viram a divindade de Deus expressa através da carne. Esses dois tipos de expressão permitiram que as pessoas vissem um Deus muito real e permitiram que as pessoas formassem um conceito diferente de Deus. Contudo, durante o período de tempo entre a criação do mundo e o fim da Era da Lei, isto é, antes da Era da Graça, os únicos aspectos de Deus que eram vistos, ouvidos e experimentados pelo povo eram apenas a divindade de Deus, as coisas que Deus fez e disse em um reino não material e as coisas que Ele expressou da Sua pessoa real que não podiam ser vistas nem tocadas. Muitas vezes, essas coisas faziam as pessoas sentirem que Deus era tão elevado em Sua grandeza que elas não podiam se aproximar Dele. A impressão que Deus costumava dar às pessoas era que Ele aparecia e desaparecia de sua capacidade de percebê-Lo, e as pessoas até chegavam a sentir que cada um dos pensamentos e ideias Dele era tão misterioso e tão esquivo que não havia como alcançá-los, muito menos tentar compreendê-los e apreciá-los. Para as pessoas, tudo que se relacionava a Deus era muito distante, tão distante que as pessoas não podiam vê-lo, não podiam tocá-lo. Ele parecia estar lá no alto do céu e parecia que Ele nem existia. Assim, para as pessoas, compreender o coração e a mente de Deus ou qualquer um dos Seus pensamentos era inatingível e até fora de seu alcance. Embora Deus realizasse algumas obras concretas na Era da Lei e também emitisse algumas palavras específicas e expressasse alguns caracteres específicos para permitir que as pessoas apreciassem e percebessem algum conhecimento real Dele, no final, essas expressões daquilo que Deus tem vinha de um reino não material, e o que as pessoas compreendiam, o que elas sabiam ainda tratava do aspecto divino daquilo que Ele tem e é. A humanidade não podia ganhar um conceito concreto a partir dessa expressão daquilo que Ele tem e é, e a impressão que tinham de Deus ainda estava presa no escopo de “um corpo espiritual do qual é difícil se aproximar, que aparece e desaparece da percepção”. Como Deus não usou um objeto específico ou uma imagem pertencente ao reino material para aparecer diante das pessoas, elas permaneceram incapazes de defini-Lo usando a linguagem humana. No coração e na mente das pessoas, elas sempre quiseram usar sua própria linguagem para estabelecer um padrão para Deus, para torná-Lo tangível e para humanizá-Lo; por exemplo, saber a altura Dele, o Seu tamanho, a Sua aparência, o que, exatamente, Ele gosta e qual é a Sua personalidade específica. Na verdade, em Seu coração, Deus sabia que as pessoas pensavam assim. Ele tinha muita clareza sobre as necessidades das pessoas, e é claro que Ele sabia o que deveria fazer; assim, Ele realizou a Sua obra de uma maneira diferente na Era da Graça. Essa nova maneira foi, ao mesmo tempo, divina e humanizada. Na época em que o Senhor Jesus estava operando, as pessoas podiam ver que Deus tinha muitas expressões humanas. Por exemplo, Ele podia dançar, podia comparecer a casamentos, podia comungar com as pessoas, falar com elas e debater assuntos com elas. Além disso, o Senhor Jesus também completou muitas obras que representavam a Sua divindade e, é claro, toda essa obra foi uma expressão e uma revelação do caráter de Deus. Durante esse tempo, quando a divindade de Deus foi realizada em um corpo comum de uma maneira que as pessoas podiam ver e tocar, elas não mais sentiam que Ele aparecia e desaparecia da percepção nem que elas não podiam se aproximar Dele. Pelo contrário, podiam tentar compreender a vontade de Deus ou entender a Sua divindade por meio de cada movimento, por meio das palavras e por meio da obra do Filho do homem. O Filho do homem encarnado expressou a divindade de Deus por meio de Sua humanidade e transmitiu a vontade de Deus para a humanidade. E por meio da expressão da vontade e do caráter de Deus, Ele também revelou às pessoas o Deus que não pode ser visto nem tocado, que reside no reino espiritual. O que as pessoas viram foi o Próprio Deus em forma tangível, feito de carne e sangue. Assim, o Filho do homem encarnado tornou concretas e humanizadas coisas como a identidade, o status, a imagem e o caráter do Próprio Deus e o que Ele tem e é. Embora a aparência externa do Filho do homem tivesse algumas limitações em relação à imagem de Deus, Sua essência e o que Ele tem e é eram plenamente capazes de representar a identidade e o status do Próprio Deus — havia apenas algumas diferenças na forma de expressão. Não podemos negar que o Filho do homem representava a identidade e o status do Próprio Deus, tanto na forma de Sua humanidade e na Sua divindade. Durante essa época, porém, Deus operava por meio da carne, falava a partir da perspectiva da carne e Se postava diante da humanidade com a identidade e o status do Filho do homem, e isso deu às pessoas a oportunidade de encontrar e experimentar as verdadeiras palavras e obra de Deus em meio à humanidade. Também permitiu que as pessoas tivessem uma percepção da Sua divindade e grandeza em meio à humildade, que ganhassem também uma compreensão e uma definição preliminar da autenticidade e realidade de Deus. Embora a obra concluída pelo Senhor Jesus, as Suas maneiras de operar e a perspectiva a partir da qual Ele falava diferissem da pessoa real de Deus no reino espiritual, tudo Nele representava verdadeiramente o Próprio Deus, que a humanidade nunca tinha visto — isso não pode ser negado! Ou seja, não importa sob que forma Deus apareça, não importa de que perspectiva Ele fale, ou com que imagem Ele encare a humanidade, Deus não representa nada além de Si Mesmo. Ele não pode representar nada de um humano nem nada da humanidade corrompida. Deus é o Próprio Deus, e isso não pode ser negado.

A seguir contemplaremos uma parábola contada pelo Senhor Jesus na Era da Graça.

3. A parábola da ovelha perdida

Mateus 18:12-14 Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou? E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.

Essa passagem é uma parábola — que tipo de sentimento ela dá às pessoas? A maneira como a expressão — a parábola — é usada aqui é uma figura de linguagem na linguagem humana e, sendo assim, pertence ao escopo do conhecimento humano. Se Deus tivesse dito algo semelhante na Era da Lei, as pessoas teriam sentido que tais palavras não eram verdadeiramente consistentes com a identidade de Deus, mas quando o Filho do homem transmitiu essas palavras na Era da Graça, elas pareceram reconfortantes, calorosas e íntimas para as pessoas. Quando Deus Se tornou carne, quando Ele apareceu na forma de um homem, Ele usou uma parábola muito apropriada que vinha de Sua própria humanidade para expressar a voz do Seu coração. Essa voz representava a própria voz de Deus e a obra que Ele queria realizar naquela época. Também representava uma atitude que Deus tinha para com as pessoas na Era da Graça. Olhando a partir da perspectiva da atitude de Deus para com as pessoas, Ele comparou cada pessoa a uma ovelha. Se uma ovelha se perdesse, Ele faria qualquer coisa que fosse necessária para encontrá-la. Isso representava um princípio da obra de Deus naquele tempo em meio à humanidade, quando Ele estava na carne. Deus usou essa parábola para descrever a Sua determinação e a Sua atitude nessa obra. Essa era a vantagem de Deus Se tornar carne: Ele podia aproveitar o conhecimento da humanidade e usar a linguagem humana para falar com as pessoas e para expressar a Sua vontade. Ele explicou, ou “traduziu” para o homem a Sua profunda e divina linguagem, que as pessoas tinham dificuldade para compreender, em linguagem humana, de uma maneira humana. Isso ajudou as pessoas a compreender a Sua vontade e saber o que Ele queria fazer. Ele também podia ter conversas com as pessoas partindo do ponto de vista humano, usando a linguagem humana, e comunicar-Se com as pessoas de uma maneira que elas compreendiam. Podia até mesmo falar e operar usando a linguagem e o conhecimento humano, de modo que as pessoas pudessem sentir a bondade e a proximidade de Deus, pudessem enxergar o Seu coração. O que vocês veem nisso? Há alguma proibição nas palavras e ações de Deus? Do ponto de vista das pessoas, não há como Deus usar o conhecimento, a linguagem ou as maneiras de falar humanas para falar sobre o que o Próprio Deus queria dizer, a obra que Ele queria realizar, ou para expressar a Sua própria vontade. Mas isso é um pensamento errôneo. Deus usou esse tipo de parábola para que as pessoas pudessem sentir a realidade e a sinceridade de Deus e perceber a Sua atitude em relação às pessoas durante aquele período. Essa parábola despertou as pessoas que viviam sob a lei há muito tempo de um sonho e também inspirou gerações e gerações de pessoas que viviam na Era da Graça. Ao ler a passagem dessa parábola, as pessoas percebem a sinceridade de Deus em salvar a humanidade e entendem o peso e a importância atribuídos à humanidade no coração de Deus.

Vejamos a última sentença desta passagem: “Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos”. Seriam essas as próprias palavras do Senhor Jesus ou as palavras do Seu Pai celestial? Na superfície, parece que é o Senhor Jesus quem está falando, mas a Sua vontade representa a vontade do Próprio Deus, e é por isso que Ele disse: “Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos”. As pessoas naquela época só reconheciam o Pai celestial como Deus e acreditavam que essa pessoa que elas viam diante dos seus olhos era meramente enviada por Ele e não podia representar o Pai celestial. É por isso que o Senhor Jesus teve que acrescentar essa frase ao fim dessa parábola, para que as pessoas pudessem realmente sentir a vontade de Deus para a humanidade e sentir a autenticidade e a exatidão daquilo que Ele dizia. Embora essa frase tenha sido uma coisa simples de dizer, ela foi dita com cuidado e amor e revelava a humildade e a ocultabilidade do Senhor Jesus. Não importa se Deus Se tornou carne ou se Ele operava no mundo espiritual, Ele conhecia melhor o coração humano e entendia melhor o que as pessoas precisavam, sabia com o que as pessoas se preocupavam e o que as confundia, e é por isso que Ele acrescentou essa frase. Essa frase realçava um problema oculto na humanidade: as pessoas eram céticas quanto ao que o Filho do homem dizia; o que significa dizer que, quando o Senhor Jesus estava falando Ele teve que acrescentar: “Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos”, e somente com base nessa premissa poderiam as Suas palavras dar frutos, fazer as pessoas acreditarem em sua exatidão e melhorar a credibilidade delas. Isso mostra que, quando Deus Se tornou um Filho do homem comum, Deus e a humanidade tinham um relacionamento muito desconfortável, e a situação do Filho do homem era muito embaraçosa. Também mostra quão insignificante era o status do Senhor Jesus entre os humanos naquele tempo. Quando Ele disse isso, era, na verdade, para dizer às pessoas: vocês podem ficar tranquilos — essas palavras não representam o que está no Meu próprio coração, mas são a vontade do Deus que está no coração de vocês. Para a humanidade, isso não era algo irônico? Embora Deus operando na carne tivesse muitas vantagens que Ele não tinha na Sua pessoa, Ele teve que suportar as dúvidas e a rejeição das pessoas e também sua insensibilidade e entorpecimento. Podia-se dizer que o processo da obra do Filho do homem foi o processo de experimentar a rejeição da humanidade e experimentar sua competição contra Ele. Mais que isso, foi o processo de trabalhar para conquistar continuamente a confiança da humanidade e para conquistar a humanidade por meio daquilo que Ele tem e é, por meio da Sua própria essência. Não foi tanto como se o Deus encarnado estivesse travando uma guerra na terra contra Satanás; o que ocorreu foi que Deus Se tornou um homem comum e começou uma luta com aqueles que O seguem, e nessa luta o Filho do homem completou a Sua obra com Sua humildade, com aquilo que Ele tem e é e com Seu amor e sabedoria. Ele obteve as pessoas que queria, conquistou a identidade e status que merecia e “voltou” para o Seu trono.

Vejamos agora estas duas passagens das Escrituras.

4. Perdoar setenta vezes sete vezes

Mateus 18:21-22 Então Pedro, aproximando-se dele, Lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.

5. O amor do Senhor

Mateus 22:37-39 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Dessas duas passagens, uma fala de perdão e a outra fala de amor. Esses dois tópicos realmente destacam a obra que o Senhor Jesus quis realizar na Era da Graça.

Quando Deus tornou-Se carne, Ele trouxe Consigo um estágio de Sua obra, que eram as tarefas de obra e o caráter específicos que Ele queria expressar nessa era. Naquele período, tudo que o Filho do homem fazia girava em torno da obra que Deus queria realizar nessa era. Ele não faria mais nem menos. Cada coisa que Ele disse e cada tipo de obra que Ele realizou estava relacionado a essa era. Independentemente de ter expressado isso ou não de uma maneira humana em linguagem humana ou por meio de linguagem divina e independentemente da maneira ou a partir da perspectiva em que o fez, o Seu objetivo era ajudar as pessoas a entender o que Ele queria fazer, qual era a Sua vontade e quais eram as Suas exigências às pessoas. Ele podia usar vários meios e diversas perspectivas para ajudar as pessoas a compreender e conhecer a Sua vontade e a compreender a Sua obra de salvar a humanidade. Assim, na Era da Graça, vemos o Senhor Jesus usando linguagem humana a maior parte do tempo para expressar o que Ele queria comunicar à humanidade. Ainda mais, nós O vemos da perspectiva de um guia comum conversando com as pessoas, provendo às suas necessidades e ajudando-as com aquilo que pediam. Esse modo de operar não era visto na Era da Lei, que antecedeu a Era da Graça. Ele se tornou mais íntimo e mais compassivo com a humanidade e também mais capaz de alcançar resultados práticos, tanto na forma como na maneira. A metáfora sobre perdoar as pessoas setenta vezes sete vezes realmente esclarece esse ponto. O objetivo alcançado pelo número nessa metáfora era permitir que as pessoas compreendessem a intenção do Senhor Jesus no momento em que Ele disse isso. Sua intenção era que as pessoas perdoassem os outros — não uma ou duas vezes, nem sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Que tipo de ideia está contido na ideia de “setenta vezes sete vezes”? É fazer com que as pessoas façam do perdão sua própria responsabilidade, algo que elas precisam aprender e um “caminho” que elas devem seguir. Embora isso fosse apenas uma metáfora, serviu para destacar um ponto crucial. Ajudou as pessoas a apreciar profundamente o que Ele quis dizer e a encontrar os caminhos adequados da prática, e os princípios e normas da prática. Essa metáfora ajudou as pessoas a entender claramente e lhes deu um conceito correto — que deveriam aprender o perdão e perdoar qualquer número de vezes sem condições, mas com uma atitude de tolerância e compreensão para os outros. Quando o Senhor Jesus disse isso, o que estava em Seu coração? Estaria Ele realmente pensando no número “setenta vezes sete”? Não, não estava. Existe um número de vezes que Deus perdoará o homem? Há muitas pessoas muito interessadas no “número de vezes” mencionado aqui, que realmente querem entender a origem e o significado desse número. Querem entender por que esse número saiu da boca do Senhor Jesus; acreditam que há uma implicação mais profunda nesse número. Mas, na verdade, isso era apenas uma figura de linguagem que Deus usou. Qualquer implicação ou significado deve ser entendido juntamente com as exigências do Senhor Jesus à humanidade. Quando Deus ainda não havia Se tornado carne, as pessoas não compreendiam boa parte do que Ele dizia, porque Suas palavras provinham da divindade completa. A perspectiva e o contexto do que Ele dizia era invisível e inatingível para a humanidade; era expresso a partir de um reino espiritual que as pessoas não podiam ver. Para as pessoas que viviam na carne, elas não podiam passar pelo reino espiritual. Mas depois que Deus tornou-Se carne, Ele falou à humanidade da perspectiva da humanidade; Ele saiu e ultrapassou o escopo do reino espiritual. Ele pôde expressar o Seu caráter divino, Sua vontade e Sua atitude por meio de coisas que os humanos eram capazes de imaginar, coisas que eles viam e encontravam em sua vida, usando métodos que os humanos podiam aceitar, numa linguagem que eles conseguiam entender e com um conhecimento que elas eram capazes de captar, para permitir que a humanidade compreendesse e conhecesse a Deus, compreendesse a Sua intenção e os padrões que Ele exige, dentro do âmbito da capacidade delas e na medida em que elas eram capazes. Esses foram o método e o princípio da obra de Deus em meio à humanidade. Embora os caminhos de Deus e Seus princípios de operar na carne tenham sido alcançados sobretudo pela ou por meio da humanidade, eles realmente alcançaram resultados que não poderiam ser alcançados operando diretamente na divindade. A obra de Deus na humanidade foi mais concreta, autêntica e direcionada, os métodos foram muito mais flexíveis e, na forma, superavam a obra realizada durante a Era da Lei.

