A. Desprezando a justiça de Deus

Pessoas como os anticristos sempre tratam a justiça e o caráter de Deus com noções, dúvidas e resistência. Elas pensam: “É só uma teoria que deus é justo. Existe realmente algo como justiça neste mundo? Em todos os anos da minha vida, eu jamais a encontrei, nem a vi. O mundo é tão sombrio e maligno, e pessoas malignas e diabos se dão muito bem, vivem contentes. Não os vi recebendo o que merecem. Não consigo ver a justiça de deus nisso; pergunto-me: a justiça de deus realmente existe? Quem a viu? Ninguém a viu, e ninguém pode atestá-la”. É isso que elas pensam. Elas não aceitam toda a obra de Deus, nem todas as Suas palavras, nem todas as Suas orquestrações com base na crença de que Ele é justo, mas sempre duvidam e julgam, estão sempre cheias de noções, que elas nunca buscam a verdade para resolver. É sempre assim que os anticristos acreditam em Deus. Eles têm fé verdadeira em Deus? Não. Os anticristos sempre mantêm uma atitude de dúvida quando se trata da justiça de Deus. É claro que eles têm suas dúvidas sobre o caráter de Deus, Sua santidade e o que Ele tem e é. Eles não acreditam nisso, mas seguem apenas o que os olhos podem ver — se não puderem ver algo com os próprios olhos, nunca acreditarão nisso. São iguais a Tomé, sempre duvidam do Senhor Jesus, não acreditam que o Senhor Jesus ressuscitou da morte, não acreditam no grande poder de Deus. Será que uma escória como os anticristos, que não tem entendimento espiritual nem busca a verdade, poderia acreditar que as palavras de Deus são a verdade? Poderia acreditar em Sua onipotência e sabedoria? Eles não acreditam em nada disso; no fundo, sempre têm suas dúvidas. A julgar pela essência dos anticristos, eles se baseiam no que os olhos podem ver, portanto são materialistas. Eles não conseguem ver a onipotência de Deus e não acreditam que Suas palavras são a verdade, que são fatos que Ele já fez acontecer. Como não têm entendimento espiritual e não têm fé verdadeira, eles não têm como ver os atos de Deus. Fato é que eles têm segundas intenções para acreditar em Deus. São encrenqueiros descontrolados — servos de Satanás. Uma pessoa que não aceita a verdade ou não acredita na existência de Deus, que vê todas as coisas com olhar humano, pode descobrir a existência da verdade? Ela pode descobrir o fato da soberania de Deus sobre a humanidade? Certamente não. Ela olha para as coisas com um olhar escrutinador, um olhar desconfiado e uma atitude cética, e até resiste a tudo o que Deus faz, de modo que os anticristos são incrédulos quanto ao caráter justo de Deus. Eles têm suas dúvidas e não o aceitam. Que comportamentos dos anticristos mostram aos outros que eles não aceitam a verdade nem reconhecem a essência de Deus? Há muitos comportamentos específicos. Por exemplo: quando surge um problema no trabalho da igreja, não importa quão severa seja a culpa por ele nem quais sejam as consequências, a primeira reação de um anticristo é inocentar-se e jogar a culpa em outro. A fim de não ser responsabilizado, ele até desvia a atenção de si mesmo, diz algumas coisas corretas e agradáveis, e causa uma comoção superficial para encobrir a verdade da questão. Em tempos comuns, as pessoas não conseguem enxergar, mas quando algo o acomete, a feiura de um anticristo é exposta. Como um ouriço, com todos os espinhos eriçados, ele se protege com todas as suas forças, querendo não assumir nenhuma responsabilidade. Que tipo de atitude é essa? Não é uma atitude de não acreditar que Deus é justo? Ele não acredita que Deus escrutina tudo nem que Ele é justo; ele deseja usar seus próprios métodos para se proteger. Ele acredita: “Se eu não me proteger, ninguém me protegerá. Deus também não pode me proteger. Dizem que ele é justo, mas quando as pessoas se metem em encrencas, ele realmente as trata com justiça? De jeito nenhum — deus não faz isso”. Quando ele é confrontado com problemas ou perseguição, ele se sente desamparado e pensa: “Então, onde está deus? As pessoas não podem vê-lo nem tocá-lo. Ninguém pode me ajudar; ninguém pode me oferecer justiça e defender a imparcialidade para mim”. Ele acha que o único jeito de se proteger é com seus próprios métodos, que, caso contrário, ele sofrerá perdas, será assediado e perseguido — e que a casa de Deus não é nenhuma exceção. Um anticristo já terá planejado tudo para si mesmo antes de alguma coisa acometê-lo. Em parte, o que ele faz é tentar com afinco se disfarçar como uma pessoa poderosa que ninguém ousaria incomodar, com a qual ninguém ousaria mexer, e que ninguém ousaria intimidar. A outra parte é, a cada passo, sua aderência às filosofias e leis de existência de Satanás. Quais são elas, em geral? “Cada um por si e o demônio pega quem fica por último”, “deixe as coisas seguirem se não o afetarem pessoalmente”, “pessoas sensatas sabem se proteger e evitam cometer erros”, agir como as circunstâncias permitem, ser bajulador e escorregadio, “não atacarei a menos que eu seja atacado”, “a harmonia é um tesouro; a tolerância é o brilho”, “use palavras boas, em harmonia com o sentimento e a razão do outro, já que ser franco aborrece”, “um homem sábio se submete às circunstâncias”, e outras filosofias satânicas desse tipo. Ele não ama a verdade, mas aceita as filosofias de Satanás como se fossem coisas positivas, achando que elas serão capazes de protegê-lo. Ele vive segundo essas coisas; ele não fala a verdade a ninguém, mas, invariavelmente, diz coisas agradáveis, obsequiosas, bajuladoras, não ofende ninguém, pensa em jeitos de se exibir para que os outros o estimem. Ele só se importa com sua busca por fama, ganho e status e não faz nada para defender o trabalho da igreja. Não importa quem faça algo ruim e prejudique os interesses da casa de Deus, ele não o expõe nem denuncia, mas age como se não o tivesse visto. No que diz respeito aos seus princípios para lidar com as coisas e ao seu tratamento daquilo que acontece em sua volta, ele tem algum conhecimento do caráter justo de Deus? Ele tem alguma fé nele? Ele não tem nenhuma. Aqui, “nenhuma” não significa que ele não tem consciência disso, mas que ele tem dúvidas em relação ao caráter justo de Deus em seu coração. Ele não aceita nem reconhece que Deus é justo. Quando vê muitas pessoas testemunhando que a verdade e a justiça reinam na casa de Deus, ele resiste e julga isso no coração, dizendo: “Por que o grande dragão vermelho não sofreu retribuição por perseguir tanto o povo escolhido de deus? As pessoas malignas entre os não crentes intimidam o povo escolhido de deus, caluniam-no e o julgam, e também não sofreram retribuição. Estão todos bem de vida — por que os crentes em deus são sempre os que são intimidados?”. No fundo, ele não acredita no caráter justo de Deus. Não acredita que Deus trata cada pessoa com justiça, nem acredita nas ideias de que Deus dará a cada pessoa o que lhe é devido, de acordo com seus atos, e que somente aqueles que buscam a verdade serão abençoados por Deus e obterão uma bela destinação. Os anticristos não acreditam nessas coisas. Eles dizem a si mesmos: “Se isso é fato, como é que eu não vi? Você diz que aqueles que buscam a verdade serão abençoados por deus. Bem, fulano de tal, da nossa igreja, busca a verdade, se despende por deus e desempenha seu dever com muita lealdade. Como isso termina para ele? Ele é caçado pelo grande dragão vermelho a ponto de mal conseguir voltar para casa; sua família é separada à força — ele não consegue nem mesmo ver os filhos. Isso é a justiça de deus? E há o sicrano de tal, que foi jogado na prisão por acreditar em deus, onde foi torturado até quase morrer. Onde estava o caráter justo de deus nesse momento? Ele permaneceu firme em seu testemunho; ele não era um judas. Por que deus não o abençoou e protegeu? E por que deus permitiu que o grande dragão vermelho o espancasse quase até a morte? Houve também um líder na nossa igreja que desistiu da família e da profissão pelo trabalho da igreja. Ele desempenhou seu dever durante anos e passou por muitas adversidades e, no fim, foi condenado e removido por ter cometido um pouco de mal e perturbado o trabalho da igreja. Onde estava o caráter justo de deus? E há alguns irmãos muito jovens que desempenham deveres na casa de deus, suportando adversidades e mourejando, mas assim que cometem um erro e violam os princípios, são podados. Alguns deles choram com muito pesar por medo de serem removidos e eliminados, sem que ninguém os console. Por que não consigo ver a justiça de deus nisso? De que forma, exatamente, o caráter justo de deus se manifesta nessas coisas? Por que não consigo enxergar? E há também o meu caso — posso ser um pouco perfunctório ao desempenhar meu dever e, às vezes, posso revelar um pouco de um caráter corrupto, mas, ainda assim, tenho talento. Por que a casa de deus não me promove?”