Em seguida, falaremos sobre amar o Senhor e amar o próximo como a si mesmo. Isso é algo que é expressado diretamente na divindade? Não, é claro que não! Tudo isso foram coisas sobre as quais o Filho do homem falou em sua humanidade; só os seres humanos diriam algo como “ame seu próximo como a si mesmo”, e “ame os outros como você preza a própria vida”. Essa maneira de falar é exclusivamente humana. Deus nunca falou dessa maneira. No mínimo, Deus não tem esse tipo de linguagem em Sua divindade porque Ele não tem necessidade desse tipo de preceito: “ame seu próximo como a si mesmo” a fim de regulamentar Seu amor pela humanidade, pois o amor de Deus pela humanidade é uma revelação natural daquilo que Ele tem e é. Quando foi que vocês ouviram Deus dizer algo como: “Eu amo a humanidade como amo a Mim Mesmo”? Vocês nunca ouviram, porque o amor está na essência de Deus e no que Ele tem e é. O amor de Deus pela humanidade e Sua atitude e o modo como Ele trata as pessoas são uma expressão e revelação natural de Seu caráter. Ele não precisa fazer isso deliberadamente de uma certa maneira nem precisa seguir deliberadamente um certo método ou um código moral para conseguir amar Seu próximo como a Si Mesmo — Ele já possui esse tipo de essência. O que você vê nisso? Quando Deus operou em humanidade, muitos de Seus métodos, palavras e verdades foram expressados de maneira humana. Mas, ao mesmo tempo, o caráter de Deus, o que Ele tem e é, e a Sua vontade foram expressados para que as pessoas os soubessem e compreendessem. O que elas vieram a saber e compreender era exatamente Sua essência e o que Ele tem e é, o que representa a identidade inerente e o status do Próprio Deus. Ou seja, o Filho do homem na carne expressou o caráter inerente e a essência do Próprio Deus na maior medida possível e com a maior precisão possível. A humanidade do Filho do homem não só não era um obstáculo nem uma barreira para a comunicação e a interação do homem com Deus no céu, mas era, na verdade, o único canal e a única ponte para a humanidade se conectar com o Senhor da criação. Agora, a esta altura, vocês não acham que há muitas semelhanças entre a natureza e os métodos da obra realizada pelo Senhor Jesus na Era da Graça e o atual estágio da obra? Este estágio atual da obra também usa muita linguagem humana para expressar o caráter de Deus e muita linguagem e muitos métodos da vida cotidiana da humanidade e do conhecimento humano para expressar a vontade do Próprio Deus. Uma vez que Deus Se torna carne, não importa se Ele está falando de uma perspectiva humana ou de uma perspectiva divina, grande parte da Sua linguagem e dos Seus métodos de expressão vem por meio da linguagem humana e dos métodos humanos. Isto é, quando Deus Se torna carne, essa é a melhor oportunidade para você ver a onipotência de Deus e Sua sabedoria e conhecer cada aspecto real de Deus. Quando Deus tornou-Se carne, em Sua fase de crescimento, Ele veio a entender, aprender e compreender parte do conhecimento da humanidade, do bom senso, da linguagem e dos métodos de expressão em humanidade. O Deus encarnado possuía essas coisas que vinham dos humanos que Ele havia criado. Elas se tornaram ferramentas de Deus na carne para expressar Seu caráter e Sua divindade e permitiram que Ele tornasse Sua obra mais pertinente, mais autêntica e mais precisa quando Ele operava em meio à humanidade, a partir de uma perspectiva humana e usando a linguagem humana. Isso tornou Sua obra mais acessível e mais facilmente compreendida pelas pessoas, alcançando assim os resultados que Deus desejava. Não é mais prático para Deus operar na carne dessa maneira? Não é isso a sabedoria de Deus? Quando Deus tornou-Se carne, quando a carne de Deus foi capaz de assumir a obra que Ele queria realizar, foi quando Ele expressou na prática Seu caráter e Sua obra, e essa também foi a época em que Ele pôde iniciar oficialmente Seu ministério como Filho do homem. Isso significava que não havia mais um “fosso entre gerações” entre Deus e o homem, que Deus cessaria logo Sua obra de comunicar-Se por meio de mensageiros e que o Próprio Deus podia expressar pessoalmente todas as palavras e operar na carne tal como queria. Isso também significava que as pessoas que Deus salva estavam mais próximas Dele, que Sua obra de gerenciamento havia entrado em um novo território e que toda a humanidade estava prestes a se ver diante de uma nova era.

Todos que já leram a Bíblia sabem que muitos eventos aconteceram quando o Senhor Jesus nasceu. O maior entre esses eventos foi Ele ser caçado pelo rei dos diabos, que foi um evento tão extremo que todas as crianças de até dois anos de idade naquela área foram massacradas. É evidente que Deus assumiu um grande risco ao Se tornar carne entre os humanos; o grande preço que Ele pagou por completar o Seu gerenciamento de salvar a humanidade também é evidente. As grandes esperanças que Deus mantinha para a Sua obra na carne em meio à humanidade também são evidentes. Quando a carne de Deus foi capaz de assumir uma obra em meio à a humanidade, como Ele Se sentiu? As pessoas deveriam ser capazes de compreender isso em alguma medida, não deveriam? No mínimo, Deus estava feliz porque podia começar a realizar a Sua nova obra em meio à humanidade. Quando o Senhor Jesus foi batizado e oficialmente iniciou a Sua obra para cumprir o Seu ministério, o coração de Deus estava inundado de alegria porque, depois de tantos anos de espera e preparação, Ele podia, finalmente, vestir a carne de um homem normal e começar a Sua nova obra sob a forma de um homem de carne e osso, que as pessoas podiam ver e tocar. Ele podia, finalmente, falar cara a cara e de coração para coração com as pessoas por meio da identidade de um homem. Deus podia, finalmente, estar cara a cara com a humanidade por meio de modos humanos e linguagem humana; Ele podia prover à humanidade, esclarecê-la e ajudá-la usando a linguagem humana; podia comer à mesma mesa e viver no mesmo espaço com ela. Podia também ver os seres humanos, ver as coisas e ver tudo da maneira como os humanos as viam e até mesmo através dos seus próprios olhos. Para Deus, essa já era Sua primeira vitória da Sua obra na carne. Poderíamos dizer também que foi a realização de uma grande obra — isso, é claro, era o que deixava Deus mais feliz. A partir de então, Deus sentiu pela primeira vez algum tipo de consolo na Sua obra em meio à humanidade. Todos esses eventos que vieram a acontecer foram tão práticos e tão naturais, e o consolo que Deus sentiu foi tão verdadeiro. Para a humanidade, cada vez que um novo estágio da obra de Deus é realizado e cada vez que Deus Se sente gratificado, é quando a humanidade pode se aproximar de Deus e da salvação. Para Deus, esse também é o lançamento da Sua nova obra, fazendo avanços em Seu plano de gerenciamento e, além disso, são os momentos em que as Suas intenções se aproximam de uma realização completa. Para a humanidade, a chegada de tal oportunidade é afortunada e muito boa; para todos aqueles que esperam a salvação de Deus, é uma notícia alegre e da máxima importância. Quando Deus realiza um novo estágio da obra, Ele tem aí um novo começo, e quando essa nova obra e esse novo começo são lançados e introduzidos em meio à humanidade, é quando o resultado desse estágio de trabalho já foi determinado e realizado, e o efeito e fruto finais já foram vistos por Deus. É também quando esses efeitos fazem com que Deus Se sinta satisfeito e, é claro, é quando Seu coração está feliz. Deus se sente reconfortado porque, aos Seus olhos, Ele já viu e determinou as pessoas que Ele está procurando e já ganhou esse grupo de pessoas, um grupo que é capaz de tornar a Sua obra bem sucedida e Lhe trazer satisfação. Assim, Ele deixa de lado as Suas preocupações e Se sente feliz. Em outras palavras, quando a carne de Deus é capaz de dar início a uma nova obra entre os homens e Ele começa a fazer a obra que deve fazer sem obstruções, quando Ele sente que tudo já foi realizado, então, para Ele, o fim já está à vista. Por causa disso, Ele está satisfeito, e Seu coração está feliz. Como se expressa a felicidade de Deus? Vocês podem imaginar qual pode ser a resposta? Deus poderia chorar? Deus pode chorar? Deus pode bater palmas? Deus pode dançar? Deus pode cantar? Caso pudesse, o que Ele cantaria? É claro que Deus poderia cantar uma música linda e tocante, uma canção capaz de expressar a alegria e a felicidade do Seu coração. Ele poderia cantá-la para a humanidade, para Si Mesmo e para todas as coisas. A felicidade de Deus pode ser expressa de qualquer jeito — tudo isso é normal porque Deus tem alegrias e tristezas, e Seus vários sentimentos podem ser expressos de várias maneiras. Esse é o Seu direito, e nada poderia ser mais normal e apropriado. As pessoas não deveriam pensar nada mais sobre isso. Vocês não deveriam tentar usar o “feitiço de apertar o aro”[a] em Deus, dizendo-Lhe que Ele não deveria fazer isto ou aquilo, que Ele não deveria agir desta ou daquela maneira, e assim limitar a felicidade Dele ou qualquer sentimento que Ele possa ter. No coração das pessoas, Deus não pode ser feliz, Ele não pode derramar lágrimas, não pode chorar — Ele não pode expressar nenhuma emoção. Por meio daquilo que nós comunicamos durante estas duas comunhões, creio que vocês não mais verão Deus dessa maneira; ao contrário, permitirão que Deus tenha alguma liberdade e libertação. Isso é muito bom. No futuro, se vocês forem capazes de sentir verdadeiramente a tristeza de Deus quando ouvirem que Ele estava triste e forem capazes de realmente sentir a felicidade Dele quando ouvirem que Ele estava feliz — no mínimo, vocês serão capazes de saber e entender claramente o que deixa Deus feliz e o que O deixa triste. Quando você for capaz de se sentir triste porque Deus está triste e de se sentir feliz porque Deus está feliz, Ele terá ganho plenamente o seu coração, e não haverá mais nenhuma barreira entre você e Ele. Você não mais tentará constranger Deus com imaginações, noções e conhecimento humanos. Nesse momento, Deus estará vivo e vívido no seu coração. Ele será o Deus da sua vida e o Mestre de tudo relacionado a você. Vocês têm esse tipo de aspiração? Vocês estão confiantes de que podem alcançar isso?

Em seguida, leremos as seguintes passagens das escrituras:

6. O Sermão da Montanha

As Bem-aventuranças (Mt 5:3-12)

O sal e a luz (Mt 5:13-16)

A lei (Mt 5:17-20)

A ira (Mt 5:21-26)

O adultério (Mt 5:27-30)

O divórcio (Mt 5:31-32)

Os votos (Mt 5:33-37)

Olho por olho (Mt 5:38-42)

Ama teus inimigos (Mt 5:43-48)

Instruções sobre doar (Mt 6:1-4)

A oração (Mt 6:5-8)

7. As parábolas do Senhor Jesus

A parábola do semeador (Mt 13:1-9)

A parábola do joio (Mt 13:24-30)

A parábola do grão de mostarda (Mt 13:31-32)

A parábola do fermento (Mt 13:33)

A parábola do joio explicada (Mt 13:36-43)

A parábola do tesouro (Mt 13:44)

A parábola da pérola (Mt 13:45-46)

A parábola da rede (Mt 13:47-50)

8. Os mandamentos

Mateus 22:37-39 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Vamos primeiro examinar cada uma das diversas partes do “Sermão da Montanha”. Do que tratam todas essas partes diferentes? Pode-se dizer com certeza que o conteúdo dessas diversas partes é mais elevado, mais concreto e mais próximo da vida das pessoas do que os regulamentos da Era da Lei. Para falar em termos modernos, essas coisas são mais relevantes para a prática atual das pessoas.

Leiamos sobre o seguinte conteúdo específico: como você deve entender as bem-aventuranças? O que você deve saber sobre a lei? Como a raiva deve ser definida? Como devem ser tratados os adúlteros? Como se deve falar do divórcio e que tipo de regras existem sobre ele? Quem pode e quem não pode se divorciar? E o que dizer dos votos, olho por olho, amar seus inimigos e ser caridoso? E assim por diante. Todas essas coisas se relacionam a cada aspecto da prática da crença da humanidade em Deus e do seu seguir a Deus. Algumas dessas práticas são aplicáveis ainda hoje, embora sejam mais superficiais do que aquilo que se exige atualmente das pessoas — são verdades bastante elementares que as pessoas encontram na sua crença em Deus. Desde o tempo em que o Senhor Jesus começou a operar, Ele já estava começando a realizar obra no caráter de vida dos humanos, mas esses aspectos de Sua obra se baseavam no fundamento das leis. As regras e as maneiras de falar sobre esses tópicos tinham algo a ver com a verdade? Claro que sim! Todas os regulamentos e princípios, como também esses sermões na Era da Graça estavam relacionados ao caráter de Deus e ao que Ele tem e é e também, é claro, à verdade. Não importa o que Deus expresse e não importa que modo de expressão ou linguagem Ele use, todas as coisas que Ele expressa têm seu fundamento, origem e ponto de partida nos princípios do Seu caráter e no que Ele tem e é. Isso é absolutamente verdadeiro. Assim, embora essas coisas que Ele disse pareçam um pouco superficiais agora, você ainda não pode dizer que elas não são a verdade, porque eram coisas indispensáveis para as pessoas na Era da Graça a fim de satisfazer a vontade de Deus e alcançar uma mudança em seu caráter de vida. Você pode dizer que qualquer um desses sermões não está alinhado com a verdade? Não, não pode! Cada um deles é a verdade porque todos eram exigências de Deus à humanidade; todos eram princípios e um escopo dado por Deus, mostrando como se deve comportar-se, e representam o caráter de Deus. No entanto, com base no nível de seu crescimento na vida naquele tempo, essas eram as únicas coisas que as pessoas eram capazes de aceitar e compreender. Como o pecado da humanidade ainda não havia sido resolvido, essas eram as únicas palavras que o Senhor Jesus só pôde emitir, e Ele só pôde utilizar tais ensinamentos simples contidos nesse tipo de escopo para dizer às pessoas daquele tempo como elas deviam agir, o que deviam fazer, dentro de que princípios e escopo deviam fazer as coisas e como elas deviam acreditar em Deus e atender às Suas exigências. Tudo isso foi determinado com base na estatura da humanidade naquela época. Não foi fácil para as pessoas que viviam sob a lei aceitar esses ensinamentos, então o que o Senhor Jesus ensinou teve que permanecer dentro desse escopo.

Examinemos agora os diversos conteúdos de “As Parábolas do Senhor Jesus”.

A primeira é a parábola do semeador. É uma parábola muito interessante; semear é um acontecimento comum na vida das pessoas. A segunda é a parábola do joio. Qualquer um que já fez plantio e colheita e certamente todos os adultos saberão o que é “joio”. A terceira é a parábola do grão de mostarda. Todos vocês sabem o que é mostarda, não sabem? Se não sabem, podem dar uma olhada na Bíblia. A quarta parábola é a parábola do fermento. Agora, a maioria das pessoas sabe que o fermento é usado para fermentação e que é algo que as pessoas usam na sua vida diária. Todas as parábolas adicionais, incluindo a sexta, a parábola do tesouro; a sétima, a parábola da pérola; e a oitava, a parábola da rede, foram extraídas e tiveram sua origem na vida real das pessoas. Que tipo de imagem essas parábolas pintam? É uma imagem de Deus se tornando uma pessoa normal e vivendo lado a lado com a humanidade, usando a linguagem da vida, a linguagem humana para Se comunicar com os seres humanos e fornecer-lhes aquilo de que eles necessitam. Quando Deus Se tornou carne e viveu entre a humanidade por longo tempo, depois de ter experimentado e testemunhado diversos estilos de vida das pessoas, essas experiências se tornaram o Seu material de ensino, por meio do qual Ele transformou a Sua linguagem divina em linguagem humana. Naturalmente, essas coisas que Ele viu e ouviu na vida também enriqueceram a experiência humana do Filho do homem. Quando Ele queria que as pessoas entendessem algumas verdades, que eles entendessem um pouco da vontade de Deus, Ele podia usar parábolas semelhantes às citadas acima para contar às pessoas sobre a vontade de Deus e Suas exigências à humanidade. Todas essas parábolas eram relacionadas à vida das pessoas; não havia uma única que estivesse fora de contato com a vida humana. Quando o Senhor Jesus viveu com a humanidade, Ele viu lavradores cultivando seus campos e Ele sabia o que era joio e o que era fermento; Ele compreendia que os seres humanos amam tesouros, então usou as metáforas do tesouro e da pérola. Na vida, Ele via com frequência pescadores lançando suas redes; o Senhor Jesus via essas e outras atividades relacionadas à vida humana e também experimentou esse tipo de vida. Assim como qualquer outro ser humano normal, Ele experimentou as rotinas humanas diárias e suas três refeições por dia. Ele experimentou pessoalmente a vida de uma pessoa comum e observou a vida dos outros. Quando Ele observou e experimentou pessoalmente tudo isso, aquilo em que Ele pensava não era em como ter uma boa vida ou em como Ele poderia viver com mais liberdade e conforto. Ao contrário, a partir de Suas experiências da vida humana autêntica, o Senhor Jesus via a dificuldade na vida das pessoas, via a adversidade, a miséria e a tristeza das pessoas, que viviam sob o poder de Satanás e viviam uma vida de pecado sob a corrupção de Satanás. Enquanto Ele vivenciava pessoalmente a vida humana, Ele também experimentou o quanto as pessoas eram desamparadas, que viviam em meio à corrupção, e Ele via e vivenciava as condições miseráveis dos humanos que viviam em pecado, que perdiam toda orientação em meio à tortura à qual eram submetidas por Satanás e pelo mal. Quando o Senhor Jesus via essas coisas, Ele as via com Sua divindade ou com Sua humanidade? A Sua humanidade realmente existia e estava bem viva; Ele podia experimentar e ver tudo isso. Mas é claro que Ele também via essas coisas na Sua essência, que é a Sua divindade. Isto é, o Próprio Cristo, o Senhor Jesus, que era um homem, viu isso, e tudo o que viu fez com que Ele sentisse a importância e a necessidade da obra que Ele havia assumido durante esse tempo em que viveu na carne. Embora Ele Mesmo soubesse que a responsabilidade que Ele precisava assumir na carne era tão imensa e soubesse quão cruel seria a dor que Ele haveria de enfrentar, quando Ele viu a humanidade impotente no pecado, quando Ele viu a desgraça da vida dela e suas débeis lutas sob a lei, Ele sentiu mais e mais pesar e ficou cada vez mais ansioso para salvar a humanidade do pecado. Não importa que tipo de dificuldades Ele haveria de enfrentar ou que tipo de dor Ele haveria de sofrer, Ele Se tornou cada vez mais determinado a redimir a humanidade, que estava vivendo em pecado. Durante esse processo, pode-se dizer que o Senhor Jesus começou a entender cada vez mais claramente a obra que Ele precisava fazer e o que Lhe tinha sido confiado. Ele também Se tornou cada vez mais ansioso para completar a obra que deveria assumir — assumir todos os pecados da humanidade, expiar a humanidade de forma que ela não mais vivesse em pecado e, ao mesmo tempo, que Deus seria capaz de perdoar os pecados do homem devido a essa oferta pelo pecado, permitindo-Lhe continuar Sua obra de salvar a humanidade. Pode-se dizer que, no coração do Senhor Jesus, Ele estava disposto a Se oferecer pela humanidade, a Se sacrificar. Ele também estava disposto a agir como uma oferta pelo pecado, a ser pregado na cruz, e, na verdade, estava ansioso para concluir essa obra. Quando Ele viu as condições miseráveis da vida humana, Ele desejou ainda mais cumprir a Sua missão o mais rápido possível, sem atrasar nem um só minuto e nem mesmo um segundo. Sentindo tal urgência, Ele não gastou um só pensamento em quão grande seria Sua própria dor, nem cultivou nenhuma apreensão adicional em relação a quanta humilhação Ele teria que suportar. Ele guardou apenas uma convicção no Seu coração: contanto que Ele Se oferecesse, contanto que fosse pregado na cruz como oferta pelo pecado, a vontade de Deus seria feita e Deus poderia começar uma nova obra. A vida da humanidade e seu estado de existência em pecado seriam completamente transformados. Sua convicção e o que Ele estava decidido a fazer estavam relacionados à salvação do homem, e Ele tinha apenas um objetivo, que era fazer a vontade de Deus, de modo que Deus pudesse começar com sucesso o próximo estágio da Sua obra. É isso que estava na mente do Senhor Jesus na época.

Vivendo na carne, o Deus encarnado possuía uma humanidade normal; Ele tinha as emoções e a racionalidade de uma pessoa normal. Ele sabia o que era a felicidade, o que era a dor, e quando viu a humanidade vivendo esse tipo de vida, sentiu profundamente que apenas dar às pessoas alguns ensinamentos, fornecer-lhes algo ou ensinar-lhes algo não bastaria para tirá-los do pecado. Tampouco apenas fazê-los obedecer aos mandamentos poderia redimi-los do pecado — somente se Ele assumisse o pecado da humanidade e Se tornasse semelhante à carne pecaminosa, Ele poderia, em troca, conquistar liberdade da humanidade e o perdão de Deus para a humanidade. Assim, depois que o Senhor Jesus experimentou e testemunhou a vida das pessoas em pecado, um desejo intenso se manifestou em Seu coração — permitir que os humanos se livrassem de sua vida de luta em pecado. Esse desejo fez com que Ele sentisse cada vez mais que precisava ir para a cruz e assumir os pecados da humanidade o quanto antes e o mais rápido possível. Esses eram os pensamentos do Senhor Jesus naquele tempo, depois de ter vivido com pessoas e ter visto, ouvido e sentido a miséria da vida delas em pecado. Que o Deus encarnado pudesse ter esse tipo de vontade para a humanidade, que Ele pudesse expressar e revelar esse tipo de caráter — será isso algo que uma pessoa comum poderia ter? O que uma pessoa comum veria se vivesse nesse tipo de ambiente? O que ela pensaria? Se uma pessoa comum enfrentasse tudo isso, ela encararia os problemas a partir de uma perspectiva elevada? Definitivamente não! Embora a aparência externa do Deus encarnado seja exatamente a mesma que a de um humano e embora Ele adquira o conhecimento humano e fale a linguagem humana e, às vezes, até expresse as Suas ideias através dos métodos ou modos de falar da humanidade, mesmo assim, a maneira como Ele vê os humanos e vê a essência das coisas não é, de forma alguma, a maneira como as pessoas corruptas veem a humanidade e a essência das coisas. A perspectiva Dele e a elevação em que Ele Se encontra é algo inatingível para uma pessoa corrupta. Isso é assim porque Deus é a verdade, porque a carne que Ele veste também possui a essência de Deus, e os Seus pensamentos e aquilo que é expresso pela Sua humanidade também são a verdade. Para as pessoas corruptas, o que Ele expressa na carne são provisões da verdade e da vida. Essas provisões não são apenas para uma pessoa, mas para toda a humanidade. No coração de qualquer pessoa corrupta, estão apenas aquelas poucas pessoas associadas a ela. Ela se importa e se preocupa só com esse punhado de pessoas. Quando há um desastre no horizonte, ela pensa primeiro nos seus próprios filhos, no seu cônjuge ou em seus pais. No máximo, uma pessoa mais compassiva pensaria em algum parente ou num bom amigo, mas será que os pensamentos até mesmo de uma pessoa tão compassiva se estenderiam para além disso? Não, nunca! Porque os seres humanos são, afinal, humanos, e eles só conseguem olhar para tudo a partir da elevação e perspectiva de um ser humano. No entanto, o Deus encarnado é completamente diferente de um humano corrupto. Não importa quão comum, quão normal, quão humilde seja a carne encarnada de Deus ou mesmo com que desdém as pessoas O olhem, Seus pensamentos e Sua atitude para com a humanidade são coisas que nenhum homem poderia possuir, que nenhum homem poderia imitar. Ele sempre observará a humanidade sob a perspectiva da divindade, da elevação da Sua posição como o Criador. Ele sempre verá a humanidade por meio da essência e da mentalidade de Deus. De forma alguma, Ele pode ver a humanidade a partir da elevação baixa de uma pessoa comum ou a partir da perspectiva de uma pessoa corrupta. Quando as pessoas olham para a humanidade, elas o fazem com a visão humana e usam coisas como o conhecimento humano e as regras e teorias humanas como sua medida. Isso está dentro do escopo daquilo que as pessoas podem ver com seus próprios olhos e dentro do escopo que pode ser alcançado pelas pessoas corruptas. Quando Deus olha para a humanidade, Ele olha com visão divina e usa Sua essência e o que Ele tem e é como medida. Esse escopo inclui coisas que as pessoas não podem ver, e é aí que o Deus encarnado e os humanos corruptos são completamente diferentes. Essa diferença é determinada pelas essências diferentes dos seres humanos e de Deus — são essas essências diferentes que determinam suas identidades e posições, bem como a perspectiva e a elevação a partir das quais eles veem as coisas. Vocês percebem a expressão e a revelação do Próprio Deus no Senhor Jesus? Vocês poderiam dizer que aquilo que o Senhor Jesus fez e disse estava relacionado ao Seu ministério e à obra de gerenciamento de Deus, que tudo isso era a expressão e a revelação da essência de Deus. Embora Ele tivesse uma manifestação humana, a Sua essência divina e a revelação da Sua divindade não podem ser negadas. Essa manifestação humana foi verdadeiramente uma manifestação da humanidade? A Sua manifestação humana foi, por sua própria essência, completamente diferente da manifestação humana das pessoas corruptas. O Senhor Jesus era Deus encarnado. Se Ele tivesse sido verdadeiramente uma das pessoas comuns e corruptas, Ele poderia ter visto a vida da humanidade em pecado a partir de uma perspectiva divina? Não, em absoluto! Essa é a diferença entre o Filho do homem e as pessoas comuns. Todas as pessoas corruptas vivem em pecado, e quando alguém vê o pecado, ele não tem nenhum sentimento especial a respeito; todos são iguais, como um porco que vive na lama não se sente nada desconfortável nem sujo — ao contrário, ele come bem e dorme bem. Se alguém limpar o chiqueiro, o porco se sentirá pouco à vontade nem permanecerá limpo. Em pouco tempo estará novamente rolando na lama, totalmente confortável, porque ele é uma criatura imunda. Os humanos veem os porcos como imundos, mas se você limpar os aposentos de um porco, ele não se sentirá melhor — é por isso que ninguém cria um porco dentro de casa. A maneira como os humanos veem os porcos sempre será diferente de como os porcos se sentem, porque humanos e porcos não são da mesma espécie. E como o Filho do homem encarnado não é da mesma espécie dos humanos corruptos, apenas o Deus encarnado pode Se colocar em uma perspectiva divina, na elevação de Deus, de onde Ele vê a humanidade e tudo.

E quanto ao sofrimento que Deus experimenta quando Ele Se torna carne e passa a viver entre a humanidade? O que é esse sofrimento? Será que alguém realmente entende? Alguns dizem que Deus sofre muito, que, embora Ele seja o Próprio Deus, as pessoas não compreendem a Sua essência, mas tendem a tratá-Lo como uma pessoa, fazendo com que Ele Se sinta lesado e injustiçado — elas dizem que, por essas razões, o sofrimento de Deus é verdadeiramente grande. Outros dizem que Deus é inocente e sem pecado, mas que Ele sofre da mesma maneira como a humanidade, que Ele sofre perseguição, difamação e indignidades ao lado da humanidade; dizem que Ele também suporta os mal-entendidos e a desobediência dos Seus seguidores — assim, dizem que o sofrimento de Deus realmente não pode ser medido. Agora, parece que vocês não compreendem verdadeiramente a Deus. De fato, esse sofrimento de que vocês falam não conta como verdadeiro sofrimento para Deus, porque existe um sofrimento maior que esse. Qual, então, é o verdadeiro sofrimento para o Próprio Deus? O que é sofrimento verdadeiro para a carne encarnada de Deus? Para Deus, o fato de que a humanidade não O compreende não conta como sofrimento, tampouco conta como sofrimento o fato de que as pessoas compreendem mal a Deus e não O veem como Deus. No entanto, as pessoas costumam achar que Deus deve ter sofrido uma grande injustiça, que, durante o tempo que Deus passa na carne, Ele não pode mostrar Sua pessoa à humanidade e permitir que as pessoas vejam a Sua grandeza e que Deus está Se escondendo humildemente em uma carne insignificante, e que isso deve ser um grande tormento para Ele. As pessoas levam a sério o que elas conseguem compreender e o que elas conseguem ver do sofrimento de Deus e projetam todo tipo de simpatia sobre Deus e muitas vezes até lhe oferecem um pequeno de louvor por Seu sofrimento. Na realidade, há uma diferença; há uma distância entre o que as pessoas compreendem do sofrimento de Deus e o que Ele realmente sente. Estou dizendo a verdade a vocês — para Deus, quer seja o Espírito de Deus ou a carne encarnada de Deus, o sofrimento descrito acima não é sofrimento verdadeiro. Então o que é que Deus realmente sofre? Conversemos então sobre o sofrimento de Deus apenas a partir da perspectiva de Deus encarnado.

Quando Deus Se torna carne, virando uma pessoa comum e normal, vivendo lado a lado com as pessoas entre a humanidade, Ele não pode ver e sentir os métodos, as leis e as filosofias de vida das pessoas? Como esses métodos e leis para viver O fazem Se sentir? Ele sente abominação em Seu coração? Por que Ele sentiria abominação? Quais são os métodos e leis da humanidade para viver? Em que princípios eles estão enraizados? Em que eles se baseiam? Os métodos, leis e assim em diante na forma em que se relacionam à maneira de viver — tudo isso é criado com base na lógica, no conhecimento e na filosofia de Satanás. Os humanos que vivem sob esses tipos de leis não têm humanidade nem verdade — todos eles desafiam a verdade e são hostis a Deus. Se examinarmos a essência de Deus, vemos que Sua essência é exatamente o oposto da lógica, do conhecimento e da filosofia de Satanás. Sua essência é plena de retidão, verdade e santidade e outras realidades de todas as coisas positivas. O que Deus, que possui essa essência e vive no meio de tal humanidade, sente? O que Ele sente em Seu coração? Ele não está cheio de dor? O Seu coração sente dor, uma dor que nenhuma pessoa pode compreender ou experimentar. Isso é assim porque tudo que Ele enfrenta, encontra, ouve, vê e experimenta é a corrupção e o mal da humanidade e sua rebelião contra a verdade e resistência a ela. Tudo o que vem dos humanos é a fonte do Seu sofrimento. Isto é, porque a Sua essência não é a mesma que a dos humanos corruptos, a corrupção dos humanos se torna a fonte do Seu maior sofrimento. Quando Deus Se torna carne, Ele é capaz de encontrar alguém que compartilhe uma linguagem em comum com Ele? Tal pessoa não pode ser encontrada entre a humanidade. Não se pode encontrar ninguém capaz de se comunicar ou de ter esse intercâmbio com Deus — que tipo de sentimento você diria que Deus tem em relação a isso? As coisas que as pessoas discutem, amam, buscam e desejam, tudo têm a ver com o pecado e com tendências malignas. Quando Deus enfrenta tudo isso, não é como uma faca no Seu coração? Diante dessas coisas, poderia Ele ter alegria em Seu coração? Poderia Ele encontrar consolo? Aqueles que estão convivendo com Ele são humanos cheios de rebeldia e maldade — como poderia Seu coração não sofrer? Quão grande é realmente esse sofrimento, e quem se importa com isso? Quem dá atenção? E quem é capaz de apreciá-lo? As pessoas não têm como entender o coração de Deus. O Seu sofrimento é algo que as pessoas são especialmente incapazes de apreciar, e a frieza e o entorpecimento da humanidade aprofundam o sofrimento de Deus ainda mais.