. Em todas essas questões, os anticristos não conseguem ver claramente o que está acontecendo. Eles só veem fenômenos externos, mas não conseguem ver quais são as intenções de Deus por trás das coisas. No fundo do coração, estão cheios de receios e dúvidas, de ideias e noções — e há muitos nós em seu coração que eles não conseguem desatar. Sempre que pensam nessas coisas, ficam cheios de ressentimento, de condenação e blasfêmia contra o caráter justo de Deus. Aflitos, eles dizem a si mesmos: “Se deus é justo, por que pessoas sem malícia são podadas? Se ele é justo, por que ele não isenta as pessoas por revelarem um pouco de corrupção? Se ele é justo, por que algumas pessoas que desempenharam seu dever e sofreram tanto são dispensadas apenas por não terem feito trabalho real? Se ele é justo, por que nós, que o seguimos com devoção firme, seríamos perseguidos e torturados e possivelmente mandados para a prisão e, em alguns casos, até mesmo espancados até a morte?”. Os anticristos não têm uma explicação clara para nenhum desses fenômenos. Eles não sabem o que está acontecendo com eles; não conseguem ver isso claramente. Muitas vezes, eles se perguntam: “O deus em que acredito é justo ou não? O deus que é justo existe ou não? Onde ele está? Quando enfrentamos dificuldades, quando somos perseguidos — o que ele está fazendo? Ele pode nos salvar ou não? Se deus é justo, por que ele não destrói Satanás? Por que ele não destrói o grande dragão vermelho? Por que ele não pune esta humanidade perversa? Por que ele não nos oferece justiça e não defende imparcialidade para nós, que acreditamos nele e sofremos terrivelmente? Por que ele não nos defende? Nós odiamos os diabos e Satanás, e odiamos pessoas malignas — por que deus não vinga nossas queixas?”. Um “por que” após o outro que sai incessantemente do coração de um anticristo, como uma metralhadora, impossível de controlar. Quando não conseguem controlar essas coisas, por que os anticristos não vêm para diante de Deus para orar e buscar ou leem Suas palavras e procuram irmãos para se comunicar? Será que eles não resolveriam esses problemas, um de cada vez? Resolver esses problemas é mesmo algo difícil de fazer? Se você adota uma atitude de submissão a Deus e à verdade, uma atitude de aceitar a verdade, esses problemas deixam de ser problemas — todos eles podem ser resolvidos. Por que os anticristos não são capazes de fazer isso? Porque eles não aceitam a verdade, nem acreditam que as palavras de Deus são a verdade, nem reconhecem a verdade. Eles não podem se submeter a toda a soberania e aos arranjos de Deus, muito menos aceitar Dele todas as coisas que acontecem. É por isso que o coração dos anticristos está cheio de dúvidas sobre a justiça de Deus. Quando são confrontados com testes, as dúvidas que enchem seu coração irrompem, e, internamente, eles questionam Deus: “Se deus é justo, por que ele nos deixa sofrer tanto? Se deus é justo, por que ele não tem misericórdia de nós que suportamos nossa dose de miséria seguindo cristo? Se deus é justo, por que ele não protege aqueles de nós que se despendem por ele e desempenham seus deveres, nem protege nossas famílias? Se deus é justo, por que ele permite que algumas pessoas que acreditam sinceramente nele morram na prisão, nas mãos do grande dragão vermelho?”. Eles, então, começam a clamar contra Deus: “Se deus é justo, ele não deveria nos deixar sofrer tanto; se deus é justo, ele não deveria nos disciplinar e nos revelar sem motivo ou razão; se deus é justo, ele deveria ser tolerante com todos os atos malignos que cometemos, perdoar toda a nossa negatividade e fraqueza, e ser condescendente com todas as nossas transgressões. Se tu não consegues nem fazer essas coisas, então não és um deus justo!”. Tudo isso são coisas que os anticristos têm em mente. Eles estão cheios de noções sobre Deus e não buscam nem um pouco a verdade para resolvê-las. Quando chegar o dia em que serão revelados, essas noções estão fadadas a irromper. Tais são a mentalidade feia e a verdadeira face dos anticristos.