Há algumas pessoas que, muitas vezes, simpatizam com a condição de Cristo porque há um versículo na Bíblia que diz: “As raposas têm covis, e as aves têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Quando as pessoas ouvem isso, elas levam isso a sério e acreditam que esse é o maior sofrimento que Deus suporta e o maior sofrimento que Cristo suporta. Agora, vendo isso sob a perspectiva dos fatos, será mesmo esse o caso? Não; Deus não acredita que essas dificuldades sejam sofrimento. Ele nunca clamou contra a injustiça por causa de Suas dificuldades da carne e nunca fez os humanos retribuírem ou recompensá-Lo com nada. No entanto, quando Ele testemunha tudo relacionado à humanidade, a vida corrupta e a maldade dos humanos corruptos, quando Ele testemunha que a humanidade está nas garras de Satanás e aprisionada por Satanás e não pode escapar, que as pessoas que vivem em pecado não sabem o que é a verdade — Ele não pode tolerar todos esses pecados. Sua abominação aos humanos aumenta a cada dia, mas Ele tem de suportar tudo isso. Esse é o grande sofrimento de Deus. Deus não pode expressar plenamente nem mesmo a voz do Seu coração nem as Suas emoções entre Seus seguidores, e nenhum dos Seus seguidores pode compreender verdadeiramente o Seu sofrimento. Ninguém sequer tenta entender ou consolar o Seu coração, que suporta esse sofrimento dia após dia, ano após ano e vez por vez. O que vocês veem em tudo isso? Deus não exige nada dos humanos em troca daquilo que Ele deu, mas, por causa da essência de Deus, Ele não pode tolerar, em absoluto, a maldade, a corrupção e o pecado da humanidade e, em vez disso, sente extrema abominação e ódio, o que faz o coração de Deus e a Sua carne suportarem um sofrimento sem fim. Vocês viram isso? O mais provável é que nenhum de vocês pôde ver isso, pois nenhum de vocês consegue entender verdadeiramente a Deus. Com o tempo, vocês mesmos deveriam experimentar isso aos poucos.

Em seguida, analisemos as seguintes passagens das escrituras.

9. Jesus opera milagres

a. Jesus alimenta os cinco mil

João 6:8-13 Ao que Lhe disse um dos Seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos? Disse Jesus: Fazei reclinar-se o povo. Ora, naquele lugar havia muita relva. Reclinaram-se aí, pois, os homens em número de quase cinco mil. Jesus, então, tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos que estavam reclinados; e de igual modo os peixes, quanto eles queriam. E quando estavam saciados, disse aos Seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. Recolheram-nos, pois e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.

b. A ressurreição de Lázaro glorifica a Deus

João 11:43-44 E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu o que estivera morto, ligados os pés e as mãos com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.

Entre os milagres realizados pelo Senhor Jesus, selecionamos apenas esses dois, porque eles são adequados para demonstrar o que Eu quero de expor aqui. Esses dois milagres são verdadeiramente surpreendentes e altamente representativos dos milagres que o Senhor Jesus realizou na Era da Graça.

Em primeiro lugar, examinemos a primeira passagem: Jesus alimenta os cinco mil.

Qual é a ideia dos “cinco pães e dois peixes”? Normalmente, quantas pessoas poderiam ser suficientemente alimentadas com cinco pães e dois peixes? Se vocês basearem sua medida no apetite de uma pessoa mediana, isso seria suficiente apenas para duas pessoas. Esse é a ideia de “cinco pães e dois peixes” em seu sentido mais básico. No entanto, nessa passagem, quantas pessoas foram alimentadas pelos cinco pães e dois peixes? O que segue é o que está registrado nas escrituras: “Ora, naquele lugar havia muita relva. Reclinaram-se aí, pois, os homens em número de quase cinco mil”. Comparado com cinco pães e dois peixes, cinco mil é um grande número? O que mostra o fato de que esse número é tão grande? Do ponto de vista humano, dividir cinco pães e dois peixes entre cinco mil pessoas seria impossível, porque a diferença entre pessoas e comida é grande demais. Mesmo se cada pessoa ficasse apenas com uma pequena mordida, mesmo assim não bastaria para cinco mil pessoas. Mas aqui, o Senhor Jesus operou um milagre — Ele não só garantiu que cinco mil pessoas se alimentassem até ficarem satisfeitas, mas ainda sobrou comida. As escrituras dizem: “E quando estavam saciados, disse aos Seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. Recolheram-nos, pois e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido”. Esse milagre capacitou as pessoas a ver a identidade e o status do Senhor Jesus e a ver que nada é impossível para Deus — dessa forma, elas viram a verdade da onipotência de Deus. Cinco pães e dois peixes foram suficientes para alimentar cinco mil, mas se não houvesse nenhum alimento, Deus teria sido capaz de alimentar cinco mil pessoas? É claro que sim! Esse foi um milagre, então, inevitavelmente, as pessoas sentiram que era algo incompreensível, incrível e misterioso, mas para Deus, fazer tal coisa não era nada. E já que isso era algo comum para Deus, por que deveria escolhido agora para ser interpretado? Porque o que está por trás desse milagre é a vontade do Senhor Jesus, que nunca antes havia sido percebida pela humanidade.

Primeiro, tentemos entender que tipo de pessoas eram esses cinco mil. Eram seguidores do Senhor Jesus? A partir das escrituras, sabemos que elas não eram Seus seguidores. Elas sabiam quem era o Senhor Jesus? Certamente não! No mínimo, não sabiam que a pessoa postada diante delas era Cristo, ou talvez algumas pessoas soubessem apenas o Seu nome ou soubessem de algo ou tivessem ouvido algo sobre as coisas que Ele havia feito. Sua curiosidade sobre o Senhor Jesus só foi despertada quando ouviram histórias sobre Ele, mas vocês decerto não poderiam dizer que elas O seguiam e muito menos que O compreendiam. Quando o Senhor Jesus viu essas cinco mil pessoas, elas estavam com fome e só conseguiam pensar em encher sua barriga. Foi nesse contexto que o Senhor Jesus satisfez o seu desejo. Quando Ele satisfez seu desejo, o que estava no Seu coração? Qual era a atitude Dele em relação a essas pessoas que só queriam satisfazer sua fome? Naquele momento, os pensamentos e a atitude do Senhor Jesus estavam relacionados ao caráter e à essência de Deus. Diante dessas cinco mil pessoas de estômago vazio que queriam apenas comer uma refeição completa, enfrentando essas pessoas cheias de curiosidade e de esperança a respeito Dele, o Senhor Jesus só pensou em utilizar esse milagre para conceder-lhes graça. No entanto, Ele não teve a esperança de que elas se tornassem Seus seguidores, pois Ele sabia que elas só queriam se divertir e comer; portanto, Ele fez o melhor possível com aquilo que Ele tinha ali e usou cinco pães e dois peixes para alimentar cinco mil pessoas. Ele abriu os olhos dessas pessoas que gostavam de ver coisas excitantes, que queriam testemunhar milagres, e elas viram com seus próprios olhos as coisas que Deus encarnado podia realizar. Embora o Senhor Jesus tenha usado algo tangível para satisfazer sua curiosidade, Ele já sabia em Seu coração que essas cinco mil pessoas só queriam fazer uma boa refeição; por isso Ele não pregou a elas nem disse absolutamente nada — Ele apenas permitiu que elas vissem esse milagre ao vivo. Ele não podia, de modo algum, tratar essas pessoas da mesma forma que tratava os discípulos, que verdadeiramente O seguiam, mas, no coração de Deus, todas as criaturas estão sob Seu governo, e Ele permitiria que todas as criaturas à Sua vista desfrutassem da graça de Deus quando fosse necessário. Embora essas pessoas não soubessem quem Ele era e não O compreendessem nem tivessem nenhuma impressão especial Dele nem gratidão para com Ele mesmo depois de terem comido os pães e os peixes, isso não era algo a que Deus Se opusesse — Ele deu a essas pessoas uma maravilhosa oportunidade de desfrutar da graça de Deus. Algumas pessoas dizem que Deus segue seus princípios naquilo que faz, que Ele não vigia nem protege incrédulos e que, especialmente, Ele não permite que eles desfrutem de Sua graça. Será realmente esse o caso? Aos olhos de Deus, contanto que sejam criaturas vivas que Ele Mesmo criou, Ele administrará e cuidará delas, e de várias maneiras Ele as tratará, fará planos para elas e as governará. São esses os pensamentos e a atitude de Deus para com todas as coisas.

Embora as cinco mil pessoas que comeram os pães e os peixes não planejassem seguir o Senhor Jesus, Ele não fez exigências rigorosas a elas; após terem comido até ficarem satisfeitos, vocês sabem o que o Senhor Jesus fez? Ele pregou alguma coisa a eles? Para onde Ele foi depois de fazer isso? As escrituras não registram que o Senhor Jesus tenha lhes dito algo, só que partiu em silêncio após realizar Seu milagre. Assim, Ele fez qualquer exigência a essas pessoas? Houve algum ódio? Não, não houve nada disso, Ele simplesmente não queria mais dar atenção a essas pessoas que não podiam segui-Lo, e nesse momento Seu coração sentiu dor. Pois Ele tinha visto a depravação da humanidade e sentido a rejeição da humanidade por Ele, quando Ele viu essas pessoas ou estava com elas, Ele se entristeceu com a obtusidade e a ignorância humanas, e Seu coração sentiu dor, tudo que Ele queria era deixar essas pessoas o mais rápido possível. O Senhor não fez nenhuma exigência a elas em Seu coração, não queria lhes dar atenção e, sobretudo, não queria gastar Sua energia com eles. Ele sabia que eles não poderiam segui-Lo, mas, apesar de tudo isso, Sua atitude para com eles foi muito clara. Ele só queria tratá-los com bondade, conceder-lhes graça, e essa era, de fato, a atitude de Deus para com cada criatura sob o Seu governo — tratar cada criatura com bondade, prover para ela e alimentá-la. Justamente por ter sido o Senhor Jesus o Deus encarnado, Ele naturalmente revelava a própria essência de Deus e assim tratou essas pessoas com bondade. Ele as tratou com um coração de benevolência e tolerância, e com tal coração Ele lhes demonstrou bondade. Não importa como essas pessoas tenham visto o Senhor Jesus e não importa qual tenha sido o resultado, Ele tratava cada criatura com base na Sua identidade como o Senhor de toda a criação. Tudo que Ele revelou foi, sem exceção, o caráter de Deus e o que Ele tem e é. O Senhor Jesus fez essa coisa em silêncio, e depois saiu em silêncio — que aspecto do caráter de Deus é esse? Vocês poderiam dizer que essa é a amabilidade de Deus? Poderiam dizer que isso é o altruísmo de Deus? Isso é algo que uma pessoa comum é capaz de fazer? Não, em absoluto! Em essência, quem eram essas cinco mil pessoas que o Senhor Jesus alimentou com cinco pães e dois peixes? Vocês poderiam dizer que eram pessoas compatíveis com Ele? Vocês poderiam dizer que todas elas eram hostis a Deus? Pode-se dizer com certeza que elas não eram compatíveis com o Senhor, em absoluto, e a essência delas era totalmente hostil a Deus. Mas como Deus as tratou? Ele usou um método para desarmar a hostilidade das pessoas em relação a Deus — esse método se chama “bondade”. Isto é, embora o Senhor Jesus visse essas pessoas como pecadores, aos olhos de Deus elas eram, mesmo assim, a Sua criação, por isso Ele tratou esses pecadores com bondade. Essa é a tolerância de Deus, e essa tolerância é determinada pela própria identidade e essência de Deus. Assim, isso é algo de que nenhum humano criado por Deus é capaz — somente Deus pode fazer isso.

Quando você conseguir verdadeiramente apreciar os pensamentos e a atitude de Deus para com a humanidade, quando você conseguir verdadeiramente entender as emoções de Deus e a Sua preocupação com cada ser da criação, você será capaz de compreender a devoção e o amor despendido em cada uma das pessoas criadas pelo Criador. Quando isso acontecer, você usará duas palavras para descrever o amor de Deus. Quais são essas duas palavras? Algumas pessoas dizem “altruísta”, outras dizem “filantrópico”. Dessas duas, “filantrópico” é a palavra menos adequada para descrever o amor de Deus. É uma palavra que as pessoas usam para descrever alguém que é magnânimo ou aberta. Eu abomino essa palavra, porque ela se refere a dispensar caridade aleatoriamente, indiscriminadamente, sem levar em consideração nenhum princípio. É uma inclinação excessivamente sentimental de pessoas tolas e confusas. Quando essa palavra é usada para descrever o amor de Deus, há inevitavelmente uma conotação blasfema. Eu tenho aqui duas palavras que descrevem mais apropriadamente o amor de Deus. Quais são? A primeira é “imenso”. Essa palavra não é muito evocativa? A segunda é “vasto”. Há um significado real por trás dessas palavras que Eu uso para descrever o amor de Deus. Literalmente, “imenso” descreve o volume ou a capacidade de alguma coisa, mas, independentemente de quão grande seja essa coisa, ela é algo que as pessoas podem tocar e ver. Isso ocorre porque ela existe — não é um objeto abstrato, mas algo que pode passar às pessoas ideias de modo relativamente preciso e prático. Não importa a contemple a partir de uma perspectiva bi ou tridimensional, você não precisa imaginar a sua existência, porque é algo que realmente existe de maneira real. Embora usar a palavra “imenso” para descrever o amor de Deus possa parecer uma tentativa de quantificar o Seu amor, ela também nos dá a sensação de que seu amor é inquantificável. Eu digo que o amor de Deus pode ser quantificado porque o Seu amor não é vazio é coisa de lendas. Pelo contrário, é algo compartilhado por todas as coisas sob o governo de Deus e é algo apreciado por todas as criaturas em diferentes graus e a partir de diversas perspectivas. Embora as pessoas não possam vê-lo ou tocá-lo, esse amor traz sustento e vida para todas as coisas, à medida que é revelado pouco a pouco em sua vida, e elas contam e testemunham o amor de Deus de que desfrutam a cada momento que passa. Eu digo que o amor de Deus é inquantificável porque o mistério de que Deus provê e alimenta todas as coisas é algo difícil de ser compreendido pelos humanos, assim como os pensamentos de Deus para todas as coisas, particularmente aqueles para a humanidade. Isto é, ninguém conhece o sangue e as lágrimas que o Criador derramou pela humanidade. Ninguém pode compreender, ninguém pode entender a profundeza ou o peso do amor que o Criador tem pela humanidade, que Ele criou com Suas próprias mãos. Descrever o amor de Deus como imenso é ajudar as pessoas a apreciar e compreender a sua amplitude e a verdade de sua existência. É também assim que as pessoas podem compreender mais profundamente o real significado da palavra “Criador” e, assim, ganhar uma compreensão mais profunda do verdadeiro significado da designação “criação”. O que a palavra “vasto” geralmente descreve? É geralmente usada para descrever o oceano ou o universo, por exemplo: “o vasto universo” ou “o vasto oceano”. A expansão e a profundidade silenciosa do universo estão além da compreensão humana; é algo que cativa a imaginação do homem, algo pelo qual ele sente grande admiração. Seu mistério e profundidade estão à vista, mas fora do alcance. Quando pensa no oceano, você pensa na sua amplidão — ele parece ilimitado, e você consegue sentir o seu mistério e sua grande capacidade de conter coisas. É por isso que usei a palavra “vasto” para descrever o amor de Deus, para ajudar as pessoas a sentir o quanto ele é precioso e a sentir a profunda beleza do Seu amor e que o poder do amor de Deus é infinito e de longo alcance. Usei essa palavra para ajudar as pessoas a sentir a santidade do Seu amor e a dignidade e a inofendibilidade de Deus, que são reveladas através do Seu amor. Agora vocês acham que “vasto” é uma palavra adequada para descrever o amor de Deus? Pode o amor de Deus corresponder a essas duas palavras, “imenso” e “vasto”? Sem dúvida! Na linguagem humana, apenas essas duas palavras são relativamente apropriadas e relativamente próximas de descrever o amor de Deus. Vocês não acham? Se Eu pedisse a vocês que descrevessem o amor de Deus, vocês usariam essas duas palavras? Muito provavelmente não as usariam, porque a compreensão e apreciação que vocês têm do amor de Deus é limitada ao escopo de uma perspectiva bidimensional e não ascendeu à altura do espaço tridimensional. Então, se Eu pedisse a vocês que descrevessem o amor de Deus, vocês sentiriam que lhes faltam as palavras; talvez ficariam até emudecidos. As duas palavras de que falei hoje podem ser difíceis para vocês compreenderem, ou talvez vocês simplesmente não concordem. Isso só mostra que a sua apreciação e compreensão do amor de Deus é superficial e limitada a um escopo estreito. Eu já disse antes que Deus é altruísta; vocês se lembram dessa palavra “altruísta”. Seria possível que o amor de Deus só possa ser descrito como altruísta? Isso não seria um escopo muito estreito? Vocês devem refletir mais sobre essa questão, para que possam ganhar algo dela.

O exposto acima é o que nós vimos do caráter de Deus e da Sua essência a partir do primeiro milagre. Mesmo que essa seja uma história que as pessoas têm lido durante milhares de anos, ela tem um enredo simples e permite que as pessoas vejam um fenômeno simples, mas nesse enredo simples podemos ver algo mais valioso, que é o caráter de Deus e o que Ele tem e é. Essas coisas que Ele tem e é representam o Próprio Deus, são uma expressão dos pensamentos do Próprio Deus. Quando Deus expressa Seus pensamentos, isso é uma expressão da voz do Seu coração. Ele espera que haverá pessoas capazes de compreendê-Lo, conhecê-Lo e compreender a Sua vontade e capazes de ouvir a voz do Seu coração e cooperar ativamente para satisfazer a Sua vontade. Essas coisas que o Senhor Jesus fez foram uma expressão muda de Deus.

Agora, examinemos esta passagem: a ressurreição de Lázaro glorifica a Deus.

Que impressões vocês têm depois de ler essa passagem? O significado desse milagre que o Senhor Jesus realizou foi muito maior do que o anterior, pois nenhum milagre é mais impressionante do que trazer um morto de volta da sepultura. Naquela era, era extremamente significativo que o Senhor Jesus fez algo assim. Como Deus havia Se tornado carne, as pessoas só podiam ver Sua aparência física, Seu lado prático e Seu aspecto insignificante. Mesmo que algumas pessoas vissem e entendessem um pouco do Seu caráter ou alguma habilidade especial que Ele parecia possuir, ninguém sabia de onde vinha o Senhor Jesus, quem Ele era realmente em Sua essência e quais outras coisas Ele realmente era capaz de fazer. Tudo isso era desconhecido para a humanidade. Tantas pessoas queriam encontrar provas para responder a essas perguntas sobre o Senhor Jesus e conhecer a verdade. Poderia Deus fazer algo para provar a Sua Própria identidade? Para Deus, isso era muito fácil, facílimo. Ele podia fazer alguma coisa em qualquer lugar e a qualquer momento para provar a Sua identidade e essência, mas Deus tinha Seu modo de fazer as coisas — com um plano e em passos. Ele não fez as coisas indiscriminadamente; ao contrário, Ele procurou o momento certo e a oportunidade certa para fazer algo que Ele permitiria que o homem visse, algo que realmente estivesse impregnado de sentido. Dessa forma, Ele provou Sua autoridade e identidade. Então, a ressurreição de Lázaro poderia provar a identidade do Senhor Jesus? Vejamos a seguinte passagem das escrituras: “E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu o que estivera morto […]”. Quando o Senhor Jesus fez isso, Ele disse apenas uma coisa: “Lázaro, vem para fora!”. Lázaro então saiu do seu sepulcro — isso foi realizado por causa de algumas poucas palavras proferidas pelo Senhor. Durante esse tempo, o Senhor Jesus não construiu um altar nem realizou outras ações. Ele apenas disse uma essa coisa. Isso seria chamado um milagre ou uma ordem? Ou foi algum tipo de feitiçaria? Superficialmente, parece que poderia ser chamado um milagre, e se vocês contemplarem isso a partir de uma perspectiva moderna, é claro que ainda poderiam chamar isso um milagre. No entanto, decerto não poderia ser considerado magia do tipo que pretende chamar uma alma de volta dos mortos, e absolutamente não foi feitiçaria de qualquer tipo. É correto dizer que esse milagre foi a mais normal e minúscula demonstração da autoridade do Criador. Essa é a autoridade e o poder de Deus. Deus tem autoridade para fazer uma pessoa morrer, e para fazer com que sua alma deixe o corpo e retorne ao Hades ou para onde quer que deva ir. A hora da morte de uma pessoa e o lugar para o qual ela vai depois da morte — isso é determinado por Deus. Ele pode tomar essas decisões a qualquer hora e em qualquer lugar, sem restrição por humanos, eventos, objetos, espaço ou geografia. Se quer fazer isso, Ele pode fazê-lo, pois todas as coisas e todos os seres vivos estão sob o Seu governo, e todas as coisas nascem, vivem e perecem por Sua palavra e Sua autoridade. Ele pode ressuscitar um morto, e isso também é algo que Ele pode fazer a qualquer hora, em qualquer lugar. Essa é a autoridade que somente o Criador possui.

Quando o Senhor Jesus fez coisas como trazer Lázaro de volta dos mortos, Seu objetivo era dar provas para que os humanos e Satanás vissem, fazer com que os humanos e Satanás soubessem que tudo relacionado à humanidade, à vida e à morte da humanidade é determinado por Deus, e que, embora Ele tenha Se tornado carne, Ele permanecia no comando do mundo físico visível tanto quanto no mundo espiritual que os humanos não podem ver. Isso foi feito para que a humanidade e Satanás soubessem que tudo relacionado à humanidade não está sob o comando de Satanás. Foi uma revelação e uma demonstração da autoridade de Deus e também foi uma maneira de Deus enviar uma mensagem a todas as coisas de que a vida e a morte da humanidade estão nas mãos de Deus. A ressurreição de Lázaro pelo Senhor Jesus foi uma das formas pelas quais o Criador ensina e instrui a humanidade. Foi uma ação concreta em que Ele usou Seu poder e Sua autoridade para instruir e prover para a humanidade. Foi uma maneira, sem usar palavras, de o Criador permitir que a humanidade visse a verdade de que Ele está no comando de todas as coisas. Foi uma maneira de Ele dizer à humanidade, por meio de ações práticas, que não há salvação senão por meio Dele. Esse meio silencioso que Ele usou para instruir a humanidade dura para sempre, é indelével e trouxe ao coração humano um choque e uma iluminação que jamais poderão desvanecer. A ressurreição de Lázaro glorificou a Deus — isso tem um impacto profundo sobre cada um dos seguidores de Deus. Ela fixa firmemente, em cada pessoa que entende profundamente esse evento, a compreensão, a visão de que somente Deus pode comandar a vida e a morte da humanidade. Embora Deus tenha esse tipo de autoridade e embora tenha enviado uma mensagem acerca da Sua soberania sobre a vida e a morte da humanidade por meio da ressurreição de Lázaro, essa não foi Sua obra primária. Deus nunca faz nada sem significado. Cada uma das coisas que Ele faz tem grande valor e é uma joia suprema num armazém de tesouros. Ele absolutamente não faria de “tirar uma pessoa de seu túmulo” o objetivo ou elemento primário ou único da Sua obra. Deus não faz nada que não tenha significado. A ressurreição de Lázaro como evento singular é adequada para demonstrar a autoridade de Deus e para provar a identidade do Senhor Jesus. É por isso que o Senhor Jesus não repetiu esse tipo de milagre. Deus faz as coisas de acordo com os Seus próprios princípios. Na linguagem humana, pode-se dizer que Deus ocupa sua mente apenas com assuntos sérios. Isto é, quando Deus faz as coisas, Ele não Se desvia do propósito da Sua obra. Ele sabe qual obra Ele quer realizar nesse estágio, o que Ele quer alcançar, e operará estritamente de acordo com o Seu plano. Se uma pessoa corrupta tivesse essa capacidade, ela pensaria apenas em maneiras de revelar essa capacidade para que os outros soubessem como ela é formidável, para que se curvassem diante dela, para que ela pudesse controlá-los e devorá-los. Esse é o mal que vem de Satanás — é o que se chama de corrupção. Deus não tem um caráter assim e não tem tal essência. Seu propósito ao fazer as coisas não é exibir-Se, mas sim fornecer à humanidade mais revelação e orientação, e é por isso que as pessoas veem poucos exemplos desse tipo de ocorrências na Bíblia. Isso não significa que os poderes do Senhor Jesus eram limitados nem que Ele era incapaz de fazer esse tipo de coisa. Ocorre simplesmente que Deus não queria fazer isso, porque a ressurreição de Lázaro pelo Senhor Jesus teve um significado muito prático e também porque a obra primária de Deus ao Se tornar carne não era realizar milagres, não era trazer os mortos de volta à vida, mas sim a obra de redenção para a humanidade. Assim, grande parte da obra que o Senhor Jesus completou foi ensinar as pessoas, prover para elas e ajudá-las, e eventos tais como a ressurreição de Lázaro eram apenas uma pequena parte do ministério que o Senhor Jesus realizou. Mais ainda, vocês poderiam dizer que “exibir-se” não faz parte da essência de Deus, então o Senhor Jesus não estava intencionalmente exercendo moderação ao não mostrar mais milagres, e isso também não foi devido a limitações do ambiente, e decerto não foi devido a uma falta de poder.

Quando o Senhor Jesus trouxe Lázaro de volta dos mortos, Ele disse apenas estas poucas palavras: “Lázaro, vem para fora!”. Ele não disse mais nada além disso. Assim, o que essas palavras demonstram? Elas demonstram que Deus pode realizar qualquer coisa por meio da fala, incluindo ressuscitar um morto. Quando Deus criou todas as coisas, quando Ele criou o mundo, Ele o fez com palavras — comandos verbais, palavras com autoridade, e dessa forma todas as coisas foram criadas e assim foram realizadas. Essas poucas palavras falada pelo Senhor Jesus foram exatamente como as palavras ditas por Deus quando Ele criou os céus e a terra e todas as coisas; da mesma forma, elas continham a autoridade de Deus e o poder do Criador. Todas as coisas foram formadas e ficaram firmes devido às palavras da boca de Deus, e da mesma forma, Lázaro saiu do túmulo devido às palavras da boca do Senhor Jesus. Essa era a autoridade de Deus, demonstrada e realizada na Sua carne encarnada. Esse tipo de autoridade e capacidade pertencia ao Criador e ao Filho do homem em quem o Criador Se realizou. É esse o entendimento ensinado à humanidade por Deus ao trazer Lázaro de volta à vida. Agora, encerrarmos a nossa discussão desse tópico aqui. Em seguida, leiamos mais um pouco das escrituras.

10. O julgamento de Jesus pelos fariseus

Marcos 3:21-22 Quando os Seus ouviram isso, saíram para O prender; porque diziam: Ele está fora de Si. E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possesso de Belzebu; e: É pelo príncipe dos demônios que expulsa os demônios.

11. A repreensão de Jesus aos fariseus

Mateus 12:31-32 Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.

Mateus 23:13-15 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar. [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.] Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do Inferno do que vós.

O conteúdo das duas passagens acima é diferente. Comecemos analisando a primeira passagem: o julgamento de Jesus pelos fariseus.

Na Bíblia, a avaliação do Próprio Jesus e das coisas que Ele fazia feita pelos fariseus foi: “[…] diziam: Ele está fora de Si. […] Ele está possesso de Belzebu; e: É pelo príncipe dos demônios que expulsa os demônios” (Marcos 3:21-22). O julgamento do Senhor Jesus pelos escribas e fariseus não consistia meramente numa imitação das palavras de outras pessoas nem era uma conjetura infundada — era a conclusão a que eles chegaram sobre o Senhor Jesus a partir daquilo que eles viram e ouviram das Suas ações. Embora essa conclusão fosse feita ostensivamente em nome da justiça e aparecesse às pessoas como bem fundamentada, a arrogância com que eles julgaram o Senhor Jesus foi difícil até para eles mesmos conterem. A energia frenética do ódio que sentiam pelo Senhor Jesus expôs as ambições desenfreadas deles e seus rostos malignos e satânicos, bem como a sua natureza malévola com que resistiam a Deus. Essas coisas que eles disseram no seu julgamento do Senhor Jesus foram motivadas por suas ambições desenfreadas, ciúme e a natureza feia e malévola da hostilidade deles para com Deus e a verdade. Eles não investigaram a origem das ações do Senhor Jesus, nem investigaram a essência do que Ele disse ou fez. Ao contrário, cegamente, num estado de agitação enlouquecida e com malícia deliberada, eles atacaram e desacreditaram o que Ele havia feito. Chegaram até a desacreditar deliberadamente o Seu Espírito, isto é, o Espírito Santo, que é o Espírito de Deus. É isso o que eles queriam dizer quando disseram “Ele está fora de Si”, “Belzebu” e “o príncipe dos diabos”. Quer dizer, eles disseram que o Espírito de Deus era Belzebu e o príncipe dos diabos. Eles caracterizaram como loucura a obra do Espírito de Deus encarnado, que havia Se vestido em carne. Eles não apenas blasfemaram chamando o Espírito de Deus de Belzebu e príncipe dos diabos, como também condenaram a obra de Deus e condenaram e blasfemaram contra o Senhor Jesus Cristo. A essência de sua resistência e blasfêmia contra Deus era inteiramente a mesma que a da resistência e blasfêmia praticada por Satanás e pelos demônios contra Deus. Eles não apenas representavam humanos corruptos, mas, ainda mais, eram a personificação de Satanás. Eram um canal para Satanás no meio da humanidade e eram os cúmplices e lacaios de Satanás. A essência da sua blasfêmia e sua difamação do Senhor Jesus Cristo era a luta que travavam com Deus por status, sua disputa com Deus e seus intermináveis testes de Deus. A essência da sua resistência a Deus e de sua atitude de hostilidade para com Ele, assim como suas palavras e pensamentos, blasfemavam diretamente e enfureciam o Espírito de Deus. Assim, Deus determinou um julgamento razoável baseado no que eles diziam e faziam, e Deus determinou que seus feitos eram o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo. Esse pecado é imperdoável tanto neste mundo quanto no mundo vindouro, como confirma a seguinte passagem das escrituras: “A blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada” e “se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro”. Hoje, vamos falar sobre o verdadeiro significado dessas palavras de Deus: “Não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro”. Isso é, vamos desmistificar a maneira como Deus cumpre as palavras: “Não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro”.