Os anticristos não reconhecem nem aceitam a verdade, muito menos reconhecem o fato de que Deus é o Criador, portanto, para eles, o caráter justo de Deus permanece uma grande questão em aberto. E, com o passar do tempo, a ocorrência de eventos e o surgimento de várias questões, esse seu ponto de interrogação fica cada vez maior e, aos poucos, se transforma em um X. O que significa esse X? Significa que eles negam totalmente o fato de que Deus é justo. E quando esse X é traçado — quando um anticristo nega que Deus é justo —, todas as suas fantasias e desejos viram fumaça. Pensem nisto: qual é o ponto inicial que leva a essa consequência? (Os anticristos acham que, por acreditarem em Deus, eles devem ser abençoados e receber Sua proteção. Assim, quando Deus realiza uma obra que não está de acordo com suas noções e imaginações, eles acham que Ele não é justo e não podem aceitar isso Dele. Além disso, eles não oram a Deus e não buscam a verdade quando suas noções sobre Deus surgem, e não conseguem resolvê-las prontamente. Dessa forma, suas noções se acumulam e amontoam — é isso que acaba levando a essa consequência.) Vocês estão falando de fenômenos superficiais; não estão chegando à raiz. Por que Eu digo isso? Porque há algo na raiz da capacidade dos anticristos de se comportar assim e de ter essas opiniões, de sua capacidade de duvidar de Deus e negá-Lo. Isso é determinado pela natureza essência de um anticristo, é claro. Essa é a raiz — vamos dizer assim. A principal causa, portanto, é que, desde o início, faltou aos anticristos um amor pela verdade, ou aceitação dela. Por que eles não aceitam a verdade? Isso também tem sua raiz: eles não reconhecem que Deus é a verdade, que Suas palavras são a verdade — e, como não reconhecem isso, não podem aceitá-la. Uma vez que não aceitam a verdade, eles podem considerar algum problema com o olhar da verdade? (Não.) Eles não podem fazer isso — então, quais são as consequências? Eles não conseguem perceber as coisas que lhes acontecem, sejam elas quais forem — coisas grandes e pequenas que acontecem ao seu redor, bem como as palavras dos outros. Eles não conseguem perceber pessoas ou eventos — não conseguem perceber nada. Por fora, algumas coisas parecem ser como eles dizem, mas não é assim que são em essência. Isso tem a ver com a verdade. Se não entende a verdade ou não a aceita, você consegue entender a verdade envolvida nessas coisas? Você não entende, então tudo o que você pode fazer é analisar e estudar as coisas com um olhar humano, com conhecimento humano e com um cérebro humano. Que resultados tal estudo produzirá? Eles estarão de acordo com a verdade? Estarão de acordo com as exigências e intenções de Deus? Não, nunca estarão. É igual à história de Jó, que todos os que acreditam em Deus conhecem. Todos que reconhecem e aceitam a verdade e que são capazes de acreditar em Deus e se submeter a Ele elogiam e admiram Jó, no coração; todos desejam ser uma pessoa como Jó. Todos também elogiam e admiram as expressões de louvor a Deus e o conhecimento que Jó teve Dele em meio a suas provações. As pessoas podem entender, no coração, que as várias tribulações e agonias que acometeram Jó foram obra de Deus. De modo geral, Jó, como pessoa, é um modelo para todos os que buscam a verdade. Todos querem seguir esse exemplo e ser uma pessoa assim. Então, como esse resultado positivo é alcançado? Qual é seu alicerce? A crença sincera e o reconhecimento de que essa é a verdade, de que tudo isso é obra de Deus — é sobre esse alicerce que se chega, passo a passo, ao desejo de ser uma pessoa como Jó, ao desejo de se tornar alguém que teme a Deus e evita o mal. A pessoa acredita em tudo isso e reconhece isso no coração e, por fim, alcança uma aspiração nessa direção, que ela passa a buscar na vida. Para alcançar esse resultado, o mais fundamental é que a pessoa reconheça tudo isso e, no fundo, acredite nisso. Então, será que os anticristos têm esse reconhecimento e essa crença? Não. Como os anticristos veem tudo o que Jó sofreu? Eles acham que há significância em tudo o que Deus fez? Eles conseguem ver que tudo isso foi governado por Ele? Eles não conseguem ver isso, nem que há significado em tudo o que Deus fez. O que eles veem nisso? Jó tinha grande riqueza, ovelhas e bois que cobriam uma montanha, e os filhos e as filhas mais bonitos da terra. Isso, eles veem. E, então, depois de todos os sofrimentos dele, Deus o abençoou mais uma vez. O que eles veem nisso? Eles diriam: “O homem fez um acordo por essas bênçãos — ele as mereceu. É justo que deus as tenha concedido”. Em seu entendimento geral da questão, a perspectiva dos anticristos é aquela em que eles aceitam a verdade e se submetem a Deus? (Não.) Então, que tipo de perspectiva eles adotam? Há apenas um ponto de vista a partir do qual os anticristos veem toda a questão, que é o ponto de vista de um descrente. Um descrente analisa se houve lucro que foi obtido, vantagem que foi ganha ou perda que foi sofrida; como tirar vantagem e como não tirar; o que levaria a perdas e sofrimento; o que não vale a pena fazer e o que vale. Esse é o ponto de vista dos descrentes. Os descrentes veem, tratam e fazem tudo dessa maneira, com esse tipo de essência. Essa é a atitude dos anticristos em relação ao caráter justo de Deus.