Tudo sobre o que conversamos se relaciona ao caráter de Deus e à Sua atitude para com as pessoas, eventos e coisas. Naturalmente, as duas passagens acima não são exceção. Vocês percebem alguma coisa nessas duas passagens das escrituras? Algumas pessoas dizem que veem nelas a ira de Deus. Outras dizem que veem o lado do caráter de Deus que não tolera as ofensas da humanidade e que, se as pessoas fizerem algo que seja uma blasfêmia contra Deus, elas não receberão Seu perdão. Embora as pessoas vejam e percebam a ira de Deus e Sua intolerância quanto às ofensas da humanidade nessas duas passagens, elas ainda não compreendem verdadeiramente Sua atitude. Implícitas nessas duas passagens estão referências escondidas à verdadeira atitude e abordagem de Deus em relação àqueles que blasfemam contra Ele e O enfurecem. Sua atitude e Sua abordagem demonstram o significado verdadeiro da seguinte passagem: “Se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro”. Quando as pessoas blasfemam contra Deus e O enfurecem, Ele emite um veredito, e esse veredito é um desfecho emitido por Ele. É descrito desta maneira na Bíblia: “Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada” (Mateus 12:31), e “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!” (Mateus 23:13). No entanto, está registrado na Bíblia qual foi o desfecho dos escribas e fariseus, bem como daquelas pessoas que disseram que o Senhor Jesus estava louco, depois que Ele disse essas coisas? Está registrado que elas sofreram alguma punição? Não — podemos afirmar isso com certeza. Dizer “não” aqui não significa que não houve tal registro, mas apenas que, na verdade, não houve nenhum resultado que pudesse ser visto com olhos humanos. Afirmar que “não foi registrado” elucida a questão da atitude e dos princípios de Deus para lidar com certas coisas. Deus não faz vista grossa nem fecha os ouvidos para as pessoas que blasfemam contra Ele ou resistem a Ele, nem mesmo para aquelas que O difamam — pessoas que intencionalmente O atacam, difamam e amaldiçoam — ao contrário, Ele tem uma atitude clara para com elas. Ele despreza essas pessoas e as condena em Seu coração. Ele até mesmo declara abertamente qual será o desfecho delas, para que as pessoas saibam que Ele tem uma atitude clara em relação aos que blasfemam contra Ele e para que saibam como Ele determinará seu desfecho. No entanto, depois que Deus disse essas coisas, as pessoas raramente conseguiam enxergar a verdade de como Deus lidaria com aquelas pessoas nem conseguiam compreender os princípios por trás do desfecho e do veredito que Deus emitiu para elas. Isto é, as pessoas não conseguem ver a abordagem e os métodos especiais que Deus tem para lidar com elas. Isso tem a ver com os princípios de Deus para fazer as coisas. Deus usa a ocorrência de fatos para lidar com o comportamento maligno de algumas pessoas. Isto é, Ele não anuncia seu pecado e não determina seu desfecho; ao contrário, Ele usa diretamente a ocorrência de fatos para distribuir sua punição e justa retribuição. Quando esses fatos acontecem, é a carne das pessoas que sofre punição, o que significa que a punição é algo que pode ser visto com olhos humanos. Ao lidar com o comportamento maligno de algumas pessoas, Deus apenas as amaldiçoa com palavras e Sua ira também recai sobre elas, mas a punição que elas recebem pode ser algo que as pessoas não podem ver. Mesmo assim, esse tipo de desfecho pode ser ainda mais sério do que os desfechos que as pessoas podem ver, tais como ser punidos ou mortos. Isso porque, nas circunstâncias em que Deus decidiu não salvar esse tipo de pessoa, não demonstrar mais misericórdia ou tolerância para com elas nem prover mais oportunidades para elas, a atitude que Ele toma para com elas é a de colocá-las de lado. Qual é o significado aqui de “colocar de lado”? O significado básico dessa expressão é pôr algo de lado, ignorar e não prestar mais atenção nisso. Mas aqui, quando Deus põe alguém de lado, há duas explicações diferentes para seu significado: a primeira é que Ele entregou a vida daquela pessoa e tudo relacionado àquela pessoa para Satanás para que ele lide com isso, e Deus não seria mais responsável e deixaria de gerenciar essa pessoa. Se essa pessoa fosse louca, ou estúpida, se estivesse viva ou morta, ou se ela descesse ao Inferno para a sua punição, isso não teria nada a ver com Deus. Isso significaria que aquela criatura não teria mais relação com o Criador. A segunda explicação é que Deus determinou que Ele Mesmo quer fazer algo com essa pessoa, com Suas próprias mãos. É possível que Ele utilize o serviço desse tipo de pessoa, ou que Ele o utilize como um contraste. É possível que Ele tenha uma maneira especial de lidar com esse tipo de pessoa, uma maneira especial de tratá-la — assim como fez com Paulo, por exemplo. Esses são o princípio e a atitude no coração de Deus segundo os quais Ele decidiu lidar com esse tipo de pessoa. Assim, quando as pessoas resistem a Deus e O difamam e blasfemam contra Ele, quando elas exasperam Seu caráter ou ultrapassam o limite de Sua tolerância, é insuportável pensar nas consequências. A consequência mais grave é que Deus entrega a vida delas e tudo relacionado a elas a Satanás, de uma vez por todas. Elas não serão perdoadas, por toda a eternidade. Isso significa que essa pessoa se tornou alimento na boca de Satanás, um brinquedo em sua mão e, a partir daí, Deus já não tem mais nada a ver com ela. Vocês podem imaginar a miséria que foi quando Satanás tentou Jó? Mesmo sob a condição de que Satanás não tinha permissão de prejudicar a vida de Jó, ele sofreu muito. E não é ainda mais difícil imaginar a devastação que seria causada por Satanás em alguém que foi totalmente entregue a Satanás, que está completamente dentro das garras de Satanás, que perdeu completamente os cuidados e a misericórdia de Deus, que não está mais sob o governo do Criador, que foi privado do direito de adorá-Lo e do direito de ser uma criatura governada por Deus e cujo relacionamento com o Senhor da criação foi completamente cortado? A perseguição de Jó por Satanás foi algo que pôde ser visto com olhos humanos, mas se Deus entregar a vida de uma pessoa a Satanás, as consequências estarão fora do alcance da imaginação humana. Por exemplo, algumas pessoas podem renascer como uma vaca ou um burro, enquanto algumas podem ser ocupadas e possuídas por espíritos malignos e impuros, e assim por diante. Tais são os desfechos de algumas das pessoas que são entregues a Satanás por Deus. Olhando de fora, parece que aquelas pessoas que ridicularizaram, difamaram, condenaram e blasfemaram contra o Senhor Jesus não sofreram nenhuma consequência. No entanto, a verdade é que Deus tem uma abordagem para lidar com tudo. Ele pode não usar uma linguagem clara para dizer às pessoas o desfecho de como Ele lida com cada tipo de pessoa. Às vezes Ele não fala diretamente, mas age diretamente. O fato de que Ele não fale a respeito não significa que não haja um desfecho — na verdade, em casos assim, é possível que o desfecho seja ainda mais grave. Visto de fora, pode parecer que haja algumas pessoas com quem Deus não fale explicitamente sobre a Sua atitude, mas, de fato, Deus não tem desejado dar-lhes qualquer atenção há muito tempo. Ele não quer mais vê-las. Devido às coisas que elas fizeram e a seu comportamento, por causa de sua natureza essência, Deus quer apenas que elas desapareçam de Sua vista, quer entregá-las diretamente a Satanás, dar o espírito delas, sua alma e seu corpo a Satanás e permitir que Satanás faça com elas o que quiser. Está bem claro até que ponto Deus as odeia, até que ponto Ele sente repulsa por elas. Se uma pessoa irrita Deus a ponto de Deus não querer nem vê-la novamente e está disposto a desistir dela por completo, a ponto de Ele não querer nem mesmo lidar com ela pessoalmente — se chegar a ponto de que Ele a entregue a Satanás para que este faça o que quiser, para permitir que Satanás a controle, a consuma e a trate como quiser — então essa pessoa está completamente acabada. Seu direito de ser uma pessoa humana foi permanentemente revogado, e seus direitos como criatura chegaram ao fim. Não é esse o tipo de punição mais severo?

Tudo que foi dito acima é uma explicação completa das palavras: “Não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro” e também serve como um simples comentário sobre essas passagens das escrituras. Creio que agora vocês têm um entendimento disso!

Leiamos agora as seguintes passagens das escrituras.

12. Palavras de Jesus aos Seus discípulos depois da Sua ressurreição

João 20:26-29 Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-Se no meio deles e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as Minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no Meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-Lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque Me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.

João 21:16-17 Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, amas-Me? Respondeu-Lhe: Sim, Senhor; Tu sabes que Te amo. Disse-lhe: Pastoreia as Minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-Me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-Me? E respondeu-Lhe: Senhor, Tu sabes todas as coisas; Tu sabes que Te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as Minhas ovelhas.

O que essas passagens relatam são certas coisas que o Senhor Jesus fez e disse aos Seus discípulos depois da Sua ressurreição. Primeiro, examinemos quaisquer diferenças que possam existir entre o Senhor Jesus antes e depois da ressurreição. Ele ainda era o mesmo Senhor Jesus dos dias passados? As escrituras contêm o seguinte versículo que descreve o Senhor Jesus depois da ressurreição: “Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-Se no meio deles e disse: Paz seja convosco”. Está bem claro que o Senhor Jesus naquela época não ocupava mais um corpo carnal, mas que agora estava num corpo espiritual. Isso porque Ele havia transcendido as limitações da carne; embora a porta estivesse fechada, Ele pôde vir para o meio das pessoas e permitir que elas O vissem. Essa é a maior diferença entre o Senhor Jesus depois da ressurreição e o Senhor Jesus que vivia na carne antes da ressurreição. Embora não houvesse diferença entre a aparência do corpo espiritual daquele momento e a aparência do Senhor Jesus como havia sido antes, naquele momento, o Senhor Jesus havia Se tornado alguém que parecia um estranho para as pessoas, pois Ele havia Se tornado um corpo espiritual depois de ressuscitar dentre os mortos e, comparado à Sua carne anterior, esse corpo espiritual era mais enigmático e confuso para as pessoas. Ele também criou uma distância maior entre o Senhor Jesus e as pessoas, e as pessoas sentiram em seu coração que o Senhor Jesus, naquele momento, havia Se tornado mais misterioso. Esses sentimentos e cognições por parte das pessoas de repente as levaram de volta à época da crença em um Deus que não podia ser visto nem tocado. Assim, a primeira coisa que o Senhor Jesus fez depois da ressurreição foi permitir que todos O vissem, para confirmar que Ele existia e confirmar o fato da Sua ressurreição. Além disso, essa ação restaurou Seu relacionamento com as pessoas ao que havia sido quando Ele operava na carne e quando Ele era o Cristo que elas podiam ver e tocar. Um dos resultados disso é que as pessoas não tinham qualquer dúvida de que o Senhor Jesus havia ressuscitado da morte depois de ter sido pregado na cruz e também não tinham dúvida alguma quanto à obra do Senhor Jesus para redimir a humanidade. Outro resultado é que o fato de o Senhor Jesus aparecer para as pessoas após Sua ressurreição e permitir que elas O vissem e O tocassem fixou a humanidade solidamente na Era da Graça, garantindo que, a partir de então, as pessoas não voltariam para a Era da Lei anterior na suposta base de que o Senhor Jesus tinha “desaparecido” ou que Ele tinha “partido sem uma única palavra”. Assim Ele garantiu que elas continuariam a avançar, seguindo os ensinamentos do Senhor Jesus e a obra que Ele havia realizado. Assim, uma nova fase na obra da Era da Graça foi formalmente iniciada, e, a partir daquele momento, as pessoas que antes viviam sob a lei emergiram formalmente da lei e entraram em uma nova era, em um novo começo. São esses os significados multifacetados da aparição do Senhor Jesus à humanidade após a Sua ressurreição.

Já que o Senhor Jesus habitava agora um corpo espiritual, como as pessoas puderam tocá-Lo e vê-Lo? Essa pergunta diz respeito ao significado da aparição do Senhor Jesus à humanidade. Vocês perceberam alguma coisa nessas passagens das escrituras que acabamos de ler? De modo geral, corpos espirituais não podem ser vistos nem tocados, e depois da ressurreição, a obra que o Senhor Jesus havia assumido já tinha sido concluída. Assim, em tese, Ele não tinha absolutamente nenhuma necessidade de voltar para o meio das pessoas em Sua imagem original para encontrá-las, mas a aparição do corpo espiritual do Senhor Jesus para pessoas como Tomé tornou o significado de Sua aparição mais concreto, de modo que penetrou mais profundamente no coração das pessoas. Quando Ele Se aproximou de Tomé, Ele permitiu que Tomé, o cético, tocasse Sua mão, e lhe disse: “Chega a tua mão, e mete-a no Meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente”. Essas palavras e ações não eram coisas que o Senhor Jesus queria dizer e fazer somente depois que ressuscitou; na verdade eram coisas que Ele quis dizer e fazer antes de ser pregado na cruz, porque as dúvidas de Tomé não tinham começado apenas ali, mas o tinham acompanhado o tempo todo em que ele vinha seguindo o Senhor Jesus. É evidente que, antes de ser pregado na cruz, o Senhor Jesus já tinha uma compreensão acerca de pessoas como Tomé. O que, então, podemos ver a partir disso? Ele ainda era o mesmo Senhor Jesus depois da Sua ressurreição. Sua essência não havia mudado. No entanto, aqui estava o Senhor Jesus que havia ressuscitado dos mortos e voltado do mundo espiritual com Sua imagem original, com Seu caráter original e com Seu entendimento da humanidade vinda do tempo em que viveu na carne; assim, Ele foi primeiro encontrar Tomé, deixar que Tomé tocasse Sua costela, para permitir que Tomé não só visse Seu corpo espiritual após a ressurreição, mas que Tomé tocasse e sentisse a existência de Seu corpo espiritual e abandonasse por completo suas dúvidas. Antes de o Senhor Jesus ser pregado na cruz, Tomé sempre tinha duvidado que Ele era o Cristo e era incapaz de acreditar. Sua fé em Deus estava firmada só na base daquilo que ele podia ver com os próprios olhos, daquilo que podia tocar com as próprias mãos. O Senhor Jesus tinha um bom entendimento da fé desse tipo de pessoa. Essas pessoas só acreditavam em Deus no céu e não acreditavam, em absoluto, Naquele enviado por Deus nem no Cristo na carne e não O aceitavam. Para que Tomé reconhecesse e acreditasse na existência do Senhor Jesus e que Ele era verdadeiramente Deus encarnado, Ele permitiu que Tomé estendesse a mão e tocasse Sua costela. Havia alguma diferença entre a dúvida de Tomé antes e depois da ressurreição do Senhor Jesus? Ele vivia constantemente em dúvida, e excetuando uma aparição pessoal a ele do corpo espiritual do Senhor Jesus, permitindo que ele tocasse as marcas dos pregos em Seu corpo, não havia como alguém pudesse resolver suas dúvidas e levá-lo abandoná-las. Então, a partir do momento em que o Senhor Jesus permitiu que Tomé tocasse Sua costela e sentisse realmente a existência das marcas dos pregos, a dúvida de Tomé desapareceu, e ele compreendeu verdadeiramente que o Senhor Jesus havia ressuscitado e reconheceu e acreditou que o Senhor Jesus era o verdadeiro Cristo e Deus encarnado. Embora, nesse momento, Tomé não duvidasse mais, ele havia perdido para sempre a chance de encontrar-se com Cristo. Ele havia perdido para sempre a chance de estar com Ele, de segui-Lo, de conhecê-Lo. Havia perdido a chance de que Cristo o aperfeiçoasse. A aparição do Senhor Jesus e as Suas palavras proporcionaram uma conclusão e um veredito sobre a fé daqueles que estavam cheios de dúvidas. Ele usou Suas palavras e ações reais para dizer aos que duvidavam, para dizer àqueles que acreditavam apenas no Deus no Céu, mas não acreditavam em Cristo: Deus não aprovou sua crença nem aprovou que O seguissem ao mesmo tempo em que duvidavam Dele. O dia em que eles acreditariam plenamente em Deus e em Cristo só poderia ser o dia em que Deus completasse Sua grande obra. Naturalmente, esse também foi o dia em que um veredito foi emitido sobre sua dúvida. A atitude deles em relação a Cristo determinou seu destino, e sua dúvida obstinada significava que sua fé não lhes deu fruto, e sua dureza significava que suas esperanças eram em vão. Como sua crença em Deus no Céu era alimentada por ilusões e sua dúvida em relação a Cristo era realmente sua verdadeira atitude em relação a Deus, embora tivessem tocado nas marcas de pregos no corpo do Senhor Jesus, sua fé ainda era inútil e seu desfecho só podia ser descrito como tirar água com um cesto de bambu — tudo em vão. O que o Senhor Jesus disse a Tomé era também claramente Sua maneira de dizer a cada pessoa: o Senhor Jesus ressuscitado é o mesmo Senhor Jesus que passou inicialmente trinta e três anos e meio operando em meio à humanidade. Embora Ele tenha sido pregado na cruz e tenha experimentado o vale da sombra da morte e embora tenha experimentado a ressurreição, Ele não passou por nenhuma mudança em nenhum aspecto. Embora Ele agora tivesse marcas de pregos em Seu corpo e embora tivesse ressuscitado e saído da sepultura, Seu caráter, Seu entendimento da humanidade e Suas intenções para com a humanidade não haviam mudado nem um pouco. Além disso, Ele estava dizendo às pessoas que havia descido da cruz, triunfado sobre o pecado, superado as dificuldades e triunfado sobre a morte. As marcas dos pregos eram apenas a prova de Sua vitória sobre Satanás, evidências de ser uma oferta pelo pecado, para redimir com sucesso toda a humanidade. Ele estava dizendo às pessoas que Ele já havia levado sobre Si os pecados da humanidade e que havia completado Sua obra de redenção. Quando Ele voltou para ver Seus discípulos, Ele lhes transmitiu esta mensagem por meio de Sua aparição: “Ainda estou vivo, ainda existo; hoje estou verdadeiramente de pé diante de vocês, para que vocês possam Me ver e Me tocar. Eu sempre estarei com vocês”. O Senhor Jesus também quis usar o caso de Tomé como uma advertência para as pessoas futuras: embora você não possa ver nem tocar o Senhor Jesus em sua fé Nele, você é abençoado por causa da sua fé verdadeira e pode ver o Senhor Jesus por causa da sua fé verdadeira, e esse tipo de pessoa é abençoado.

Essas palavras registradas na Bíblia que o Senhor Jesus disse quando apareceu a Tomé são uma grande ajuda para todas as pessoas na Era da Graça. Sua aparição a Tomé e as palavras que dirigiu a ele tiveram um impacto profundo sobre as gerações que vieram depois; elas têm um significado eterno. Tomé representa um tipo de pessoa que acredita em Deus, porém duvida de Deus. São pessoas de natureza desconfiada, têm um coração sinistro, são traiçoeiras e não acreditam nas coisas que Deus é capaz de realizar. Não acreditam na onipotência e na soberania de Deus nem acreditam no Deus encarnado. No entanto, a ressurreição do Senhor Jesus contrariou esses traços que elas têm e também lhes proporcionou uma oportunidade de descobrir suas próprias dúvidas, de reconhecer suas próprias dúvidas e admitir sua própria traição, chegando assim a acreditar verdadeiramente na existência e na ressurreição do Senhor Jesus. O que aconteceu com Tomé foi um aviso e um alerta para as gerações posteriores, para que mais pessoas pudessem se precaver e não ser céticos como Tomé e que, se se enchessem de dúvidas, elas afundariam na escuridão. Se você segue a Deus, mas, assim como Tomé, sempre quer tocar a costela do Senhor e sentir Suas marcas de pregos para confirmar, verificar e especular se Deus existe ou não, então Deus abandonará você. Portanto, o Senhor Jesus requer que as pessoas não sejam como Tomé, acreditando apenas no que podem ver com seus próprios olhos, mas que sejam pessoas puras e honestas, que não abrigam dúvidas em relação a Deus, mas simplesmente creem Nele e O seguem. Pessoas assim são abençoadas. Essa é uma exigência muito pequena que o Senhor Jesus faz às pessoas e é uma advertência para os Seus seguidores.

O acima descrito é a atitude do Senhor Jesus em relação àqueles estão cheios de dúvidas. Sendo assim, o que o Senhor Jesus falou e o que Ele fez para aqueles que são capazes de acreditar honestamente Nele e de segui-Lo? É isso que veremos a seguir por meio de um diálogo entre o Senhor Jesus e Pedro.

Nessa conversa, o Senhor Jesus perguntou a Pedro repetidamente uma coisa: “Simão, filho de João, tu Me amas?”. Esse é um padrão mais elevado que o Senhor Jesus exigiu de pessoas como Pedro após a Sua ressurreição, pessoas que verdadeiramente creem em Cristo e se esforçam para amar o Senhor. Essa pergunta foi uma espécie de investigação interrogatório; porém, ainda mais, foi uma exigência e uma expectativa a pessoas como Pedro. O Senhor Jesus usou esse método de questionamento para que as pessoas refletissem sobre si mesmas e olhassem para si mesmas e perguntassem: quais são as exigências do Senhor Jesus às pessoas? Eu amo o Senhor? Eu sou uma pessoa que ama a Deus? Como devo amar a Deus? Embora o Senhor Jesus tenha feito essa pergunta apenas a Pedro, a verdade é que, em Seu coração, ao fazer essas perguntas a Pedro, Ele queria aproveitar essa oportunidade para fazer esse mesmo tipo de pergunta a mais pessoas que buscam amar a Deus. Ocorre apenas que Pedro foi abençoado para agir como representante desse tipo de pessoa, para receber esse questionamento da boca do Próprio Senhor Jesus.

Comparado às seguintes palavras que o Senhor Jesus disse a Tomé após Sua ressurreição: “Chega a tua mão, e mete-a no Meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente”, sua pergunta repetida três vezes a Pedro: “Simão, filho de João, tu Me amas?” permite que as pessoas sintam melhor a gravidade da atitude do Senhor Jesus e a urgência que Ele sentiu ao fazer essa pergunta. Quanto a Tomé, o cético, com sua natureza enganadora, o Senhor Jesus lhe permitiu estender a mão e tocar as marcas de pregos em Seu corpo, que o levaram a acreditar que o Senhor Jesus era o Filho do homem ressuscitado e a reconhecer a identidade do Senhor Jesus como Cristo. E embora o Senhor Jesus não tenha repreendido severamente Tomé nem expressado verbalmente um julgamento claro acerca dele, Ele, mesmo assim, usou ações práticas para informar a Tomé que Ele o compreendia, ao mesmo tempo que também demonstrava Sua atitude e Sua determinação em relação a esse tipo de pessoa. As expectativas e exigências do Senhor Jesus a esse tipo de pessoa não podem ser percebidas a partir do que Ele disse, pois pessoas como Tomé simplesmente não têm nem um único pingo de fé verdadeira. As exigências do Senhor Jesus a elas só vão até esse ponto, mas a atitude que Ele revelou em relação a pessoas como Pedro é completamente diferente. Ele não exigiu que Pedro estendesse a mão e tocasse nas Suas marcas de pregos nem disse a Pedro: “Não mais sejas incrédulo, mas crente”. Em vez disso, Ele fez repetidamente a mesma pergunta a Pedro. A pergunta era instigante e significativa, uma pergunta que não pode deixar de fazer com que cada seguidor de Cristo sinta remorso e medo, mas também sinta o ânimo angustiado e pesaroso do Senhor Jesus. E quando eles estão sentindo grande dor e sofrimento, eles são mais capazes de entender a preocupação do Senhor Jesus Cristo e o Seu cuidado; eles percebem Seus ensinamentos sinceros e Suas exigências estritas de pessoas puras e honestas. A pergunta do Senhor Jesus permite que as pessoas sintam que as expectativas que o Senhor tem para com elas, reveladas nessas palavras simples, não consistem apenas em acreditar Nele e segui-Lo, mas sim em conseguir ter amor, amar o seu Senhor e o seu Deus. Esse tipo de amor se importa e obedece. São seres humanos que vivem para Deus, morrem por Deus, dedicam tudo a Deus, gastam e dão tudo por Deus. Esse tipo de amor também é reconfortar a Deus, permitindo que Ele desfrute de testemunho e descanse. É a retribuição da humanidade a Deus, a responsabilidade obrigação e dever do homem e é um caminho que as pessoas devem seguir por toda a vida. Essas três perguntas foram uma exigência e uma exortação que o Senhor Jesus fez a Pedro e a todas as pessoas que seriam aperfeiçoadas. Foram essas três perguntas que levaram e motivaram Pedro a seguir sua senda na vida, e foram essas perguntas por ocasião da despedida do Senhor Jesus que levaram Pedro a iniciar sua senda de aperfeiçoamento, que o levaram, por causa de seu amor ao Senhor, a cuidar do coração do Senhor, a obedecer ao Senhor, a oferecer conforto ao Senhor e a oferecer toda a sua vida e todo o seu ser por causa desse amor.

Durante a Era da Graça, a obra de Deus se destinava principalmente a dois tipos de pessoas. O primeiro era o tipo de pessoa que acreditava Nele e O seguia, que era capaz de guardar Seus mandamentos e de suportar a cruz, e que conseguia manter-se no caminho da Era da Graça. Esse tipo de pessoa ganharia a bênção de Deus e desfrutaria da graça de Deus. O segundo tipo de pessoa era como Pedro, alguém que podia ser aperfeiçoado. Assim, depois que o Senhor Jesus ressuscitou, Ele primeiro fez essas duas coisas mais significativas. Uma foi feita com Tomé, e outra, com Pedro. O que essas duas coisas representam? Será que representam as verdadeiras intenções de Deus de salvar a humanidade? Representam a sinceridade de Deus para com a humanidade? A obra que Ele fez com Tomé visava alertar as pessoas para que não fossem céticas, mas que simplesmente acreditassem. A obra que Ele fez com Pedro visava fortalecer a fé de pessoas como Pedro e deixar claras Suas exigências a esse tipo de pessoa, mostrar quais objetivos elas deveriam buscar.

Depois que o Senhor Jesus ressuscitou, Ele apareceu às pessoas que julgou necessário, falou com elas e fez exigências a elas, deixando para trás as Suas intenções e expectativas em relação às pessoas. Isto é, como Deus encarnado, Sua preocupação com a humanidade e Suas exigências às pessoas nunca mudaram; permaneceram as mesmas quando estava na carne e quando estava em Seu corpo espiritual depois de ter sido pregado na cruz e ressuscitado. Ele estava preocupado com esses discípulos antes de subir à cruz, e, em Seu coração, Ele tinha clareza sobre o estado de cada pessoa e compreendia as deficiências de cada pessoa e, é claro, a Sua compreensão de cada pessoa depois que Ele morreu, ressuscitou e Se tornou um corpo espiritual foi a mesma como tinha sido quando estivera na carne. Ele sabia que as pessoas não estavam inteiramente certas de Sua identidade como Cristo, mas, durante Seu tempo na carne, Ele não fez exigências estritas às pessoas. No entanto, após ressuscitar, Ele apareceu a elas e as deixou absolutamente certas de que o Senhor Jesus havia vindo de Deus e que Ele era Deus encarnado, e Ele usou o fato da Sua aparição e Sua ressurreição como a maior visão e motivação para a busca vitalícia da humanidade. Sua ressurreição da morte não apenas fortaleceu todos aqueles que O seguiam, mas também implementou firmemente a Sua obra da Era da Graça plenamente em meio à humanidade, e assim o evangelho da salvação do Senhor Jesus na Era da Graça se difundiu após poucos por todos os cantos da humanidade. Você diria que a aparição do Senhor Jesus após a ressurreição teve alguma importância? Se você fosse Tomé ou Pedro naquela época e encontrasse essa única coisa na sua vida que fosse tão significativa, que impacto ela teria tido sobre você? Você teria visto isso como a melhor e a maior visão da sua vida de crente em Deus? Teria visto isso como uma força que o motivava ao seguir a Deus, ao esforçar-se para satisfazê-Lo e ao buscar amar a Deus na sua vida inteira? Você teria despendido uma vida inteira de esforços para espalhar essa que foi a maior das visões? Você teria aceitado a divulgação da salvação do Senhor Jesus como uma comissão de Deus? Mesmo que vocês não tenham experimentado isso, os dois exemplos de Tomé e Pedro já são suficientes para que as pessoas modernas ganhem uma compreensão clara de Deus e da Sua vontade. Pode-se dizer que, depois que Deus Se tornou carne, depois que Ele experimentou pessoalmente a vida em meio a humanidade e experimentou pessoalmente a vida humana e depois que Ele viu a depravação da humanidade e a situação da vida humana naquele tempo, Deus na carne sentiu mais profundamente o quão impotente, lamentável e digna de pena a humanidade é. Deus ganhou mais empatia pela condição humana devido à Sua humanidade que Ele possuiu enquanto vivia na carne, devido aos Seus instintos carnais. Isso O levou a sentir uma preocupação maior por Seus seguidores. Essas são coisas que, provavelmente, vocês não conseguem compreender, mas Eu posso descrever essa preocupação e o cuidado sentido por Deus na carne em relação a cada um dos Seus seguidores usando apenas duas palavras: “preocupação intensa”. Embora essa expressão venha da linguagem humana e embora seja muito humana, ela, mesmo assim, expressa e descreve verdadeiramente os sentimentos de Deus por Seus seguidores. Quanto à preocupação intensa de Deus com os humanos, ao longo das suas experiências, vocês sentirão isso aos poucos e poderão provar disso. No entanto, isso só pode ser alcançado através da compreensão gradual do caráter de Deus baseada em buscar uma mudança no seu próprio caráter. Quando o Senhor Jesus fez essa primeira aparição, ela fez com que Sua intensa preocupação pelos Seus seguidores na humanidade se materializasse e fosse transferida para o Seu corpo espiritual, ou, como se poderia dizer, para a Sua divindade. Sua aparição permitiu que as pessoas experimentassem e sentissem mais uma vez o cuidado e a preocupação de Deus, ao mesmo tempo em que também provava de forma poderosa que Deus é Aquele que inicia uma era, que desdobra uma era e também encerra uma era. Por meio da Sua aparição, Ele fortaleceu a fé de todas as pessoas e provou ao mundo o fato de que Ele é o Próprio Deus. Isso deu a Seus seguidores uma confirmação eterna e, por meio da Sua aparição, Ele também lançou uma fase da Sua obra na nova era.

13. Jesus come pão e explica as escrituras após a Sua ressurreição

Lucas 24:30-32 Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava. Abriram-se-lhes então os olhos, e O reconheceram; nisto Ele desapareceu de diante deles. E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?

14. Os discípulos dão a Jesus peixe assado para comer

Lucas 24:36-43 Enquanto ainda falavam nisso, o Próprio Jesus Se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. Mas eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. Ele, porém, lhes disse: Por que estais perturbados? e por que surgem dúvidas em vossos corações? Olhai as Minhas mãos e os Meus pés, que sou Eu Mesmo; apalpai-Me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que Eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Não acreditando eles ainda por causa da alegria, e estando admirados, perguntou-lhes Jesus: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então Lhe deram um pedaço de peixe assado, o qual Ele tomou e comeu diante deles.

Em seguida, examinaremos as passagens das escrituras acima. A primeira é um relato do Senhor Jesus comendo pão e explicando as escrituras depois de Sua ressurreição, e a segunda passagem relata o Senhor Jesus comendo um peixe assado. Como essas duas passagens ajudam vocês a conhecer o caráter de Deus? Vocês conseguem imaginar o tipo de imagem que vocês obtêm com essas descrições do Senhor Jesus comendo pão e depois um peixe assado? Vocês conseguem imaginar, se o Senhor Jesus estivesse em pé na sua frente comendo pão, como vocês se sentiriam? Ou se Ele estivesse comendo com vocês na mesma mesa, comendo peixe e pão junto com as pessoas, que tipo de sentimento você teria naquele momento? Se você acha que sentiria estar muito perto do Senhor, que Ele seria muito íntimo com você, então esse sentimento está correto. Esse é exatamente o resultado que o Senhor Jesus quis produzir ao comer pão e peixe diante das pessoas reunidas após a Sua ressurreição. Se o Senhor Jesus tivesse apenas falado com as pessoas após a ressurreição, se elas não pudessem sentir a Sua carne e Seus ossos, mas, em vez disso, sentissem que Ele era um Espírito inalcançável, como elas teriam se sentido? Não teriam ficado decepcionadas? Sentindo-se decepcionadas, as pessoas não teriam se sentido abandonadas? Não teriam sentido uma distância entre si mesmas e o Senhor Jesus Cristo? Que tipo de impacto negativo essa distância teria criado no relacionamento das pessoas com Deus? Elas decerto teriam sentido medo, não teriam ousado aproximar-se Dele e, assim, teriam tido uma atitude de mantê-Lo a uma distância respeitosa. A partir de então, teriam cortado seu relacionamento íntimo com o Senhor Jesus Cristo e teriam voltado para um relacionamento entre a humanidade e Deus no céu, como havia sido anteriormente na Era da Graça. O corpo espiritual que as pessoas não podiam tocar nem sentir teria causado a erradicação da sua intimidade com Deus e também teria feito com que deixasse de existir esse relacionamento íntimo, estabelecido durante o tempo em que o Senhor Jesus Cristo viveu na carne, sem distância entre Ele e os humanos. As únicas coisas provocadas nas pessoas pelo corpo espiritual eram sentimentos de medo, distanciamento e um olhar mudo. Elas não teriam se atrevido a se aproximar ou a se envolver num diálogo com Ele, muito menos segui-Lo, confiar Nele ou admirá-Lo. Deus não queria ver esse tipo de sentimento que os humanos tinham por Ele. Ele não queria ver pessoas evitando Ele ou se afastando Dele; Ele só queria que as pessoas O compreendessem, se aproximassem Dele e fossem a Sua família. Se a sua própria família, seus filhos, vissem você, mas não o reconhecessem e não ousassem se aproximar de você, mas sempre o evitassem, se você não conseguisse ganhar a compreensão deles por tudo que você já fez por eles, como você se sentiria? Não seria doloroso? Você não ficaria de coração partido? É exatamente o que Deus sente quando as pessoas O evitam. Assim, após Sua ressurreição, o Senhor Jesus ainda apareceu às pessoas em Sua forma de carne e osso e comeu e bebeu com elas. Deus vê as pessoas como Sua família, e Deus também quer que a humanidade O veja como Aquele que é o mais querido dela; só assim Deus pode realmente ganhar as pessoas, e só assim as pessoas podem realmente amar e adorar a Deus. Será que vocês conseguem agora entender a Minha intenção ao escolher essas duas passagens da escritura em que o Senhor Jesus come pão e explica as escrituras depois da Sua ressurreição e em que os discípulos Lhe dão um peixe assado para comer?

Pode-se dizer que reflexão séria havia sido investida na série de coisas que o Senhor Jesus disse e fez depois de Sua ressurreição. Essas coisas estavam repletas da bondade e afeição que Deus tinha pela humanidade e também plenas da estima e do cuidado meticuloso que Ele tinha pelo relacionamento íntimo que Ele havia estabelecido com a humanidade durante o tempo em que viveu na carne. Ainda mais, estavam repletas da saudade e do anseio que Ele sentia por Sua vida de comer e viver com Seus seguidores durante o tempo em que viveu na carne. Assim, Deus não queria que as pessoas sentissem uma distância entre Deus e o homem nem queria que a humanidade se distanciasse de Deus. Mais ainda, Ele não queria que a humanidade sentisse que o Senhor Jesus após a Sua ressurreição não fosse mais o mesmo Senhor que tinha sido tão íntimo das pessoas, que Ele não estava mais junto com a humanidade porque havia retornado ao mundo espiritual, retornado ao Pai que as pessoas jamais poderiam ver ou alcançar. Ele não queria que as pessoas sentissem que qualquer diferença de status tinha surgido entre Ele e a humanidade. Quando Deus vê pessoas que querem segui-Lo, mas O mantêm a uma distância respeitosa, Seu coração sente dor, pois isso significa que o coração delas está muito distante Dele e que será muito difícil para Ele ganhar seu coração. Assim, se Ele tivesse aparecido para pessoas em um corpo espiritual que elas não pudessem ver ou tocar, isso teria mais uma vez distanciado o homem de Deus e teria levado a humanidade a equivocadamente ver Cristo após a Sua ressurreição como mais elevado, como alguém de uma espécie diferente dos humanos, como alguém que não poderia mais sentar à mesma mesa e comer junto com os homens porque os humanos são pecaminosos, imundos e nunca podem se aproximar de Deus. A fim de afastar esses mal-entendidos da humanidade, o Senhor Jesus fez uma série de coisas que Ele costumava fazer na carne, conforme está registrado na Bíblia: “Tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava”. Ele também explicou as escrituras para eles, tal como Ele tinha feito no passado. Todas essas coisas que o Senhor Jesus fez fizeram com que todas as pessoas que O viam sentissem que o Senhor não havia mudado, que Ele ainda era o mesmo Senhor Jesus. Embora Ele tivesse sido pregado na cruz e experimentado a morte, Ele havia ressuscitado e não havia abandonado a humanidade. Ele havia retornado para o meio dos humanos, e nada Nele havia mudado. O Filho do homem de pé diante das pessoas ainda era o mesmo Senhor Jesus. Sua conduta e Sua maneira de conversar com as pessoas pareciam tão familiares. Ele continuava repleto de amabilidade, graça e tolerância — ainda era o mesmo Senhor Jesus que amava os outros tal como amava a Si Mesmo, que era capaz de perdoar a humanidade setenta vezes sete vezes. Como tinha feito antes, Ele comeu com as pessoas, discutiu as escrituras com elas e, o que é ainda mais importante, tal como antes, Ele era feito de carne e osso e podia ser visto e tocado. O Filho do homem como Ele era permitiu que as pessoas sentissem intimidade, se sentissem à vontade e sentissem a alegria de recuperar algo que havia sido perdido. Muito à vontade, elas, corajosa e confiantemente, começaram a admirar e depender desse Filho do homem que era capaz de perdoar os pecados da humanidade. Elas também começaram a orar no nome do Senhor Jesus sem hesitação, a orar para obter Sua graça, Sua bênção e para obter Dele paz e alegria, ganhar Dele cuidado e proteção, e elas começaram a curar os enfermos e expulsar demônios em nome do Senhor Jesus.

Durante o tempo em que o Senhor Jesus operou na carne, a maioria dos Seus seguidores não podia confirmar a Sua identidade e as coisas que Ele dizia. Quando Ele estava se aproximando da cruz, a atitude de Seus seguidores foi de observar. Então, do momento em que Ele foi pregado na cruz até o momento em que foi colocado na sepultura, a atitude das pessoas em relação a Ele foi de decepção. Durante esse tempo, as pessoas já haviam começado a passar, em seu coração, de duvidar das coisas que o Senhor Jesus havia dito durante seu tempo na carne a negá-las integralmente. Então, quando Ele saiu da sepultura e apareceu às pessoas, uma a uma, a maioria daquelas pessoas que O viu com seus próprios olhos ou ouviu as notícias de Sua ressurreição aos poucos mudou sua atitude de negação para ceticismo. Só quando o Senhor Jesus fez Tomé colocar a mão no Seu lado e quando Ele partiu o pão e comeu em frente à multidão após Sua ressurreição e então procedeu a comer peixe assado na frente deles, eles verdadeiramente aceitaram o fato de que o Senhor Jesus era o Cristo na carne. Vocês poderiam dizer que era como se esse corpo espiritual de carne e osso diante daquelas pessoas estivesse despertando cada uma delas de um sonho: o Filho do homem de pé diante delas era Aquele que existira desde tempos imemoriais. Ele tinha uma forma, era de carne e osso, e Ele já tinha vivido e comido juntamente com a humanidade por muito tempo… Nesse momento, as pessoas sentiram que a existência Dele era tão real e tão maravilhosa. Ao mesmo tempo, ficaram tão alegres e felizes e cheios de emoção. Sua reaparição permitiu que as pessoas realmente enxergassem a Sua humildade, sentissem a Sua proximidade e Seu apego à humanidade e sentissem o quanto Ele pensava nelas. Essa breve reunião fez com que as pessoas que viram o Senhor Jesus sentissem como se uma vida inteira tivesse passado. O coração delas, perdido, confuso, amedrontado, ansioso, desejoso e entorpecido, encontrou conforto. Não estavam mais céticas nem decepcionadas, pois sentiam que agora havia esperança e algo em que confiar. O Filho do homem de pé diante deles seria sua retaguarda por todo o tempo; Ele seria a sua torre forte, seu refúgio por toda a eternidade.

Embora o Senhor Jesus tivesse ressuscitado, Seu coração e Sua obra não haviam deixado a humanidade. Ao aparecer às pessoas, Ele lhes disse que, qualquer que fosse a forma em que Ele existisse, Ele acompanharia as pessoas, andaria com elas e estaria com elas em todos os momentos e em todos os lugares. Ele lhes disse que, em todos os momentos e em todos os lugares, Ele proveria para a humanidade e a pastorearia, permitiria que as pessoas O vissem e O tocassem, e garantiria que elas nunca mais se sentissem desamparadas. O Senhor Jesus também queria que as pessoas soubessem que elas não vivem sozinhas neste mundo. A humanidade conta com o cuidado de Deus; Deus está com ela. Elas sempre podem se apoiar em Deus, e Ele é família para cada um dos Seus seguidores. Contando com Deus para se apoiar, a humanidade não será mais solitária nem desamparada, e aqueles que O aceitarem como sua oferta pelos pecados não mais estarão presos ao pecado. Aos olhos humanos, essas partes da obra que o Senhor Jesus realizou depois de Sua ressurreição foram coisas muito pequenas, mas da maneira como Eu o vejo, cada uma das coisas que Ele fez foi tão significativa, tão valiosa, tão importante e carregada de significado.

Embora o tempo do Senhor Jesus de operar na carne estivesse cheio de adversidades e sofrimentos, Ele realizou plena e perfeitamente a Sua obra daquele tempo na carne para redimir a humanidade por meio de Sua aparição em seu corpo espiritual de carne e sangue. Ele começou Seu ministério tornando-Se carne e concluiu Seu ministério aparecendo à humanidade na Sua forma carnal. Ele anunciou a Era da Graça, iniciando a nova era por meio de Sua identidade como Cristo. Por meio de Sua identidade como Cristo, Ele realizou obra na Era da Graça e fortaleceu e conduziu todos os Seus seguidores na Era da Graça. Pode-se dizer acerca da obra de Deus que Ele realmente termina aquilo que Ele começa. Existem passos, existe um plano, e a obra é repleta da Sua sabedoria, da Sua onipotência, dos Seus feitos maravilhosos e de Seu amor e misericórdia. Naturalmente, o principal fio que corre através de toda a obra de Deus é o Seu cuidado pela humanidade; ela é permeada pelos Seus sentimentos de preocupação, que Ele nunca consegue deixar de lado. Nesses versículos da Bíblia, em cada coisa que o Senhor Jesus fez após a ressurreição, as imutáveis esperanças de Deus e a Sua preocupação com a humanidade foram reveladas, assim como Seu cuidado meticuloso e Seu apreço pela humanidade. Nada disso jamais mudou, durante todo o tempo até o dia de hoje — vocês conseguem ver isso? Quando vocês veem isso, seu coração não se aproxima inconscientemente de Deus? Se vocês vivessem naquela época e o Senhor Jesus aparecesse a vocês depois da ressurreição em uma forma tangível para que vocês vissem, e se Ele Se sentasse diante de vocês, comesse pão e peixe e explicasse as escrituras para vocês e falasse com vocês, como vocês se sentiriam? Vocês se sentiriam felizes? Ou vocês se sentiriam culpados? Os mal-entendidos anteriores e a evitação de Deus, os conflitos e as dúvidas relativas a Deus — todos eles não desapareceriam simplesmente? O relacionamento entre Deus e o homem não se tornaria mais normal e adequado?

Ao interpretarem esses poucos capítulos da Bíblia, vocês descobrem alguma falha no caráter de Deus? Encontram alguma adulteração do amor de Deus? Veem algum engano ou algum mal na onipotência ou na sabedoria de Deus? Certamente não! Agora vocês podem dizer com certeza que Deus é santo? Podem dizer com certeza que cada uma das emoções de Deus é uma revelação da Sua essência e do Seu caráter? Espero que, depois de lerem essas palavras, o entendimento que vocês ganham delas ajude vocês e lhes traga benefícios na sua busca de uma mudança de caráter e um temor de Deus e que essas palavras produzam frutos em vocês, frutos que crescem dia a dia, de modo que, no processo dessa busca, vocês sejam levados cada vez mais perto de Deus, cada vez mais perto do padrão que Deus exige. Vocês não ficarão mais entediados com a busca da verdade e não mais sentirão que a busca da verdade e de uma mudança de caráter é algo problemático ou uma coisa supérflua. Ao contrário, motivados pela expressão do verdadeiro caráter de Deus e da essência santa de Deus, vocês ansiarão pela luz, ansiarão pela justiça e a aspirarão a buscar a verdade, a buscar satisfazer a vontade de Deus, e vocês se tornarão pessoas ganhas por Deus, se tornarão pessoas reais.

Hoje falamos sobre certas coisas que Deus fez na Era da Graça quando Ele Se tornou encarnado pela primeira vez. A partir dessas coisas, vimos o caráter que Ele expressou e revelou na carne, bem como cada aspecto do que Ele tem e é. Todos esses aspectos daquilo que Ele tem e é parecem muito humanizados, mas a realidade é que a essência de tudo que Ele revelou e expressou é inseparável do Seu próprio caráter. Cada método e cada aspecto do Deus encarnado expressando Seu caráter na humanidade está inextricavelmente ligado à Sua própria essência. Assim, é muito importante que Deus tenha vindo para a humanidade usando o método da encarnação. Também é importante a obra que Ele fez na carne, mas ainda mais importantes para cada pessoa que vive na carne, para cada pessoa que vive na corrupção, são o caráter que Ele revelou e a vontade que Ele expressou. Isso é algo que vocês são capazes de entender? Depois de compreender o caráter de Deus e o que Ele tem e é, vocês já tiraram alguma conclusão sobre como devem tratar a Deus? Finalmente, em resposta a essa pergunta, em conclusão, Eu gostaria de lhes dar três conselhos: primeiro, não ponha Deus à prova. Não importa o quanto você entenda sobre Deus, não importa o quanto você saiba sobre o Seu caráter, não O ponha à prova, de maneira nenhuma. Segundo, não lute com Deus por status. Não importa que tipo de status Deus lhe dê ou que tipo de tarefa Ele lhe confie, que tipo de dever que Ele levante para você realizar, e não importa o quanto você tenha se despendido e sacrificado por Deus, de forma alguma queira competir com Ele por status. Terceiro, não queira competir com Deus. Não importa se você compreende ou se você pode se submeter ao que Deus faz com você, ao que Ele arranja para você e às coisas que Ele traz para você, de forma alguma queira competir com Deus. Se você conseguir obedecer a esses três conselhos, você estará bem seguro e não estará propenso a irritar a Deus. É aqui que encerraremos nossa comunhão de hoje!

23 de novembro de 2013

Nota de rodapé:

a. O “feitiço de apertar o aro” é um feitiço usado pelo monge Tang Sanzang no romance chinês “Jornada ao Oeste”. Ele usa esse feitiço para controlar Sun Wukong ao apertar um aro de metal ao redor da cabeça deste, causando-lhe profundas dores de cabeça e, assim, submetendo-o a seu controle. Tornou-se uma metáfora para descrever algo que amarra uma pessoa.

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